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Ruído

Ruído
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA

CONDIÇÕES BÁSICAS NECESSÁRIAS PARA QUE AS VIBRAÇÕES SONORAS SEJAM AUDÍVEIS

1) A freqüência deve ter valores específicos (faixa de audiofrequência) variando de:


Î 16 Hz a 20 Khz.

2) A amplitude de oscilação deve encontrar-se dentro do limiar de audibilidade, ou seja, a


variação da pressão deve ter um valor mínimo para atingir o limiar da audibilidade (diferença
instantânea entre a pressão atmosférica na presença do som e a pressão atmosférica na
ausência do mesmo).

Pressão mínima = 2 x 10-5 N/m2

Pressão máxima = 20.000.000 x 10-5 N/m2 (Limiar da dor)

Ou seja: A pressão deve variar de: 2 x 10-5 a 200 N/m2.

O RUÍDO E A ESCALA LOGARÍTIMA

A sensação auditiva humana aumenta vagarosamente, quando comparada com os aumentos de


pressão, numa escala semelhante à logarítima, ou seja:

N. P. S = Nível de Pressão Sonora


N.P.S. = 10 Log. (P/Po)2 sendo Po = 2 x 10-5 N/m2

N.P.S = 20 Log. (P) + 94 P = N/m2 e N.P.S. = dB(A)

Um aumento de 10 vezes na pressão sonora implica em uma sensação acrescida de 20dB e não numa
sensação 10 vezes maior.

Ex.: P1 = 1 N/m2 Æ N.P.S. = 94 dB

P2 = 10 N/m2 Æ N.P.S. = 114

(P2 = P1 x 10) Æ (N.P.S.2 = N.P.S.1 + 20 dB )

Eugênio Paceli Hatem Diniz 11 25/5/2002


A ESCALA DECIBEL

O decibel é o logaritmo de uma grandeza qualquer sobre uma grandeza de referência, ou seja: 10 Log.
(G/Go).

CURVAS DE COMPENSAÇÃO

- O sistema auditivo humano possui sensibilidade diferente para freqüências diferentes:

• menos sensível nas baixas e altas freqüências;


• melhor sensibilidade nas freqüências médias ( 1000 a 4000 Hz);
• a resposta auditiva humana para um som composto de uma mistura de várias
freqüências não pode ser expressa separadamente por nenhum dos valores de
N.P.S., nas respectivas freqüências;
• para contornar o problema e representar a resposta auditiva com um só valor ( a um
conjunto de sons ), de modo a permitir a avaliação do risco de dano auditivo e
desconforto, foram criados os “DECIBÉIS COMPENSADOS”- Vide gráfico com
as curvas.

Critérios ou curvas de compensação A,B e C.


A resposta plana, sem correção nenhuma, corresponde ao dB(L). As respostas dos equipamentos
aparelhados com circuitos internos que seguem os critérios A ou B ou C correspondem aos NPS,
identificados como dB (A), dB (B), dB (C), etc 1
Vide relação entre dB(L) e dB(A) na tabela da página 14

1 Fonte: FUNDACENTRO. Riscos Físicos. 1983.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 12 25/5/2002


EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA

M E D I Ç Ã O DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA: N. P.S.

Portaria 3214/78 NR. 15 anexo 1

I - RUÍDO CONTÍNUO / INTERMITENTE

‘ Ruído contínuo – é aquele cujo NPS varia de até ±3 dB durante um período longo (mais de 15
min) de observação.
‘ Ruído intermitente – é aquele cujo NPS varia de até ±3 dB em período curtos (menor que 15 e
superior a 0,2 s).
‘ Pela norma da Fundacentro - NHO 01: Ruído contínuo e intermitente é aquele que não é de
impacto e ruído de impacto é aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a
1,0 segundo, a intervalos maiores que 1,0 segundo.

Ruído contínuo ou intermitente é aquele que não é de impacto e deve ser medido com o aparelho em:
* circuito de resposta lenta - slow -
* e curva de compensação “A”.

LIMITE DE TOLERÂNCIA: vide tabela NR 15 - anexo 1

Critério de formação da tabela ( LT ) / dosímetro

LEQ = 100 + 16,61 Log.(D/T)

LEQ = Nível equivalente de ruído. É o nível de ruído ponderado sobe o período de medição, que
pode ser considerado como o nível de pressão sonora contínuo, em regime permanente, que apresenta
a mesma energia acústica total que o ruído real flutuante, no mesmo período de tempo. Unidade =
dB(A).

D = dose (da jornada de trabalho ou do tempo de medição com o dosímetro). Valor em decimal = X
% / 100. A dose é um valor sem unidade. ( % de energia sonora)

T = tempo (da jornada de trabalho diária ou tempo de medição com o dosímetro) em horas ou
fração de horas

D = (T/8) x 2(Leq/5 - 17)

Quando a dose é inferior ou igual a 1,0 o limite de tolerância é considerado não


ultrapassado (NR15-Anexo1 -15.6).

Eugênio Paceli Hatem Diniz 13 25/5/2002


II - EFEITO COMBINADO DA EXPOSIÇÃO A DIFERENTES NÍVEIS DE RUÍDO

Item 6 - NR-15 -“ Se durante a jornada de trabalho a exposição do trabalhador ocorrer sob diferentes
N.P.S., deverão ser considerados seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das frações C/T exceder
a unidade, a exposição estará acima do L.T”. ou seja:

C1 / T1 + C2 / T2 + ... + Cn / Tn < 1

C = Tempo de exposição que o trabalhador fica exposto a um determinado N.P.S., em hora ou


fração de hora.
T = Máxima exposição diária permitida a este nível, segundo o
L.T. da lei supracitada, em hora ou fração de hora.

