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RIO CLARO – SP
2014
2
RESUMO
ABSTRACT
The increase in waste generation rates, due to the increase of industrial activity and
the population's purchasing power, compared to the scarcity of appropriate disposition
of the waste areas, close to generating centers, has led managers to invest in
increasing the capacity of load landfills in operation or reuse of old disposal areas
closed to meet this demand. This leads to the construction of higher and higher landfill,
reducing the problem of waste demand and, in turn, generating serious concerns over
the stability of these bodies developed for studies in natural massive, with constitution
and mechanical behavior of different materials disposed of in landfills. In this way,
systematic studies have been performed in order to determine suitable geotechnical
parameters waste present in Caetetuba Landfill, located at Atibaia/SP city. The
geotechnical parameters of waste were determined based on proposals raised during
the literature and based on survey results of penetration tests identified in documentary
research. Several methods of slope stability analysis, raised during the literature
search were evaluated to identify the most suitable method for applying the landfill
Caetetuba of Health. To perform the stability analysis were prepared sections of the
site, based on topographic maps and profiles polls identified in documentary research,
which were implemented in SLOPE / W Geo-Slope International software. The findings
were expressed in terms of security values, and compared the safety factors calculated
by the various methods offered by the SLOPE / W software, depending on the
variations in geotechnical parameters and analytical methods used. Within this context,
the conventional slope stability calculation methods developed in soil mechanics are
commonly used in the stability studies in landfills, by researchers and professionals.
However, these work methodologies were
4
SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................... 2
ABSTRACT................................................................................................................. 3
SUMÁRIO ................................................................................................................... 4
ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................. 6
ÍNDICE DE QUADROS ............................................................................................... 8
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9
1.1. Área Investigada ......................................................................................... 11
2. OBJETIVOS ..................................................................................................... 13
3. MÉTODOS E ETAPAS DA PESQUISA ........................................................... 14
3.1. Pesquisa Bibliográfica ............................................................................... 15
3.1.1. Bases Consultadas................................................................................... 17
3.2. Pesquisa Documental ................................................................................ 18
3.3. Caracterização do Aterro de Caetetuba.................................................... 20
3.4. Definição do Método Analítico .................................................................. 22
3.5. Definição dos Parâmetros Geotécnicos dos Materiais ........................... 23
3.6. Definição do Software para Aplicação do Método Analítico .................. 25
3.7. Apresentação dos Resultados e Conclusões .......................................... 25
4. CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................. 26
4.1. Composição e Classificação de Resíduos Sólidos ................................. 26
4.2. Características Físicas e Mecânicas de Resíduos Sólidos..................... 30
4.2.1. Distribuição dos Tamanhos das Partículas .............................................. 32
4.2.2. Peso Específico ........................................................................................ 32
4.2.3. Poropressão ............................................................................................. 33
4.2.4. Teor de Umidade ...................................................................................... 37
4.2.5. Permeabilidade......................................................................................... 37
4.2.6. Compressibilidade .................................................................................... 38
4.2.7. Resistência ao Cisalhamento ................................................................... 39
4.3. Tratamento e Destinação Final de Resíduos Sólidos.............................. 50
4.3.1. Incineração ............................................................................................... 50
4.3.2. Reciclagem ............................................................................................... 51
5
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 18 - Fotos aéreas dos anos de 1962 (a), 1972 (b) e 1978 (c) ........................ 87
Figura 19 – Imagens aéreas dos anos de 2003 (a), 2008 (b) e 2010 (c) .................. 90
Figura 20 – Situação do aterro em 2010 e a localização das sondagens próximas ao
Aterro de Caetetuba ........................................................................................... 94
Figura 21 – Perfis de sondagem com ensaio de penetração (SPT) .......................... 95
Figura 22 – Perfis de sondagens a trado .................................................................. 96
Figura 23 – Seções geológico-construtivas ............................................................. 102
Figura 24 – Ábacos de correlação empírica e valores de NSPT corrigidos para os
pacotes que constituem o substrato local (modificado de a) DÉCOURT (1989
apud FONSECA, 1996, p. 53) e b) U. S. NAVY, 1986 apud VELLOSO e LOPES,
2004, p. 48). ..................................................................................................... 107
Figura 25 – Ábacos de correlação empírica e valores de NSPT corrigidos para os
resíduos (modificado de a) DÉCOURT (1989 apud FONSECA, 1996, p. 53) e b)
U. S. NAVY, 1986 apud VELLOSO e LOPES, 2004, p. 48). ............................ 110
Figura 26 – Resumo dos parâmetros geotécnicos adotados para os resíduos nas
análises de estabilidade realizadas .................................................................. 112
Figura 27 – Seções implementadas no software SLOPE/W e análises de
estabilidade realizadas ..................................................................................... 113
Figura 28 – Comparação entre os fatores de segurança calculados através de
diferentes métodos ........................................................................................... 116
8
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Valores de peso específico de resíduos obtidos por diversos autores. .. 34
Quadro 2 – Resumo dos parâmetros de resistência obtidos por MARTINS (2006, p.
