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As 20 súmulas que todo previdenciarista

deveria saber
AUTOR

Thiago é: Mestrando em Direito. Diretor Executivo


da EADir. Diretor Presidente da NUSSEG. Ex-
assessor para a TNU e TRU da 5ª Região.
Conselheiro do CRSS.

Thiago Albuquerque
SUMÁRIO
[04] Introdução [37] Sobre benefícios assistenciais
. .
. .
. .
[05] Sobre o termo inicial do benefício [42] Sobre incapacidade
concedido judicialmente .
. .
. .
. .
[13] Sobre atividades especiais .
. .
. .
. .
[28] Sobre previdência rural .
. .
. .
. .
04 INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo(a) a este ebook extremamente difícil e demorado
gratuito da EADir! encontrar a súmula ideal para o caso em
que você está atuando.
Elaborei este conteúdo pensando
justamente em você, pois eu sei o quão Por conta disso, fiz questão de
difícil é procurar as súmulas que mais se elaborar este material para garantir que
adequam ao caso concreto. você saberá todas as súmulas necessárias.

Ora, somente o STJ possui mais de Espero que goste!


600 súmulas e a TNU possui mais de 80
súmulas. Um abraço e conte comigo!

Ou seja, neste mar de súmulas, é Prof. Thiago Albuquerque.


05

Sobre o Termo Inicial do Benefício Concedido Judicialmente


06

SÚMULA 22 da TNU
DJ DATA:07/10/2004
PG:00765
Se a prova pericial realizada em juízo dá conta de que a incapacidade já
existia na data do requerimento administrativo, esta é o termo inicial do
benefício assistencial
07 Comentário:
A Lei Orgânica da Assistência Social previu a concessão do benefício de prestação
continuada quando cumprido seus requisitos, nos seguintes termos:

Lei 8.742/93. Art. 37. O benefício de prestação continuada será


devido após o cumprimento, pelo requerente, de todos os requisitos
legais e regulamentares exigidos para a sua concessão, inclusive
apresentação da documentação necessária, devendo o seu
pagamento ser efetuado em até quarenta e cinco dias após
cumpridas as exigências de que trata este artigo. (Redação dada pela
Lei nº 9.720, de 1998) (Vide Lei nº 9.720, de 1998)

Assim, se o INSS nega a concessão do referido benefício, mas na via judicial se comprova que os
requisitos já haviam sido implementados quando do requerimento, a TNU estabelece que o BPC/LOAS é
devido desde o requerimento administrativo.
08

SÚMULA 33 da TNU
DJ DATA:04/08/2006
PG:00750
Quando o segurado houver preenchido os requisitos legais para concessão
da aposentadoria por tempo de serviço na data do requerimento
administrativo, esta data será o termo inicial da concessão do benefício.
09 Comentário:
A Lei de Benefícios (8.213/91) fixou que a aposentadoria por tempo de contribuição seria
devida nos moldes da aposentadoria por idade:

Lei 8.213/91. Art. 54. A data do início da aposentadoria por tempo de


serviço será fixada da mesma forma que a da aposentadoria por
idade, conforme o disposto no art. 49.
Lei 8.213/91. Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao
segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se
mulher. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

Nesta senda, a TNU firmou a tese de que o reconhecimento judicial de que os requisitos já
restaram implementados na DER (data de entrada do requerimento) desde lá seria devido o benefício.
10

Súmula 576 do STJ: Ausente requerimento administrativo no INSS, o termo


inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez concedida
judicialmente será a data da citação válida.
11 Comentário:
A Lei de Benefícios determina a concessão da aposentadoria por invalidez nos seguintes termos:

Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for
o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou
não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e
insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta
condição.

