Você está na página 1de 28

1.

Introdução
A contabilidade internacional é uma ciência social aplicada, sendo fortemente influenciada no
ambiente em que actua. Sendo a ‘’linguagem do negocio’’, é utilizada pelos agentes económicos
que buscam informações para avaliação dos riscos e oportunidade. A contabilidade possui uma
história muito antiga, tanto quanto a história do ser humano. Está directamente ligada às
manifestações tanto do homem, quanto as suas necessidades de defesa aos seus bens, além de
eternizar e interpretar os acontecimentos com seu material. O homem passa a deixar a caça e
voltou-se aos acontecimentos da agricultura e do pastoreio, passa-se a origem da Contabilidade
que está ligada a necessidade de registos do comércio. Para acompanhar suas negociações e
possíveis mudanças nos preços e saber os valores em que se comprava e vendia, regravam-se
relatórios e registrava-se tudo que era negociado. Dessa forma, a contabilidade passa a ser uma
necessidade, estabelecendo uma ordem e controlando seus valores e suas grandezas. Nos dias
actuais, funções do contabilista não se restringem meramente ao fiscal, tornando-se, essencial
para empresas com informações mais precisas possíveis para tomada de decisões e para atrair
investidores.
1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral


 Conhecer a contabilidade internacional.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Debruçar sobre os fundamentos da contabilidade internacional;
 Analisar o processo de convergencia de contabilidade internacional.

1.2. Metodologia
Para elaborar o presente trabalho teve que se contar com as mais diversificadas ferramentas e
caminhos disponíveis a fim de alcançar nossos objectivos gerais e específicos. Sendo assim, a
pesquisa será desenvolvida a partir da utilização de fontes bibliográficas, caracterizando-se como
exploratória e tem como base seus objectivos.
2. Revisão da Literatura

2.1. Fundamentos da contabilidade internacional


O Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC), foi criado em 1973, por um
acordo realizado entre entidades profissionais do Canadá, Austrália, França, Alemanha, Japão,
México, Holanda, Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos. Sediado em Londres, o IASC era, até
2001, o órgão normatizador dominante da contabilidade internacional, desempenhando um papel
de fundamental importância no processo de harmonização da contabilidade no mundo.Os
objetivos do IASC eram: Formular e publicar no interesse público normas contábeis a serem
cumpridas na apresentação das demonstrações contábeis e promover mundialmente sua aceitação
e cumprimento. Trabalhar pela melhoria e harmonização das regulamentações, normas contábeis
e procedimentos referentes às demonstrações contábeis. O IASC emitia normas internacionais de
contabilidade mais conhecidas como Normas Internacionais de Contabilidade (NIC´s) ou
International Accounting Standards – IAS.

A partir de abril de 2001, com a nova estrutura organizacional do IASC, surge a Junta de Normas
Internacionais de Contabilidade (International Accountig Standard Board – IASB), órgão
sucessor do IASC na definição e emissão das normas internacionais de contabilidade, agora
denominadas International Financial Rporting Standards (IFRS).

Os objetivos do IASB, de acordo com a “Parte A” de seu Ato de Constituição, revisado em


24/05/2000, são:

A) Desenvolver no interesse público, um conjunto único de normas contábeis globais de


qualidade alta, e que seja compreensível, transparente e que, além disso, resguarde a
comparabilidade das informações constantes nas demonstrações contábeis, com a finalidade de
facilitar o processo de análise e julgamento dos participantes dos mercados de capitais ao redor
do mundo e de outros usuários que tomam decisões econômicas.

B) Promover o uso e a aplicação rigorosa das normas internacionais de contabilidade;

C) Provocar convergência de normas nacionais e internacionais de contabilidade, bem como


apresentar soluções de alta qualidade.
2.1.1. Desenvolvimento da Contabilidade Internacional
A contabilidade internacional é uma ciência social aplicada, sendo fortemente influenciada no
ambiente em que actua. Sendo a ‘’linguagem do negocio’’, é utilizada pelos agentes económicos
que buscam informações para avaliação dos riscos e oportunidade.

A contabilidade possui uma história muito antiga, tanto quanto a história do ser humano. Está
directamente ligada às manifestações tanto do homem, quanto as suas necessidades de defesa aos
seus bens, além de eternizar e interpretar os acontecimentos com seu material. O homem passa a
deixar a caça e voltou-se aos acontecimentos da agricultura e do pastoreio, passa-se a origem da
Contabilidade que está ligada a necessidade de registos do comércio. Para acompanhar suas
negociações e possíveis mudanças nos preços e saber os valores em que se comprava e vendia,
regravam-se relatórios e registrava-se tudo que era negociado.

Dessa forma, a contabilidade passa a ser uma necessidade, estabelecendo uma ordem e
controlando seus valores e suas grandezas. Nos dias actuais, funções do contabilista não se
restringem meramente ao fiscal, tornando-se, essencial para empresas com informações mais
precisas possíveis para tomada de decisões e para atrair investidores.

Para alguns o CPC é a abertura da economia para o exterior, o qual proporciona que as entidades
tenham mais acesso a economias com mais. Avanços e com capitais nas bolsas de valores de
maior movimento do mundo, além de ficar mais perto de investidores de outras regiões e
localizações diferentes. Segundo Ploger et al. (2009, p. 4-5). O objectivo dos Pronunciamentos é
aplicar basicamente às demonstrações contabilísticas.

2.1.2. Modelos Contabilisticos Internacionais


Os modelos contabilísticos internacionais (MCF), consagram a necessidade de existência
padronizados, mas flexíveis, para as demonstrações de resultados, de alterações no capital
próprio caixa.

