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13/08/2018 Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região TRT-6 - Recurso Ordinário : RO 00101970320135060281

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Tribunal Regional do Trabalho da 6ª


Região TRT-6 - Recurso Ordinário : RO
00101970320135060281 - Inteiro Teor

Resumo
Inteiro Teor
EMENTA PARA CITAÇÃO

Inteiro Teor

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Consulta de Acórdãos - Inteiro teor
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 6ª REGIÃO
Segunda Turma
Identificação

PROC. N.º TRT - 0010197-03.2013.5.06.0281 (RO)

Órgão Julgador: 2.ª Turma

Relator: Juiz Convocado Ibrahim Alves Filho

Recorrente: OSCAR AUGUSTO RACHE FERREIRA

Recorrido: RICARDO VITORINO DA SILVA

Advogados: Ana Maria de Lucena Ledo; e José Pedro de Souza

Procedência: 1.ª Vara do Trabalho de Barreiros/PE

EMENTA

EMENTA: RESCISÃO CONTRATUAL - JUSTA CAUSA - ABANDONO


DE SERVIÇO - NÃO COMPROVAÇÃO. Cabe ao empregador demonstrar
a falta grave imputada ao empregado, a teor do princípio da continuidade da
relação de emprego e da dicção do art. 333, inciso II, do CPC. No caso em
análise, não havendo prova da ausência ao trabalho por sessenta dias,

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incabível a aplicação da penalidade máxima, até porque é irrelevante a


discussão proposta sobre o comportamento do autor após o telegrama de
solicitação de retorno ao serviço. Apelo não provido.

RELATÓRIO

Vistos etc.

Cuida-se de recurso ordinário, interposto por OSCAR AUGUSTO RACHE


FERREIRA, da sentença proferida pelo MM. Juízo da 1.ª Vara do Trabalho
de Barreiros/PE, que, nos termos da fundamentação constante do ID 84f0b4f,
julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados por RICARDO
VITORINO DA SILVA.

Nas razões recursais (ID 8728a89), suscita o demandado preliminar de


nulidade do processo, por ofensa aos princípios do contraditório e da ampla
defesa, tutelados no artigo 5.º, LV, da Constituição Federal. Alega que, apesar
de impugnada a prova técnica no momento oportuno, o expert não considerou
os demais documentos constantes dos autos, como manuscritos, registro de
identidade, contrato de trabalho e carteira de habilitação, deixando de
verificar a variabilidade da escrita da parte autora ao longo do tempo, por
fatores psicológicos ou de aperfeiçoamento do estilo pessoal. Requer, então, o
retorno dos fólios ao juízo de origem, para complementação do laudo
grafoscópico. No mérito, insurge-se contra a condenação ao pagamento de
indenização do aviso prévio e férias proporcionais (Súmula n.º 171 do TST).
Nesse aspecto, advoga que, apesar de ter se submetido a tratamento médico
em São Paulo no período de fevereiro a junho de 2013 (IDs 1566561 e
1728174), acordou com o demandante de que ele deveria continuar a executar
serviços de motorista particular e atividades de manutenção na sua residência,
o que não ocorreu em relação aos últimos 60 dias do contrato de trabalho,
motivo pelo qual enviou telegrama para residência dos pais do autor, na
cidade de Tamandaré, convidando-o a retornar ao serviço (ID 663809). Aduz
que o telegrama de resposta (ID 663822), com a negativa do abandono de
serviço, foi produzido três dias depois do convite formal de retorno ao
trabalho, não sendo, portanto, meio de prova para sustentar a versão exposta
na inicial, ou seja, de que se dirigiu ao local de trabalho em 19/6/2013, e teve
acesso negado pelo porteiro do prédio. Esclarece que a esposa do apelante
atendeu o recorrido, e, em nenhum momento, o mesmo cogitou de retornar ao
trabalho, não se desincumbindo do ônus da prova (artigos 818 da CLT e 333,
I, do CPC). Protesta, também, em relação aos seguintes temas: a) diferenças
salariais, porque a alteração da remuneração, em março de 2012, para a
quantia de R$ 600,00, decorreu da solicitação do demandante relativa à
redução dos dias de trabalho (três por semana), a fim de comercializar roupas
em Toritama/PE, conforme prova testemunhal, Orientação Jurisprudencial
n.º 358 da SBDI-I do TST, e art. 7.º, VI, da Carta Magna; e b) férias, décimos

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terceiros salários, e multa por litigância de má-fé, vez que comprovou o


pagamento das duas primeiras prestações (ID 1566636, 1566698 e 1566732), e
a deficiência da prova pericial não autoriza concluir pela falsidade da
assinatura constante dos respectivos recibos.