C/T = Número puro sem unidade, chamado Dose.

Exemplos:

1) Considerando que o nível de ruído foi quantificado com um medidor de pressão sonora
instantâneo, calcule a Dose e o LEQ, considerando o efeito combinado, para a seguinte
exposição:

dB(A) Tempo de Exposição (h) Tempo máx. Permitido (h)


80 1,5 -
88 4,5 5,0
94 1,5 2,25
100 0,25 (15min) 1,0
110 0,25 (15 min) 0,25 (15 min)

C = 4,5 + 1,5 + 0,25 + 0,25 = 2,8


T 5,0 2,25 1,0 0,25

D = 2,8 Î LT ultrapassado para jornada de trabalho de 8 horas.

LEQ = 100 + 16,61 Log2, 8/6,5horas Æ LEQ = 93,9 dB(A)

ou seja: uma Dose de 2,8 equivale a um nível contínuo de 93,9 dB(A) durante toda a
jornada, apesar de o trabalhador ter ficado exposto 1,5 horas a 80,0 dB(A) e individualmente não ter
ultrapassado o tempo permitido para cada NPS.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 14 25/5/2002


2)Após a dosimetria de ruído em um operador de serra circular, o audiodosímetro registrou os valores
de dose abaixo. Calcule o LEQ considerando uma jornada de 8h/dia.
A) D = 1 ( 100% ) Î LEQ = 100 + 16,61 log ( 1/ 8 ) = 85 dB (A).

B) D = 2 ( 200% )

C) D = 4 ( 400% )

D) D = 8 ( 800% )

3- Utilizando-se o audiodosímetro, na avaliação da exposição ao ruído de um soldador, obteve-se uma


dose D = 1,0 . Calcule o LEQ considerando os tempos de exposição de cada caso.

A) T = 8,0h. Î LEQ = 100 + 16,61 log ( 1/8 ) = 85,0 dB(A)

B) T = 4,0h.

C) T = 2,0h.

D) T = 1,0h.

Preencha os quadros abaixo, a partir dos dados dos exercícios anteriores:

NPS TEMPO DE EXPOSIÇÃO ( H ) DOSE


dB(A) %
8,0 100,0
8,0 200,0
8,0 400,0
8,0 800,0

II
NPS TEMPO DE EXPOSIÇÃO ( H ) DOSE
dB(A) %
8,0 100,0
4,0 100,0
2,0 100,0
1,0 100,0

III
NPS TEMPO DE EXPOSIÇÃO ( H ) DOSE
dB(A) %
84.0 9,0
89,0 4,5
94,0 2,25

Eugênio Paceli Hatem Diniz 15 25/5/2002


IV
NPS TEMPO DE EXPOSIÇÃO ( H ) DOSE
dB(A) %
84.0 9,0
89,0 9,0
94,0 9,0

III - Programação de audiodosímetro:

Pela NR.15, Portaria 3214/78, temos os seguintes dados para programar o audiodosímetro:

ª Nível critério (criterion level): 85,0

ª Razão (exchange rate): 5,0


( A Norma da Fundacentro – NH01 e as normas internacionais ACGIH estabelecem
R= 3)

ª Limiar/sensibilidade (threshold level): 80,0/85,0 dB (A)

ª Limite superior: 115 dB(A)

ª Curva “A”

ª Resposta: slow

Exercícios:

1) Após uma audiodosimetria em um operador de retroescavadeira, obteve-se:


LEQ = 94,0 dB (A), qual o valor da DOSE para jornada de trabalho de 8 horas e 9 horas/diárias?

A) LEQ = 94 dB (A)
T = 8 horas
D=?

B) LEQ = 94 dB (A)
T = 9 horas
D=?

Eugênio Paceli Hatem Diniz 16 25/5/2002


IV - AVALIAÇÃO DE RUÍDO ATRAVÉS DE AUDIODOSIMETRIA

DEFINIÇÕES:

CICLO DE EXPOSIÇÃO: conjunto de situações acústicas, ao qual é submetido o trabalhador, em


seqüência definida, visto que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de trabalho.

NÍVEL EQUIVALENTE: é o nível ponderado sobre o período de medição, que pode ser
considerado como o nível de pressão sonora contínuo, em regime permanente, que representaria a
mesma energia acústica total que é o ruído real / flutuante no mesmo período de tempo.

CRITÉRIO CONSIDERADO: trata-se da determinação da dose de ruído recebida pela pessoa exposta,
e da verificação da adequação da exposição frente a este parâmetro.

INSTRUMENTAL NECESSÁRIO:

* Audiodosímetro
* Calibrador compatível
* Planilhas Campo/relatório - prancheta
* Baterias
* Calculadora

PROCEDIMENTO:

* verificar integridade eletromecânica do aparelho


* verificar carga das baterias
* calibrar antes e aferir após a medição
* verificar contato bateria/dosímetro

ABORDAGEM DO AMBIENTE DE TRABALHO:

A caracterização se fará basicamente de maneira individual, PARA CADA FUNÇÃO, a partir da


determinação dos ciclos de exposição ao ruído.