Conjunto completo de Modelos Internacionais inclui:

 Balanço;
 Demonstração dos Resultados;
 Demonstração das Alterações no Capital Próprio;
 Demonstração de Fluxos de Caixa (método directo);
 Anexo em que se divulguem as bases de preparação e políticas contabilísticas adoptadas
e outras divulgações.

Balanço

O Balanço é um quadro alfanumérico que contém informação reportada a determinada data,


acerca dos recursos que a entidade utiliza e da forma como estão a ser financiados pelos titulares
da entidade e por terceiros.

Em relação a este modelo financeiro, o SNC veio introduzir algumas alterações dos quais se
destaca a adopção pelo modelo vertical, ou seja, capital próprio e passivo deixam de estar a
direita do activo, e passa para baixo deste;

Demonstrações dos Resultados

A Demonstração dos Resultados é um quadro alfanumérico que contém informação reportada a


um determinado intervalo de tempo, isto é período de tempo que medeia entre as datas do
Balanço.

Tal como acontece no balanço, também se adoptou para este modelo um formato vertical
(interligado), ou seja, em vez do gastos se encontrarem a esquerda num membro e os resultados
noutro, os gastos vão passar agora a estar situados por debaixo dos rendimentos.

Demonstração das Alterações no Capital Próprio

Este novo modelo é uma inovação introduzida pelo novo sistema contabilístico. Foi criado com o
objectivo de reflectir todas as modificações no Capital Próprio entre dois períodos
contabilísticos, isto é, explicar as alterações ocorridas na expressão monetária e na composição
do Capital Próprio.

É um quadro de dupla entrada onde as linhas são discriminadas em função das razões que
originaram as alterações no capital próprio e nas colunas se listam os itens do capital próprio
constantes do balanço.
Demonstração de Fluxos de Caixa

A Demonstração de Fluxos de Caixa é uma parte integrante dos modelos Financeiras, sendo
mesmo considerada a parte de maior importância, uma vez que:

 Permite a comparabilidade entre empresas;


 Está imune à contabilidade criativa;
 Permite avaliar a capacidade da empresa

Este modelo vem regulado finalidade “…exigir informação acerca das alterações históricas de
caixa e seus equivalentes de uma entidade por meio de uma demonstração de fluxos de
classifique os fluxos de caixa durante o período em operacionais, de investimento e de
financiamento.

Anexo

Este modelo de contabilidade internacional não é propriamente uma novidade uma vez que
apresenta-se com o mesmo espírito da contida no POC, apesar de ostentar novas notas e uma
nova estrutura e sequência das mesmas.

A grande inovação desta demonstração reside na organização e facilidade de obtenção de


informação específica que justifique e ajude na compreensão de qualquer valor que conste do
balanço, demonstração dos resultados, demonstração das alterações no capital próprio e
demonstração de fluxos de caixa. Isto torna-se possível, uma vez que são apresentadas nas
respectivas faces das demonstrações ora referidas, no alinhamento de cada item, o número da
nota do anexo.

2.1.3. Diferenças Internacionais


As diferenças internacionais no “Financial Reporting” é a natureza dos sistemas legais
implantados, pois existem duas correntes que retratam está questão, os países não legalistas
(common-law) e os legalistas (code-law). Nos não legalistas, se faz necessário detalhar as regras
a serem aplicadas para todos os casos ou para todas as situações, e também focando o que deve
ser evitado (presume-se que o que não vem a ser proibido, nos legalistas há um elevado grau de
detalhadamente das regras a serem cumpridas, incluindo procedimentos a serem observados
pelas empresas, nesse sentido, há muito menos flexibilidade na preparação e na apresentação das
demonstrações contabilísticos, a ênfase maior é na projecção dos credores da companhia.

Outro aspecto importante e que interfere directamente no “Financial Reporting” é a forma de


financiamento e captação de recursos pelas empresas, pois em países onde há um forte mercado
de capitais as demonstrações são apresentadas visando atender os interesses dos investidores e
accionistas, já em países onde não há um sistema de mercado de capitais forte, predomina a
captação de recursos, junto a instituições bancárias ou através de fontes governamentais de linhas
de crédito.

2.1.4. Causas das Diferanças Internacionais


Conforme o estudo de Baker e Barbu (2007), os primeiros factores do ambiente apontados como
explicativos para as diferenças nas práticas contabilístico internacionais foram o factor cultural e
o factor económico. Vários estudos acerca do impacto da cultura foram feitos tendo como base
as estruturas culturais de Hofsted (1980) e Gray (1988).

Para analisar as diferenças entre os países, como por exemplo o de Ding et al. (2005). Em relação
aos factores económicos, outros estudos foram conduzidos (BAKER; BARBU, 2007) e chegou-
se à conclusão que a harmonização das práticas contabilísticas não depende apenas do nível de
regulação dentro de uma economia, mas também depende de factores educação, duração e
tamanho da profissão contabilístico, estágio do desenvolvimento económico, sistema legal,
cultura, história, geografia, linguagem, influência da teoria contabilístico, sistema político, clima
social, religião e acidentes de percurso, nesse mesmo sentido, Choi e Meek (apud SHIMA 2007,
p.6) apontam oito factores do ambiente que influenciam o desenvolvimento do sistema
financeiro e, portanto, podem ser classificados como as causas das diferenças no financial
reporting: principal fonte de financiamento, sistema legal, sistema de tributos, relações políticas
e económicas, inflação, nível de desenvolvimento económico, educação e cultura.
2.1.5. Complexidade da regulamentação Contabilistica
Segundo Volker (2002) apesar de a contabilidade procurar emitir normas adequadas e dar
resposta aos novos desenvolvimentos dos mercados financeiros, a rápida globalização destes
mercados com diferentes normativos contabilísticos e diferentes mecanismos de cumprimento
aumenta ainda mais os riscos.