Nesse sentido, o Superior Tribunal de justiça tinha entendido firmado de que o benefício seria
devido desde a DER, se o Judiciário entendesse que a negativa foi arbitrária e, portanto, fosse
reconhecido que no requerimento já restavam preenchidos os requisitos. In verbis:

O termo inicial da concessão do benefício previdenciário de


aposentadoria por invalidez é a prévia postulação administrativa ou o
dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença. Ausentes a postulação
administrativa e o auxílio-doença, o termo a quo para a concessão do
referido benefício é a citação. Precedentes do STJ. RECURSO
ESPECIAL – 1421722.
12

No entanto, foi necessária uma construção jurisprudencial para se identificar quando seria a DIB
9data de início do benefício) concedido judicialmente, se os requisitos não restassem presentes na DER,
mas tivessem sido preenchidos antes do ajuizamento.

O STJ fiou-se no Código de Processo Civil, que estabelece a citação válida como início da
constituição em mora do devedor:

Lei 13.105/2015 (NCPC). Art. 240. A citação válida, ainda quando


ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a
coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e
398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).

Portanto, a tese fixada foi de que a citação válida seria o marco inicial do benefício, quando não
identificada a incapacidade na DER.
13

Sobre atividades especiais


14

SÚMULA 26 da TNU
DJ DATA:22/06/2005
PG:00620
A atividade de vigilante enquadra-se como especial, equiparando-se à de
guarda, elencada no item 2.5.7. do Anexo III do Decreto n. 53.831/64.
15 Comentário:
Apesar da Lei facultar ao Poder Executivo a enumeração das profissões e agentes nocivos,
desde a época do extinto tribunal Federal de Recursos, o Judiciário entendia que o rol de agentes nocivos
seria meramente exemplificativo.

Súmula 198/TFR: Atendidos os demais requisitos, é devida a


aposentadoria especial, se perícia judicial constata que a atividade
exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, mesmo não
inscrita em Regulamento.»

Assim, mesmo após o advento do Decreto 2.172/97, o Judiciário ainda vem reconhecendo a
atividade de vigilante como especial. Frise-se que recentemente o STJ julgou o Recurso Especial
1410057/RN e entendeu que seria possível o reconhecimento do tempo de vigilante, mesmo sem a
comprovação de utilização de arma de fogo.
16

SÚMULA 49 da TNU
DOU DATA 15/03/2012
PG: 00119
Para reconhecimento de condição especial de trabalho antes de
29/4/1995, a exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física
não precisa ocorrer de forma permanente.
17 Comentário:
Hoje, a Lei de Benefícios exige a comprovação da exposição permanente, não ocasional nem
intermitente, para fins de comprovação da exposição a agente nocivo.

Lei 8.213/91. Art. 57, § 3º A concessão da aposentadoria especial


dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional
do Seguro Social–INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional
nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física, durante o período mínimo fixado. (Redação
dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

No entanto, como se pode observar no artigo supra, a redação somente foi alterada pela Lei
9.032/95, de 28/04. Assim, a TNU firmou tese no que concerne ao direito intertemporal de somente
reconhecer tal exigência após 29/04/1995;
18

SÚMULA 62 da TNU
DOU 03/07/2012
PG. 00120
O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento de
atividade especial para fins previdenciários, desde que consiga comprovar
exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física.
19 Comentário:
A Lei de Benefícios estabelece que a aposentadoria especial será devida aos segurados que
estejam expostos aos agentes nocivos. In verbis:

Lei 8.213/91. Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez
cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado
sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme
dispuser a lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

A Lei 8.213/91 nunca restringiu a qualquer tipo de segurados, no entanto, o Decreto 3.048/99
determinou que apenas alguns segurados teriam direito ao referido benefício, como abaixo indicado:
20
Decreto 3.048/99. Art. 64. A aposentadoria especial, uma vez cumprida a
carência exigida, será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso
e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a
cooperativa de trabalho ou de produção, que tenha trabalhado durante
quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Redação dada
pelo Decreto nº 4.729, de 2003)

No entanto, a melhor exegese ensina “onde a lei não restringiu não cabe ao intérprete restringir
(ubi lex non distinguit nec nos distinguere debemus). Portanto, a TNU entende que ainda assim é possível
a concessão da aposentadoria especial ao contribuinte individual, mesmo que não cooperado.
21