IMPORTANTE: Havendo uma mesma função com trabalhadores exercendo atividades diferentes “e/ou”
em locais diferentes “e/ou” operando equipamentos diferentes, deve ser realizado o monitoramento de cada
um desses casos. Nesses casos, uma dosimetria de um não representa a exposição de outro e uma dosimetria
não pode ser somada a do outro.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 17 25/5/2002


MEDIÇÃO:

I - Condições de rotina de trabalho (incluindo o ruído de fundo, caso existente)

II - Condições operacionais normais do processo

III - Condições usuais de exposição

IV - Casos especiais de operação e/ou exposição podem e devem ser monitorados para fins
de controle e apreciação da exposição. Entretanto esses dados não devem representar a
exposição usual do trabalhador.

V - Microfone situado 150 ± 50 mm do ouvido, do lado onde for detectado maior nível
de pressão sonora, utilizando para tanto, um medidor instantâneo.

TEMPO DE MEDIÇÃO COM O DOSÍMETRO:

A amostragem deve cobrir toda a jornada de trabalho ou porções menores, desde que representativa ou seja
cerca de dois terços da jornada.

Em situações especiais (aqueles que andam por todo o processo produtivo para exercer sua atividade –
funções como, por exemplo, mecânico de manutenção, eletricista, etc.) será necessário realizar mais de
uma dosimetria ao longo da semana/mês, efetuando-se a soma dos resultados. Apenas dessa forma a
dosimetria será representativa da exposição dessa função – ver exercício a seguir.

EXERCÍCIOS DE DOSIMETRIA

1) A audiodosimetria de um soldador resultou nos seguintes dados:


D = 180% - Tempo de medição = 06:00 h. - Jornada de Trabalho=8 horas. Atividades: Soldagem
elétrica na oficina de manutenção.

Calcule o LEQ e a Dose da jornada de trabalho. Comentar se o L.T. foi ultrapassado.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 18 25/5/2002


SOMA DE NÍVEIS EQUIVALENTES (LEQ) A PARTIR DE VÁRIAS DOSIMETRIAS:

2) Para que a avaliação da exposição ao ruído fosse mais representativa, foram realizadas três
dosimetrias em um mecânico de manutenção de uma siderurgia. Calcule o LEQ e Dose da exposição,
para uma jornada de 8 horas:

dose Tempo de medição LEQ


(%) h dB(A)
129 7,5 87,0
156 7,5 89,0
111 7,0 87,0

DOSE TOTAL = 396% TEMPO TOTAL DE MEDIÇÃO = 22h

LEQFinal = 100 + 16,61 LOG (3,96 ) = 87,6 dB(A)


22
Dose8h Î 3,96 -------- 22 horas Dose8 h = 3,96 X 8 = 1,44
22
X -------- 8 horas

2) Em uma dosimetria de um mecânico, registraram-se os seguintes dados:

2ª F: D = 280% TMedição = 04:00 h. LEQ = 97,0 dB(A)


Atividade na 2ª feira: manutenção em um compressor na sala de compressores. Faz revisão nos
equipamentos uma vez/semana, cerca de oito horas a cada vez.

3ª F: D = 80% TMedição = 04h30min. LEQ = 87,5 dB(A)


Atividade na 3ª feira: executou trabalho nas diversas áreas da empresa, conforme rotina de trabalho.

Considerando a jornada de trabalho de 9h, calcule: DOSE da jornada de trabalho e o LEQ,


verificando se limite de tolerância foi ultrapassado.

3) Da dosimetria de um eletricista de manutenção preventiva, registraram-se os seguintes dados:

2ª F: D = 140% T Medição = 7,0 h Trabalho e exposição LEQ = 88,0 dB(A) de rotina

3ª F: D = 250% T Medição = 6,5 h Trabalho de rotina e LEQ = 93,0 dB(A) exposição especial

4ª F: D = 160% T Medição = 4,5 h Trabalho e exposição LEQ = 92,5 dB(A) de rotina

5aF: D = 460% T Medição = 5,0 h Trabalho e exposição de rotina, segundo o trabalhador


LEQ = 99,4 d(BA)

Considerando a jornada de trabalho de 9h, calcule: DOSE da jornada de trabalho e o LEQ,


verificando se o limite de tolerância foi ultrapassado.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 19 25/5/2002


INVALIDAÇÃO DAS MEDIÇÕES:

ª Aferição da calibração variando fora da faixa tolerada ( > ± 0,5 dB.)

ª Carga da bateria abaixo do mínimo (< 95%).

ª Trabalhador sair fora da rotina

ª Situação de operação especial

ª Condição de exposição diferente da usual

Valor Situação de Consideraç Nível de


da exposição ão atuação
DOSE técnica da para
situação controle
0,1 a 0,5 Aceitável - não prioritária
0,6 a 0,8 Aceitável de atenção de rotina
0,9 a 1,0 Temporariamen Séria preferencial
te
aceitável
1,1 a 3,0 Inaceitável Crítica urgente
> 3,1 Inaceitável De emergência imediata

INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:

DOSE = 1,0 (100%) / 8 HÆ 85 dB(A)

N.P.S. > 115 dB (A) Æ risco grave e iminente, não importando o valor da dose.

Dose > 1,0 (>100%) Æ indica que o L.T. foi excedido.

