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Campos de Carvalho

Literatura
Data de nascimento deCampos de Carvalho:01-11-1916 Local de
nascimento:(Brasil / Minas Gerais / Uberaba) | Data de morte10-04-1988 Local de
morte:(Brasil / São Paulo / São Paulo)
Atualizado em: 09-12-2014
Biografia
Walter Campos de Carvalho (Uberaba, MG, 1916 - São Paulo, SP, 1998). Romancista,
ensaísta e cronista. Em 1938, forma-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco,
em São Paulo. Em 1941, no Rio de Janeiro, cidade onde vive por 23 anos, publica seu
primeiro livro, Banda Forra, de ensaios humorísticos. Seu primeiro romance, Tribo, é
editado em 1954. Dez anos depois, ao lançar o romance O Púcaro Búlgaro, para de
escrever sem razão declarada, chegando a ficar mais de 30 anos sem publicar. Depois
passa a colaborar para O Pasquim e trabalha no jornal O Estado de S. Paulo entre 1968
e 1978. Esquecido pela crítica e pelo público desde então, volta a ganhar atenção
quando tem sua Obra Reunida publicada, em 1995 - os dois primeiros livros são
excluídos a seu pedido dessa reunião. Aposenta-se como procurador do estado de São
Paulo. Em 2006, é editado o volume Cartas de Viagem e Outras Crônicas, com os
textos publicados em O Pasquim e cartas escritas para si mesmo durante viagem à
Europa.
Comentário crítico
Duas características são predominantes na obra de Walter Campos de Carvalho: a
presença de um humor que, levado ao extremo, busca apontar o que há de trágico em
acontecimentos tido como normais e a proximidade com os procedimentos surrealistas,
que faz proliferar as imagens incongruentes e as associações livres no andamento do
texto. O primeiro de seus livros, Tribo (1954), que o autor deliberadamente exclui
da Obra Reunida, apresenta essas características de modo ainda tímido. Sendo o
discurso de um narrador, sem que haja propriamente enredo, Tribo se constitui,
segundo Carlos Felipe Moisés (1942), em um "libelo contra a miséria humana e, ao
mesmo tempo, uma defesa do individualismo mais radical".
Continuar a leitura do texto...
Outras informaçõesde Campos de Carvalho:

 Outros nomes
o Walter Campos de Carvalho
 Habilidades
o romancista
o ensaísta
o cronista
Espetáculos (2)

Artigo sobreCartas para Não Mandar

Temas do artigo:Teatro
Data de inícioCartas para Não Mandar:1997
Resumo do artigo Cartas para Não Mandar:
acesse o artigo
Artigo sobreO Púcaro Búlgaro

Temas do artigo:Teatro
Data de inícioO Púcaro Búlgaro:2006
Resumo do artigo O Púcaro Búlgaro:
acesse o artigo
Fontes de pesquisa (3)

 BATELLA, Juva. Quem Tem Medo de Campos de Carvalho?. Rio de Janeiro: 7 Letras,
2004.
 MOISÉS, Carlos Felipe. Introdução. In: CARVALHO, Campos de. Obra reunida. 4.ed.
Rio de Janeiro: José Olympio, 2005.
 OLIVEIRA, Nelson de. Campos. São Paulo: Cem Leitores, 2000.

Campos de Carvalho
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Campos de Carvalho

Nome Walter Campos de


completo Carvalho

Nascimento 1 de novembro de 1916


Uberaba, Brasil

Morte 10 de
abril de 1998 (81 anos)
São Paulo, Brasil

Nacionalidade Brasileiro

Ocupação Escritor

Género Literatura
literário nonsense ou absurda

Magnum opus Obra Reunida


Walter Campos de Carvalho (Uberaba, 1º de novembro de 1916 – São Paulo,
10 de abril de 1998), foi um escritor brasileiro. Em 1938formou-se em direito,
tendo se aposentado como procurador do estado de São Paulo, onde viveu em
companhia da esposa Lígia Rosa de Carvalho.
Sua vida sempre esteve ligada à literatura, tendo publicado inicialmente Banda
forra (ensaios humorísticos), em 1941, e Tribo(romance), em 1954. Mais tarde,
escreveu os romances A Lua vem da Ásia (1956), Vaca de Nariz Sutil (1961), A
Chuva Imóvel (1963) e O Púcaro Búlgaro (1964), hoje considerados
verdadeiros marcos da literatura brasileira. A Lua vem da Ásia e A Chuva
Imóvelchegaram a ser traduzidos para o francês.
Campos de Carvalho, como ficou conhecido no meio literário, também
colaborou com O Pasquim e trabalhou no jornal O Estado de S. Paulo, no
período de 1968 a 1978.
Em entrevistas, o escritor adotava sempre uma postura clown.
“Nasci clown e morrerei clown, embora a vida toda tenha sido um mero
funcionário público. (Todos os funcionários públicos são meros, quando
deveriam ser melros). Sou eternamente grato a um crítico que certa vez me
chamou de clown (nem a minha própria mãe me chamou assim) — como sou
grato aos que me chamaram de palhaço com segundas intenções ou mesmo
com terceiras. Antes de morrer ainda hei de armar o meu pavilhão auricular,
isto é, dourado, em todas as praças do mundo e dele partir como um bólido
rumo a todas as constelações, pregando a hilaridade e a língua de fora à boa
maneira de Einstein e dos enforcados: ASSIM!” — Cf. “Os Anais do Campos de
Carvalho”. In: O Pasquim
“Há quem me tome por louco e eu mesmo já me tomei. Mas basta uma visita
ao hospício para me convencer — desgraçadamente — do contrário. É como
se fosse um lobo vestido com a pele de um cordeiro: expulsam-me só pelo
faro. O título do livro que estou escrevendo no momento é exatamente
Maquinação da Máquina, Especulação de Espelho. Assim como a 4ª Sinfonia
de Charles Ivens exige a presença de três maestros para ser bem interpretada,
assim também penso que esse meu novo livro, para ser bem compreendido,
deva ser lido simultaneamente por três leitores”. Revista O Cruzeiro, 30 de
outubro de 1969

