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Editorial

Expediente

Mais uma edição. Nº 13. Para
Direção Geral muitos, o número do azar. Para nós,
Pei Fang Fon o número da confirmação de que o
trabalho está tendo continuidade.
Fotografia
“Aos trancos e barrancos”
Daniel Lima
sobrevivemos aos mais ferrenhos
Pei Fang Fon
sentimentos de tristeza, revolta,
Yzza Albuquerque
desmotivação... Como? Não sabemos.
Mas estamos aqui.
Revisão
A certeza de tudo o que já
Pei Fang Fon
foi feito está nas nossas páginas:
Yzza Albuquerque
entrevistas com bandas conhecidas,
parcerias, leitores que participam,
Capa
bandas que contribuem... Alguns
Lucas Marques
destes elementos têm feito de nós
Pei Fang Fon
mais fortes. Sim, fortes! Por meio
Equipe
de tantas pedras que enfrentamos
Daniel Lima
e ainda enfrentaremos no caminho,
Jonas Sutareli sempre houve e haverá motivos que
Lucas Marques nos farão lembrar de que o trabalho
Pei Fang Fon desenvolvido não foi em vão.
Renato Tiengo Nesta edição, apenas queremos
Yzza Albuquerque dizer uma coisa para todos os nossos
leitores, todas as bandas que já
passaram por aqui, as pessoas que
Agradecimento já foram entrevistadas, os nossos
Kedma Villar, Naipe Records, Cactus, parceiros que acreditaram em nós:
FotoFon, Salto Comunicações, Reign in MUITO OBRIGADO!!!
Metal, Otherside Produções Sem vocês, esta semente não
teria germinado, nem crescido. Agora
Colaboradores nesta edição queremos mais. Vamos lutar para
Antonio Fon isso. E esperamos que todos que
aqui foram representados, estejam
Contato cientes de que fizeram parte do nosso
Email: contato@rockmeeting.net crescimento.
Orkut: Revista Rock Meeting Muito obrigado! Nossos sinceros
Twitter: http://twitter.com/rockmeeting votos de felicidade. Você, sim... Você!!!
Faz parte da nossa vitória.
Veja os nossos outros links:
www.meadiciona.com/rockmeeting
09
Índice

J Rock - 02
World Metal - 05
15 Dominus e Apokalyptic - 07
Um ano Rock Meeting - 10
Caravellus - 16
Perfil RM - 21
Ação Social - 23
Eu estava lá- 25

20

07
Imagem do site CG Texture

Festival AL
J ROCK

Cena alagoana que vai além


dos eventos de anime e
cultura pop japonesa

Por Lucas Marques (@lucasmarx | lucas@rockmeeting.net)


Fotos: Divulgação

Quando se ouve falar em Jrock, a maioria das pessoas imediatamente se


perguntam, “o que é isso?”. Jrock nada mais é que a abreviação de Japanese Rock,
um nincho musical que abrange várias vertentes do Rock, contrariando a maioria das
pessoas que pensam que se trata de um estilo musical específico.
Dentro do Jrock, há uma vertente que é sempre uma das primeiras características
a serem lembradas quando se fala sobre o assunto, o Visual Kei. O Visual Kei teve início
ainda na década de 1980, tendo como sua principal referência o Glam Metal ocidental.
Bandas como X-JAPAN, D’ERLANGER, NIGHTMARE, DEAD END, BUCK-TICK, Kamaitachi
e COLOR, são consideradas pioneiras do movimento.
Como o Jrock em si, o movimento Visual Kei não envolve um estilo musical
específico: sua característica principal é a ênfase no visual de seus artistas. Um
movimento que se caracteriza por suas propriedades andróginas e extravagantes,
que oscilam entre formas mais exageradas e mais leves, cada banda com sua própria
característica. Por tudo isso, o Visual Kei se tornou uma característica emblemática do
Jrock.
No Brasil, como na maioria dos outros lugares do mundo, o Japanese Rock ganhou
maior força graças aos Animes e aos Tokusatsus, que ganharam maior destaque em
meados dos anos 1990 e têm se popularizado cada vez mais graças à internet. As
animações japonesas quase sempre trazem em suas aberturas e encerramentos grandes
ídolos da sua música, popularizando assim seus artistas para o resto do mundo. Por
aqui, há ainda muita desinformação sobre o assunto, o que acaba limitando o Jrock à
simples associação com os animes, ou seja, Anisongs. Mas as coisas estão mudando.
Graças aos eventos de cultura pop japonesa, onde são apresentados vários
atrativos para quem curte a cultura oriental, o espaço para o Rock japonês está crescendo
no Brasil. Esses eventos já se tornaram bem populares, e trazem todos os anos artistas
de grande expressão do cenário musical japonês. Mas nem todas as convenções têm
como trazer esses artistas. Inspirados nisso, uma emergente cena Jrock foi criada no Brasil,
servindo de estímulo para que apreciadores do estilo pudessem formar suas bandas do estilo
por aqui.
Em Alagoas, esse movimento é relativamente novo, tendo início por volta de cinco anos
atrás, com as bandas ANDROID~MONKEY e BANZAI, ambas atualmente com as suas atividades
encerradas ou em um longo hiato.
Com a inatividade dessas bandas, os eventos de cultura pop japonesa passaram a
convidar bandas de fora do estado para animar seu público aos finais de cada edição, o que
foi interessante para a mobilidade da cena. Mas a galera alagoana sentia falta de bandas
nossas. Pensando nisso, foi criada a banda Venom Shoyu, que pegou uma nova geração de
apreciadores do Rock oriental, e junto com a então recém formada banda Harakiri, fizeram
reviver a cena Jrock no estado.
Com o fim dessas duas bandas, mais bandas do estilo começaram a surgir, e o espaço
dos eventos de cultura pop japonesa já não é mais suficiente para as bandas alagoanas.

