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RESUMO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DO RECÉM NASCIDO

Considerações Iniciais:

Peso médio = 3300 g (aumenta 20 X após nascimento);

Comprimento (vértice-calcâneo) = ± 50 cm (4 vezes o tamanho da cabeça, e, no adulto,


é de 8 vezes);

Meninos são maiores e mais pesados que as meninas, em geral;

Peso no RN = 80% de água, e nos adultos = 60%

No RN tem mais Liq. extra-celular (LEC) do que Líq. intra-celular (LIC). Nos adultos
isto se inverte;

Umbigo: Ao nascimento está ± a 1,5 cm abaixo do ponto médio vértice-calcâneo, e,


com o desenvolvimento, o umbigo vai subindo (adulto - 3/5 abaixo dele);

Pêlos: Lanugo é a primeira camada, e se desenvolve no 4º mês fetal Antes do


nascimento boa parte deles são substituídos, e o restante, após pouco tempo do parto
(cílios, sobrancelhas e couro cabeludo são os mais resistentes do lanugo, e por isso, são
os últimos a serem trocados). Os pêlos secundários também são finos, e, os pêlos
terminais (que vem na puberdade), são grossos . As glândulas sebáceas tb desenvolvem-
se no 4º mês fetal, e lançam secreções que irão ser os principais componentes do vérnix
caseoso (proteção contra contato freqüente com líq. amniótico), que forma a camada
esbranquiçada que recobre o RN;

Gordura: Tela subcutânea se desenvolve ao final da gravidez (RN normal = mais


robusto que um RN prematuro), e esta gordura basicamente se compõe de gordura
marrom, e se localiza ao redor do pescoço, entre as escápulas (pescoço do RN = curto e
grosso), no esterno e como massas espessas posteriores às glândulas supra-renais e aos
rins (coxins adiposos). Esta gordura é importante na manutenção da temperatura e na
produção de calor ( tem relação com a glândula de hibernação dos mamíferos). Há
camada fibroadiposa especialmente nas palmas e plantas (coxim adiposo = "pé-chato
em RN"). Não há depósitos de gordura no feto, mas isso não traz problemas
nutricionais, pois a placenta fornece carboidratos (CH) que é a principal fonte de
calorias para ele. Após nascimento, se desenvolvem depósitos de gordura. Antes do
nascimento = acúmulo de grandes reservas de CH no fígado e mm. esqueléticos (para
suportar os 3 dias após o nascimento, quando o RN começa a mamar);

Temperatura do RN = 36,6 °C, e cai logo após o nascimento, chegando à 32,7 °C após 2
h do nascimento;
Mamas: Se desenvolvem a partir da 7ª semana fetal (antes dos pêlos!) através de um
espessamento da ectoderme da clavícula até a prega inguinal (linha ou crista mamária).
São firmes e planas. Podem eliminar um pouco de líq. cinza opalescente = colostro
(resultado da estimulação hormonal materna para o filho, através da placenta). Com o
tempo vão saindo da linha mediana em direção às laterais;

Esqueleto: Pode ter 2 origens: membranácea (ex: calota craniana) ou cartilaginosa (ex:
ossos longos = ossificação endocondral). O processo de ossificação começa com os
centros de ossificação (6ª semana), que existem em nº ± de 800, e após o nascimento
restam apenas pouco mais da metade. Eles aparecem em 1º lugar na linha mediana da
clavícula. Os ossos são formados por 2 ou + centros. Existem centros primários (que
aparecem antes do nascimento, e que formam a maior parte de um osso) e os
secundários, que aparecem após o nascimento, e aparecem primeiro em meninas. Os
ossos do RN são muito esponjosos (porosos), mais do que nos adultos (nestes, ocorre
aumento da compactação por diminuição dos centros hematopoéticos, que se resumem
em apenas alguns ossos esponjosos). O nº de ossos num RN = 270 (ossos separados),
onde 172 = esqueleto axial, e 98 = esqueleto apendicular;

SISTEMA OSTEO-ARTICULAR

Os ossos da calvária do RN são finos, e separados por uma flexível e resistente


membrana ao longo das linhas de sutura do crânio = fontanela, presente em nº de 6
normalmente após o nascimento (2 medianos - anterior e posterior - e 4 laterais - dois
esfenoidais e dois mastoídeos).

