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1.

Introdução a Sistema Eléctricos de Potencia (SEP)


A eletricidade é a forma mais fácil de se transportar energia para a sua utilização nos
processos de manufatura. Ela surgiu como forma de substituir a energia da máquina a vapor,
pilastra mestra da atual revolução industrial.
1.1 DEFINIÇÃO DE ENERGIA E POTÊNCIA
1.1.1 ENERGIA
Os físicos definem a palavra energia como a quantidade de trabalho que um sistema é
capaz de fornecer. Energia, de acordo com os físicos, não pode ser criada, consumida ou
destruída. No entanto a energia pode ser transformada ou transmitida de diferentes formas: a
energia cinética do movimento das moléculas de ar podem ser convertidas em energia cinética
de
rotação pelo rotor de uma turbina eólica, que por sua vez pode ser convertida em energia
elétrica
através de um gerador acoplado ao rotor da turbina.
Em cada processo de conversão de energia, parte da energia da fonte é dissipada em
forma de calor (energia térmica) em função do atrito entre as engrenagens, moléculas de ar e
esforços mecânicos da máquina conversora. A relação entre a energia que entra no sistema de
conversão e a energia que sai desse sistema chama-se rendimento.
Costuma-se medir a capacidade de produção de energia em quilowatt hora ou megawatt
hora durante um certo período de tempo. Note que a unidade de energia é quilowatt hora
[kW.h],e não apenas quilowatt [kW]. Confundir estas unidades é um erro bem comum.

1.1.2 POTÊNCIA
A potência elétrica é normalmente medida em watt [W], quilowatt [kW], megawatt
[MW], etc. Ou seja, potência é a quantidade de energia transferida por unidade de tempo. A
potência pode ser medida em qualquer instante de tempo, enquanto a energia precisa ser
medida em um intervalo de tempo, como um segundo, uma hora, um ano, etc. Por exemplo,
se uma turbina ou gerador possuem uma potência nominal de 600 quilowatts [kW], significa
que aquela turbina pode produzir 600 quilowatts hora [kW.h] de energia por hora de
operação, trabalhando no ponto máximo de eficiência.
A potência dos motores de automóveis são geralmente medidas em cavalos e não em
kW. A unidade “cavalo vapor” da uma idéia intuitiva de quanto “músculo” o gerador ou
motor possui, enquanto a energia da uma idéia de quanto um motor ou gerador “trabalhou”
durante um período de tempo.
Unidades de potência.
1 kW = 1.359 CV
1.2 O QUE É GERAÇÃO E COGERAÇÃO?
1.2.1 GERAÇÃO
A geração de energia elétrica é a transformação de qualquer tipo de energia em energia
elétrica. Esse processo ocorre em duas etapas. Na 1a etapa uma máquina primária transforma
qualquer tipo de energia, normalmente hidráulica ou térmica, em energia cinética de rotação.
Em
uma 2a etapa um gerador elétrico acoplado à máquina primária transforma a energia cinética
de
rotação em energia elétrica.
Como exemplo podemos tomar uma hidroelétrica onde uma turbina hidráulica
transforma a energia potencial da água em desnível, em energia cinética de rotação que é
transferida a um eixo acoplado a um gerador, tal como mostrado na figura 1.
1.3 O SISTEMA DE GERAÇÃO
O sistema de geração é formado pelos seguintes componentes: Máquina primária,
geradores, transformador e sistema de controle, comando e proteção.
1.3.1 MÁQUINA PRIMÁRIA
É a maquina primária que faz a transformação de qualquer tipo de energia em energia
cinética de rotação para ser aproveitada pelo gerador. Por exemplo, a máquina que transforma
a
energia liberada pela combustão do gás em energia cinética é a turbina a gás.
As principais máquinas primárias utilizadas hoje são motores Diesel, turbinas
hidráulicas, turbinas a vapor, turbinas a gás e eólicas. Normalmente as centrais elétricas onde
as
máquinas primárias são turbinas a vapor, as centrais são classificadas em relação ao
combustível
utilizado para aquecer o vapor. Onde ocorre o processo de combustão as centrais são
chamadas
de termelétricas e onde ocorre o processo de fissão nuclear são chamadas de termonucleares.

1.3.4 CONTROLE, COMANDO E PROTEÇÃO


Para interligar um grupo gerador a uma rede de transmissão ou distribuição são
necessários vários requisitos. Em primeiro lugar, a tensão de saída do gerador não pode variar
mais que 10% para cima ou para baixo. O controle da tensão é feito através da excitatriz do
próprio gerador e será estudada no capitulo 3. No entanto, não basta apenas compatibilizar a
tensão. É necessário que se faça o sincronismo com a rede antes de comandar o fechamento
da
linha. Para que estas medidas sejam tomadas, são necessários vários equipamentos de
manobra e proteção, tais como TC’s, TP’s, relés e disjuntores. O quadro de comando e
proteção reúne todos
estes equipamentos, e permite ao operador supervisionar o funcionamento do sistema e atuar
imediatamente caso se faça necessário.
A freqüência do sistema elétrico é a variável mais importante e a mais difícil de ser
controlada. Para que o sistema de geração funcione corretamente, é necessário que a
frequência de tensão de saída do gerador seja constante e de acordo com o sistema elétrico da
região em que se encontra. Por exemplo, no Brasil a freqüência de operação do sistema
elétrico é de 60 Hz, e o sistema de geração de energia elétrica do Paraguai é de 50 Hz. Esta
freqüência é função da rotação do gerador, portanto o gerador deve funcionar sempre em uma
rotação fixa, que é aplicada pela máquina primária. Portanto ela depende da velocidade de
rotação da máquina primária. Cabe ao sistema de controle atuar nos reguladores de velocidade
das máquinas primárias e assim garantir uma freqüência fixa da tensão na saída do gerador.
A potência elétrica de saída do gerador é diretamente proporcional a potência mecânica
transmitida pela máquina primária através do eixo. Sabemos que a potência mecânica na
pontado eixo de uma máquina girante é diretamente proporcional ao produto da velocidade de
rotaçãoe o torque na ponta de eixo:

P k C n
onde k é uma constante de proporcionalidade.

Portanto, se o gerador precisar entregar mais potência para o sistema devido a um


aumento súbito de carga, a máquina primária precisa aumentar o torque transferido ao
gerador, uma vez que a rotação deve-se manter constante.
Algumas das principais diferenças entre os turbogeradores e os hidrogeradores é a
velocidade de rotação e o momento de inércia da parte girante. Nos hidrogeradores a
velocidade de rotação é normalmente bem mais baixa e o momento de inércia bem maior do
que nos turbogeradores, uma das conseqüências desta diferença é a de que os turbogeradores
necessitam de sistemas de controle de corrente de campo e controle da velocidade de rotação
da máquina primária mais confiáveis e mais rápidos do que os hidrogeradores, pois uma
perturbação na carga requer uma adaptação rápida e precisa do sistema de geração.

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