1º Festival JRock em Maceió

No último dia 12, rolou em Maceió o 1º Jrock Festival, um evento voltado totalmente
para a música japonêsa, que teve como foco promover essas bandas novas que surgiram
no cenário musical alagoano. O evento aconteceu no Kfofo Music Bar e teve apoio da Lobão
Produções, que contribuiu para o sucesso do evento.
Por problemas técnicos, o show começou com certo atraso, mas nada que fizesse com
que o ânimo do público, que esperava ansioso na porta, diminuísse. Quem abriu o show foi a
J-neration. Fazendo cover da banda “One ok rock”, ela chegou cheia de gás e deu uma bela

03 Rock Meeting
esquentada no público, que já quase lotava o Kfofo.
A segunda banda que agitou a noite foi a Shoryuken, que fez a galera pirar ao tocar
alguns temas clássicos de animes. A qualidade do som dos caras fez com que a galera não
parasse um minuto de pular e cantar junto.
Em seguida, a galera da Shönen Party subiu ao palco. Apesar dos problemas na equalização
do som, a banda veio com tudo! A Shönen fez uma coisa diferente em seu show: além de seu
repertório repleto de Jrock da melhor qualidade, ela fez covers de bandas ocidentais como
Arctic Monkeys e Drowning Pool, não deixando ninguém ficar parado ao tocar o hit “Bodies”.

A quarta banda a tocar foi a Ikari, que levou um repertório recheado de clássicos do Jrock,
como a banda X-Japan, e músicas temas de animes e temas de games. A Ikari protagonizou o
que foi considerado por muitos o ápice do show. Embalados pelo popular game ‘Guitar Hero’, a
galera da Ikari fez um cover da música “Through the Fire and Flames” da banda Dragonforce,
e, apesar da falha técnica no começo da canção, a banda fez um épico cover e fez a galera ir
à loucura!
Quem fechou a noite foi a banda Last Kamikaze, que apesar de ter metade de seu
repertório cortado por conta dos atrasos, tocou com empolgação total. Tocando covers de
bandas bem populares por aqui, como Maximum the Hormone, A.K.F.G e Gazette, a banda fez
a galera ficar até o finalzinho pulando e encarando os cicle-pits como se fosse o começo do
show. A banda ainda surpreendeu a galera ao tocar a música “Enter Sandman” do Metallica, o
que certamente estimulou a todos a ficarem até o final.
No final do show, todos esperavam pela participação especial da banda Venom Shoyu,
mas por falta de tempo a banda não pôde tocar, o que causou certo constrangimento por parte
do público.
Mas tirando alguns imprevistos, o evento foi um grande sucesso. A casa permaneceu
lotada do começo até o final, provando que é possível sair do eixo padrão do cenário musical
alagoano, apostar em uma coisa nova e obter sucesso. Aguardem pelos próximos eventos.

04 Rock Meeting
Carcass: Bill Bullet For my
Steer é o segundo Valentine: dois
guitarrista do novos vídeos a
Angel Witch caminho
O guitarrista Bill Steer
Os metaleiros do BULLET
(CARCASS, FIREBIRD, ex-
FOR MY VALENTINE
NAPALM DEATH) se juntou à lenda do NWOBHM,
conseguiram uma parceria com o diretor Nigel Dick
ANGEL WITCH, como 2º guitarrista.
(GUNS N’ ROSES, Black Sabbath, DEF LEPPARD,
NICKELBACK) para dirigir seus novos vídeos para as
A formação 2010 do ANGEL WITCH é a seguinte:
músicas “Fever” e “Bittersweet Memories”.
BFMV começou uma turnê com 32 datas pela
Kevin Heybourne - Guitar, Vocals
américa do norte em 16 de setembro, em Wichita,
Andrew Prestiedge - Drums
Kansas. ESCAPE THE FATE, BLACK TIDE e DRIVE A
Will Palmer - Bass
são as bandas de abertura.
Bill Steer - Guitar

Dave Mustaine e Kerry King trocam elogios em entrevista


Em entrevista King não desperdiçou
cedida ao site Spin.com, a oportunidade de dizer
Dave Mustaine, frontman palavras gentis em troca.
do Megadeth, declarou “Eu chamo o Megadeth de
que o show do Slayer é o os nerds da guitarra. Não de
melhor que já viu em toda um jeito ruim, mas eles são
a vida. “A energia deles é nerds da guitarra. Eles são
simplesmente demais. Nós muito bons no que fazem.”
(do Megadeth) tentamos E ainda comentou: “Todas
dar o nosso melhor, mas em as quatro bandas (Anthrax,
termos de energia ao vivo, Slayer, Megadeth, Metallica
eu nunca vi ninguém fazer - o Big Four) começaram no
o que o Kerry e o Slayer mesmo lugar, evoluíram e
fazem”, afirmou. se tornaram um monstro de quatro cabeças.”

Theatres des Vampires: banda declarou que “Moonlight Waltz” será


novidades sobre o novo álbum o álbum mais bem produzido da história do
Theatres des Vampires.
Os italianos do Theatres “Estamos encantados com
des Vampires lançarão a qualidade das partes
seu novo álbum, intitulado orquestradas”, afirmou.
“Moonlight Waltz”, no dia 14 de Entre as canções que
janeiro do ano que vem. O CD fazem parte do tracklisting
foi gravado no estúdio Temple oficial do álbum, estão
of Noise, em Roma, com a “Carmilla” (já disponível no
ajuda do produtor Christian Ice, Myspace da banda), “Fly
e contará com a participação Away”, “Black Madonna”,
de Snowy Shaw (Dimmu Borgir, “Obsession”, “The Secret
King Diamond, Mercyful Fate, Gates of Hades”, e a faixa
Therion, Notre Dame) e Eva Breznikar (Laibach). que dá nome ao CD, “Moonlight Waltz”.
Em entrevista recente, o tecladista da