A obliteração das fontanelas ocorre a partir do 3º mês após nascimento, e


ocorre por crescimento medial dos ossos membranáceos, e, após o 2º ano, devem estar
todas fechadas. Pode ocorrer: craniossinostose, que é uma ossificação prematura cranial
(microencéfalo); escafocefalia, fechamento rápido da sutura sagital (= crânio alongado);
acrocefalia, fechamento precoce da sutura coronal; craniosquise, falta da abóboda
craniana (anencefalia); encefalocele ou meningocele, quando o encéfalo ou apenas as
meninges (respectivamente) fazem protusão para fora, devido à falta de alguns ossos
craniais - correção cirúrgica. Através de punção da fontanela anterior, pode-se fazer
coleta de sangue, ou tb fazer hidratação. Em RN desidratados, o fontículo fica com uma
depressão.

-Ossos frontais: Possuem a sutura frontal mediana (metópica), que geralmente não
persiste em adultos. Sem seios frontais ao nascimento (por isso não se deve fazer RX
para sinusite em RN) apenas após o 2º ano eles começam a invadir os ossos.

-Osso esfenóide: No RN é constituído por 3 porções (corpo, asas menores e maiores)


que se unem após 1 ano. O corpo é esponjoso ao nascimento. O seio esfenoidal só
aparece após 5 anos. Só se une ao osso occipital pela sincondrose esfeno-occipital após
a puberdade, pois antes disso há uma grande massa de cartilagem separando-os.

-Osso occipital: 4 porções ao nascimento (parte basilar, 2 laterais e a porção escamosa),


unidas por cartilagem, e se colocam ao redor do forame magno. A união de todas elas
pode durar até 7 anos.

-Osso maxilar: Cada maxilar no RN é baixo e largo. A porção alveolar tem 5 grandes
alvéolos, com 5 grandes dentes decíduos. Crescimento posterior ocorre mais no sentido
vertical, devido ao desenvolvimento dos seios maxilares, principalmente.

-Osso temporal: No RN, possui 3 porções (escamosa, petrosa e timpânica), separadas


por suturas. Não há processo mastóide, o que expõe o n. facial, o que leva-o a ser
propício a sofrer lesões principalmente no ato obstétrico.

-Mandíbula: 2 metades ósseas unidas por tec. fibroso na sutura mandibular. Após 1º ou
2º ano de vida, eles se unem. Corpo grande, com alvéolos (dentes decíduos e alguns já
permanentes). Ângulos curtos.

-Crânio: predominância no RN de Neurocrânio em relação ao Viscerocrânio.

-Dentes: Ao nascimento há somente as coroas alveolares em baixo da gengiva. Quando


a criança aprende a mastigar (±1 ano), aparecem os primeiro molares inferiores) e, dois
meses depois, os superiores. Antes deste 2, aparecem os incisivos centrais inferiores (6
meses), laterais inferiores, centrais superiores e laterais superiores. O restante dos dentes
vai aparecendo com o tempo. O 3º molar pode ou não aparecer (17 a 21 anos), e tende a
desaparecer.

SISTEMA MUSCULAR

Musculatura

Constitui cerca de 25% do peso do RN, e isto praticamente dobra no adulto. Os


músculos esqueléticos têm 2 origens embriológicas: branquioméricos (1º, 2º, 3º e 4º
arcos branquiais) e miotônicos, derivando da camada germinativa da mesoderma, exceto
os m. da íris, que derivam da ectoderme do primitivo cálice óptico.