Contrarrazões apresentadas pela parte adversa (ID ff9f35c).

Desnecessária a remessa dos autos à Procuradoria Regional do Trabalho,


porquanto não se vislumbra interesse público no presente litígio (art. 49 do
Regimento Interno deste Sexto Regional).

É o relatório.

FUNDAMENTAÇÃO

PRELIMINARES

Item de preliminar

VOTO:

Da preliminar de nulidade processual, por ofensa aos princípios do


contraditório e da ampla defesa, suscitada pelo recorrente

Nesse ponto, o réu, ora apelante, argumenta que, apesar de sua impugnação
tempestiva, o juízo de origem não determinou a complementação do laudo
pericial, o que impossibilitou a constatação da alteração de escrita do
demandante no curso da relação de emprego, por fatores psicológicos ou de
aperfeiçoamento do estilo pessoal. Isso porque o expert não considerou os
demais documentos constantes dos autos, como manuscritos, registro de
identidade, contrato de trabalho e carteira de habilitação, daí porque requer o
suprimento de tal omissão.

Porém, ele não tem razão.

Primeiro, porque não houve apresentação de contraprova técnica para afastar


as conclusões do perito que, por sua vez, pautaram-se em conceitos técnicos e
em material necessário para garantir a segurança quanto à espontaneidade do
escrevente.

Segundo, porque o demandado sequer ventilou que o autor tenha procurado


desenhar letra diferente da sua corriqueira, o que ensejaria amostra maior
para perceber o que foi forjado.

Terceiro, porque se constata - até mesmo por um leigo - que as assinaturas


nos recibos de pagamento não possuem similitude gráfica com àquelas
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constantes dos demais documentos existentes nos autos, sendo, portanto,


desnecessária a determinação de complementação da perícia grafológica. Pelo
contrário, as assinaturas relativas aos anos anteriores - como, por exemplo, as
previstas na carteira de habilitação, contrato de trabalho e documento postal -
revelam detalhes de grafia que se harmonizam com a amostra disponibilizada,
revelando a inexistência de modificações significativas na escrita do
demandante, o que convalida a prova pericial. Aliás, consoante jurisprudência
do Tribunal Superior do Trabalho (RR-53367/2002-902-02-00.1, DJ
19/6/2009; RR-1504/2006-011-06-00.1, DJ 17/4/2009; e RR - 11229/2002-
900-06-00.0, DJ 21/9/2007), quando amparado no estado instrutório dos
autos - como ocorreu na presente hipótese -, é justificável a dispensa de prova
ou complementações desnecessárias.

Quarto, porque, apesar de alegar, nas razões finais, que as "assinaturas


contestadas foram comparadas apenas com assinaturas atuais, e seria
indispensável na perícia a comparação com documentos da época", o
demandando não protestou expressamente contra o encerramento da
instrução, deixando, portanto, precluir a arguição de nulidade, consoante
dicção do artigo 795 da CLT ("as nulidades não serão declaradas senão
mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez
que em que tiverem de falar em audiência ou nos autos").

Por conseguinte, rejeito a preliminar em epígrafe.

Conclusão das preliminares

MÉRITO

Recurso da parte

Item de recurso

Mérito

Em relação às matérias impugnadas - aviso prévio indenizado, férias


proporcionais, diferenças salariais, férias, décimos terceiros salários, e multa
por litigância de má-fé -, o juízo de primeiro grau assim se pronunciou:

"SOBRE O MOTIVO DA RESCISÃO DO PACTO - O Reclamado alega que o


obreiro abandonou o emprego. Sendo assim, pelo princípio da continuidade
do pacto laboral, incumbia ao empregador o ônus de provar as suas
alegações (art. 333, II do CPC), o que não ocorreu durante a instrução do
feito. É importante frisar, que o telegrama enviado pelo Reclamado ao
Reclamante, com alegações de que o obreiro estaria faltando ao trabalho há
60 dias, nada comprova nesse sentido, até porque, o Reclamante também

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enviou telegrama ao réu, negando a veracidade das alegações expostas na


citada comunicação (ID's 663809 e 663822). Nesse contexto, reconheço que o
Demandante foi dispensado sem justa causa.

SOBRE O SALÁRIO, PEDIDO DE DIFERENÇAS SALARIAIS E ALEGADA


REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO - O Demandante sustentou que foi
admitido para receber um salário mínimo e meio por mês, mas que a partir
de janeiro/2011 o réu reduziu o seu salário, requerendo o pagamento das
diferenças salariais. Com a defesa, o Reclamado sustentou que a pe...

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