05 Rock Meeting
Apocalyptica: Nine Inch Nails:
Vídeo de ‘Broken disco vai virar
Pieces’ em parceira minissérie da
com Lacey (Fly­ HBO/BBC
leaf)
De acordo com
Foi lançado o clipe do informações da Rolling
segundo single do 7th Symphony: Broken Pieces! Stone Brasil, o álbum
O vídeo foi liberado no MySpace Germany. O “Year Zero”, lançado pelo
NINE INCH NAILS em 2007, vai ser adaptado e virar
single de ‘Broken Pieces’ será lançado dia 22 de
minissérie de TV em uma parceria da HBO e da BBC
outubro. Worldwide Productions.
Confiram o vídeo: A informação foi revelada pelo vocalista Trent
h t t p : / / v i d s . m y s p a c e . c o m / Reznor durante entrevista ao jornal Los Angeles
index.cfm?fuseaction=vids. Times, publicada na última terça (28). A ideia busca
individual&videoid=106671190 transformar o disco conceitual em uma série de
ficção científica baseada nos temas do álbum.

Sepultura: Andreas Kisser será a nossa maior inspiração, revendo o


fala sobre novo álbum da passado e vivendo o presente. Ou seja,
o porquê de estarmos aqui depois de
banda
tanta coisa que mudou, dentro e fora da
banda, e, mesmo assim, continuarmos
Questionado pelo site da revista a tocar e curtir muito o que fazemos.
Guitar Player se o próximo álbum do Temos escrito algumas músicas desde
Sepultura seria temático a exemplo dos a turnê na Europa [nos últimos meses].
dois trabalhos anteriores (“Dante XXI” Agora estamos aperfeiçoando as ideias,
e “A-Lex”), Andreas Kisser disse: “Sim, e as canções estão fluindo muito bem.
temos um conceito. Não será baseado Estão mais trabalhadas, mais longas, uma
em um livro, como os dois últimos característica dos temas mais antigos do Sepultura”.
trabalhos, mas de certa forma será! Na verdade, O novo CD do Sepultura começará a ser
seremos influenciados pela própria história do gravado no meio de novembro e segundo Kisser há
Sepultura, a nossa biografia. São 25 anos de trajetória cinco músicas sendo trabalhadas neste momento mas
musical, com muitas experiências e viagens, até ainda sem nomes e disse que a previsão é que em
chegar aos dias de hoje. O agora, o momento atual, março de 2011 seja lançado.

Paul McCartney: show em Porto Dody Sirena, da DC Set Promoções (produtora


Alegre é confirmado responsável pela turnê brasileira do músico).
“É um momento histórico
Depois de muita especulação, trazer um ex-BEATLES a
a apresentação de PAUL Porto Alegre”, comentou
MCCARTNEY na capital gaúcha Melzer.
foi confirmada no início da tarde
desta quarta-feira (29). O show PAUL MCCARTNEY passará
do ex-BEATLES realmente será também por São Paulo, nos
no dia 7 de novembro, no estádio dias 21 e 22 de novembro
Beira Rio, conforme o Whiplash! no estádio Morumbi; e em
antecipou na última semana. Buenos Aires, no dia 15 do
mesmo mês. Os ingressos
O anúncio da confirmação foi feito para o espetáculo na
em São Paulo, pelo vice-presidente executivo capital gaúcha começam a
do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, e por ser vendidos a partir da próxima semana.

06 Rock Meeting
A MILÍCIA DO
DOMINUS PRAELII E APOKALYPTIC RAIDS

METAL INVADIU
MACEIÓ
No dia 5 de setembro de 2010, a turnê sul-americana Power Militia, que conta
com as bandas Apokalyptic Raids (RJ) e Dominus Praelii (PR), passou por
Maceió. A Rock Meeting esteve lá. Confira um pouco do que vimos!

Pei Fang Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)


Yzza Albuquerque (@yzzie | yzza@rockmeeting.net)

A
noite começou da maneira mais Face”). Além dessas canções, a Goreslave
“porrada” possível. Depois do atraso também tocou músicas próprias, todas já
considerável já típico dos shows de conhecidas da galera, como “Ascendancy
Rock em Maceió, a Goreslave subiu ao to Chaos” e “An Evil Between Us”.
palco em grande estilo, providenciando Seguindo a sequência da noite,
uma válvula de escape para toda a a banda carioca de Death/Black Metal
frustração dos fãs de Metal presentes. Apokalyptic Raids mostrou a sua força. O
Como sempre, o trio, composto por som da banda é mais “sujo” e carregado de
Messias Júnior (bateria e vocal), Adeilson influências oitentistas, o que agradou ao
Júnior (guitarra) e Edilson Lyma (baixo e público que foi prestigiá-la, respondendo
backing vocals), promoveu um verdadeiro da melhor maneira possível: fazendo
massacre, levando o público à loucura a circle pits e batendo muita cabeça.
cada música tocada. A banda é composta por Leon
Os grandes momentos da Manssur (vocal e guitarra), Vinícius
apresentação da banda foram as Canabarro (baixo) e Márcio Cativeiro
execuções de duas covers: a primeira (bateria). O trio carioca acelerou a
sendo dos monstros poloneses do Black/ insanidade do público após a apresentação
Death Metal do Behemoth (“Antichristian esmagadora da Goreslave, com o seu
Phenomenon”), e a segunda, dos som rápido e envolvente.
veteranos americanos do Death Metal Ao som de “I’m a Metalhead”, o
do Cannibal Corpse (“Hammer Smashed público respondeu às investidas de
Mansur nos vocais, levando ao delírio os bandeira com a logo da banda e muito
apreciadores Heavy Metal.
do estilo - toda Com o colombiano Jorge
uma prévia Bermudez nos vocais, o fundador Silvio
do que seria Rocha e também Evandro Romero nas
a insanidade guitarras, Rene Warrior no baixo e o já
com a entrada
bem conhecido do público maceioense
da banda
Helmut Quacken na bateria, a Dominus
p a ra n a e n s e ,
Dominus Praelii fez uma apresentação que dei-
Praelii. xaria qualquer Metal maniac orgulhoso.
A Do Tocando músicas próprias e fazendo
m i n u s todos os presentes cantarem em coro
Praelii os refrões de canções como “Raise
fechou Your Axe” e “Hard Deadly Wheels”, a
a noite banda com certeza não decepcionou.
da me Também fez parte do setlist a música
lhor maneira “Get Out”, do novo álbum, intitulado
possível. “Keep the Resistance”. Entretanto, o
Seguindo ponto mais alto da apresentação foi a
a linha de hora em que os caras tocaram “Cold
g r a n d e s Winds”, do álbum “Holding the Flag of
g r u p o s War”: o público observava estarrecido
musicais, enquanto a banda executava a canção
como o com maestria, com direito até a
Manowar, coreografia sincronizada, muito imitada
o Judas por alguns.