Simultaneamente as pressões sobre a gestão das empresas, para cumprir as expectativas dos
mercados de aumento dos lucros ano após ano, sendo essa a principal medida de sucesso,
conduziram ao comprometimento da produção de informação financeira transparente e
tempestiva. Depois dos escândalos financeiros da Enron, da WorldCom e de outras empresas
cotadas date, enquanto as normas do IASB não são tão pormenorizadas deixando mais espaço
para interpretações na elaboração das demonstrações financeiras.

A crescente complexidade e a dimensão das normas do FASB deram origem a dois problemas:

 As empresas que querem cumprir as normas nem sempre conseguem assegurar-se que
tiveram em consideração todas as questões reguladas;
 As empresas que querem contornar as normas encontram alternativas legais na
regulamentação excessivamente pormenorizada, que procura regular todas as situações
possíveis, mas não consegue (Herz referido por Shortridge e Myring, 2004).

2.1.6. Convergencia das Normas Intermacionais de Contabilidade


A Harmonização das Normas Contábeis não é apenas uma questão teórica a ser estudada. A
credibilidade da informação contábil no cenário mundial pode ser afetada pela falta de
comparabilidade das demonstrações contábeis, o que poderá prejudicar o interesse por
investimentos diretos e indiretos por parte dos investidores estrangeiros.
O desejo por uma contabilidade harmonizada internacionalmente e de alta qualidade não é
recente. Todavia, somente nos últimos anos a pressão pela harmonização tem se tornado mais
efetiva.Companhias transnacionais não são entidades recém estruturadas, mas a aceleração dos
negócios num mercado mundial tem encorajado operações genuinamente internacionais.
O órgão que desempenha um papel de destaque no processo de harmonização das normas
contábeis internacionais é o IASB (International Accounting Standards Board), órgão
responsável pela emissão das IFRS (International Financial Reporting Standards).

Harmonização das Normas Contabilisticos


A harmonização contábil pode ser conceituada como o processo de trazer os padrões contábeis
internacionais para algum tipo de acordo tal que as demonstrações contábeis de diferentes países
sejam preparadas segundo um conjunto comum de princípios de mensuração e disclosure. A
harmonização não objetiva chegar a normas uniformes, mas a obter equivalência e
comparabilidade. Harmonização tem sido confundida erroneamente com completa Padronização.
Sobre isso nos diz John A Wilson apud Belkaoui (1985, p.57):
O termo Harmonização em relação à Padronização implica em uma reconciliação de diferentes
pontos de vista. Isto significa um processo de alcance de conciliação e não de uniformização,
particularmente quando padronização significa dizer que os procedimentos e normas de um país
deveriam ser adotados por todos os outros. Harmonização vem a ser uma questão de melhor
comunicação, de informação de uma forma que possa ser interpretada e compreendida
internacionalmente. Paton e Littelton (1940, p.3) já na década de 40 vislumbravam possíveis
problemas contábeis oriundos da desarmonização:
Os relatórios das empresas têm assumido uma característica pública: eles têm se tornado base de
dados para o investidor, o empregado, o consumidor e o governo. O princípio reconhecido e o
método seguido em compilar e registrar contas têm se tornado questão de interesse amplo. Nesta
situação, a necessidade por uma estrutura de padrões contábeis consistente é evidente

2.1.7. Historico do Processo de Convergencia das Normas Internacionais de Contabilidade


O debate profissional em torno da harmonização internacional da contabilidade teve origem em
St. Louis, em 1904, durante o “Primeiro Congresso Internacional de Contadores”. O assunto foi
discutido no congresso posterior, realizado a cada cinco anos, no entanto sem nenhum progresso
efetivo. A questão da harmonização foi retomada no final dos anos 50 por Jacob Kraayenhof,
sócio de uma das maiores empresas de auditoria da Holanda. Este defendia que o AICPA
(American Institute of Certified Public Accountants) deveria coordenar comitês contábeis em
várias grandes nações. O AICPA não respondeu ao desafio. Em 1970, na tentativa de estreitar as
diferenças entre os procedimentos contábeis adotados por cada país, a União Européia tentou, de
1970 a 1980, implementar um programa de harmonização das legislações contábeis. O programa
também não obteve sucesso. Finalmente em 1973 foi criado o IASC (International Accounting
Standards Committee), predecessor do IASB, por órgãos de contabilidade nacionais de diversos
países e sobre o qual falaremos mais tarde.

2.1.8. Razoes, Vantagens e Desvantagens


A rapidez com que alguns mercados desenvolvidos estão adotando as normas internacionais
indica claramente que dentro em breve essa será a única saída para os países cujas empresas
desejem captar recursos externos. Até 2005 cerca de 90 países deverão ter suas empresas
divulgando informações financeiras de acordo com as normas internacionais de contabilidade.
Um problema adicional neste cenário é que as empresas com interesse na negociação de títulos
nas Bolsas de Valores ou em outras formas de captação de recursos, além dos mercados
nacionais, acabam incorrendo em custos e consumo de tempo adicional para apresentação das
demonstrações contábeis na linguagem contábil do país fornecedor de capitais.
Além disso, existe o risco do constrangimento com as freqüentes alterações – ou até mesmo,
inversão no resultado das empresas, oriundas da elaboração de um segundo conjunto de
demonstrações contábeis.