PLANILHAS DE CAMPO E DE RELATÓRIO:

PLANILHAS DE CAMPO: deverão ser individuais, por função avaliada, onde deve constar no mínimo:

Setor/divisão, função, atividade de trabalho, local/locais de trabalho, jornada diária de trabalho, data
de avaliação, resultado da avaliação LEQ/DOSE, observações sobre o processo de trabalho/máquinas
e equipamentos visando a implantação/utilização de proteção coletiva e individual, nome do
trabalhador e horários de almoço e saída.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 20 25/5/2002


PLANILHA DE CAMPO

Avaliação de ruído através de dosimetria


Divisão: Setor:
Função Avaliada: Nome do Trabalhador:
Horário de almoço: Horário de saída: Data da avaliação:
Descrição da atividade:

Locais onde se exerce a atividade:

LEQ: Dose tempo medição: Jornada de trabalho:


Observações sobre o processo de trabalho, EPC, EPI:
NPS instantâneo dB(A):
"Ponto/situação monitorado" "Valor"
Ruído de impacto dB(L) ou dB(C)
"Ponto/situação monitorado" "Valor"

PLANILHAS DE RELATÓRIO:

Avaliação de ruído através de dosimetria


Divisão: Setor:
Função Avaliada: Nome do Trabalhador:
Data da avaliação:
Descrição da atividade:

Locais onde se exerce a atividade:

LE LT: Dose da jornada de trabalho : Jornada de trabalho:


Q:
Conclusão: 1 - Dosimetria
2 - Ruído de impacto
Recomendações sobre o processo de trabalho, EPC, EPI:

NPS instantâneo dB (A):


"Ponto/situação monitorado" "Valor"
Ruído de impacto dB(L) ou dB(C)
"Ponto/situação monitorado" "Valor"

Constar conclusão sobre resultado das medições x legislação e as recomendações sobre proteção
coletiva/individual e alterações no processo de trabalho.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 21 25/5/2002


V – AVALIAÇÃO DE RUÍDO DE IMPACTO

Portaria 3214/78, NR. 15, anexo n. º 2:

“É aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1,0 segundo, a
intervalos maiores que 1,0 segundo”.

MEDIÇÃO DO RUÍDO DE IMPACTO:

A - Circuito de resposta para impacto; curva de compensação linear.

Æ L.T. = 130 dB (L)

N.P.S. impacto > 140dB(L) Æ risco grave e iminente.

B - Circuito de resposta rápida (Fast); curva de compensação em “C”.

Æ L.T. = 120 dB(C)

N.P.S. > 130 dB(C) - Fast Æ risco grave e iminente.

Deve-se salientar que a norma é omissa em não estabelecer o número máximo de impactos diário
permitido correspondente ao respectivo nível de pressão sonora. A ACGIH (American Conference of
Governmental Industrial Hygienists) não permite exposição maior que 140dB(C) e a norma da
FUNDACENTRO (NHO 01) define os seguintes limites:

LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO DE IMPACTO


Nível de Pressão Número de Impactos
Sonora dB* Permitidos por Dia

140 100
130 1000
120 10000

*Nível de Pressão Sonora em Picos de Decibéis


Np = 160 – 10 log n dB(L)
Np = nível de ruído de impacto máximo permitido, em dB(L)
. n= número de impacto/dia

Eugênio Paceli Hatem Diniz 22 25/5/2002


VI - TABELA DE CORREÇÃO: RESPOSTA PLANA ( LINEAR) PARA CURVA “A”
FREQÜÊNCIA Hz INCREMENTO (dB)
31,5 - 39,4
63,0 - 26,2
125 - 16,1
250 - 8,9
500 - 3,2
1000 0
2000 + 1,2
4000 + 1,0
8000 - 1,1

Transformando um ruído INSTANTÂNEO LINEAR para um nível INSTANTÂNEO da CURVA A:


NPS em dB(A) = NPS em dB (linear) ✚ ( incremento)

EXEMPLOS:

1) Avaliado um nível de ruído instantâneo, com filtro de freqüência, obteve na freqüência de 125
Hz o valor de 97 dB (L). Passe esse valor para a curva A.

1) NPS = 97 dB (L) Î dB(A) = 97 + (-16,1)


f = 125 Hz dB(A) = 80,9 dB(A)

ou seja: 97 dB (Linear) em 125 Hz equivale a 80,9 dB (A) em 125 Hz.

2) Um ruído de 85 dB (L) na freqüência de 1000 Hz equivale a quanto em dB(A)?

3) Um ruído de 87dB(L) na freqüência de 250 Hz equivale a quanto em dB(A)?

Eugênio Paceli Hatem Diniz 23 25/5/2002


VII - SOMA DE NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA
Î ATENÇÃO: válido apenas para VALORES INSTANTÂNEOS

dB = 10 Log.(10dB1/10 ± 10dB2/10 ± 10dB3/10 ±...)

EXEMPLOS (USANDO A FÓRMULA):

1) 92 + 81 + 95 + 90 dB = 10 Log. (1092/10 + 1081/10 + 1095/10 + 1090/10 ) = 97,6 dB

SOMA E SUBTRAÇÃO - M É T O D O G R Á F I C O:

Avaliando o ruído de uma oficina, com cada uma das máquinas operando individualmente de cada vez,
obtivemos no posto de trabalho do torneiro mecânico os valores de ruído abaixo indicado. Verificar,
através do método gráfico, o nível de ruído neste posto de trabalho quando todas as máquinas estão
operando simultaneamente.
1) 92 + 81 + 95 + 90 dB = ... 97,6 dB

92 + 81 --> # = 11 Æ 92 + 0,3 = 92,3


95 + 90 --> # = 05 Æ 95 + 1,2 = 96,2

92,3 + 96,2 --> # = 3,9 Æ 96,2 + 1,45 = 97,6 Db

2) 88 + 99 + 57 + 100 + 100 =? dB (A)

VIII - AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA EFICIÊNCIA DE PROTETOR AURICULAR

EXEMPLIFICAÇÃO DE CRITÉRIO TÉCNICO DE SELEÇÃO DE EPI

Estamos diante do problema de fornecer a proteção auricular adequada para trabalhadores expostos ao
ruído com nível de pressão sonora de 114 dB(A). Iremos, então, fazer a seleção do modelo que,
segundo o critério adotado, será capaz de reduzir aquele nível de ruído a um valor menor ou igual a 85
dB(A), para exposições de 8 horas diárias.