A
Priest e
o Grave noite do dia 5 só comprovou
Digger, o o que todo frequentador da
quinteto cena underground sabe de cor
subiu ao palco munido de uma enorme e salteado: que o Metal está vivo,
respirando, e vai muito bem, obrigado.
UM ANO DE ROCK MEETING
Edição de aniversário

Texto: Pei Fang Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)


Fotos: Antonio Fon (@antoniofon | www.fotofon.com.br)
UM ANO
CELEBRADO EM
GRANDE ESTILO
O
tão “agendado” dia 25 de setembro O evento
foi ansiosamente esperado. Nunca
se fez tanto alarde para uma data A festa começou com um atraso
como para este dia. Muitas expectativas maior do que o previsto. A organização
foram criadas em torno do primeiro evento se programou para iniciar o evento às
realizado pela Revista Rock Meeting, no 20h, mas, infelizmente, por conta do
seu primeiro ano a frente de uma mídia operador da mesa de som, o evento só
inovadora que veio para resgatar o que há foi iniciado uma hora depois. A falta de
de melhor do Rock and Roll alagoano. profissionalismo do operador prejudicou
Numa comunidade de um site de o andamento dos horários que estavam
relacionamentos, era possível ver o quanto definidos, e atrapalhou o desempenho da
o público de Alagoas comentava sua última banda, de União dos Palmares.
ansiedade, através dos tópicos criados pela Por volta das 21h, a Powerslave
organização do evento. iniciou a noite tocando para os Maiden
Precisamos de quatro meses maniacs alagoanos. A banda tem pouco
para organizar, buscar parceiros e tempo de formação, mas já conquistou o
patrocinadores, em prol da realização do gosto do público mais exigente. A grande
primeiro aniversário da Rock Meeting. surpresa da banda foi o setlist enigmático,
Muitas questões foram sanadas durante que até os mais devotos fãs da Donzela
este período, e outros perduraram até o dia de Ferro não souberam decifrar.
e a hora do show. No fim, tudo deu certo. “The Wicker Man” foi a primeira
A comemoração ocorreu no KFofo Show música tocada, seguida de “Rainmaker”,
House, localizada no bairro de Jaraguá, em o que já levantou o espírito do público. Na
Maceió. sequência, vieram: “Be Quick or Be Dead”,
Para o primeiro evento, foram “Flight of Icarus”, “El Dorado”, “Flash of
chamadas as bandas que já passaram pela the Blade”, “Children of the Damned”,
revista e outras que têm se destacado no “Fates Warning”, “Man on the Edge” - com
cenário atual de Alagoas. Duas bandas de participação de Daniel DaVoiz (Vocalista
Pernambuco foram convidadas para fazer da IMDY Project) - e “Hallowed Be Thy
parte do line-up do evento, como forma
Name”.
de agradecer às parcerias feitas junto a
A banda é formada por Renato
Otherside Produções. Powerslave (cover
Dickinson (vocal), Messias Júnior (bateria),
de Iron Maiden), Goreslave (Death Metal),
Breno Murray (guitarra), João Goulart
Forloxcia (União dos Palmares – Heavy/
(guitarra), Marlus Martins (guitarra) e Jeff
Thrash Metal) e Mia Dolce Vendetta (Metal/
Hardcore) foram as bandas alagoanas. Santos (baixo).
Pandemmy (Thrash/Death Metal – PE) Sem perder tempo com a arrumação
e Cangaço (Heavy/Folk – PE) foram as da bateria, Messias descansava enquanto
principais. aguardava a entrada dos dois integrantes
preocupar com isso, o grupo, que foi criado
recentemente, trouxe na sua bagagem um
som pesado e que impressionou até os
mais pessimistas. De cara, eles tocaram
a sua mais nova música, “Issei Sagawa”.
Os Metalheads ficaram impressionados
com a força que a banda impulsionou
para aumentar ainda mais atmosfera e os
ânimos de todos.
O setlist da banda variou entre
muitas músicas próprias e dois covers,
entre eles “La Migra”, do Brujeria, que
contou com a participação de Rodolfo
Medeiros nos vocais. As músicas tocadas
foram: “Monologue”, “The Price of Lie”,
“Forgiveness”, “Crucificados pelo Sistema”
(Ratos de Porão), “Destruction” e “Do Not
Raise Your Hands in the Sky”. A Mia Dolce
Vendetta subiu ao palco com a seguinte
formação: Hudson Feitosa (guitarra),
Carlos Peixoto (baixo), Saulo Lessa
(vocal), Igor Calado (guitarra) e Diogo
Borges (bateria).
da Goreslave restantes: Adeilson Júnior
(guitarra) e Edilson Lyma (baixo e backing
vocals).
A banda é sempre esmagadora
nas suas apresentações, e o setlist não
deixa por menos. Contando com músicas
próprias e dois covers, a banda trouxe
a áurea do Metal Extremo para o KFofo.
Muitos circle pits foram criados, e o público
acompanhava a explosão de técnica e
velocidade da bateria que Messias ditava,
além de cantar, o que já era um trabalho
difícil.
O setlist foi “Ascendancy to Chaos”,
“An Evil Between Us”, “Redeemer’s
Wounds”, “Antichristian Phenomenon”
(Behemoth cover), “Condemned to
Eternal Anguish” e “Hammer Smashed
Face” (Cannibal Corpse cover).
Depois da agressividade extrema
do Goreslave, subiu ao palco a banda que
mais recebeu críticas por estar no line up
do evento: a Mia Dolce Vendetta. Sem se