Vantagens
 Facilitar análises comparativas de resultados financeiros de empresas nacionais
estrangeiras;
 Ajudar os usuários externos das demonstrações financeiras a avaliar o desempenho das
empresas a nível mundial;
 Redução de tempo e custo relacionado à conversão de demonstrações financeiras de
subsidiárias estrangeiras;
 Muitos países não têm ainda uma normatização contábil adequada. Estes países, além de
harmonizarem suas normas, poderiam organiza-las internamente.
 A Harmonização irá facilitar transações internacionais, política de preços e decisão de
alocação de recursos, além de tornar o mercado de capitais internacional mais eficiente.
 Empresas que precisam de capital externo para crescimento terão vantagem por
apresentar demonstrações financeiras comparáveis.
Desvantagens
 Alguns contadores são extremamente contra quaisquer esforços no sentido de
harmonizar normas contábeis porque acreditam que a harmonização impede o progresso
contábil ao refutar práticas contábeis bem fundamentadas, ou seja, para eles o processo
de harmonização de normas contábeis implica redução de opções de práticas contábeis
apropriadas;
 Ausência de julgamento subjetivo em se tratando de interpretação e divulgação de
eventos econômicos, pois cada entidade possui características próprias;
 Diferentes normas contábeis devem ser derivadas de diferentes conjuntos de postulados
para diferentes sistemas culturais, sociais, legais, políticos e econômicos;
 Na maioria dos países o Governo, na qualidade de arrecadador de impostos, é uma das
principais fontes de regulação da contabilidade;
 Algumas vezes governos locais lançam políticas fiscais provisórias, visando atender a
determinada situação temporária. Um artigo publicado em 1995 pelos autores Dr.
Fernando Pereira Tostes e Luiz Carlos Gomes de Melo apresenta ainda outras
desvantagens:
 Desafio à soberania nacional;
 Dificilmente padrões internacionais de informações divergentes conseguem conciliar as
diferenças;
 A harmonização desconsidera diferença de costumes comerciais e tradições culturais. Ex:
cheque pré-datado.
2.1.9. Principios Orgãs envolvidos no Processo de Convergência
Dentro do processo de harmonização das normas contábeis, podemos citar alguns órgãos que
muito tem contribuído para seu desenvolvimento. O principal deles é o IASC, responsável pela
emissão das normas internacionais de contabilidade. e é sobre ele que iremos nos focar. Com
relação aos demais, será feita apenas uma rápida apresentação.

2.1.10. Órgãos Internacionais


CVM - Comissão de Valores Mobiliários
Em 1976 foi divulgada a Lei 6.404, denominada Lei das Sociedades Anônimas. Nesse mesmo
ano foi criada a Comissão de Valores Mobiliários, CVM, através da Lei 6385/76, órgão
normativo do sistema financeiro, especificamente voltado para o desenvolvimento, a disciplina e
a fiscalização do mercado de valores mobiliários. Entre suas atribuições referidas na Lei, tem
competência para regulamentar com observância da política definida pelo Conselho Monetário
Nacional.
A CVM tem poderes para disciplinar, criar normas e fiscalizar a atuação dos diversos agents
integrantes do mercado. Seu poder normatizador abrange todas as matérias referentes ao
mercado de valores mobiliários. Ressalte-se que não exerce papel fiscalizador em relação a
qualquer informação divulgada pelas companhias, mas preocupa-se com a regularidade e
confiabilidade, por isto normatiza e almeja a sua padronização.

IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil


Em 1971, foi criado o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, IAIB, actualmente
denominado Ibracon. O Ibracon tem a função de discutir, desenvolver e aprimorar as questões
éticas e técnicas da profissão do auditor e do contador e, ao mesmo tempo, atuar como porta-voz
dessas categorias diante de organismos públicos e privados e da sociedade em geral. Auxiliar na
difusão e na correta interpretação das normas que regem a profissão, possibilitando aos
profissionais conhecê-la e aplicá-la de forma apropriada, também é parte de sua missão.
CFC - Conselho Federal de Contabilidade
No Brasil, o órgão representativo da classe contábil é o Conselho Federal de Contabilidade,
CFC, cujas atribuições são orientar, normatizar e fiscalizar as atividades profissionais do
contador.
Destacam-se também organismos governamentais que determinam práticas contábeis para cada
segmento do mercado que regulam, como por exemplo o Banco Central do Brasil, Bacen, que
normatiza as instituições financeiras; Superintendência de Seguros Privados - Susep, normatiza
as seguradoras; a Secretaria de Previdência Complementar, SPC, normatiza os Fundos de Pensão
e a Agência Nacional de Energia Elétrica, Aneel, normatiza o Setor Elétrico.
Em outubro de 2005, foi criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, CPC. O objetivo é
similar ao do FASB e do IASB que é o de centralizar a emissão de normas contábeis no país.

Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)


Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo "o estudo, o preparo e a
emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de
informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora
brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre
em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais".
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de esforços e
comunhão de objetivos das seguintes entidades:
 ABRASCA;
 APIMEC NACIONAL;
 BOVESPA;
 Conselho Federal de Contabilidade;
 FIPECAFI; e IBRACON.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) em função das necessidades de:
 convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração de
relatórios contábeis,
 redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital);
 centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o
fazem);
 representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores da
informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo).

Características Básicas:
 CPC é totalmente autônomo das entidades representadas, deliberando por 2/3 de seus
membros;
 O Conselho Federal de Contabilidade fornece a estrutura necessária;
 As seis entidades compõem o CPC, mas outras poderão vir a ser convidadas futuramente;
 Os membros do CPC, dois por entidade, na maioria Contadores, não auferem
remuneração.
Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar representantes dos seguintes
órgãos:
 Banco Central;
 Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
 Secretaria da Receita Federal;
 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Outras entidades ou especialistas
poderão ser convidados. Poderão ser formadas Comissões e Grupos de Trabalho para
temas específicos.