Deve ser lembrado que, a rigor, a proteção auditiva sempre deve ser considerada como função dos
particulares ruídos e protetor em questão. Ela não será a mesma para ruídos diferentes, usando-se o
mesmo protetor, nem para protetores diferentes, tendo-se o mesmo ruído. Dessa forma, quando se
está exposto aos ruídos de níveis muitos elevados, deve-se efetuar a avaliação quantitativa da proteção
que se está oferecendo.

O ruído, no exemplo, é um dado real, colhido numa indústria metalúrgica. Os dados dos protetores
também são reais, sendo que nos reservamos o direito de omitir as marcas e modelos, uma vez que tal
comparação escapa aos nossos objetivos.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 24 25/5/2002


Dados Iniciais
O Ruído

Nível de pressão sonora, curva de ponderação “A” (NR-15, Portaria 3214).....114 dB(A).
Nível de pressão sonora, resposta linear................................................... . .115 dB(L).

Distribuição dos níveis por faixas de oitava:


Hz 125 250 500 1000 2000 4000 8000
dB(L) 97 97 108 105 107 110 110

Os Protetores:
Foram considerados dois protetores, cujos dados de atenuação média e respectivos desvios padrão,
fornecidos pelos fabricantes, são dados nas tabelas a seguir:

PROTETOR I

FREQUENCIA ATENUAÇÃO MÉDIA DESVIO PADRÃO


(Hz) (dB) (dB)
125 22 5,8
250 22 6,9
500 25 7,0
1000 28 6,4
2000 31 6,1
4000 28 6,4
8000 25 8,7
PROTETOR II

FREQUÊNCIA (Hz) ATENUAÇÃO MÉDIA DESVIO-


(dB) PADRÃO
(dB)
125 13 2,9
250 20 2,6
500 26 2,2
1000 32 2,4
2000 35 2,4
4000 48 2,6
8000 36 4,0

Segundo os cálculos efetuados a seguir, verifica-se que o PROTETOR I atenuará o ruído em questão,
desde 114 dB(A) até um valor de aproximadamente 95,7 dB(A), enquanto o PROTETOR II oferecerá
uma atenuação capaz de levar o mesmo ruído de 114 dB(A) a aproximadamente 84,4 dB(A). Portanto,
dentro do critério de avaliação adotado, o PROTETOR I não é adequado para exposições de 8 horas
diárias. O resultado conseguido com o PROTETOR II é mais satisfatório, situando-se numericamente
abaixo do nível máximo permitido para exposições de 8 horas diárias - 85 dB(A), segundo a Legislação
Brasileira ( Portaria 3.214/78, anexo I da NR-15).

Eugênio Paceli Hatem Diniz 25 25/5/2002


QUADRO 1 - Avaliação da proteção oferecida pelo protetor auricular I

A) Freqüência (Hz) 125 250 500 1000 2000 4000 8000


B) Análise da freqüência em dB 97 97 108 105 107 110 110
C) Correção para escala A -16,1 -8,9 -3,2 0 +1,2 +1,0 -1,1
D)Análise de freqüência em dB (A) (B+C) 80,9 88,1 104,8 105 108,2 111 108,9
E) Atenuação média do protetor auricular
22 22 25 28 31 28 25
I em dB
E1) Desvio-padrão em dB 5,8 6,9 7,0 6,4 6,1 6,4 8,7
E2) Proteção assumida em dB do protetor
16,2 15,1 18,0 21,6 24,9 21,6 16,3
(E-E1)
F) Níveis de ruído assumidos com o
protetor, em dB (A), por faixa de oitava 64,7 73,0 86,8 83,4 83,3 89,4 92,6
(D-E2).

87,0 86,4 94,4

87,0
F1) Somatória dos níveis
89,7

G) Nível de ruído assumido com o protetor I em dB(A) 95,7

Nível de ruído dentro do ouvido, usando abafador = 95,7 dB(A)

Nível de ruído dentro do ouvido, sem abafador – NPS = 114 dB(A)

Atenuação do protetor: 114 – 95,7 = 18,3 dB (A)

Eugênio Paceli Hatem Diniz 26 25/5/2002


QUADRO 2 - Avaliação da proteção oferecida pelo protetor auricular II

A) Freqüência (Hz) 125 250 500 1000 2000 4000 8000


B) Análise da freqüência em dB 97 97 108 105 107 110 110
-
C) Correção para escala A -8,9 -3,2 0 +1,2 +1,0 -1,1
16,1
D)Análise de freqüência em dB (A)
80,9 88,1 104,8 105 108,2 111 108,9
(B+C)
E) Atenuação média do protetor
13 20 26 32 35 48 36
auricular II em dB
E1) Desvio-padrão em dB 2,9 2,6 2,2 2,4 2,4 2,6 4,0
E2) Proteção assumida em dB do
10,1 17,4 23,8 29,6 32,6 45,4 32
protetor (E-E1)
F) Níveis de ruído assumidos com 70,7 81,0
o protetor, em dB (A), por faixa de 70,8 75,4 75,6 65,6 76,9
oitava (D-E2).