73 - 87). .............................................................................................................. 44
Quadro 3 – Resumo dos parâmetros de resistência obtidos por CARDIM (2008, p.
83). ..................................................................................................................... 44
Quadro 4 – Peso específico em função da compacidade das areias e da
consistência das argilas ..................................................................................... 46
Quadro 5 – Valores típicos de teor de umidade e peso específico para solos .......... 46
Quadro 6 – Coesão () e ângulo de atrito () de resíduos urbanos obtidos por
diversos autores. ................................................................................................ 49
Quadro 7 – Faixa de valores utilizados por HORST (2007). ..................................... 72
Quadro 8 – Valores utilizados e resultados obtidos por MENEZES (2012)............... 75
Quadro 10 – Parâmetros obtidos por IPT (1991) e por BORGATTO (2006, p. 117). 78
Quadro 11 – Resultados obtidos nas análises de estabilidade realizadas por
BORGATTO (2006). ........................................................................................... 80
Quadro 12 – Principais características das sondagens executadas no Aterro de
Caetetuba (Projeção UTM, Fuso 23S, Datum SIRGAS 2000) ........................... 93
Quadro 13 - Resenha meteorológico do município de Atibaia (CEPAGRI, site oficial)
........................................................................................................................... 93
Quadro 14 – Valores máximos e mínimos do índice NSPT obtidos ............................ 98
Quadro 15 – Valores de NSPT adotados e parâmetros geotécnicos definidos para os
pacotes que constituem o substrato local ........................................................ 107
Quadro 16 – Valores de parâmetros geotécnicos definidos para os resíduos a partir
dos resultados dos testes de penetração ......................................................... 110
Quadro 17 – Valores de parâmetros geotécnicos adotados para os resíduos de
acordo com as propostas literárias .................................................................. 111
Quadro 18 – Fatores de segurança calculados para os 06 cenários definidos ....... 114
9
1. INTRODUÇÃO
Aterro de Caetetuba
Escala - 1:15.000.000
Projeção UTM, Fuso 23S, Datum SIRGAS 2000
2. OBJETIVOS
Ar
Ar
Água
Água
Pasta
Sólida Pasta
Sólida
Fibras Fibras
Figura 3 - Relação da perda de volume dos resíduos sólidos em função da biodegradação (retirado
de MACHADO, CARVALHO e VILAR, 2009, p. 125).
Onde:
Volume do sólido
Volume de pasta de resíduo mais volume de vazios
Volume de vazios
Volume de pasta de resíduo
Volume de fibras
Taxa de compressão de resíduos ao pondo do tempo
O peso específico (
) dos resíduos sólidos é expresso por kN/m3 e representa
a relação entre o peso de uma amostra e seu volume (SILVEIRA, 2004, p. 17).
Diversos fatores influenciam o peso específico dos resíduos sólidos como a
composição e umidade dos resíduos, forma disposição, compactação e consolidação
dos resíduos em função da sobreposição de novas camadas e a decomposição com
o tempo (NASCIMENTO, 2007, p. 52).
33
4.2.3. Poropressão
Onde:
Poropressão medida (kPa)
Peso específico dos RSU (kN/m³)
Altura de lixo acima de onde está se medindo a poropressão (m)
4.2.5. Permeabilidade
4.2.6. Compressibilidade
Figura 4 – Curva tensão-deformação de resíduos sólidos com interação das componentes de atrito e
tração (retirado de KÖLSCH, 1993, apud CARDIM, 2008, p. 23).
Quadro 2 – Resumo dos parâmetros de resistência obtidos por MARTINS (2006, p. 73 - 87).
Quadro 3 – Resumo dos parâmetros de resistência obtidos por CARDIM (2008, p. 83).
a) b)
Figura 5 – Correlação entre NSPT e parâmetros de resistência do solo segundo diversos autores
(modificado de: (a) DÉCOURT 1989, apud FONSECA, 1996, p. 53; (b) U. S. NAVY, 1986, apud
VELLOSO e LOPES, 2004, p. 48).