Produtos do CPC:
 Pronunciamentos Técnicos;
 Orientações; e Interpretações.
Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente submetidos a audiências públicas. As
Orientações e Interpretações poderão, também, sofrer esse processos.
2.1.11. Órgãos Norte- Americanos
Financial Accounting Standards Board (FASB)
O FASB (Financial Accounting Standards Board) é o principal órgão de normatização
contabilistica nos Estados Unidos. Iniciou suas atividades em Junho de 1973, com grande apoio
financeiro por parte do Governo dos Estados Unidos, das entidades de classe da profissão
contábil e por grandes empresas. A SEC (Securities and Exchange Commission), a CVM
Americana, endossou o FASB como a única emissora de padrões reconhecidos.
A missão do FASB é estabelecer e melhorar os padrões de contabilidade financeira, promover a
convergência internacional de padrões de Contabilidade, além de contribuir para a educação
contábil e ampliação do nível de entendimento dos contadores, auditores e usuários das
informações financeiras.
O FASB é um órgão de grande importância para a harmonização contabilistica mundial pelo fato
de que as maiores investidoras mundiais são as companhias multinacionais, muitas das quais
americanas, e que adotam os US GAAP (US Generally Accepted Accounting Principles). Além
disso, o Mercado de Capitais americano é um dos maiores do mundo. A base conceitual para os
US-GAAP está incluída nos pronunciamentos conceituais do FASB, denominados SFAC, que
criaram uma espécie de estrutura conceitual básica usada pelo conselho para o estabelecimento
de padrões de contabilidade. Os pronunciamentos emitidos pelo FASB são chamados de FAS
(Financial Accounting Standards) ou SFAS (Statement of Financial Accounting Standards).

Securities and Exchange Commission (SEC)


Securities and Exchange Commission, SEC, uma agência governamental independente,
estabelecida em 1934, é responsável pela regulamentação do comércio de valores mobiliários
nos EUA com o objetivo principal, no campo da contabilidade, de assegurar a total
transparência. O formato e o conteúdo das demonstrações financeiras das companhias abertas
são regulados pela SEC.

American Istitute of Certified Public Accountants (AICPA)


O Instituto americano dos contadores públicos certificados possui um comitê sênior denominado
comitê executivo de padrões de contabilidade (AcSEC). Esse comitê é composto de 15 membros
voluntários, com representantes de diversos segmentos. o corpo técnico do AICPA designado
para determinar as políticas da profissão relativas a normas contábeis e apresentação de
demonstrações contábeis.
Ele publica boletins práticos de orientações específicas sobre auditoria e contabilidade além de
prover regras sobre matérias contabilistica que o Financial Accounting Standards Board, FASB
(Comitê de Normas de Contabilidade) não tenha se pronunciado.

2.1.12. Principais Causas das diferençs entre paises na Emissão de Normas Contabilisticas
A contabilidade, por ser uma ciência social aplicada, é fortemente influenciada pelo ambiente em
que actua. De uma forma geral, valores culturais, tradição histórica, estrutura política, econômica
e social acabam refletindo nas práticas contábeis de uma nação e, conseqüentemente, a evolução
das mesmas pode estar vinculada ao nível de desenvolvimento econômico de cada país.
Usualmente, a contabilidade é considerada a linguagem "dos negócios", ou seja, é onde os
principais agentes econômicos buscam informações (principalmente de natureza econômico-
financeira) sobre a performance empresarial e avaliação de risco para se realizar investimentos.
Nesse sentido, relatórios contábeis sempre são requeridos pelos investidores que desejam
mensurar a conveniência e oportunidade para concretizar seus negócios.

Assim, sua importância ultrapassou as fronteiras, deixando de ter sua utilidade limitada ao
campo doméstico para servir de instrumento de processo decisório em nível internacional,
principalmente no atual cenário de globalização dos mercados Entretanto, essa linguagem não é
homogênea em termos internacionais, pois cada país tem suas práticas contábeis próprias,
significando dizer que o lucro de uma empresa brasileira não seria o mesmo se adotadas práticas
contábeis de outros países, dificultando sua compreensão devido à falta de uniformidade. A
linguagem não é uniforme porque cada país tem critérios próprios e diferentes para reconhecer e
mensurar cada transação. A busca de critérios consentâneos é o processo de harmonização
contabilistica internacional, visando proporcionar uma compreensão dessa linguagem e a sua
comparabilidade.

Classificação dos Sistemas Contabilisticos


A contabilidade, por ser ciência social aplicada, é produto do ambiente em que atua. Como cada
país tem seu próprio ambiente político, social, cultural e econômico (diferente um do outro), e
sendo a contabilidade produto dessa complexa interação, classificar sistemas contábeis nacionais
de uma forma objetiva não é uma tarefa fácil para os pesquisadores. "O número de tentativas que
têm sido feitas para classificar sistemas contábeis nacionais é o mesmo esforço que os biólogos
tentam fazer para classificar fauna e flora", conforme Nobes e Parker (1995).
A afirmação de Nobes e Parker mostra a dificuldade e possivelmente o grau de arbitrariedade
que envolvem tentativas para classificação de países ou grupos de países, segundo seus sistemas
contábeis. De forma geral, a maioria dos autores destaca dois grandes grupos distintos: o modelo
Anglo-Saxão e o modelo Continental.