73,9 78,5 77,2


F1)Somatória de níveis
81,0

84,0

G)Nível de ruído assumido com o protetor II em dB (A) 84,4 ( Nível de ruído dentro do
ouvido usando abafador )

Atenuação do protetor: 114 - 84,4=29,6 dB (A)

Descrição e explanação relativa aos quadros 1 e 2

A) Freqüência central das bandas de oitava.

B) Análise de freqüência realizada na zona de audição do trabalhador a ser protegido, leitura em dB.

C) Correção para dB(A), valores a serem subtraídos das leituras obtidas na análise de freqüência.

D) Análise de freqüência em dB (A), resultado de B-C.

E) E1) Atenuações do protetor auricular por faixas de freqüências com respectivos desvios-padrão
em dB (valores fornecidos pelos fabricantes).

E2) Proteção assumida em dB, resultado de E-E1, a ser subtraído dos valores constantes em D.
G) Somatória dos níveis de ruídos por faixas de oitava, dois a dois, conforme a tabela seguinte.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 27 25/5/2002


H) Nível de ruído em dB (A) que se supõe estar submetido o trabalhador quando utiliza o protetor.
Valor obtido pela soma logarítmica dos níveis mencionados em F, obtida através da tabela.

OBSERVAÇÃO

Ao considerarmos a proteção assumida do EPI (E2) como sendo a atenuação média subtraída de um
desvio-padrão (E-E1), estamos protegendo, estatisticamente, uma quantidade maior de pessoas, em
relação ao simples uso da atenuação média, ou seja, ao usarmos a atenuação média, podemos esperar
que 50% dos protetores terão melhor atenuação que esse valor e que 50% serão piores; por outro lado,
ao usarmos o valor médio subtraído de um desvio-padrão, pode-se afirmar que 84% dos protetores
terão desempenho superior a esse valor, o que configura o cálculo como uma abordagem “a favor da
segurança”. Se tivéssemos usado para E2 a atenuação média subtraída de dois desvios-padrão, a
expectativa seria de obtermos 97% dos protetores com desempenho superior ao calculado para essa
atenuação assumida (não calculado, no exemplo).

Cuidados e Limitações

Apesar da relativa simplicidade desse procedimento, é preciso ter em mente que seus resultados devem
ser usados com cautela. Deve-se considerar as seguintes limitações:

• os ruídos industriais usuais abrangem toda a faixa de freqüências audíveis, nominalmente, 20 Hz a 20


KHz. O cálculo considera a porção mais significativa dessa faixa, em termos de audibilidade e
inteligibilidade. Entretanto, não são consideradas as faixas de oitava centradas em 31,5 e 63 Hz e a faixa
centrada em 16 KHz, introduzindo-se, assim, pequeno desvio (aleatório) das condições reais;
• no uso real, os protetores podem apresentar atenuações inferiores, em função má adaptação do EPI ao
usuário. Esta pode ser devida ao uso de barba, outros EPI, mau treinamento quanto à colocação
correta, etc.
• os dados de atenuação, normalmente obtidos em laboratório, podem diferir significativamente no uso
em campo, seja pelos fatores atrás mencionados, como pela existência de outras condições usuais de
variabilidade que a situação real de utilização possui.

Como conclusão, deve-se ressaltar que, embora a necessidade de se assegurar o nível de proteção,
conseguido com o uso de protetores auriculares, em ambientes excessivamente ruidoso, seja técnica e
moralmente obrigatória, as limitações do método, como um todo, sugerem o uso da cautela no
emprego dos valores quantitativos obtidos, quando próximos dos limites permitidos. Dessa forma,
valores muito próximos dos níveis máximos permitidos, em relação ao tempo de exposição, deveriam
ser considerados como de proteção não caracterizada, buscando-se atenuações superiores, através de
outros tipos de protetores e/ou a redução do nível de ruído, através de medidas ambientais.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 28 25/5/2002


Exercício: Considerando uma análise de freqüência de um ruído na caldeiraria, verificar se o protetor
selecionado é adequado, tendo NPS = 110,0 dB (A).

A) Freqüência (Hz) 125 250 500 1000 2000 4000 8000


B) Análise da freqüência em dB 94 94 100 100 105 105 104
C) Correção para escala A -16,1 -8,9 -3,2 0 +1,2 +1,0 -1,1
D)Análise de freqüência em dB(A) (B-C)
E) Atenuação média do protetor auricular 30,1 29,8 29,1 34,0 38,7 41,7 38,0
II em dB
E1) Desvio-padrão em dB 3,3 3,2 2,8 2,9 3,4 4,8 4,1
E2) Proteção assumida em dB do protetor
( E-E1)
F) Níveis de ruído assumidos com o
protetor, em dB(A), por faixa de oitava (D-
E2)

Eugênio Paceli Hatem Diniz 29 25/5/2002


NIOSH.

O National Institute for Occupational Safety and Health – NIOSH, um dos institutos prevencionistas
mais respeitados do mundo, acabou de publicar ( junho 1998) sua nova edição dos critérios de
exposição ocupacional ao ruído: “Criteria for a Recomnended Standard - Occupational Noise Exposure
- Revised Criteria 1998”. É de excelente conteúdo técnico, como outros publicados para Calor,
Formaldeído, etc. Inclui inúmeras citações de pesquisas, análises e recomendações para
aperfeiçoamento das normas oficiais americanas, tanto as da OSHA, MSHA, EPA, etc.

Agora, a avaliação da exposição ocupacional ao ruído deve ser feita com FDD - Fator Duplicativo da
Dose (Exchange Rate) de 3 dB ou 85 dB-A o nível máximo para 8 h diárias. Alterou também o
procedimento de testes audiométricos, porém a mudança de maior impacto está relacionada ao uso de
protetores auriculares.