SÚMULA 68 da TNU
DOU 24/09/2012
PG. 00114
O laudo pericial não contemporâneo ao período trabalhado é apto à
comprovação da atividade especial do segurado.
22 Comentário:
A Lei 8.213/91 exige a comprovação do labor especial através de laudo ténico. In verbis:

Lei 8.213/91. Art. 58, § 1º A comprovação da efetiva exposição do


segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma
estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela
empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições
ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro
de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista.
(Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)

No entanto, considerando as dificuldades enfrentadas por trabalhadores, que tem negado o


direito aos documentos de comprovação da especialidade por medo da empresa de estar produzindo
prova contra si, a TNU entende que a exigência da documentação tem que se flexibilizar a ponto de
dispensar a contemporaneidade do documento.
23

SÚMULA 70 da TNU
DOU 13/03/2013
PG. 0064
A atividade de tratorista pode ser equiparada à de motorista de caminhão
para fins de reconhecimento de atividade especial mediante
enquadramento por categoria profissional.
24 Comentário:
Seguindo o que já estabelecia a Súmula 198 do extinto TRF, o STJ estabeleceu o caráter
exemplificativo do rol de agentes nocivos, nos seguintes termos:

REsp 1306113 / SC. RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC
E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.
ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE ELETRICIDADE. SUPRESSÃO PELO DECRETO
2.172/1997 (ANEXO IV). ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E
AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. AGENTES PREJUDICIAIS NÃO
PREVISTOS. REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO. SUPORTE TÉCNICO MÉDICO E
JURÍDICO. EXPOSIÇÃO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM INTERMITENTE (ART.
57, § 3º, DA LEI 8.213/1991). 1. Trata-se de Recurso Especial interposto pela
autarquia previdenciária com o escopo de prevalecer a tese de que a supressão
do agente eletricidade do rol de agentes nocivos pelo Decreto 2.172/1997 (Anexo
IV) culmina na impossibilidade de configuração como tempo especial (arts. 57 e
58 da Lei 8.213/1991) de tal hipótese a partir da vigência do citado ato normativo.
(...)
25
(...)
2. À luz da interpretação sistemática, as normas regulamentadoras que
estabelecem os casos de agentes e atividades nocivos à saúde do
trabalhador são exemplificativas, podendo ser tido como distinto o
labor que a técnica médica e a legislação correlata considerarem como
prejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho seja permanente, não
ocasional, nem intermitente, em condições especiais (art. 57, § 3º, da
Lei 8.213/1991). Precedentes do STJ. 3. No caso concreto, o Tribunal de
origem embasou-se em elementos técnicos (laudo pericial) e na
legislação trabalhista para reputar como especial o trabalho exercido pelo
recorrido, por consequência da exposição habitual à eletricidade, o que
está de acordo com o entendimento fixado pelo STJ. 4. Recurso Especial
não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da
Resolução 8/2008 do STJ.

Assim, A Turma Nacional, por analogia, entendeu possível o reconhecimento do tempo de


tratorista com especial.
26

SÚMULA 82 da TNU
O código 1.3.2 do quadro anexo ao Decreto n.º 53.831/64, além dos
profissionais da área da saúde, contempla os trabalhadores que exercem
atividades de serviços gerais em limpeza e higienização de ambientes
hospitalares.
27 Comentário:

Ainda no mesmo sentido, de serem consideradas as profissões elencadas nos decretos


regulamentadores meramente exemplificativas, a TNU entendeu possível o reconhecimento dos
profissionais que exercem atividades de serviços gerais em hospitais como especial, por analogia aos
profissionais da área da saúde.
28

Sobre previdência rural


29

SÚMULA 14 da TNU
DJ DATA:24.05.2004
PG:00459
Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o
início de prova material corresponda a todo o período equivalente à
carência do benefício.
30 Comentário:

A Lei 8.213/91 demanda o início de prova material para comprovação do labor, seja rural ou
urbano:

Art. 55, § 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta


Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o
disposto no art. 108, só produzirá efeito quando baseada em início de
prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal,
salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme
disposto no Regulamento.