Músculos Branquioméricos:

derivados do 1º arco branquial: músculos da mastigação/ventre anterior do m. digástrico


= inervação pelo n. trigêmio (V par ).
derivados do 2º arco branquial: músculos da mímica, ventre posterior do m. digástrico,
m. estilohióideo = inervação pelo n. facial (VII par ).

derivados do 3º arco branquial: músculo estilofaríngeo, m. constrictor superior da


faringe = inervação pelo n. glossofaríngeo ( IX par ).

derivados do 4º arco branquial: m. constrictor médio e inferior da faringe (separados


pelo m. estilofaríngeo), mm. intrínseca da laringe = inervados pelo n. vago ( X par ).

O RN possui musculatura relativamente bem desenvolvida no pescoço e


tronco. A mm. dos membros superiores é bem desenvolvida, ao contrário dos inferiores.
A mm. esquelética já está formada antes do nascimento (4º mês intrauterino), e a mm.
cardíaca por volta do 8º mês. Portanto, após o nascimento, ocorre apenas uma
hipertrofia muscular, e não a formação de nova mm.(hiperplasia é só no RN)..Já os mm.
da mímica estão relativamente bem desenvolvidos ao nascimento. Os mm. dos lábios,
mandíbula, língua, palato e faringe estão bem desenvolvidos, devido à sucção e
deglutição (este é o 1º reflexo circunscrito que ocorre). Os m. esfíncter do ânus e
diafragma pélvico são fracos (pequena retenção de fezes). Aproximadamente no 3º mês
de desenvolvimento o feto começa a deglutir material amniótico (750 ml/dia). Os
músculos do RN tem menor quantidade de tec. fibroso em relação ao muscular.

SISTEMA LINFÁTICO

Linfonodos

Quantidades variantes de linfonodos, porém os inguinais formam a maior massa.


Os linfonodos, ao nascimento são róseos (depois mudam de cor conforme a região). O
tamanho dos linfonodos aumenta muito até a idade adulta (20x), porém o nº deles não
aumenta muito (3x). A formação de linfócitos no feto ocorre no fígado, medula óssea e
timo. Eles param de se formar no fígado antes do nascimento. Aos quatro meses de
desenvolvimento, são produzidos nos linfonodos. O ducto torácico esquerdo é bem
visível no feto, já o direito não.

Tonsilas

Tonsilas faríngica (adenóide), tubáricas e lingual formam o anel de Waldeyer,


que protege da entrada de infecções nos sistemas respiratório e digestório. A tonsila
tubária é importante pois protege o óstio faríngeo da tuba auditiva (comunicação com a
cavidade timpânica)
Timo

Possui peso de 10 g, e isto aumenta até a puberdade, atingindo o máximo do


peso nesta fase (30 g). Depois, vai diminuindo. Aos 2 anos de idade, adquire o tamanho
máximo. O tipo bilobar é o mais comum de timo. Sua porção cervical repousa sobre a
superfície anterior da traquéia e das bainhas carotídeas. Ela é coberta pelos m. esterno-
hióideo e esterno-tireóideo. Sua porção torácica, no RN é coberta pela metade superior
do esterno e também pelas 3 primeiras cartilagens costais. A veia braquiocefálica tem
íntima relação com o timo, e pode inclusive estar mergulhada nele. Na infância, o timo
se torna mais comprido e estreito(porção cervical vai ficando menor). Primariamente, é
constituído de linfócitos (amadurecimento do SI), e depois, gordura. Ele desenvolve a
polpa branca do baço.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

Coanas

Em RN são estreitas e, por isso, ocorre facilmente obstrução (principalmente


devido ao tecido linfóide)

Septo Nasal

Em RN é reto, porém em adultos, tende a desviar para o lado direito

Tuba auditiva

Ponto de comunicação da cavidade timpânica com a cavidade nasal. É


importante, pois as mucosas destes 2 lugares são iguais, e avançam e revestem a orelha
média, e, deste modo, pode originar infecções (otite média). O óstio faríngeo da tuba
auditiva é baixo (quase intranasal), e tb pode receber infecções. Com o tempo este óstio
vai subindo, e irá se colocar atrás da concha nasal inferior, onde permanecerá na idade
adulta.