Diferente da OSHA (fiscalização), o NIOSH recomenda o uso da Norma ANSI S12.6-l997 para
estimar a atenuação de protetores auriculares, que se baseia em dados reais, levantados com pessoas em
condições de trabalho, e não mais através da cabeça mecânica, em laboratório.

Assim, se o NRR - Noise Reduction Rating (Nível de Redução de Ruído) do fabricante for resultado de
métodos diferente da ANSI S12.6-1997 , o usuário deve fracioná-lo, como segue:

Protetor concha Subtrair 25% do NRR impresso no rótulo

Protetor Plug amoldável (espuma) Subtrair 50% do NRR impresso no rótulo

Outros Protetores tipo Plug Subtrair 70% do NRR impresso no rótulo

Essa redução está fundamentada em 20 trabalhos científicos, de autores independentes, que testaram
protetores comerciais em 84% de usuários, sob condições reais de exposições. Os melhores protetores
apresentaram NRR entre 13.2 a 14.8 dB, enquanto há outros absolutamente inúteis. Detalhes estão na
Internet: http://www.cdc.gov/niosh/noisepg.html

Vale enfatizar que o NIOSH recomenda usar dois protetores auriculares (concha + plug) quando os
níveis médios integrados (Leq ou Lavg) estiverem entre 100 dB-A e 105 dB-A. Acima disso, nem
mesmo uma dupla proteção considera adequada.

Fonte: Boletim informativo da DOULOS. News Board. Ano. 03. N.04. p.4 . set. 1998.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 30 25/5/2002


Por que os protetores auditivos não fornecem a proteção adequada?

Os protetores auditivos são equipamentos individuais de proteção contra ruído que devem
reduzir a dose do ruído para os usuários. A vedação entre o protetor e a face da cabeça ( para o
tipo concha) ou canal de ouvido ( para o tipo plug) é o parâmetro decisivo na obtenção de
atenuação adequada. Existem várias razões pelas as quais os protetores auditivos falham em
oferecer proteção adequada aos Usuários. Neste tópico serão abordados os efeitos de
incompatibilidade dos protetores com outros EPI e a atenuação real de ruído obtido no
mundo real (Campo), além do efeito de deterioração do protetor.

Incompatibilidade com outros equipamentos

O protetor auditivo deve ser compatível com o uso de outros equipamentos de proteção
individual, tais como capacete, óculos, máscaras, etc. alguns usuários têm contorno de cabeça
não compatível com alguns protetores do tipo concha. Alguns trabalhadores têm também,
canais de ouvido externo de forma geométrica que não são compatíveis com alguns tipos de
plug. No momento de escolha do protetor, deve-se consultar o trabalhador para garantir seu
conforto e aceitação.

Atenuação do Ruído

Os fabricantes devem fornecer as informações necessárias sobre o comportamento dos


protetores. Essa informações são atenuação média, desvio padrão em função da freqüência e
o número único, chamado Nível de Redução de Ruído NRR. Tais informações são medidas
no Laboratório conforme normas (ANSI ou ISSO) com método subjetivo ( Método de
Ouvido Real). Neste método subjetivo ( norma ANSI s12-6 1997) são utilizados 20 ouvintes
qualificados ( com perda auditiva menor que 20 dB), repetindo-se o teste duas vezes para cada
ouvinte. O teste consiste em determinar o limiar de audição para os ouvintes expostos ao
ruído de banda, e não tom puro de testes audiométricos, em oito bandas de 1/3 de oitava
com ouvido aberto e depois fechado por protetor. O Ensaio subjetivo é muito complexo,
demorado e precisa de cerca de 30 horas. As condições de uso do protetor no ambiente do
trabalho são diferentes em relação às condições das medições no laboratório como podemos
destacar:

1 – A colocação feita no laboratório, pelo ouvinte, fornece atenuação máxima enquanto no


campo , conforto máximo;

2 - A colocação feita no laboratório é realizada pelo ouvinte treinado, enquanto o trabalhador


no campo, geralmente não é treinado;

3 - O teste no laboratório é realizado por 10 minutos para cada ouvinte, enquanto o


trabalhador usa o protetor 8 horas diárias;

O ouvinte no laboratório fica sentado, sem movimento durante o teste, enquanto o


trabalhador no campo exerce movimentos e força corporal;

Eugênio Paceli Hatem Diniz 31 25/5/2002


4- O objetivo do ensaio no laboratório é fornecer a atenuação máxima oferecida pelo
protetor, enquanto no campo o trabalhador usa para atender os requisitos e normas.

A figura a seguir mostra a diferença entre os valores da NRR para os vários tipos de
protetores (dados do fabricante, considerando 2 vezes o desvio padrão) e do valor obtido no
campo. Portanto, o NRR deve ser reduzido (multiplicado por) 70% para conchas, 50% para
plugs moldáveis e 24% para os outros tipos de plugs.
Esta redução deve ser usada para correção dos valores fornecidos pelos fabricantes para cálculo dos
valores reais no campo.

NRR fornecido pelo fabricante e calculado com


dados de campo.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 32 25/5/2002


Deterioração

Os protetores auditivos têm uma vida útil que depende do uso e da qualidade de cada um. Os plugs
encolhem (diminuem de tamanho) ou ficam duros devido ao contato com a cera do ouvido e a
transpiração do trabalhador, dentro de três semanas ou mais de uso. Nos do tipo concha deve-se
trocar as almofadas periodicamente. O ouvido deve ser encaixado dentro da concha para fornecer uma
maior vedação e conforto.