Quadro 4 – Peso específico em função da compacidade das areias e da consistência das argilas
Consistência da
Índice NSPT Peso específico (kN/m3)
argila
Muito Mole <2 13
Mole 3–5 15
Média 6 - 10 17
Rija 11 - 19 19
Dura > 20 21
CARVALHO (1999)
Figura 6 – Resultados de ensaios de penetração do cone obtidos por diversos autores (adaptado de
CARVALHO, 199, p. 184)
22 17 Cisalhamento direto de grandes dimensões Amostra reconstituída
azzucato et. al. (1999)
24 18 Cisalhamento direto de grandes dimensões Amostra indeformada
Gerber (1991) 25 27 Cisalhamento direto de grandes dimensões Aterro em Maine (EUA)
aicedo et. al (2002a) 78 23 Cisalhamento direto de grandes dimensões = 6 kPa a 117 kPa
36 35 Pressiômetro Na superfície
aicedo et. al (2002b)
72 22 Pressiômetro Em 8 m de profundidade
(b) Oweiss (1995) 0 26 Prova de carga Limite inferior da resistência, sem ruptura,
= 7
ngh e Murphy (1990) 75 - 110 25 - 36 Prova de carga Valores recomendados
agotto e Rimoldi (1987) 29 22 Prova de carga em placa -
Cowland et. al (1993) 10 25 Talude de trincheira profunda -
vazanjian et. al. (1995) - 25 - 34 - 45 kPa < < 180 kPa
20 26 Escorregamento (Polônia) Resíduos antigos
Koda (1998)
150 20 Escorregamento (Ohio) Resíduos recentes
Eid et al. (2000) 40 35 -
= 10,2 kN/m3
20 0 - Sobrecarga < 20 kPa
an Impe et. al. (1996) 0 38 - Sobrecarga de 20 kPa a 60 kPa
20 30 - Sobrecarga > 60 kPa
venuto e Cunha (1991) 13,5 22 Escorregamento (São Paulo)
= 10 kN/m3 a 13 kN/m3
16 38 - 42 Cisalhamento direto de grandes dimensões Resíduos antigos
16 33 Cisalhamento direto de grandes dimensões Resíduos decompostos por 1 an
va e Clark (1986, 1990) 23 24 Cisalhamento direto de grandes dimensões Resíduos novos triturados
10 33 Cisalhamento direto de grandes dimensões Resíduos madeireiros
19 - 22 24 - 39 Cisalhamento direto de grandes dimensões = 15 kPa a 480 kPa
ssberger e Kockel (1991) 22 17 Ensaio triaxial de grandes dimensões Resíduos antigos
10 17 Ensaio triaxial de grandes dimensões Resíduos reconstituídos
Grisolia et. al. (1991)
22 42 Ensaio triaxial de grandes dimensões Resíduos reconstituídos
owland e Landva (1992) 17 33 Cisalhamento direto Resíduos com 10 a 15 anos
0 27 - 38 Ensaio triaxial -
(c) Bransl (1995)
0 36 - 42 Ensaio triaxial -
kel e Jessberger (1995) 41 - 51 42 - 49 Ensaio triaxial de grandes dimensões Resíduos com 1 a 3 anos
Gabr e Valero (1995) 16,8 34 Ensaio triaxial Resíduos antigos e
= 7,8 kN/m3 a 8,2
olia e Napoleoni (1996) 0 22 Ensaio triaxial Resíduos reconstituídos
Carvalho (1999) 27 - 60 17 - 29 Ensaio triaxial de grandes dimensões Deformações de 20%
vazanjian et. al. (1995) 24 0 - < 30 kPa
vazanjian et. al. (1999) 0 33 - > 30 kPa
aicedo et. al (2002a) 45 14 Ensaio triaxial
aicedo et. al (2002b) 25 24 Cisalhamento direto de grandes dimensões Deformações de 15%
Zeccos (2005) 34 30 Cisalhamento direto de grandes dimensões = 50 kPa a 600 kPa e deformações de aproxi
0 39 Ensaio triaxial de grandes dimensões Deformações de 5%
Ribeiro (2007) 10 35 Prova de carga em manilha de concreto Deformações entre 15% e 20%,
= 7
10 28 Prova de carga em talude Deformações de 17% e
= 5 kN/
1 35 Cisalhamento direto Resíduos recentes
40 28 Cisalhamento direto Resíduos decompostos
Reddy et. al. (2011)
21 8 Ensaio triaxial Resíduos recentes e deformação de
57 5 Ensaio triaxial Resíduos decompostos e deformação
ado de SUZUKI (2012, p. 35 - 37) (a) in Kavazanjian et. al. (1995); (b) in Gonzalez (1995); (c) in Manassero et. al. (1996); (d) in Boscov
50
4.3.1. Incineração
4.3.2. Reciclagem
JARDIM et. al. (1995, p. 129) definem reciclagem como as atividades onde
resíduos são utilizados como matéria prima na manufatura de bens, após separação
e processamento, dispensando a utilização de matéria-prima virgem.