13 Rock Meeting
Uma das atrações principais da noite entrou na Para aumentar a euforia dos alagoanos, os
transição do sábado para o domingo. A banda caras tocaram “In League With Satan” música
de Thrash/Death Metal, Pandemmy, subiu ao clássica da banda inglesa Venom. Emendaram
palco carregada de expectativa. Muitos estavam com outro cover, “Total Disaster”, do Destruction.
no evento para ouvir as bandas de convidadas e Em seguida foi tocada outra música própria,
não se decepcionaram. “Heretic Life”, terceira faixa do EP. Continuando
A banda tem pouco mais de um ano de a apresentação, veio “Involution of a Lost
formação e já alçou vôos altos. Tocou ao lado de Society”, música do próximo EP, com previsão de
bandas já renomadas, como Andralls e SupreMa. lançamento para fevereiro de 2011. Para celebrar
Mas foi a primeira vez que foram os headliners a noite, tiraram mais uma cover, “Symphony of
de um evento. Destruction”, da banda americana Megadeth. E
Os pernambucanos vieram desfalcados de fechando o setlist, a música título do EP, “Self-
sua formação original, sem o baixista Augusto Destruction”, para selar de vez a apresentação.
Ferrer, que ficará ausente por seis meses. Kadu A segunda atração principal da noite
Machado assumiu a função e entrou no clima. ficou por conta dos também pernambucanos da
Pandemmy é formada por Rafael Gorga (vocal), Cangaço. Esta que foi formada recentemente e
Pedro Valença (guitarra), Diego Gomes (guitarra) já conquistou algo que muitas bandas sonham:
e Fausto Prieto (bateria). tocar no Wacken Open Air, na Alemanha. Não
A banda é uma mistura interessante de precisa ser músico para entender a grandeza
peso e de riffs envolventes. A apresentação deles do evento que a Cangaço fez parte. Como a
começou com uma música própria, “In Front representante do Brasil, eles mostraram as raízes
of Death”, segunda faixa do seu EP, intitulado do som nordestino para os europeus e alguns
“Self-Destruction”, lançado em dezembro do ano brasileiros que se fizeram presente no festival.
passado. Com o refrão pegajoso e cadenciado, No evento da Rock Meeting, a banda de
o público entrou no clima imediatamente, de Heavy/Folk tinha uma imensa responsabilidade:
nervos agitados para a entrada da segunda mostrar por que foi escolhida para tocar no
música do setlist, “Burn My Clan”. Na execução Wacken. Mas uma sensação foi unânime dentre
desta canção, a galera já estava insana e a audiência, de que eles realmente mereciam
respondendo na mesma proporção dos riffs nos representar na Alemanha.
pesados da Pandemmy. O setlist foi variado entre músicas próprias

14 Rock Meeting
e dois covers: “Logical Mistakes”, “Devices CDs, além da coluna “Perfil RM” da edição
of Astral”, “Opposing”, “Through the Eyes 14, onde uma pessoa será entrevistada
of Greed” (originalmente do Sadus), “Statu pela equipe da revista. As bandas dos CDs
Variabilis”, “Corpus Alienum” e “Pull the sorteados foram Terra Prima (PE), Cangaço
Plug” (cover do Death). (PE) e Pandemmy (PE). As camisas vieram
A empolgação da galera era da Naipe Records e da Rock Meeting.
perceptível. Muitos ficaram vidrados na Confusões
parte técnica do instrumental da Cangaço, Nem só de festa se fez o evento de
como se fosse um workshop. Os integrantes comemoração de um ano da Rock Meeting.
da banda são Arthur Lira (bateria), Rafael Antes do início do show, grande parte do
Cadena (guitarra) e Magno Lima (baixo e público, que ainda se encontrava no lado
vocal). de fora, foram surpreendidos pela política
Para fechar o line-up, a banda de interna da casa de show, que não permitia
União dos Palmares, Forloxcia, entrou para a entrada de menores sem o porte de
finalizar a grande noite de celebração da algum documento de identificação e de
Rock Meeting. Sendo a representante do seu responsável, bem como os demais que
interior de Alagoas, eles tocaram músicas não estavam com a identidade.
próprias: “Who’s to Blame”, “My Agony”, “I Houve um princípio de tumulto,
Hope You Understand”, “The Dark”, “Day mas foi contornado pela organização. No
After Day”, “Wall of Jericho” e “No Listen entanto, muitos bangers que não estavam
This Song”. munidos de seus documentos deixaram o
local por não poderem entrar no recinto.
Sorteios Infelizmente, foi uma situação
Quem foi ao evento da Rock Meeting, completamente estarrecedora, que toda
no último dia 25, além de conferir aos shows a organização não esperava acontecer.
de bandas alagoanas e pernambucanas, Esperamos que no futuro, todos possam
ainda poderiam contar com a sorte. Vários participar dos eventos realizados pela Rock
brindes foram sorteados, entre camisas e Meeting.
EXCLUSIVO