Laringe

Já bem desenvolvida
Traquéia

Como nos adultos, é mais larga em cima do que em baixo. Os anéis traqueais já
estão prontos ao nascimento (cerca de 16 a 20), e os ligamentos traqueais também
existem, porém até a infância crescem na mesma proporção que os anéis traqueais,
vindo a ter seu crescimento maior (em largura, levando a um crescimento em
comprimento) apenas na puberdade (por isso é difícil de se realizar traqueotomia em
RN). Por isso, no RN, a traquéia é mais estreita do que nos adultos.

A bifurcação da traquéia no RN ocorre acima do que nos adultos.

Brônquios e alvéolos

Como nos adultos, o Brônquio Principal Direito é mais curto, grosso e vertical
do que o esquerdo. As ramificações básicas dos brônquios e a ramificação segmentar
dos vasos pulmonares já estão estabelecidas em fetos de 5-6 semanas(1 mês e 1-2
semanas). O nº de alvéolos e bronquíolos cresce até a puberdade.

Antes do RN começar a respirar, os bronquíolos terminais e os alvéolos estão cheios de


líquidos ( =secreção glandular, células descamadas e líquido amniótico), isto é, não
estão colabados.

No 6º/7º mês é formada a subst. surfactante, que diminui a tensão superficial alveolar e
protege contra a ação direta e tóxica do oxigênio. Em RN prematuros, pode ocorrer
morte devido à não produção desta substância, e isto é chamado de doença da
membrana hialina. Por este motivo a freqüência respiratória é muito mais alta do que
em adultos ( 40/44 rpm contra 12 rpm em média).

Pulmões e Pleura

No RN, o peso do pulmão é 20x menor do que em adultos. Os pulmões são mais
curtos e largos. A pleura parietal em RN possui o recesso costomediastinal muito
afastado ( o que também faz com que a área nua do esterno seja maior do que em
adultos).
SISTEMA CARDIOVASCULAR

Coração

É relativamente grande ao nascimento (é bem maior em relação ao tórax e aos


pulmões do que em adultos). As freqüências de pulso não são fixas, variando bastante,
porém, são bem mais altas do que em adultos. Apesar do VE pesar + do que o VD,
ocorre preponderância funcional do VD durante os 2-3 primeiros meses após o
nascimento. Ocorre aumento em tamanho das fibras musculares e não em nº. As do VE
crescem muito mais, chegando a pesar 2x o VD em adultos.

Até o 3º mês, a espessura das paredes é igual (5 mm), porém após isto, o VE é se
torna mais espesso.

Ao final da 8ª semana ele atinge sua estrutura definitiva de desenvolvimento,


portanto, qualquer anormalidade resultante da falta de formação e divisão das câmaras e
grandes vasos deve ocorrer antes desta data.

Forame Oval : Abertura que une a parte posterior do AD (que recebe sangue
oxigenado da placenta pela V. Cava Inferior *, e sangue não oxigenado vindo da V.
Cava Superior) com AE, no decorrer da vida fetal, e por um período variável após
nascimento.

À medida que os pulmões aumentam de tamanho, aumenta o fluxo de sangue para


ele, e diminui a passagem de sangue pelo forame oval.

O fluxo de sangue pulmonar é limitado durante a gestação devido à resistência


vascular pulmonar, decorrente de os túbulos respiratórios ainda estarem cheios de
líquidos. Com a 1ª respiração, os pulmões se expandem e o fluxo sangüíneo sofre
aumento rápido de 200% ou mais. Isto força o fechamento da válvula do forame oval
(fechamento funcional)

O fechamento anatômico ocorre na maioria dos casos por volta do 4º mês.