A reciclagem deve ser entendida como parte das atividades integradas ao
gerenciamento de resíduos sólidos, não sendo a principal solução para a disposição
de resíduos, visto que nem todos os materiais são passiveis de reciclagem, seja por
motivos técnicos ou econômicos (SCHALCH et. al., 2002, p. 11).
Os processos de reciclagem poupam os recursos naturais e diminuem a
quantidade de resíduos a serem aterrados, além de constituírem uma importante
forma de recuperação energética, especialmente quando associado a um sistema de
compostagem.
Também é importante ressaltar que, dependendo das características
regionais, a reciclagem pode representar fonte de renda e emprego a diversas
comunidades e um fator importante na redução de custos dentro do sistema de
limpeza urbana (LOUREIRO, 2005, p. 168).
4.3.3. Compostagem
4.3.4. Lixões
De acordo com CETESB (Site Oficial) os aterros sanitários devem provir de:
Quanto maior a ação das poropressões, maior será a parte do peso total do
material que será suportado pela água. Quando a poropressão igualar-se à tensão
normal, a resistência ao cisalhamento fica totalmente comprometida causando
instabilidade no maciço (BORGATTO, 2006, p. 52 - 53).
Altos valores de teor de umidade acarretam no desenvolvimento de
poropressões na pilha de resíduos (MARTINS, 2006, p. 16), diminuindo a resistência
do material. Nas análises de estabilidade em aterros sanitários, o ideal seria dispor e
considerar valores de poropressões em diversas profundidades (BENVENUTO e
CIPRIANO, 2010, p. 45).
DIJON e JONES (2005, p. 206), ressaltam que, apesar dos vários pontos
positivos, o uso de membranas geossintéticas pode contribuir na instabilidade de um
maciço de resíduos sólidos visto que as mesmas constituem potenciais planos
ruptura.
Para BORGATTO (2006, p. 62), entre os principais fatores que influenciam a
estabilidade de aterros sanitários destacam-se:
A Figura 7 foi adaptada de QIAN et. al. (2002 apud BORGATTO, 2006, p. 59
– 63) e ilustra as principais formas de rompimento em aterros sanitários.
60
a) b)
c) d)
e) f)
Figura 7 - Principais formas de rompimento em aterros sanitários (adaptado de QIAN et. al., 2002,
apud BORGATTO, 2006, p. 59 – 63)
61
Onde:
Fator de segurança
Resistência ao cisalhamento
Tensões cisalhantes desenvolvidas ao longo da superfície de ruptura
!"
#$
64
Onde:
Coesão ao longo da superfície de ruptura
Ângulo da superfície de ruptura
Ângulo de atrito interno do solo ao longo da superfície de ruptura
Peso específico do solo
Profundidade do solo
u Poropressão
& '()%
*#$%
65
Onde:
Coesão ao longo da superfície de ruptura
% Ângulo da superfície do talude
Ângulo de atrito interno do solo ao longo da superfície de ruptura
Peso específico do solo
Profundidade do solo
+ ,
- . !/$+
,
- . #$
Onde:
Comprimento total da superfície potencial de ruptura
+ Coesão ao longo da superfície de ruptura
+ Ângulo de atrito interno do solo ao longo da superfície de ruptura
+ Peso específico do solo
Profundidade da fatia
. Comprimento da fatia
Ângulo entre o raio da superfície de ruptura e o eixo vertical da fatia
Onde:
5 Peso da fatia
1 Comprimento da base da fatia
+ Poropressão no centro da base da fatia
Onde:
+ Coesão ao longo da superfície de ruptura
+ Ângulo de atrito interno do solo ao longo da superfície de ruptura
5 Peso da fatia
1 Comprimento da base da fatia
. Comprimento da fatia
+ Poropressão no centro da base da fatia
Ângulo entre o raio da superfície de ruptura e o eixo vertical da fatia
Neste caso, a diferença 9:; 9<; pode ser considerada igual a zero, com
erro resultante desta simplificação da ordem de 1% (FIORI e CARMIGNANI, 2009, p.
215). Assim, tem-se o método simplificado de Bishop (MASSAD, 2003, p. 51).