O Modelo Anglo-Saxão é composto por países como Grã-Bretanha (incluindo Inglaterra, País
de Gales, Irlanda e Escócia), Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos da América, Canadá,
Malásia, Índia, África do Sul e Cingapura, cujas características predominantes são:
A) Existência de uma profissão contabilistica forte e atuante;
B) Sólido mercado de capitais, como fonte de captação de recursos;
C) Pouca interferência governamental na definição de práticas contábeis; e
D) As demonstrações financeiras buscam atender, em primeiro lugar, os investidores.
O Modelo Continental, por sua vez, é composto por países como França, Alemanha, Itália,
Japão, Bélgica, Espanha, países comunistas (Europa Oriental), países da América do Sul, entre
outros, e as características predominantes são as seguintes:
A) Profissão contabilistica fraca e pouco atuante;
B) Forte interferência governamental no estabelecimento de padrões contábeis, notadamente a de
natureza fiscal;
C) As demonstrações financeiras buscam atender primeiramente os credores e o Governo em vez
dos investidores; e
D) Importância de bancos e outras instituições financeiras (inclusive governamentais) em vez de
recursos provenientes do mercado de capitais como fonte de captação pelas empresas.
Analisando-se particularmente o caso brasileiro, observa-se, à primeira vista, uma forte
vinculação com o modelo da Europa Continental, caracterizado pela influência governamental na
edição de normas contábeis, a pouca valorização da profissão contabilistica, e, ainda, por ser a
educação na área contábil ainda de qualidade duvidosa, requerendo exames de suficiência e
educação profissional continuada. Entretanto, em termos de financial reporting com a vigência e
os esforços da. CVM para adaptação das normas contabilisticas internacionais, a disseminação
cada vez mais acentuada do ensino da contabilidade baseada na escola norte-americana e a
possível criação de um Comitê de Procedimentos Contabilisticos revelam que mudanças podem
ocorrer no futuro.

Causas das Diferenças Internacionais


Considerando-se que cada país tem seu conjunto de leis, regras, filosofias, procedimentos,
objetivos (buscam proteger os seus interesses nacionais), é razoável supor que os sistemas
contabilistica de cada país venham a ser impactados por tais medidas, dependendo do seu grau de
influência sobre outros.
Walton (2003) apresenta interessante comparação (até de forma jocosa) para explicar as causas
das diferenças internacionais, ao afirmar: A compreensão de regras internacionais é muito difícil
porque as regras têm diferentes significados: na Alemanha, tudo é proibido a menos que esteja
explicitamente permitido na lei, enquanto que na Inglaterra tudo é permitido a menos que esteja
explicitamente proibido na lei. No Irã, por outro lado, tudo é proibido mesmo que esteja
permitido na lei enquanto que na Itália tudo é permitido, especialmente se é proibido. Como a
contabilidade é usualmente mencionada como linguagem de comunicação, a regra contábil
também pode se enquadrar na comparação de Walton, como, por exemplo, a provisão para
créditos de liquidação duvidosa cuja constituição seria proibida se não explicitamente permitida
na lei (Alemanha) ou cuja constituição é permitida, exceto se não explicitamente proibida na lei
(Inglaterra).

Aqui temos efetivamente um conflito de natureza legal na constituição da provisão para créditos
de liquidação duvidosa. Os principais estudiosos sobre o assunto apresentam diversos aspectos
como causas das diferenças internacionais. Comparando-se as razões das diferenças
internacionais no financial reporting, identificadas pelos principais autores que abordaram o
tema, há algumas semelhanças entre si, das quais procuraremos resumir as principais causas.
2.1.13. Forma de captação de Recursos pelas Empresas
Outro fator de destaque é a existência de um mercado de capitais sólido e atuante, onde as
empresas podem buscar recursos ou, de outro lado, sua dependência junto ao mercado bancário
ou fonte governamental, seus principais provedores de recursos.
Por que a forma de captação de recursos pelas empresas é relevante para a determinação do tipo
de financial reporting?
Primeiramente, porque quando nos referimos a financial reporting devemos ter em mente que a
contabilidade é a linguagem de comunicação empresarial, que objetiva suprir os usuários com
informações que sejam relevantes ao seu processo decisório.

Nessa linha de raciocínio, para julgar o que é relevante para o usuário, teríamos que conhecer um
pouco melhor quem é esse usuário para saber que tipos de informações são necessários. E aí que
reside a questão: as informações requeri das por investidores (em ações) são significativamente
diferentes das requeridas pelos credores por empréstimos (seja crédito bancário ou fonte
governamental)? Conseqüentemente, se um país tem características voltadas para financiar suas
empresas com recursos oriundos do mercado acionário, tenderá a apresentar suas demonstrações
contabilisticas contemplando informações que privilegiem seu usuário mais importante, seus
acionistas.
Por outro lado, se um país tem características voltadas para financiar suas empresas com recursos
oriundos do crédito bancário ou fonte governamental, tenderá a privilegiar a apresentação de
suas demonstrações contábeis contemplando informações que favoreçam seu usuário mais
importante, qual seja, o credor bancário ou governamental.

2.1.14. Nivel de influência,credibilidade e status (amadurecimento) da profissão


Contabilistica
Nos países onde o mercado de capitais é sólido e atuante, como Canadá, Estados Unidos da
América, Grã-Bretanha, informações financeiras confiáveis e tempestivas têm sido requeridas
pelos seus usuários (investidores em geral).
Profissão contabilistica nesses países é “auto-regulamentada” (com pouca interferência do
governo) e é responsável pela promulgação de padrões contabilisticas e de auditoria. Também é
a própria profissão contábil que estabelece critérios para credenciamento de contadores e
auditores, por intermédio de seus conselhos ou órgãos de classe, seja por meio de exames ou
certificações.