A exigência de prova material dever ser analisada de forma apenas indiciática, podendo ser
comprovada por outros meios. Com mais razão quando se trata de tempo rural, considerando a
informalidade da vida no campo.
31

SÚMULA 41 da TNU
DJ DATA:03/03/2010
PG:00001
A circunstância de um dos integrantes do núcleo familiar desempenhar
atividade urbana não implica, por si só, a descaracterização do trabalhador
rural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso
concreto.
32 Comentário:

O legislador estabeleceu que o segurado especial poderia ser aquele que trabalhasse por conta
própria ou em regime de economia familiar.

Também estipulou a exclusão do membro do grupo familiar que se enquadrasse em outra


espécie de segurado obrigatório:

Art. 11, § 9o Não é segurado especial o membro de grupo familiar que


possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de:
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

No entanto as leis restritivas de direito devem ter igual interpretação restrita, não podendo ser
ampliadas. Assim, o INSS não pode afastar a qualidade de segurado especial dos outros membros, se
somente um não se enquadra mais naquela espécie.
33

SÚMULA 46 da TNU
DOU DATA 15/03/2012
PG: 00119
O exercício de atividade urbana intercalada não impede a concessão de
benefício previdenciário de trabalhador rural, condição que deve ser
analisada no caso concreto.
34 Comentário:

A Lei excluiu o segurado especial que laborasse por mais de 120 (cento e vinte) dias em
atividade urbana da condição de segurado especial. In verbis:

Art. 11, § 9o, III - exercício de atividade remunerada em período não


superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil,
observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991; (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)

A Turma Nacional entendeu que o requisito de não se afastar por mais de 120 (cento e vinte)
não estaria no núcleo da Lei e, considerando que a Lei estabelece que a atividade de segurado especial
pode se dar de forma, também descontínua, estabeleceu que o afastamento do campo deve ser
analisado no caso concreto.
35

Súmula 577 do STJ: É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior


ao documento mais antigo apresentado, desde que amparado em
convincente prova testemunhal colhida sob o contraditório.
36 Comentário:

Considerando a informalidade do labor no campo, o STJ permitiu que a comprovação do labor


rural poderia se dar com a eficácia retroativa da prova material. Ou seja, a exigência do art. 55, § 3ºm da
Lei 8.213/91 comportaria que o tempo a ser provado fosse anterior a prova material apresentada.
37

Sobre benefícios assistenciais


38

SÚMULA 80 da TNU
Nos pedidos de benefício de prestação continuada (LOAS), tendo em vista
o advento da Lei 12.470/11, para adequada valoração dos fatores
ambientais, sociais, econômicos e pessoais que impactam na participação
da pessoa com deficiência na sociedade, é necessária a realização de
avaliação social por assistente social ou outras providências aptas a revelar
a efetiva condição vivida no meio social pelo requerente.
39 Comentário:

Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) estabeleceu como requisito a idade avançada e a
deficiência para concessão do BPC/LOAS:

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-


mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e
cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a
própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. (Redação dada
pela Lei nº 12.435, de 2011)

A TNU fixou a tese da necessidade de aferição das barreiras sociais que a deficiência gera, como
o reconhecimento das dificuldades cuja pessoa venha a ter para acessar o mercado de trabalho.
40

SÚMULA 79 da TNU
Nas ações em que se postula benefício assistencial, é necessária a
comprovação das condições socioeconômicas do autor por laudo de
assistente social, por auto de constatação lavrado por oficial de justiça ou,
sendo inviabilizados os referidos meios, por prova testemunhal.
41 Comentário:

A Reclamação Constitucional 4.374 PE superou a jurisprudência da ADI 1232-97 e declarou a


inconstitucionalidade parcial sem pronúncia de nulidade do § 3º, do art. 20, da LOAS.