H
>?@ A BC <DC EF-G K EF-LMC
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, , DC LMC
)N4O(P
sendo M Q
68
&
, > - . 5 . !/$+ $ K !/$+
M
R )N4O($M S& !/$ T
, 5 !/$
69
Onde:
+ Coesão ao longo da superfície de ruptura
+ Ângulo de atrito interno do solo ao longo da superfície de ruptura
5 Peso da fatia
. Comprimento da fatia
+ Poropressão no centro da base da fatia
Ângulo entre o raio da superfície de ruptura e o eixo vertical da fatia
Onde:
+ Coesão ao longo da superfície de ruptura
+ Ângulo de atrito interno do solo ao longo da superfície de ruptura
5 Peso da fatia
. Comprimento da base fatia
+ Poropressão no centro da base da fatia
Ângulo entre a base da fatia e a horizontal
V Ângulo entre a resultante U da fatia e a horizontal
A solução para U, visto que incorpora , adota um método interativo análogo
ao de Bishop (GERSCOVICH, 2012, p. 133).
+ !/$+ ]5 ]^ ]9
& !/$ W !/$ & !/$ X
. . .
]9 ]^ ]5
!/$ !/$
. . .
^ YZ[9
Onde:
+ Coesão ao longo da superfície de ruptura
+ Ângulo de atrito interno do solo ao longo da superfície de ruptura
5 Peso da fatia
. Comprimento da fatia
+ Poropressão no centro da base da fatia
Ângulo entre a base da fatia e a horizontal
Figura 15 – Comparação gráfica dos resultados obtidos pelos métodos de Fellenius, Bishop
Simplificado e Jambu Simplificado (adaptado de HORST, 2007, p. 62 - 65).
Quadro 10 – Parâmetros obtidos por IPT (1991) e por BORGATTO (2006, p. 117).
Parâmetro Relatório IPT Retroanálise com efeito das fibras
c (kPa) 22,00 22,00
(°) 13,50 2,00
d
_`abc 13,00 13,00
Fonte: Modificado de BORGATTO (2006, p. 117).
do aterro sendo uma seção composta por resíduos frescos e outra composta por uma
camada de resíduos frescos, sobreposta sobre um pacote de resíduos antigos. As
análises consideraram ainda variações no coeficiente de poropressão em ambos os
casos. O Quadro 11 apresenta os resultados obtidos nas análises de estabilidade
realizadas nas seções elaboradas por BORGATTO (2006, p. 120 - 123).
Os resultados obtidos por BORGATTO (2006, p. 126) demonstraram o
aumento de resistência dos resíduos quando considerado o efeito das fibras sendo
verificados ganhos de até 50%.
SCHULER (2010, p. 6) realizou um estudo do comportamento geomecânico
de um aterro localizado no estado do Rio de Janeiro. O autor efetuou o monitoramento
do aterro utilizando instrumentação geotécnica, incluindo piezômetros, inclinômetros,
pluviômetros e marcos superficiais. O autor realizou 03 análises de estabilidade
(retroanálises) em casos de ruptura observados durante o monitoramento.
Nas retroanálises, SCHULER (2010, p. 111) adotou o peso específico de 11
kN/m3 e o coeficiente de poropressão de 0,7, obtendo 27º de ângulo de atrito de e 15
kPa de coesão para resíduos mais recentes e 25º de ângulo de atrito e 40 kPa de
coesão para resíduos mais antigos. O método de Bishop foi adotado em todas as
análises realizadas, sendo as simulações realizadas no software SLIDE 5.0 da
Rocscience (SCHULER, 2010, p. 95).
80
Quadro 11 – Resultados obtidos nas análises de estabilidade realizadas por BORGATTO (2006).
Seção 1
Parâmetros Método clássico Método com o efeito das fibras
Coeficiente de poropressão 0 0,2 0,5 0 0,2 0,5
Ângulo de atrito (º) Resíduos frescos 30 30 30 30 30 30
Coesão (kN/m2) Resíduos frescos 15 15 15 15 15 15
Peso específico (kN/m3) Resíduos frescos 10 10 10 10 10 10
Ângulo tensão tração (º) Resíduos frescos - - - 35 35 35
Fator de correção Resíduos frescos - - - 0,5 0,5 0,5
Coesão aparente (kN/m2) Resíduos frescos - - - 125 125 125
Fator de segurança Resíduos frescos 1,72 1,44 1 2,43 2,15 1,72
Seção 2
Parâmetros Método clássico Método com o efeito das fibras
Coeficiente de poropressão 0 0,2 0,5 0 0,2 0,5
Resíduos frescos 30 30 30 30 30 30
Ângulo de atrito (º)
Resíduos antigos 38 38 38 38 38 38
Resíduos frescos 15 15 15 15 15 15
Coesão (kN/m2)
Resíduos antigos 15 15 15 15 15 15
Resíduos frescos 10 10 10 10 10 10
Peso específico (kN/m3)
Resíduos antigos 15 15 15 15 15 15
Resíduos frescos - - - 35 35 35
Ângulo tensão tração (º)
Resíduos antigos - - - 15 15 15
Resíduos frescos - - - 0,5 0,5 0,5
Fator de correção
Resíduos antigos - - - 0,5 0,5 0,5
Resíduos frescos - - - 125 125 125
Coesão aparente (kN/m2)
Resíduos antigos - - - 75 75 75
Fator de segurança Resíduos frescos 2,07 1,68 1,10 2,23 1,84 1,33
Fonte: Modificado de BORGATTO (2006)