* OBS: a veia cava inferior, na realidade, traz sangue também não oxigenado, porém
este sangue se torna oxigenado devido à junção com a V. umbilical (pelo ducto venoso,
em boa parte), que traz sangue arterial, e, assim, quando as 2 se juntam, formando a V.
cava inferior, dizemos ser sangue oxigenado, mas na realidade, é misturado.
Ducto Arterial

É um curto vaso arqueado que liga o tronco pulmonar com a parte superior
descendente da aorta torácica. Origina-se como uma continuação direta do tronco
pulmonar no local onde este se divide nas artérias pulmonares direita e esquerda.

Durante o desenvolvimento fetal, quando o fluxo sangüíneo através dos pulmões


em desenvolvimento é quase inexistente, o ducto arterial ajuda o VD a funcionar com
toda a sua capacidade de modo que sua musculatura se desenvolva ao máximo. Assim,
todo o sangue do VD é lançado na aorta, sangue este que iria para a árvore pulmonar.

Na 1ª respiração, diminui a resistência pulmonar, aumenta o fluxo sangüíneo


pulmonar, e aumenta o nível de Oxigênio no sangue. Isto tudo, associado ao ar inalado
pelo RN está relacionado com a contração da musculatura lisa do ducto arterial. O
hormônio bradicinina aparece no sangue do RN para desencadear esta contração. O
ducto não fecha-se na hora, podendo até levar alguns dias. No fechamento, a camada
íntima do ducto fica espessada, e, além disso, ocorre substituição da parede do ducto por
tecido conjuntivo do tipo colágeno.

Artérias Umbilicais

No RN, são continuações diretas das aa. ilíacas internas (elas levam sangue misto).
Ao passarem ao longo da parede abdominal anterior, elas elevam o peritônio nas
chamadas pregas umbilicais mediais. Imediatamente após o funículo umbilical ser
seccionado, as artérias sofrem uma contração de modo que o fluxo sangüíneo é
interrompido mesmo que o funículo não seja ligado., isto graças à bradicinina
(constrictor) , que forma-se no sangue do funículo, quando a temperatura deste baixa,
logo após o nascimento. A obliteração segue ao longo do funículo, de modo que no 2-3º
mês pós nascimento, ocorre o fechamento total, formando os chamados ligamentos
umbilicais mediais.

Veia Umbilical

Leva sangue oxigenado. Quando passa através do umbigo, ela estende-se até a
porta hepática, onde se junta com o ramo esquerdo da veia porta, (antes disso, ela emite
vários e calibrosos ramos intra-hepáticos que se distribuem diretamente no parênquima
hepático; de 40 a 60% do sangue passa por este caminho, o restante através do ducto
venoso) formando um seio. Ao longo da maior parte de seu curso, ela está inserida
dentro do ligamento falciforme do fígado. Ao nascimento, e conseqüente queda de
temperatura corporal do RN, a bradicinina age fechando esta veia (formando o chamado
ligamento redondo do fígado).

Ducto Venoso

No RN, é um tronco vascular considerado com o uma continuação direta da veia


umbilical. Termina na V. cava inferior. De 60 a 40% do sangue vindo da veia umbilical
passa pelo ducto venoso. Depois da oclusão, vira ligamento venoso (início na 2ª semana
após o nascimento e acaba no 3º mês).

SISTEMA DIGESTÓRIO

Estômago

Quando o RN chora, ele deglute grande quantidade de ar, que vai para o estômago,
e, assim, ele pode aumentar de 4 a 5x o seu tamanho. Todas as subdivisões estão
presentes no RN. Ao nascimento, a capacidade dele é de 75 ml, e, nos adultos, é de ± 1
L. A mucosa e a submucosa são relativamente mais espessas que nos adultos. Onda
peristáltica progressiva está ausente em RN (apenas contrações não peristálticas ).

obs: pode ocorrer o mecônio (sofrimento fetal) = o feto não elimina no liquido
amniótico .

Apêndice Vermiforme

É relativamente grande em RN. Apendicites são raras.

Intestino Grosso

É mais liso que em adultos. Possui tênias, mas não possui haustros (apenas após 6
meses eles aparecem ).
Fígado

É enorme ao nascimento, podendo chegar a 150 g (cerca de 4% do peso total da


criança). No 1º ano, duplica seu peso, e no 2º, triplica. Ele ocupa cerca de 2/5 da
cavidade abdominal.

