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Uberlândia, 23 de agosto de 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

Comunicação Social - Jornalismo

Ciência Política e Comunicação

Professor Dr. Alessandro André Leme

Aluna: Yara Diniz

Breve fichamento da Obra “O Príncipe” MAQUIAVEL, Nicolau – Teses principais e


secundárias

De forma bastante sintética, pode-se dizer que o livro traça as principais características de um
verdadeiro líder político e maneiras dele se manter no poder. Primordialmente isso implica em
saber impor autoridade e cativar um principado. [Primeira tese central.]

“Mas, quando se conquistam territórios numa província com língua, costumes e leis diferentes,
aqui surgem as dificuldades e é necessário haver muito boa sorte e habilidade para mantê-los.
E um dos maiores e mais eficientes remédios seria aquele do conquistador ir habitá-los.” (Cap.
III) *

Ainda é relevante que um príncipe proteja os pobres e derrube os poderosos.

“Deve, ainda, quem se encontre à frente de uma província diferente, como foi dito, tornar-se
chefe e defensor dos menos fortes, tratando de enfraquecer os poderosos e cuidando que em
hipótese alguma aí penetre um forasteiro tão forte quanto ele.” (Cap. III)

Maquiavel traça um paralelo entre república e monarquia, mas se limita a analisar apenas a
segunda forma de governo.

“Contudo, nas repúblicas há mais vida, mais ódio, mais desejo de vingança; não deixam nem
podem deixar esmaecer a lembrança da antiga liberdade: assim, o caminho mais seguro é
destruí-las ou habitá-las pessoalmente.” (Cap. IV)

Na monarquia, o principado é o território no qual o príncipe governa. Para garantir a submissão


dos súditos é preciso saber usar os vícios e virtudes, e, sobretudo garantir a segurança e o
bem estar.

“Os que, por suas virtudes, semelhantes às que aqueles tiveram, tornam-se príncipes,
conquistam o principado com dificuldade, mas com facilidade o conservam; e os obstáculos
que se lhes apresentam no conquistar o principado, em parte nascem das novas disposições e
sistemas de governo que são forçados a introduzir para fundar o seu Estado e estabelecer a
sua segurança.” (Cap. VI)

“Ainda, não evite o príncipe de incorrer na má faina daqueles vícios que, sem eles, difícil se lhe
torne salvar o Estado; pois, se bem considerado for tudo, sempre se encontrará alguma coisa
que, parecendo virtude, praticada acarretará ruína, e alguma outra que, com aparência de
vício, seguida dará origem à segurança e ao bem-estar.”
A partir do capítulo VI até o capítulo VIII, o autor expõe três formas básicas de se chegar ao
poder: pelo destino, pelo valor ou pela “malvadeza”.

Em seguida descreve o principado civil e mais adiante os principados eclesiásticos.

“Só estes possuem Estados e não os defendem; súditos, e não os governam; os Estados, por
serem indefesos, não lhes são tomados; os súditos, por não serem governados, não se
preocupam, não pensam e nem podem separar-se deles. Somente estes principados, pois, são
seguros e felizes. Mas, sendo eles dirigidos por razão superior, à qual a mente humana não
atinge, deixarei de falar a seu respeito, mesmo porque, sendo engrandecidos e mantidos por
Deus, seria obra de homem presunçoso e temerário dissertar a seu respeito.” (Cap. XI)

Mais adiante, infere-se da obra que a arte de governar está ligada à intimidação, sagacidade e
porque não enganação – já que para Maquiavel os fins justificam os meios. Um verdadeiro líder
deve ouvir tudo, mas confiar apenas em si próprio.

“Concluo, pois, voltando à questão de ser temido e amado, que um príncipe sábio, amando os
homens como a eles agrada e sendo por eles temido como deseja, deve apoiar-se naquilo que
é seu e não no que é dos outros; deve apenas empenhar-se em fugir ao ódio, como foi dito.”
(Cap. XVII)

Por fim o autor declara que para um príncipe se manter no governo é necessário adaptar-se
àquele tempo em que vive.

“Por isso, o homem cauteloso, quando é tempo de passar para o ímpeto, não sabe fazê-lo e,
em conseqüência, cai em ruína, dado que se mudasse de natureza de acordo com os tempos e
com as coisas, a sua fortuna não se modificaria.” (Cap. XXV)

E na Itália (local onde o contexto histórico da época – 1513- proporcionou a criação do livro “O
Príncipe) deve haver novas leis e ornamentos, e um governante sábio e forte. [È a segunda
tese principal que propõe a Unificação Italiana.]

“Consideradas pois, todas as coisas já expostas, pensando comigo mesmo se no momento


presente, na Itália, corriam tempos capazes de honrar um príncipe novo e se havia matéria que
assegurasse a alguém, prudente e valoroso, a oportunidade de nela introduzir nova
organização que a ele desse honra e fizesse bem a todo o povo, quer me parecer concorrerem
tantas circunstâncias favoráveis a um príncipe novo que não sei qual o tempo que poderia ser
mais adequado para isto.” (Cap. XXVI- final)

*A obra foi retirada da internet (http://www.dominiopublico.gov.br ) e não possui paginação, por


isso as referências das citações estão em capítulos.

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