Por outro lado, "em países onde não há demanda do mercado para buscar informações
financeiras, contadores têm sido tratados como 'bookkeepers' (responsáveis pela escrituração) e
com baixo status", segundo Elliot e Elliot (2002).

Saudagaran (2004) também lembra que, "onde a profissão contabilistica é fraca, questiona-se a
qualidade das demonstrações contábeis produzidas bem como se os auditores têm realmente
independência e 'status' suficiente para produzir relatórios sobre as empresas por ele auditados".
Analisando-se a situação brasileira, observamos que a profissão contábil é representada por dois
Órgãos: o CFC e o IBRACON, mas nenhum deles é politicamente forte o suficiente para
influenciar
Órgãos governamentais legalmente autorizados para editar normas contabilisticas. Infelizmente,
a realidade brasileira revela que o "status" da profissão contábil e a capacidade de influenciar (ou
mesmo de editar) a elaboração de normas contábeis estão ainda aquém do esperado.

2.1.15. Vinculação da legislação Tributária com Contabilidade Societaria


O Fisco tem objetivo específico voltado para tributação do lucro e, conseqüentemente, estabelece
critérios ou percentuais bem definidos para reconhecimento de despesas ou receitas (como, por
exemplo, depreciação de ativo permanente), enquanto os usuários de demonstrações contábeis
têm: propósitos diferentes do Fisco, como, por exemplo, os investidores (querem: avaliar o
retorno de seu investimento), os credores (querem conhecer fluxo de caixa futuros que garantam
a devolução dos empréstimos).

Dessa forma, critérios de reconhecimento e mensuração de ativos para propósitos de


Contabilidade financeira (Financial Reporting) podem ser fortemente impactados por regras
fiscais. O Brasil apresenta uma característica peculiar: embora a legislação societária tenha
criado a figura dos "registros auxiliares" para amparar critérios contábeis diferentes dos
prescritos em lei e o Fisco tenha consagrado o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR),
ainda convivemos com inúmeras situações desconfortáveis de legislações ou regulamentos de
natureza tributária determinando regras de como contabilizar transações (como, por exemplo, o
leasing, aqui denominado arrendamento mercantil, já mencionado anteriormente) ou regras
proibindo (ou não admitindo sua dedutibilidade fiscal como despesa e, conseqüentemente,
desincentivando sua contabilização), ou, ainda, regras para classificação (se um adiantamento
para fornecedores, por exemplo, é permanente ou realizável a longo prazo).

2.1.16. Nivel de qualidade de educação na área contabilistica


Saudagaran (2004) apresenta interessante comparação entre os paíse: que têm longa tradição na
área contábil e que contam com elevado padrão de ensino oferecendo, inclusive, alternativas para
seus alunos buscarem programas de mestrado/doutorado ou serem treinados para enfrentar um
mercado de trabalho atraente e bem remunerado. Entretanto, em muitos outros países onde a
qualidade do ensino na área contábil é relativamente fraca, (Contabilidade é confundida com
escrituração fiscal e é tratada mais come uma vocação do que profissão. Além disso, o ensino é
limitado ao nível secundário, não sendo disponível em curso superior (nível universitário) Como
conseqüência, a profissão contábil sofre os efeitos da qualidade de ensino, bem como se sente
incapaz de atrair melhores alunos para integrarem a carreira profissional de contadores, pelo
pouco prestígio perante a sociedade.

No âmbito brasileiro, conforme já mencionado, o ensino da Contabilidade caracteriza-se ainda


pela predominância do ensino médio (e número de técnicos em Contabilidade é superior ao de
contadores) e pele pouco interesse (ou dificuldade) dos contadores em prosseguir seus estudo: e
nível de pós-graduação (mestrado/doutorado). Outra questão é que a maioria dos cursos de
ciências contabilisticos é oferecida à noite para aqueles que já trabalham. O corpo docente na
maior parte das faculdades particulares também é representado por profissionais que atuam no
mercado de trabalho durante o dia e dedicam-se ao ensino como atividade complementar, muitas
vezes para melhorar seu rendimento mensal. Por conseguinte, é difícil o aperfeiçoamento deste
corpo docente mediante afastamento para cursar mestrado ou doutorado, exceto em
universidades públicas.

A exigência do Exame de Suficiência pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) para os


bacharéis em ciências contábeis e os graduados no ensino médio de contabilidade também revela
que o nível de ensino estão aquém do que o mercado de trabalho requer para o exercício da
profissão. Finalmente, em nosso entendimento, o ensino de contabilidade tem limitada influência
no financial reporting das empresas, principalmente por três fatores:
A) Poucos cursos notoriamente de excelente qualidade;
B) Poucos docentes com formação acadêmica e titulação adequados; e
C) Regras para o financial reporting estão nas mãos de órgãos governamentais que editam
normas contábeis. A profissão contábil e a academia têm pouca participação ou
capacidade de influir.

2.1.17. Outras Razões


Algumas outras razões são apontadas em diversos estudos. No entanto, dada a sua menor
importância em termos de correlação com as causas da diferenças, não serão profundamente
abordadas aqui. São elas:
A) Estrutura empresarial e tipo de empresas;
B) ) Existência de um arcabouço conceitual teórico e o nível de desenvolvimento da teoria
contábil ou estrutura conceitual básica da contabilidade;
C) Acidentes de percurso, invasões, localização geográfica, herança de ser colônia,
linguagem, etc;
D) Nível de inflação.