Vesícula Biliar

Muito pequena, com ± 2 cm de comprimento.

SISTEMA UROGENITAL

Rins

Ao nascimento, podem apresentar de 5 a 20 lóbulos, que podem sumir ou persistir


no adulto. Durante a vida fetal, possuem pouca função excretora (graças à placenta, que
tb exerce esta função). Até ± 6 semanas, os rins funcionam mal, porém após o 2º mês
começam a funcionar plenamente

Ureteres

Permitem o refluxo vesico-ureteral, por isso, crianças tem muitas infecções


urinárias.

Próstata

No RN é muito grande
RESQUÍCIOS DA CIRCULAÇÃO PLACENTÁRIA

Veia Umbilical -> Ligamento Redondo do Fígado

Artérias Umbilicais -> Ligamentos Umbilicais Mediais

Úraco -> Ligamento Umbilical Mediano

Ducto Venoso -> Ligamento Venoso

Forame Oval -> Fossa Oval

Ducto Arterioso -> Ligamento Arterioso

CRONOLOGIA DA ANATOMIA DO RECÉM-NASCIDO

(itens citados no resumo apenas)

1 mês e duas semanas (6 semanas) - início da ossificação (centros de ossificação)

1 mês e três semanas (7 semanas ) - mamas; estabelecimento das ramificações básicas


dos brônquios e também da ramificação segmentar dos vasos pulmonares.

2º mês - estrutura definitiva do coração já formada.

3º mês - deglutição do líquido amniótico.

4º mês - lanugo, glândulas sebáceas (vérnix caseoso); formação da mm. esquelética;


produção dos linfócitos já pelos linfonodos.

6º mês - incisivos, substância surfactante (ver tb 7º mês)

7º mês - produção de substância surfactante (perigo em prematuros!!!)

8º mês - formação final da mm. cardíaca

antes do nascimento/final da gravidez - substituição do lanugo; tela subcutânea;


acúmulos de grande quantidade de CH no fígado e mm. esqueléticos (para suportar os 3
dias após o nascimento, quando o RN começa a mamar); parada de formação de
linfócitos pelo fígado.

logo após parto - queda da temperatura (até 32, 7°C após 2 horas), o que faz com que a
bradicinina haja interrompendo o fluxo sangüíneo das aa. umbilicais e também da veia
umbilical; 1ª respiração (=expansão pulmonar, aumento de fluxo sanguíneo para os
mesmos, fechamento funcional do forame oval e início do fechamento do ducto arterial
- junto com bradicinina).

2ª semana pós parto - início da oclusão do ducto venoso.

2º mês pós parto - funcionamento pleno dos rins

3º mês pós parto - fechamento das fontanelas (início); espessura das paredes
ventriculares cardíacas ainda é igual (até este mês, quando o VE passa a ficar bem
maior); ainda ocorre (até este mês), preponderância funcional do VD sobre o VE;
oclusão total das aa. umbilicais (formação dos ligamentos umbilicais mediais); fim da
oclusão do ducto venoso.

4º mês pós parto - fechamento anatômico do forame oval.

6º mês pós parto - aparecimento dos haustros intestinais

1º ano pós parto - junção das 3 partes do osso esfenóide; Primeiros molares inferiores
(mastigação)

2º ano pós parto - fechamento total das fontanelas; início do aparecimento dos seios
frontais; prazo máximo para junção das 2 partes da mandíbula