Um dos principais nomes do pro


Caravellus concede uma entrevi
Confira cada linha desta conversa
guitarrista e
Pei Fang Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)
Yzza Albuquerque (@yzzie | yzza@rockmeeting.net)
ogressivo pernambucano, a banda
ista exclusiva para a Rock Meeting.
a que tivemos com Glauber Oliveira,
líder da banda.
Inicialmente, muito obrigado Glauber Oliveira: O feedback tem sido
por atender à nossa solicitação. excelente. Como nossa sonoridade tem uma
Por favor, apresente a Caravellus conotação bem técnica e densa, torna-se
para os nossos leitores. necessário um número maior de audições
para se ter compreensão de toda a riqueza
Glauber Oliveira: A Caravellus é uma de detalhes inserida no nosso novo trabalho.
banda pernambucana de Metal Progressivo. Um feedback interessante que temos
Acabamos de lançar nosso segundo álbum, recebido é sobre as diferentes sensações
intitulado “Knowledge Machine”. O novo que o “Knowledge Machine” transmite a
álbum da Caravellus está vendendo como cada audição. Ficamos orgulhosos disto,
“água” no mercado asiático e europeu, pois mostra como esse disco soa “vivo”.
motivo de felicidade para nós. Esperamos
que, em breve, no Brasil também. Recentemente, vocês foram
destaque, também, em uma rádio
Como surgiu a banda? Qual a francesa. Como se sentem com tal
origem do nome Caravellus? honraria? Poderiam dizer que a
sensação é de “dever cumprido”?
Glauber Oliveira: A Caravellus surgiu
em meados de 2002, como um projeto de Glauber Oliveira: Na França, temos
estúdio. Antes do “Knowledge Machine”, nós recebido um carinho especial desde o
gravamos duas demos (“Reaching the Sky”, “Lighthouse and Shed”. O “Knowledge
de 2002, e “Across the Oceans”, de 2004) e Machine” meio que estava sendo aguardado
o nosso álbum de estreia (“Lighthouse and com muita atenção pelos franceses. Essa
Shed”, de2007). permanência da Caravellus, no mês de
Quanto ao nome Caravellus, a julho/2010, em primeiro lugar nas paradas
inspiração vem de “caravel” (“caravela” francesas é motivo de orgulho. Entretanto,
em inglês - remetendo ao Brasil Colônia), temos consciência de que existe muito mais
associado ao pronome “us”. Caravellus soa a fazer e conquistar.
semelhante a “caravelas”, quando lido como
palavra inglesa. Na música “When the Night
Has Fallen”, há um trecho bem
Vocês passaram por algumas peculiar ao pernambucano, um
mudanças de formação. O que frevo bem “metalizado”. Vocês
isso trouxe de positivo para a acham importante agregar as
atmosfera da banda? suas raízes ao som da Caravellus?
Há um motivo por trás disso?
Glauber Oliveira: As mudanças foram
importantes e necessárias para chegarmos Glauber Oliveira: Nós achamos importante
ao nível de amadurecimento que estamos externar nossa música na forma como ela
hoje. A banda já está com um line-up sólido nos é concebida. As raízes pernambucanas
desde 2007. estão no nosso sangue e isso é inerente às
nossas composições. É algo natural para
“Knowledge Machine” é o segundo nós. Além do Frevo, usamos outros ritmos
álbum da Caravellus, e ele já pernambucanos.
passou pela crítica de alguns
sites europeus, como o Lord of “Corsairs in Black” é o primeiro
Metal da Holanda. Como tem sido vídeo da banda deste novo
feedback daqueles que ouvem o trabalho. Como foram as
som de vocês? gravações?
18 Rock Meeting
Glauber Oliveira: Trabalho árduo. técnicas etc.
Nós fizemos uma pré-produção de 40 dias
antes das gravações do vídeo clipe. Foi um O que os membros da Caravellus
processo muito meticuloso. Outro grande escutam que não seja apenas
orgulho para nós. Metal, e que possivelmente serve
de inspiração no momento da
Em algumas das suas músicas, composição das músicas?
pode-se identificar vários outros
estilos, mas o Progressivo é Glauber Oliveira: Nós curtimos muita
o carro-chefe. Por que tocar coisa além de Metal, como Jazz, Funk, Bossa
Progressivo e não outro estilo Nova, música erudita etc.
dentro do Metal? Como eu, alguns membros da Caravellus
sempre trabalharam no meio musical fora
Glauber Oliveira: Bom... Somos inquietos e do Heavy Metal. Alguns como músicos de
sempre buscamos inovar. O Progressivo é um estúdio, bandas de baile, professores de
caminho marcado por essa busca do ousado música etc. Acho que isso somou de forma
e diferente, unindo elementos musicais de diferente no resultado final pra banda. É
forma inusitada. É o tipo de música que nos algo que nos deixa muito a vontade e nos
deixa felizes e onde podemos aplicar todas permite trilhar novos caminhos.
as nossas loucuras/experimentações (risos),
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Já que vocês têm um novo França. Uma turnê fora do Brasil
trabalho que acaba de sair do é uma realidade muito distante?
forno, quando é que a Caravellus Glauber Oliveira: Não é uma realidade
sairá para a turnê? muito distante. Como disse, estamos
agendando uma tour que deve iniciar-se em
Glauber Oliveira: No momento, estamos meados de 2011. Tour esta tanto nacional,
promovendo o álbum e agendando as datas quanto internacional. Já estamos com vários
da tour que deverá ter início em meados de convites.
2011.
Ainda falando de fãs estrangeiros,
Em termos de evolução musical, vocês acham que eles receberam o
como vocês avaliam o caminho novo CD mais entusiasticamente
percorrido desde o “Lighthouse que os brasileiros?
and Shed” até aqui?
Glauber Oliveira: Acho que os brasileiros
Glauber Oliveira: Avaliamos de maneira estão igualmente entusiasmados com o nosso
muito positiva esse caminho. Nós nos novo álbum. A diferença é que no exterior,
preparamos muito para esse trabalho. a Caravellus tem o apoio e credibilidade de
No “Lighthouse and Shed” já grandes gravadoras. No Brasil, as gravadoras
poderíamos ter colocado muito dessa estão muito distantes das bandas. Acho que
característica mais progressiva nas músicas, essa relação precisa estreitar-se novamente.
entretanto, optamos por “registrar” em
nosso álbum de estreia um ciclo iniciado O que vocês acham que falta no
em 2002, com uma Caravellus mais Power cenário do Metal brasileiro?
Metal.
No “Knowledge Machine”, nós Glauber Oliveira: Acho que é necessário
queríamos um disco sem restrições, onde dar mais apoio às bandas nacionais.
colocássemos todo nosso sincretismo Festivais com bandas nacionais, com público
musical. A Caravellus sempre foi considerada comprando ingressos e discos de bandas
uma banda de alto nível técnico, sempre preferidas. O Brasil é um país de dimensões
colocando essa característica em suas continentais. Acho que podemos fazer,
músicas, e no “Knowledge Machine” a banda realmente, esse caldeirão ferver.
pôde elevar isso ao mais alto nível.
Muito obrigado por este
Mudando um pouco de assunto, momento! Esperamos vê-los em
como vocês vêem a cena de Metal Maceió. Sucesso e parabéns pelo
do Nordeste? Há alguma banda novo trabalho.
que vocês têm acompanhado?
Glauber Oliveira: Gostaríamos de
Glauber Oliveira: Nós acreditamos agradecer à Rock Meeting pelo convite e
muito que se pode fazer um trabalho de espaço. O público de Maceió é incrível. Nós
qualidade no Nordeste. Posso citar os meus lembramos de forma muito clara a energia
conterrâneos do Decomposed God, que têm super positiva que nos foi passada em nossa
feito uma bela história ao longo dos anos. última apresentação aí, com o Hangar, no
Orákulo . Foi demais! Esperamos poder
Vocês têm fãs em outras partes do tocar em Maceió novamente, em nossa
mundo, a exemplo do Japão e da “Knowledge Machine Tour”.