2.2. EXERCÍCIOS
(CVM/2006) Os International Accounting Standards (IAS) são:
A) Mandatórios para aplicação em todas as sociedades por ações no Brasil.
B) Sugestões que os auditores obrigam-se a cumprir no mundo inteiro.
C) Objetos do projeto de harmonização conjunta patrocinado pela CVM, Ibracon e Banco
Central.
D) Padrões contábeis emitidos pelo antigo IASC que a partir de 01.04.2001 foram extintos.
E) ) padrões contábeis internacionais emitidos a partir de 1973.
(Simulado-2008/ Prof. José Wagner) Analise as informações a seguir sobre o processo de
internacionalização da Contabilidade:
I – Uma das causas das diferenças nos sistemas nacionais de contabilidade é a existência de
sistemas legais de natureza e características distintas. Enquanto nos países de sistema legal
baseado no “Common Law” as práticas contábeis não precisam estar detalhadas nas normas, nos
países de sistema legal baseado no “Code Law” é requerido um elevado grau de detalhamento
das regras contábeis a serem seguidas.
II – A atual entidade responsável pela emissão de normas internacionais de contabilidade é o
International Accounting Standards Board – IASB, sucessor do International Accounting
Standards Committee – IASC. Entretanto, a sigla IASC ainda existe e denomina a fundação
mantenedora e responsável pela indicação dos membros do IASB, atualmente designada de IASC
Foundation.
III – Uma vez construído o conjunto das norrmas internacionais de contabilidade, os países
representados no IASB estão obrigados a adotar as IAS e as IFRS, a exemplo dos países da
União Européia. Está (ão) correta(s) a(s) afirmação (ões):
a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) I, II e III.

(Petrobras-2008/Cesgranrio) O IASB (The International Accounting Standards Board), órgão


independente do setor privado, com sede em Londres, que se destina ao estudo dos padrões
contábeis,é formado por um Conselho de Membros, constituído por mais de 140 entidades
mundiais, dentre elas as brasileiras, Instituto Brasileiro de Contadores (sic) e Conselho Federal
de Contabilidade. Um dos seus objetivos é

A) Determinar o uso e aplicação rigorosa de todas as suas normas, em todos os países a ele
filiados.
B) Estabelecer uma data específica para a harmonização das normas contábeis dos países do
Conselho de Membros.
C) Implementar a harmonização das normas contábeis em todos os paises do Conselho de
Membros,a partir de 2010.
D) ) promover a convergência entre as normas fiscais locais e as Normas Internacionais de
Contabilidade, de alta qualidade.
E) ) verificar, pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade, formado por, no
mínimo, 5 auditores praticantes, se suas normas são cumpridas.
3. Conclusão
No presente trabalho de pesquisa que tem como abordagem falar dos assuntos relacionados com
materias de contabilidade internacional mais precisamente dos fundomentos bem como
processos convergêntes da contabilisa, A contabilidade, por ser ciência social aplicada, é produto
do ambiente em que atua. Como cada país tem seu próprio ambiente político, social, cultural e
econômico (diferente um do outro), e sendo a contabilidade produto dessa complexa interação,
classificar sistemas contábeis nacionais de uma forma objetiva não é uma tarefa fácil para os
pesquisadores. "O número de tentativas que têm sido feitas para classificar sistemas contábeis
nacionais é o mesmo esforço que os biólogos tentam fazer para classificar fauna e flora",
conforme Nobes e Parker (1995).
4. Bibliografia
IBRACON. Normas internacionais de contabilidade 2001: texto completo de todas as
normas internacionais de contabilidade e interpretações SIC existentes em 1º de janeiro de
2001. Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. São Paulo: IBRACON, 2002.

LISBOA, Lázaro. FIPECAFI/FEA/USP. Contabilidade Internacional. São Paulo: Atlas,1998.

SÁ, Antônio Lopes de. Curso de auditoria. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Indice
1. Introdução............................................................................................................................................. 1
1.1. Objectivos ..................................................................................................................................... 2
1.1.1. Objectivo Geral ..................................................................................................................... 2

1.1.2. Objectivos Específicos ................................................................................................................. 2

1.2. Metodologia .................................................................................................................................. 2


2. Revisão da Literatura ............................................................................................................................ 3
2.1. Fundamentos da contabilidade internacional .............................................................................. 3
2.1.1. Desenvolvimento da Contabilidade Internacional................................................................ 4

2.1.2. Modelos Contabilisticos Internacionais ................................................................................ 4

2.1.3. Diferenças Internacionais ..................................................................................................... 6

2.1.4. Causas das Diferanças Internacionais ................................................................................... 7

2.1.5. Complexidade da regulamentação Contabilistica................................................................. 8

2.1.6. Convergencia das Normas Intermacionais de Contabilidade ............................................... 8

2.1.7. Historico do Processo de Convergencia das Normas Internacionais de Contabilidade ....... 9

2.1.8. Razoes, Vantagens e Desvantagens .................................................................................... 10

2.1.9. Principios Orgãs envolvidos no Processo de Convergência ................................................ 12

2.1.10. Órgãos Internacionais ......................................................................................................... 12

2.1.11. Órgãos Norte- Americanos.................................................................................................. 15

2.1.12. Principais Causas das diferençs entre paises na Emissão de Normas Contabilisticas ........ 16

2.1.13. Forma de captação de Recursos pelas Empresas ............................................................... 19

2.1.14. Nivel de influência,credibilidade e status (amadurecimento) da profissão Contabilistica. 19

2.1.15. Vinculação da legislação Tributária com Contabilidade Societaria .................................... 20

2.1.16. Nivel de qualidade de educação na área contabilistica ...................................................... 21

2.1.17. Outras Razões ..................................................................................................................... 22

3. Conclusão ............................................................................................................................................ 25
4. Bibliografia .......................................................................................................................................... 26

Você também pode gostar