81
Legenda
Limites da Área
QUATERNÁRIO
7450000
7450000
1 Depósitos aluviais: cascalhos, areias e argilas.
TERCIÁRIO
4 Depósitos terciários: diamictitos, conglomerados, arenitos e argilitos de
sistemas de leques aluviais antigos.
PRÉ-CAMBRIANO
- Intrusivas Granitóides
9 Granito Atibaia: hornblenda-biotita granitos e, subordinadamente,
sienogranitos porfiróides, róseos-acinzentados, inequigranulares,
foliados a maciços, médios a grossos.
7445000
7445000
20 Suíte charnoquítica.
Limites
da Área - Complexo Amparo
30 Gnaisses migmatizados ou não, xistosos, finos a médios, com
intercalações de gonditos, colciossilicáticas, quartzitos, anfibolitos,
micaxistos e xistos básicos (a), metatonalitos e metaquartzodioritos (b)
e anfibolitos (c).
31 Muscovita-biotita xistos alternados com lentes de quartzidos, localmente
7440000
7440000
33 Migmatitos diversos
0 2.000 4.000
m
Escala - 1:100.000
Projeção UTM, Fuso 23S, Datum SIRGAS 2000
7435000
7435000
r
7444000
7444000
Aterro
de Ca
ete
tuba
7443000
7443000
0 100 200 300 400
m
Escala - 1:10.000
Projeção UTM, Fuso 23S, Datum SIRGAS 2000
338000
7.1. Histórico
1972 - Verificam-se materiais depositados na área adjacente a estrada local. 1962 - Não são identificadas feições de disposição de resíduos no atual local do Aterro de Caetetuba.
r
Disposição de
Resíduos
0 100 200
m Figura 18 - Fotos aéreas dos anos de 1962 (a), 1972 (b) e
Escala - 1:10.000 1978 (c)
1978 - Observam-se feições de disposição de resíduos na área adjacente ao atual aterro, onde hoje
está instalada a Vila São José. Projeção UTM, Fuso 23S, Datum SIRGAS 2000
88
2008 - Verifica-se a disposição de resíduos de construção civil, sendo formado o talude na porção 2003 - Verifica-se o resultado das obras de regularização do maciço de resíduos, com a
leste do aterro, principal alvo do presente estudo de caso. implementação da área de triagem e bancadas e taludes, vegetados com gramíneas.
r
Remoção de
Resíduos
0 100 200
m Figura 19 – Imagens aéreas dos anos de 2003 (a), 2008
Escala - 1:10.000 (b) e 2010 (c).
2010 - Verifica-se o crescimento da vegetação, indicando a baixa movimentação no local. Observa-se
ainda parte do material sendo retirado na porção sudoeste do maciço. Projeção UTM, Fuso 23S, Datum SIRGAS 2000
91
Foto 2 – Obras para triagem na porção sudoeste do aterro. Verifica-se camadas de resíduos
alternadas com camadas de solo de no máximo 1m. Destaca-se que o maciço se mostra estável
durante os procedimentos de escavação, mesmo sujeitado a taludes de quase 90º.