Obras do autor[editar | editar código-fonte]

 Banda Forra, ensaios humorísticos (1941)


 Tribo, romance (1954)
 A Lua vem da Ásia, romance (1956)
 Vaca de Nariz Sutil, romance (1961)
 A Chuva Imóvel, romance (1963)
 O Púcaro Búlgaro, romance (1964)

Obra Reunida, Contos, Relançamentos, Diálogos intertextuais, Biografias e


Adaptações para o Teatro[editar | editar código-fonte]
As principais obras de Campos de Carvalho permaneceram na obscuridade
durante décadas, virando raridades. Em 1995 (31 anos depois do seu último
livro) a Editora José Olympio republicou os quatro títulos prediletos de Campos
de Carvalho em um único volume. Mais recentemente foi lançado o livro Cartas
de Viagens e Outras Crônicas. Em 2005, a biografia Quem Tem Medo de
Campos de Carvalho, de Juva Batella, foi lançada pela editora 7letras. Em
2012, o romance "Fui à Bulgária procurar por Campos de Carvalho" (7letras),
inspirado em "O púcaro búlgaro" de Campos de Carvalho.

 Obra Reunida (1995)


 Quem Tem Medo de Campos de Carvalho, biografia ficcional (2005)
 Cartas de Viagens e Outras Crônicas (2006)
 Fui à Bulgária procurar por Campos de Carvalho, ficção (2012)
Aderbal Freire-Filho adaptou O Púcaro Búlgaro para o teatro em 2006.
O grupo de teatro Parlapatões adaptou Vaca de Nariz Sutil em 2008.
Moacir Chaves adaptou cenicamente o livro A Lua Vem da Ásia em 2011.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

 Arantes, Geraldo Noel, Campos de Carvalho: inéditos, dispersos e


renegados (dissertação), Unicamp.
 de Carvalho, Campos (2006) [Correiro de Araxá,
1995], «Entrevista», Revista Agulha.
 Cavalcanti, Augusto Guimaraens (2012), Fui à Bulgária procurar por
Campos de Carvalho, Scribd.
 Campos de Carvalho & a arte do desvio - Artigo de Alberto Pucheu, Portal
Cronópios, 2010 (em português)
 Campos de Carvalho por Ciro Pessoa, Superinteressante,
2001 (em português)
 Campos de Carvalho & a vingança do ícone iconoclasta, Revista bula,
2009 (em português)
Surrealismo ditou vida e morte de Campos de Carvalho
POR BRUNO HOFFMANN23/02/2018

Ranzinza, de poucas palavras e de uma ironia rascante. Essas eram as


características mais perceptíveis de Walter Campos de Carvalho, tido como o
primeiro surrealista da literatura nacional. Caía sobre ele, também, a fama de
louco, que não se preocupava em desmentir.

O mineiro nascido em Uberaba em 1916 e radicado em São Paulo enveredou


pela literatura ainda jovem. Sua obra, porém, é relativamente curta. É autor de
seis livros, em que se destacam imagens fantásticas e nonsense e críticas à
religiosidade. “Fui religioso até os 16 anos. Um dia perguntei a mim mesmo por
que eu acreditava em Deus. Neste momento eu tive a noção de que Deus não
existia”, explicava.

Entre seus livros estão A Lua Vem da Ásia (1956), Vaca de Nariz Sutil (1961)
e O Púcaro Búlgaro(1964), sua obra derradeira. Colaborou com periódicos,
entre os quais O Pasquim. Certa vez, Jorge Amado leu A Lua Vem da Ásia e,
estupefato, comprou 30 exemplares para distribuir aos amigos.

Campos de Carvalho (foto: Luciana Francesco/Divulgação)

Em dado momento, Campos de Carvalho deixou as letras de lado, sem


grandes explicações. Deixou também uma legião de saudosistas. “A pequena
obra de Campos de Carvalho parece ter essa força: ela aproxima os seus
leitores, forma confrarias”, comenta o escritor Nelson de Oliveira. Para o
cronista Antonio Prata, o mineiro se tornou “o escritor obscuro mais famoso do
Brasil”.

Em 1998, numa Sexta-Feira da Paixão, Campos de Carvalho caminhava por


São Paulo quando se sentiu mal. Disse à mulher: “Acho que é por causa de um
sorvete que tomei”. A morte no mesmo dia da de Jesus Cristo e a explicação
nonsense não foram as únicas esquisitices daqueles momentos derradeiros,
como conta o escritor Mario Prata. “O que ele nunca poderia imaginar é o nome
do motorista do carro fúnebre: João de Jesus”.

Por Bruno Hoffmann

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