5º ano pós parto - aparecimento do seio esfenoidal

7º ano pós parto- data máxima para junção das 4 partes do osso occipital

O cuidar neonatal faz necessário uma abordagem multiprofissional, onde todos atuarão
de maneira conjunta com o fim de possibilitar uma recuperação adequada e com o
mínimo de sequelas possíveis. Assim, uma das profissões atuantes nesse público é a
Fisioterapia e dentre as muitas atenções ofertadas ao recém-nascido com alguma
intercorrência perinatal, umas das assistências lhe ofertada é por meio do respirador
mecânico, técnica invasiva que permite oferta intermitente de oxigênio com o fim de
suprir dentre outros tecidos, o cérebro e assim impedir uma hipóxia nessa região e
prejuízos neuromotores no recém-nascido, sendo que a administração e desmame desse
aparelho ficam a cargo do Fisioterapeuta. Dessa forma, a avaliação da mecânica
respiratória é de auxílio aos pacientes que foram expostos por um longo tempo à
ventilação mecânica. Essa avaliação permite identificar a força de contração dos
músculos respiratórios, tais como diafragma e os acessórios (escalenos,
esternocleidomastóideos e paravertebrais), mecânica torácica e o drive respiratório.

Porém, muitos são os fatores naturais que influenciam o trabalho respiratório do recém-
nascido. Dentre eles estão: a forma horizontalizada dos arcos costais, onde estão fixados
os músculos respiratórios, pondo-os em desvantagem mecânica pela relação curva-
tensão; A diminuição da zona de aposição do diafragma também diminui a capacidade
de contração dessa musculatura, provocando distorções durante a respiração por
aumento da instabilidade do pulmão; a pouca mineralização dos arcos costais também é
compromete o trabalho respiratório por diminuir a estabilidade pulmonar diante de
diferentes forças de tensão. Esses fatores ficam evidentes na respiração assíncrona
desempenhada pelos recém-nascidos.

Ainda, o recém-nascido sob ventilação mecânica necessita de avaliação da pressão que


está sendo transferida dos circuitos do ventilador para suas vias aéreas superiores bem
como a concentração equilibrada no alvéolo. Para tanto, a Constante de Tempo
estabelecida pela relação Complacência x Resistência é calculada, sendo dela
dependente o insuflar e desinsuflar dos pulmões.

Desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC)

O processo de desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC) tem início no


período embrionário e a maturação, organização e mielinização das células perdura
inclusive após o nascimento. Porém, no 22° -23° dia de gestação ocorrem a clivagem do
prosencéfalo ou indução ventral. Por volta do 24° dia de gestação. Nesse mesmo
período os hemisférios cerebrais, o diencéfalo e os bulbos olfatórios são desenvolvidos
35 dias após o cérebro e o cerebelo, de forma rudimentar, já podem ser notados. A esse
período sege a migração (34-36° semana de gestação), organização (Ajuste das
conexões sinápticas. Esse momento ocorre entre o 5° e o 6° mês de gestação e perdura
até o nascimento e é um período crítico do desenvolvimento do recém nascido. Esse
processo é necessário, pois possibilita estabilidade autonômica, maturação motora,
estado de atenção, interação e auto regulação mental) e mielinização (Estabelecimento
da mielina em torno dos axônios possibilitando uma maior velocidade do impulso
nervoso. Inicia-se no 6° mês de gestação e perdura até a vida adulta). Mas em partos
prematuros, esses fatos serão influenciados pelas condições observadas na UTI
Neonatal, visto que a imaturidade do Sistema Nervoso Central provoca alteração nessa
dinâmica e pode afetar o desenvolvimento normal do Recém-nascido.

Sono Profundo (REM)

Sono REM (Rapid Eye Moviments) é o sono predominante do recém-nascido. É o sono


de maior predominância . É caracterizado por irregularidade no padrão e frequência da
respiração, bem como no volume corrente. A menor intensidade do reflexo intitulado
Hering- Breuer e da menor resposta à diminuição de O2 (hipóxia) e aumento da
concentração de CO2 (Hipercapenia) aumento esse período do sono. Além disso,
contribui para esse padrão irregular respiratório o tônus diminuído dos músculos
intercostais, a atividade lentificada do diafragma com distorção torácica, assincronia dos
movimentos respiratórios e menor tônus dos músculos respiratórios, com favorecimento
do trabalho respiratório e a ruptura pulmonar

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