92
Legenda
PM-17
Poço de Monitoramento de Gás (PG)
a
ai
ib
Poço de Monitoramento (PM)
At
o
Ri
Poço de Mon. Multinível (PMN)
SP-02
Sondagem a Percussão (SP)
7443400
7443400
PM-12
PMN-12 Limites do Aterro de Caetetuba
PM-03
SP-01
Vila Ruas
São José
Muros e Cercas
PM-13
Edificações
PM-02
Canaletas e Caixas de Drenagens
Drenagens
SP-03 Curvas de Níveis Intermediárias
SP-04
PM-14
Curvas de Níveis Mestras
PG-01
Várzea
7443200
7443200
r
PG-03 Triagem
0 20 40 60 80 100
PM-16 m
SP-06 Escala - 1:2.500
Projeção UTM, Fuso 23S, Datum SIRGAS 2000
PM-18
Várzea
PG-04 Figura 20 – Situação do aterro em 2010 e a localização das
sondagens próximas ao Aterro de Caetetuba
337800 338000
97
7443400
PM-12
PMN-12
B B'
SP-01
SP-03 SP-04 760
750
740
PM-13
730
-02
C C'
SP-06 760
SP-03
SP-04 B'
PM-14
750
740
0
730
Legenda
Poços de Monitoramento de Gá
7443200
Poço de Monitoramento (PM)
Resíduos de construção civil e domésticos
Poço de Mon. Multinível (PMN)
Resíduos de construção civil
Sondagem a Percussão
Resíduos domésticos Seções geológico-estruturais
PM-16 C' Ruas
Aterro argilo-arenoso, castanho
SP-06
Muros e Cercas
Argila com areia fina, cinza claro
Edificações
103
Quadro 15 – Valores de NSPT adotados e parâmetros geotécnicos definidos para os pacotes que
constituem o substrato local
Sondagem Unidade NSPT Coesão Ângulo de Atrito Peso Específico
Argila Orgânica 1 12,5 0 13
SP-02 Areia Média a 5 0 28 19
Grossa
Argila Orgânica 3 37,5 0 15
SP-03 Areia Média a 6 0 29 19
Grossa
Argila Orgânica 3 37,5 0 15
SP-04 Areia Média a 16 0 35 20
Grossa
45 30
e
ad
a) b)
id
tic
las
25
aP
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40
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20 cid
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ĭ’(º)
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35 N 15 rgi last
r s:A A lt a P
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So rgila
w e rs : A
10 So
30
25
0 10 20 30 40 50 60 0 50 100 150 200
(N1)60 Su (kPa)
Figura 24 – Ábacos de correlação empírica e valores de NSPT corrigidos para os pacotes que
constituem o substrato local (modificado de a) DÉCOURT (1989 apud FONSECA, 1996, p. 53) e
b) U. S. NAVY, 1986 apud VELLOSO e LOPES, 2004, p. 48).
• Valores de coesão, ângulo de atrito e peso específico obtidos com base nas
correlações adotadas;
• Resíduos puramente coesivos (ĭ=0) com valor de coesão e peso específico
obtidos pelas correlações adotadas.
• Resíduos puramente não coesivos(c=0) com valor de ângulo de atrito e peso
específico obtidos pelas correlações adotadas.
Nos três casos foi considerada a média dos valores de NSPT obtidos ao longo
do pacote, excluindo-se os picos de resistência (NSPT > 20). Os valores médios de
NSPT foram plotados nos ábacos de correlação entre NSPT e ângulo de atrito de solos
109
arenosos (DÉCOURT 1989), NSPT e a resistência não drenada de argilas (U. S. NAVY,
1986) e NSPT e peso especifico dos solos úmidos de (GODOY, 1972).
Diferentemente da correlação para os pacotes do substrato, na definição da
coesão dos resíduos, considerou-se a correlação para argilas de baixa plasticidade,
em virtude dos altos valores obtidos nas correlações para argilas de média e alta
plasticidade, quando comparadas aos demais valores identificados na literatura. Na
definição do peso específico para os resíduos foi considerado o valor para meios
úmidos.
Destaca-se que nos perfis das sondagens executadas no aterro, foram
identificados dois pacotes de resíduos, sendo um pacote de resíduos de construção
civil sobreposto a um pacote de resíduos domésticos. No entanto, não foram
identificadas grandes diferenças entre o NSPT obtido no pacote de resíduos de
construção civil e o NSPT obtido no pacote de resíduos domésticos, de forma que toda
a pilha de resíduos foi considerada como um único pacote.
O Quadro 16 apresenta os valores de NSPT adotados bem como os
parâmetros geotécnicos definidos para os resíduos presentes. A Figura 25 apresenta
os ábacos de correlação empírica para coesão e ângulo de atrito, adotados na
definição dos parâmetros geotécnicos mesmos, sendo: a) correlação entre NSPT e
ângulo de atrito para solos arenosos (DÉCOURT, 1989) e b) correlação entre NSPT e
a resistência não drenada de argilas (U. S. NAVY, 1986). O quadro de correlação entre
NSPT e o peso especifico dos solos de GODOY (1972) foi apresentado anteriormente.
Quadro 16 – Valores de parâmetros geotécnicos definidos para os resíduos a partir dos resultados
dos testes de penetração
Sondagem NSPT Coesão Ângulo de Atrito Peso Específico
45 30
e
ad
a) b)
id
tic
las
25
aP
a ix
40
eB
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ad
20 cid
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35 N 15
A rgi P last
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30
25
0 10 20 30 40 50 60 0 50 100 150 200
(N1)60 Su (kPa)
p.48), FUCALE (2005, p. 72), MARQUES (2001, p. 42) NASCIMENTO (2007, p. 78)
NETO (2004, p. 35) OLIVEIRA (2002, p. 104).
