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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SOCIAIS APLICADAS


RELAÇÕES INTERNACIONAIS
HISTÓRIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS II
PROFESSOR MARCIO APRIGIO

Laura Beatriz Benício Vieira

Fichamento do Capítulo 4 do livro História das Relações Internacionais


Contemporâneas

João Pessoa
2018
No capítulo A Instabilidade Internacional (1919-1939), o autor irá apresentar o contexto
político, econômico, diplomático e social vivo no período conhecido Entre Guerras. Cervo
inicia a sua discussão apontando que diferente do intervalo entre 1947-1989 as expressões
não foram uniformes. Existiu uma convergência entre os historiadores. Para Jean-Baptiste foi
uma fase de “paz ilusória” ou “paz frustrada”. Pierre Renouvin nomeou como “turbulência
europeia”. Já Eric Hobsbawm denominou como “era da catástrofe”.
O autor estrutura seu pensamento dividindo em três partes: a primeira parte questiona como
foi regulamentada a paz de Versalhes, a segunda parte indaga como se daria o desmonte do
mundo liberal criado no século 19 e, por último, como iriam se comportar os atores em um
novo contexto internacional.
A Conferência de Paz, iniciada em 18 de janeiro de 1919, desde o princípio apresentou
problemas. Primeiro, em razão da discordância entre os 27 países participantes, sendo
necessário criar sessões utéis compostas pelos Estados Unidos, pelo Japão, pela Grã-
Bretanha, pela França e pela Itália. Outra adversidade era as duas concepções que entram em
confronto: o pensamento idealista de Woodrow Wilson e visão revanchista francesa.
Ademais, havia também a exclusão dos vencidos das negociações e da União Soviética.
O presidente norte-americano almejava a revolução nas concepções e na prática da política
internacional. Dessa forma, existir uma nova era de entendimento e paz entre os países, e
desejando isso é que ele cria os 14 pontos baseados nos seus ideais para alcançar o seu sonho.
Wilson acreditava que para atingir essa nova era necessitava por fim na diplomacia e
acordos secretos entre nações e a guerra deveria ser eliminada através de sanções econômico
ao agressor.
O chefe de governo e da delegação francesa, Georges Clemenceau tinha uma posição oposta:
uma posição de força. A posição que a França ocupava na conferência vinha de três fatores:
era tida como a grande vitoriosa, sairia da guerra como a primeira potência militar do mundo,
sediava a conferência em Paris e depois em Versalhes. O objetivo francês era fazer prevalecer
o seu posicionamento e, assim, conseguir enfraquecer e controle sobre a Alemanha.
Os cincos acordos de paz firmados debatiam a respeito do desarmamento e segurança,
delimitação das fronteiras europeias e questões econômicas e financeiras. Importante frisar
que esses tratados foram responsáveis por firmar o pacto da Liga das Nações.
Contudo, nem todos os países saíram feliz com as decisões tomadas na Conferência de Paz.
De um lado estava França, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Romênia e Polônia contentes com a
nova divisão territorial da Europa e, em contrapartida, Alemanha, Áustria, Hungria, Bulgária,
Turquia e Itália não aceitaram o princípio de nacionalidades desenhado por Wilson,
responsável por redefinir as fronteiras.
O Tratado de Versalhes foi alvo de várias críticas. Uma delas foi feita pelo economista
Keynes afirmava a punição direcionada à Alemanha era o obstáculo ao desenvolvimento
econômico europeu pois as duras penas impostas pelo tratado iriam impedir que o país fizesse
parte do centro dinâmico. Além disso, o delegado a União Sul-Americana acreditava que o
tratado geraria um desastre maior do que a guerra.
A Conferência de Paz era baseada em interesses econômicos, estratégicos e territoriais das
nações vencedoras e findaram desenvolvendo tensões dentro das relações internacionais. A
Liga das Nações, assim como todas tentativas de paz, começou defeituosa e incoerente. Os
Estados Unidos, país do idealizador da sociedade global, não concordou fazer parte da
associação, o que acabou fazendo com que a liga não saísse de acordo com seu projeto.
Wilson idealizava a presença de todas as nações e não somente dos países vitoriosos. A Liga
baseou-se na segurança coletiva para determinar as regras, contudo não conseguiu