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O PERFIL RM desta edição orgulhosamente traz
para você Messias Júnior, baterista das bandas
Goreslave, Powerslave e IMDY Project. Conheça
um pouco mais dessa grande figura do Metal
alagoano.

Apresente-se. pegada, variações, marcações, tem que fazer


Saudações a todos. Sou Messias Júnior, igual! O senhor Steve Harris é um gênio, não
baterista e vocalista da banda de Death dá para mexer no que o cara fez. É o mesmo
Metal Goreslave. Consultor de vendas no setor que querer tocar uma ópera de Beethoven e
de informática e designer gráfico. Um cara improvisar, tirar e colocar notas...
mais do que comum, que prima pelo senso Daí eu tenho uma obrigação de tentar fazer o
de humor e pela responsabilidade. Sigo uma mais parecido possível com o original, mesmo
rotina de estudos e dedicação para tudo que com as limitações do meu set de bateria.
faço, mas admito que são poucas as coisas Tem sido muito divertido e um aprendizado
que realmente prendem minha atenção. Sou enorme.
um fanático por boa música, bons livros,
tecnologia, arte, design e fotografia. Procuro Hoje, o que a Goreslave
manter hábitos saudáveis e pouquíssimas, representa para você?
mas boas amizades. Não faço o estilo “Sexo,
PERFIL RM