A proposta de KAVAZANJIAN et. al (1995) é baseada em resultados de
ensaios de cisalhamento direto in situ e em laboratório, ensaios de carregamento de
placas e retroanálise (CARVALHO, 1999, p. 68), sendo os resíduos considerados
como puramente coesivos, com coesão de 24 kPa, para maciços submetidos a
tensões normais inferiores a 30 kPa. Para maciços submetidos a tensões normais
superiores a 30 kPa, os autores consideram os resíduos como não coesivos, com
ângulo de atrito de 33º. Para o peso específico foi adotada a proposta de
KAVAZANJIAN (2001), que sugere valores entre 10 kN/m3 e 20 kN/m3, sendo
considerado a pior situação (20 kN/m3).
Destaca-se que, entre as diversas propostas literárias, para definição dos
parâmetros geotécnicos dos resíduos, não foram identificadas propostas onde são
diferenciados os tipos de resíduos. Desta forma, toda a pilha de resíduos foi
novamente considerada como um único pacote.
O Quadro 17 apresenta os valores dos parâmetros geotécnicos adotados
para os resíduos de acordo com as propostas literárias selecionadas.
KAVAZANJIAN Tensão Normal > 30 kPa 0,00 kPa 33,00º 20,00* kN/m3
et. al (1995) Tensão Normal < 30 kPa 24,00 kPa 0,00º 20,00* kN/m3
*KAVAZANJIAN (2001)
Cen 1
Correlações p/ todos Seção A - A’
Ensaios de Penetração
Cen 2
Resíduos puramente Seção A - A’
coesivos Seção B - B’ c=51 kPa , ĭ=0º, ࢢ=19 kN/m3
Cen 3
Resíduos puramente Seção A - A’
não coesivos Seção B - B’ c=0 kPa , ĭ=35º, ࢢ=19 kN/m3
Cen 4
Seção A - A’
c=13,5 kPa , ĭ=22º, ࢢ=13 kN/m3
BENVENUTO e Seção B - B’
Propostas Literárias
CUNHA (1991)
Cen 5
Tensões normais Seção A - A’
c=0 kPa , ĭ=33º, ࢢ=20 kN/m3
superiores a 30 kPa Seção B - B’
KAVAZANJIAN et. al
(1995)
Cen 6
Tensões normais Seção A - A’
c=24 kPa , ĭ=0º, ࢢ=20 kN/m3
inferiores a 30 kPa Seção B - B’
Figura 26 – Resumo dos parâmetros geotécnicos adotados para os resíduos nas análises de
estabilidade realizadas
Seção A - A’ Seção B - B’
Seção A - A’ Seção B - B’
Seção A - A’ Seção B - B’
Seção A - A’ Seção B - B’
114
1,948
1,941
1,941
1,939
1,940
1,936
1,896
1,877
2,000
1,793
1,769
1,504
1,500
1,501
1,409
1,408
1,500
1,354
1,317
1,315
1,245
1,231
1,154
1,154
1,116
1,116
1,097
1,093
1,093
1,063
1,063
1,060
1,057
1,057
1,032
1,031
1,031
1,009
0,996
0,996
0,970
0,954
0,953
0,953
0,951
0,951
0,951
0,919
0,913
0,873
1,000
0,827
0,811
0,579
0,579
0,579
0,579
0,561
0,468
0,468
0,462
0,449
0,439
0,500
Spencer 1,153
Morgenstern e Price 1,148
1,000 1,050 1,100 1,150 1,200
! "# $
%&'(')
* *
9. CONCLUSÕES
HASUI, Y. et al. Geologia do Brasil. São Paulo: Oficina de textos, 2012. 900 p.
SCHALCH, V. et. al. Aterro sanitário considerações sobre escolha do sítio, projeto,
implantação, operação e monitoramento. Águas Subterrâneas, São
Paulo.1992. p. 123 – 127. Disponível em:
<http://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/24159>.
Acessado em: 23 jul. 2013.
ZHU, D. Y. et. al. A concise algorithm for computing the factor of safety using the
Morgenstern–Price method. Canadian Geotechnical Journal. 2005. vol:42,
p. 272 - 278 Disponível em:
<http://www.nrcresearchpress.com/doi/pdf/10.1139/t04-072>. Acessado em:
08 ago. 2013.
ZHU, D. Y. et. al. A new procedure for computing the factor of safety using the
Morgenstern-Price method. Canadian Geotechnical Journal. 2001. vol:38,
p. 882 - 888 Disponível em:
<http://www.nrcresearchpress.com/doi/pdf/10.1139/t01-002>. Acessado em:
08 ago. 2013.