§ 3o Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com


deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a
1/4 (um quarto) do salário-mínimo. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
2011)

Portanto, a TNU passou a entender pela necessidade de aferição in casu da condição de


hipossuficiência de cada postulante do benefício assistencial, o que tem causado certo transtorno aos
jurisdicionados, pois há frequentes compreensões equivocadas de decisões que analisam o patrimônio
(casa em bom estado, eletrodomésticos etc), e não a ausência de renda como critério de concessão do
benefício.
42

Sobre incapacidade
43

SÚMULA 47 da TNU
DOU DATA 15/03/2012
PG: 00119
Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve
analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de
aposentadoria por invalidez.
44 Comentário:

O Plano de Benefícios da Previdência Social (PBPS) estabelece os critérios para a concessão da


aposentadoria por invalidez nos seguintes termos:

Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o
caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em
gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de
reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e
ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

Ao estabelecer a Lei a concessão somente se o segurado não puder ser reabilitado, o Judiciário
entendeu que a norma poderia padecer de eficácia social, nos casos em que os segurados ainda
tivessem alguma incapacidade residual, mas cuja sua reabilitação seria quase impossível, como é o caso
dos trabalhadores rurais que estejam próximos a se aposentar e que tenham baixo grau de instrução.
Afinal, quais seriam suas chances de serem reabilitados para profissões que exijam maior nível de
escolaridade? Muito pouca.
45

SÚMULA 53 da TNU
DOU 07/05/2012
PG. 00112
Não há direito a auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez quando a
incapacidade para o trabalho é preexistente ao reingresso do segurado no
Regime Geral de Previdência Social.
46 Comentário:

O Judiciário estabelece que o portador da doença não tem direito ao benefício se já portador
para evitar o chamado “seguro do carro batido”. Ou seja, que os segurados apenas busquem a
Previdência quando precisem se utilizar de seus recursos e, assim, os institutos da probabilidade e
securitização sejam prejudicados e aumentados os gastos com a concessão de benefícios.
47

SÚMULA 72 da TNU
DOU 13/03/2013
PG. 0064
É possível o recebimento de benefício por incapacidade durante período
em que houve exercício de atividade remunerada quando comprovado que
o segurado estava incapaz para as atividades habituais na época em que
trabalhou.
48 Comentário:

Enunciado nº 142
A natureza substitutiva do benefício previdenciário por incapacidade não autoriza o desconto das
prestações devidas no período em que houve exercício de atividade remunerada (Aprovado no XI
FONAJEF).

RECURSO ESPECIAL - 1660478


AUXÍLIO-DOENÇA. COMPENSAÇÃO COM O PERÍODO EM QUE PERMANECEU EXERCENDO SUAS
ATIVIDADES. REEXAME CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 7/STJ. 1. O Tribunal de origem atento
a todas as provas dos autos, concluiu que a parte autora, não obstante a moléstia que a impedia de
exercer a função habitual, foi obrigada a continuar trabalhando por necessidade de sobrevivência,
enquanto aguardava pela percepção do benefício e, desse modo, não se revela possível a compensação
dos valores a serem pagos com o período em que trabalhou para sobreviver. 2. A questão foi decidida na
instância ordinária de acordo com os fatos e provas constantes nos autos, de forma que a alteração das
conclusões adotadas, tal como colocado pela autarquia recorrente, demanda reexame do acervo fático-
probatório, o que encontra óbice na Súmula 7/STJ. 3. Recurso Especial não conhecido
49

SÚMULA 77 da TNU
DOU 06/09/2013
PG. 00201
O julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e sociais
quando não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade
habitual.
50

SÚMULA 78 da TNU
DOU 17/09/2014
PG. 00087
Comprovado que o requerente de benefício é portador do vírus HIV, cabe
ao julgador verificar as condições pessoais, sociais, econômicas e culturais,
de forma a analisar a incapacidade em sentido amplo, em face da elevada
estigmatização social da doença.
“Abra as asas do seu conhecimento”

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