Goreslave é meu filho bastardo, a


Drogas e Rock N’ Roll”... Costumo dizer que ovelha negra da família. Me dá uma dor de
eu aprecio o estilo de música, não o estilo de cabeça infernal, mas eu não consigo viver
vida. sem, e amo demais. É a minha ferramenta
de escape, onde eu consigo expressar, de
Atualmente, você toca em duas uma forma bem barulhenta, alguns dos meus
bandas fora da Goreslave. Como pensamentos e pontos de vista. Não é uma
tem sido essa mudança de estilo? moda ou algo do tipo, é algo que eu realmente
Na verdade, nunca houve uma sinto necessidade de fazer.
mudança, foi algo muito tranquilo. Sou fã
do Iron Maiden desde os meus 10, 11 anos. Sabemos que em Maceió não há
Lembro-me da primeira vez em que ouvi uma manifestação única em prol
“Invaders” e “Aces High”, ainda em uma fita do Rock and Roll. Como você
cassete. Pois é, garotos e garotas... Faz muito enxerga toda essa dispersão do
tempo. público?
Aquilo mudou completamente minha Complicado falar sobre isso. Na verdade,
forma de ouvir música, e a partir desse dia Maceió nunca teve uma “manifestação
descobri que gostaria de formar uma banda única”... Sempre existiram os segmentos, as
e tocar. Sempre tive vontade de montar um galerinhas e, principalmente, a divisão por
Iron Maiden cover, mas nunca deu certo. estilos. Felizmente, hoje eu enxergo de forma
Quando rolou o convite para integrar logo bem mais sossegada essa “mistura”: várias
DUAS bandas covers do Iron, eu nem pensei: bandas de vários estilos de Metal tocando
aceitei na hora! juntas. Parte disso vem da necessidade
Tem sido um baita desafio, pois ao mesmo... Somos uma cidade pequena, com
contrário do que muitos pensam, tocar pouca ou nenhuma divulgação do estilo.
Iron Maiden requer muita disciplina e Acredito que houve um ciclo: se conta-
responsabilidade. São musicas aparentemente vam nos dedos as pessoas que curtiam esti-
fáceis, mas com notas muito definidas, e los mais pesados. Com o tempo, esse públi-
intenções muito bem pensadas... Não existe
espaço para firulas e improviso. Tempo,
21 Rock Meeting
co aumentou, as modas vieram, pipocaram Maravilhoso!
lojas, bandas e, logicamente, gente para Dark Funeral – “Angelus Exuro Pro
consumir. O radicalismo em relação aos Eternus” - Black Metal perfeito.
estilos começou a ficar mais forte. Foi quando Symphony X – “Paradise Lost” - Grandes
o cara do Death passou a não andar com o músicos, muita técnica, sem abrir mão do
cara do Black, que passou a não andar mais bom gosto.
com o cara que curte um Heavy Melódico.
Tudo foi elevado a um extremo, o que acabou O que mais irrita na cena do
estragando a cena de um modo geral. Vamos Rock de Alagoas?
ver agora para onde vai esse ciclo... O fato de que muita gente fala e reclama,
A dispersão hoje é muito mais mas poucos fazem. Muito pior que fazer mal
ligada à situação cultural atual do que feito, é não fazer absolutamente nada para
necessariamente a um “movimento”. ajudar e ainda perder tempo reclamando. Você
Infelizmente, a tendência é a acomodação não é obrigado a ajudar, ou a se tornar um
mesmo. militante do Metal, então... Relaxe e procure
algo melhor para fazer, além de reclamar.
O “Messias” profissional e o
“Messias” como músico e líder O que você mudaria nela?
de uma banda são diferentes, ou Mais lugares para tocar, melhor
pensam e agem da mesma maneira? estrutura e condições para fazer shows. Sinto-
Não dá para separar. Para as duas me incomodado quando vejo bandas com
funções eu sigo preceitos básicos. Ouço meu um bom potencial que se perdem por não
pai me dizer isso desde que me entendo por terem uma estrutura adequada. Tudo é muito
gente: faça sempre bem feito, porque assim caro, problemático e difícil. Ouço muita gente
você só faz uma vez... reclamar que não vai a shows devido à falta
Pensamentos são iguais, mas atitudes de estrutura. Tem muita coisa que eu gostaria
são bem diferentes. Como músico e líder da de mudar, mas sei que não há como, pois
banda, tenho o direcionamento nas mãos. depende de dois fatores muito complexos:
Não se trata de manipular, mas guiar da mentalidade e atitude.
melhor forma. Quem já tocou comigo, sabe
que sou bem rigoroso em relação a ensaios, Um sonho que poderia se tornar
compromissos e, principalmente, com a real...?
qualidade. A banda não acaba quando se Goreslave abrindo um show do Iron
desce de um palco, ou sai de um estúdio de Maiden! Na verdade, gostaria de trabalhar até
ensaio. É preciso respirar aquilo, se tornar como roadie da banda, ou somente limpando
parte, senão, não funciona. Profissionalismo os pratos do Nicko McBrain, já estava bom.
e qualidade sempre. Tentando sempre fazer Mas não sei se eles pagam bem. (risos)
mais e melhor. Como profissional, também
procuro fazer da mesma forma. Muito obrigado, Messias, por
disponibilizar do seu tempo para
Qual o seu top 5 das músicas que nós. Sucesso.
mais tem ouvido? É o que desejo a vocês da Rock Meeting
Iron Maiden – Todas - Por motivos óbvios. também. Agradeço pela força e pelo espaço.
E agora eu as ouço também para estudá-las. Continuem na luta e façam sempre o melhor
Death – “Symbolic” - Nunca sai do meu que puderem. Visitem o nosso Myspace (www.
player... Uma aula de música. Hail Chuck! myspace.com/goreslave) e adicionem nosso
Mahavishnu Orchestra – “Birds of Fire” perfil no Orkut. E vamos ouvir Metal! Respeito
- Tinha-o há algum tempo, mas não tinha e atitude.
dado o devido valor. Estou redescobrindo...

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AÇÃO SOCIAL

Representante da Rock
Meeting entrega alimentos
arrecadados em evento

Texto e Fotos: Pei Fang Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)

Na manhã da última segunda de setembro, Yzza Albuquerque, representando


a Equipe Rock Meeting, foi fazer a entrega dos alimentos arrecadados durante a
venda dos ingressos para o evento ocorrido no último dia 25.
A ação social foi realizada na Casa para Velhice Luiza de Marillac, localizada
no bairro de Bebedouro, em Maceió. O local abriga 36 mulheres com idade mínima
de 65 anos.
A Casa existe desde o ano de 1958, e desde sua inauguração vem realizando
obras sociais para as senhoras que vivem no local. Não possui qualquer vínculo
governamental e é mantida através de doações. Todos os serviços de assistência
médica são oferecidos de forma gratuita para elas. Atualmente, a direção da Casa
está promovendo algumas atividades beneficentes para arrecadar fundos para
reformar uma parte do complexo, visando aumentar a capacidade de leitos.
Além desta atividade, muitos estudantes da área de saúde organizam
eventos lúdicos para as senhoras da Casa, na tentativa de mudar a rotina de
esquecimento e de abandono dos filhos e parentes próximos.

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Solidão
Durante a entrega dos donativos, Yzza pôde conhecer
as dependências da Casa e as senhoras que ali moram. O local
é bem arejado, aconchegante e, ao mesmo tempo, um local de
“esquecimento”. Mães, avós, bisavós - tantos termos familiares
que não tiveram muita representatividade para os parentes que as
deixaram lá.
Na visita, Yzza conheceu uma senhora que já vive na casa há
sete anos. Os filhos vão algumas vezes visitá-la. Ela passou todo
esse tempo morando em um lugar que não era para ela estar. Sua
memória se confunde com o sentimento de abandono que é sentido
em suas palavras emocionadas, o que comoveu a revisora da revista.
Não importa a idade, a consciência e a vontade de viver
superam qualquer obstáculo, mesmo que ele venha da própria
família.
As idosas da casa apenas querem um momento para conversar,
expor sua vivência, experiência, e, por que não, se divertir.
Para os interessados em fazer suas doações, ou apenas visitar,
a Casa fica localizada na Rua Mem de Sá, nº 24, no Bebedouro.
Pode entrar em contato através do telefone 3241-1565. Ajude você
também!!!

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ESTAVA LÁ
EU
As fotos desta seção será da turnê da banda de Londrina (PR), Dominus Praelii
e da Apokalyptic Raids (RJ). A abertura foi feita pela banda alagoana, Goreslave.
Evento ocorrido no dia 05 de setembro, no Kfofo Show House.
Fotos: Pei Fang Fon
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