administrá-las.
O Pós-Primeira Guerra gerou um novo posicionamento dos países no âmbito econômico. Os
Estados Unidos tornou-se, além da primeira potência industrial, primeira potência comercial
e financeira. O dólar foi a única moeda a ter estabilidade no pós-guerra. A Europa ficou
afundada em uma crise e tentando escapar dessa situação passou a pedir dinheiro aos Estados
Unidos. Assim, inverteu-se a situação de inferioridade econômica, financeira e política.
O sentimento nacionalista cresceu o com pós-guerra e também contribuiu para germinar
ideologias: comunistas, fascistas, pacifistas e socialistas. O autor aponta como o trauma da
guerra afetou as mentalidades coletivas na Europa, assim explicando o tremor ideológico e
psicológico.
Como já foi dito anteriormente, a ordem de Versalhes revelou-se inviável para garantir na
Europa, o omprimento dos tratados. Era uma lei dura, incompleta e insuportável para os
vencidos. Por exemplo, a Paz de Versalhes não soube lidar como a crise da Manchúria e da
Etiópia. Os países vencidos não conseguiram fazer com os infratores da segurança coletiva
cumprissem as penas e os países vencedores não respeitavam a ordem. Mais uma vez, Keynes
denuncia como a ordem econômica era frágil, estabelecida sob a prosperidade americana. Por
causa disso, toda Europa foi totalmente afetada pela crise de 1929.
Cervo afirma que a crise não aconteceu por causa do craque da bolsa. Mas, devido à
indiferença e à hostilidade diante da cooperação e pela prática generalizada de adotar
soluções nacionais para problemas internacionais.
Em 1933, Hitler toma posse do governo alemão, mas esse acontecimento não foi interpretado
como um turning point das relações internacionais pelos governos. Contudo, era e
representava a força do nacionalismo e uma nova noção que não acreditava na igualdade dos
povos e dos indivíduos, rejeitava os tratados e tinha como objetivo a construção de uma
grande Alemanha através da anexação de territórios. Hitler tinha como propósito eliminar
judeus e comunistas.
A ascensão nazista foi o início para uma onda de ditaduras nacionais dominar a Europa
Central e Ocidental. As democracias tornaram-se minorias. O princípio de segurança coletiva
impedia uma reação por parte dos Estados democráticos e Estados Unidos e União Soviética
estavam ocupados com seus interesses nacionais.
As concepções fascistas de relações internacionais, os planos expansionistas das ditaduras, os
egoísmo das democracias e da URSS, explicam as atitudes e as iniciativas dos governos.
Explicam, portanto, uma série de golpes de força.crises diplomáticas, apaziguamentos,
avanços e recuos calculados, até conflagração geral.
A partir do momento que entrou no poder, Hitler apoiava os partidos de direita em outros
países e também a anexação de gradual de territórios. Além de quebrar o acordo de
desmilitarização da Renânia. Novamente, as democracias não tomaram medidas conter os
avanços nazistas que feriam as regras da Sociedade de Nações. Hitler foi esperto em fazer
acordos com União Soviética para conseguir avançar no seu projeto de anexação territorial
sem ter que se preocupar com lidar com Stalin.
A Grã-Bretanha interpretou as intenções de Hitler como tendo objetivo de reunir os alemães e
declarou que não se conformaria com a invasão alemã à Polônia e fez uma aliança com a
Polônia, França também ofereceu garantias a Polônia, até o Roosevelt solicitou a Hitler que,
por dez anos, não atacasse 29 nações.
Apesar das ameaças das democracias, não foi o suficiente para frear a invasão à Polônia e foi
exatamente o que acabou acontecendo. Em 3 de setembro, Inglaterra e França declaram
guerra à Alemanha, enfim, firmando algum acordo feito. Hitler não tinha a intenção de
provocar uma guerra geral, mas a invasão foi necessária.
A guerra aconteceu devido ataques à Polônia. As duas guerras regionais evoluíram para uma
guerra mundial com a invasão alemã à União Soviética e o bombardeamento a base
americana pelo Japão.
REFERÊNCIAS

CERVO, Amado Luiz. A instabilidade internacional (1919-1939). in José Flávio Sombra


Saraiva (org.), História das Relações Internacionais Contemporâneas, 2º ed., São Paulo:
Saraiva, 2007, 131-167.

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