É recomendável que o trabalhador leve seu protetor cada vez que tiver teste audiométrico (a cada 3, 6
ou 9 meses) e mostre para o (a) fonoaudiólogo(a) como ele o usa e como o guarda . O (A)
fonoaudiólogo(a) deve orientar o trabalhador individualmente sobre o uso correto, manutenção e,
inclusive, sobre a troca do protetor.

GERGES, Samir N.Y. Acústica industrial. São Paulo, CIPA. N. 219:34-35, ano XIX. 1998.

Medidor de Nível de Pressão Sonora

Não é recomendável o uso do nome decibelímetro para medidor de pressão sonora (NPS) Já
que esse termo significa medir em escala dB. A princípio, qualquer grandeza física pode ser medida em
dB. Medidores de NPS podem ser do tipo simples que fornece apenas o nível global em dB(A) ou
medidores sofisticados com recursos capazes de fornecer dB ( linear A,CB,C ou D), dB impulso, dB
pico, espectro e/ou outras escalas. Existem quatro classes de medidores de NPS, conforme a norma
ANSI S1-4-1971: classe 1 de pressão, classe 2 para uso geral, classe 3 para uso comum e classe 4 uso
especial. As tolerâncias do nível de pressão sonora dB(A) para os tipos 1 a 3 para incidência aleatória,
são mostradas na tabela anexa, incluindo as tolerâncias de todos os elementos do medidor. Os valores
-∞ na tabela significam que o medidor não responde, ou a pressão sonora é nula. A tabela mostra que
, por exemplo, dois medidores de fabricantes diferentes, de mesmo tipo ( 1,2 ou 3), podem fornecer
níveis diferentes.

A aferição do medidor é feita com calibrador eletromecânico (pistonfone) ou eletroacústico (


calibrador do tipo alto-falante ). O calibrador gera um nível estável e alto de pressão sonora, entre 90 e
125 dB, com variação até ± 0,2 dB. Portanto, é possível realizar calibração em ambiente com nível alto
de ruído de fundo. A freqüência do calibrador é em geral de tom puro, entre 200 e 1250 Hz.

Fonte: Samir N.Y. Gerges. – Fundamentos e controle

Eugênio Paceli Hatem Diniz 33 25/5/2002


TOLERÂNCIAS EM dB (A) PARA MEDIDOR DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA

Freqüência (Hz) Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3


10,0 ± 4,0 - -
12,5 ± 3,5 - -
16,0 ± 3,0 - -
20,0 ± 2,5 + 5,0, - ∞ + 6,0, - ∞
25,0 ± 2,0 + 4.0, - 4.5 + 5.0, - 6.0
31,5 ± 1,5 + 3.5, - 4.0 + 4.5, - 5.0
40,0 ± 1,5 + 3.0, - 3.5 + 4.0, - 4.5
50,0 ± 1,0 ± 3,0 ± 4,0
63,0 ± 1,0 ± 3,0 ± 4,0
80,0 ± 1,0 ± 3,0 ± 3,5
100 ± 1,0 ± 2,5 ± 3,5
125 ± 1,0 ± 2,5 ± 3,0
160 ± 1,0 ± 2,5 ± 3,0
200 ± 1,0 ± 2,5 ± 3,0
250 ± 1,0 ± 2,5 ± 3,0
315 ± 1,0 ± 2,0 ± 3,0
400 ± 1,0 ± 2,0 ± 3,0
500 ± 1,0 ± 2,0 ± 3,0
630 ± 1,0 ± 2,0 ± 3,0
800 ± 1,0 ± 1,5 ± 3,0
1000 ± 1,0 ± 2,0 ± 3,0
1250 ± 1,0 ± 2,0 ± 3,0
1600 ± 1,0 ± 2,5 ± 3,5
2000 ± 1,0 ± 3,0 ± 4,0
2500 ± 1,0 + 4.0, -3.5 ± 4.5
3150 ± 1,0 + 5.0, -4.0 ± 5.0
4000 ± 1,0 + 5.5, - 4.5 ± 5.5
5000 + 1,5, -2 + 6.0, - 5.0 ± 6.5
6300 + 1,5, -2 + 6.5, - 5.5 ± 7.0
8000 + 1,5 -3 + 6.5, - 6.5 ± 7.5
10000 + 2.0, -4 + 6.5, - ∞ ± 7.5, - ∞
12500 +3.0,-6 - -
16000 +3.0, - ∞ - -
20000 +3.0,- ∞ - -
Fonte: Samir N.Y. Gerges. – Fundamentos e controle

Eugênio Paceli Hatem Diniz 34 25/5/2002


ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA
MÉTODO GRÁFICO

D I F E R E N Ç A E N T R E O S D O I S V A L O R E S A S E R E M A D I C I O N A D O S

Eugênio Paceli Hatem Diniz 35 25/5/2002


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

Segurança e Medicina do Trabalho – Portaria 3214/78. Atlas

Gerges, Samir N. Y. - Ruído fundamentos e controle.


Departamento de Engenharia Mecânica UFSC. Tel. (0482)
319227/344074 - Fax (0482) 341519.

Saliba, Tuffi Messias et al. - Higiene do Trabalho e Programa


de Prevenção de Riscos Ambientais. Ed. LTr

Santos, Ubiratam de Paula et al. - Ruído Riscos e Prevenção.


Ed. Hucitec

FUNDACENTRO -MTb. Riscos Físicos.

FUNDACENTRO - Norma de higiene ocupacional – NHO 01.

Eugênio Paceli Hatem Diniz 36 25/5/2002

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