Você está na página 1de 10

VICE CHANNELS

Crédito: Felipe
Larozza/Vice
MOTHERBOARD

Como apagar os dados que


Google e Facebook juntam há
anos sobre você
Brunno Marchetti
abr 4 2018, 8:00am

Mergulhei nas profundezas de meus dados


digitais para entender o que duas das maiores
empresas do mundo repassam sobre mim — e
como podemos conter essa avalanche.

Compartilhe Tuíte

Escrevo pro Motherboard há um tempinho e, para mim, nunca foi novidade a


forma como empresas como Google e Facebook tocam seus negócios. (A quem
não sabe: vendendo propagandas baseadas em nossos dados.) O que me deixou
intrigado foi sacar que talvez seja mais fácil abrir o teoricamente inviolável banco
de dados dessas empresas do que se acreditava — como o escândalo da
Cambridge Analytica mostrou nas últimas semanas.

Publicidade

Há dias resolvi fazer o teste e baixei tudo que essas duas companhias sabem
sobre mim. Queria sanar uma série de dúvidas que surgiam: qual o tamanho dos
meus rastros digitais? O que eu, um cara supostamente esclarecido quanto às
políticas digitais, deixaria passar em relação a minha privacidade? O que as redes
sociais e apps sabem sobre mim e repassam a outros?
Conforme eu descobria a sangria de meus dados, buscava meios de contê-la. É o
que conto nessa jornada em busca de minha identidade digital logo abaixo.

Tudo que o Facebook sabe sobre mim

Agenda, mensagens, locais, rostos e likes dizem quem sou em poucos


megabytes

Como a rede social de Mark Zuckerberg acaba sendo uma das primeiras
acessadas durante meu dia — ou um de seus outros produtos como Whatsapp,
Instagram ou Messenger —, acabou sendo minha primeira opção na jornada.

Para ver o que eles tinham sobre mim, o primeiro passo foi acessar a página de
Configurações. Logo embaixo das “Informações básicas da minha conta”, no
cantinho inferior esquerdo do menu central da página, há a opção para “Baixar
uma cópia dos seus dados do Facebook”. Você deve esperar alguns minutos para
poder fazer o download, mas rola numa boa.

O tamanho do arquivo vai depender do quanto você compartilha suas


informações, fotos e vídeos etc. Quanto mais uso, mais dados. Se você usa o
Messenger para se comunicar, por exemplo, mais material ainda você está
fornecendo.

Eu, embora cadastrado na rede de Zuckerberg há dez anos, não sou dos usuários
mais ativos: o arquivo com todos meus dados entregues ao Facebook não chega a
ter 300 MB. O tamanho reduzido, porém, esconde um monte de coisa que eu
preferiria que não tivessem sido compartilhadas.

Publicidade

As fotos daquela viagem triste tiradas em 2010 que eu havia esquecido da


existência, todas as mensagens enviadas, todas as recebidas, localizações
geográficas. Basicamente tudo vem junto no arquivo. E se você, como eu, instalou
o aplicativo da rede social no seu celular, há um bônus meio perturbador que é
toda a sua agenda de contatos. Número de telefone fixo, celular, e-mail; quanto
mais completa a informação que você adicionou na agenda, mais completa é a
informação que o Facebook vai ter acesso.

Além disso, informações como os dados brutos do seu rosto vem junto nesse
pacotão. Pode parecer meio bizarro, mas sabe aquela opção aparentemente
inofensiva que permite que o Facebook reconheça e tagueie você nas fotos dos
outros? Os dados brutos estão aí e podem ser usados por ele no futuro.

Ok, mas como isso é útil para a empresa? Bom, a essa altura do campeonato você
já deveria saber que propaganda é a alma do negócio. Segundo a BBC, em 2016,
dos US$ 7 bilhões do faturamento da empresa, cerca de US$ 6,38 bilhões tiveram
a publicidade como fonte. Na época, a estimativa foi que o seu perfil rende à
empresa por volta de R$ 50 ao ano. É meio barato se você pensar o tanto de coisa
que você revela sobre si.
Crédito: captura de tela/Facebook

E a coisa toda acontece de forma bastante eficiente: uma vez que você curtiu
uma série de páginas, elas dão a dimensão exata do que você provavelmente vai
comprar. Meus likes em vídeos de animais fazem, toda semana, pintar anúncio de
pet shops, e por aí vai. Dá pra saber quais são os assuntos que o Facebook acha
que você vai comprar olhando na parte de publicidade deles.

Com o desconforto causado depois de sacar o que a rede social de Zuckerberg


sabe sobre mim mesmo sem eu dar tanta importância a ela, tive impulso de
deletar a minha conta, sair dali, mandar uma mensagem geral avisando o fim do
meu perfil e nunca mais colocar o pé ali. Mas nem tudo é exatamente simples
assim. Fui em busca de soluções melhores.

Publicidade

Como limpar o lodo: evitar apps e sujar os próprios dados

Se você, como eu, não quer compartilhar tantas informações assim com a rede
social, um bom começo é se livrar de qualquer aplicativo dela no seu celular. Uma
breve lida nas permissões que você concede aos aplicativos mostra que eles
pedem um acesso bastante completo ao seu aparelho. Provavelmente você já
ouviu a história de que o Facebook ouve suas conversas sem você saber, o que
pode ou não ser uma lenda urbana.

Outra medida importante é restringir o que você compartilha com seus


aplicativos. Não existem muitas razões para você compartilhar as informações de
onde estudou e eventos que vai comparecer com um teste que só vai manipular
uma das suas fotos de perfil, tipo aquele do “Como seria sua versão de sexo
oposto”, entre outros similares. (Eu, aliás, caí nessa, confesso.)

Na página de "Configurações" é possível excluir o acesso que aplicativos de


terceiros têm à sua conta. Só que há um detalhe importante: as informações que
já foram coletadas pelo Facebook não são deletadas no ato da desvinculação da
sua conta, como ficou claro quando estourou o escândalo da Cambridge
Analytica.

Uma solução mais radical seria desabilitar a permissão do Facebook para fazer
login em aplicativos de terceiros, como mostrada no campo “Aplicativos, sites e
plug-ins” nas "Configurações dos aplicativos". E mais importante: preste atenção
com coisas como termos de privacidade e o acesso às informações que você
concede a programas, sites e apps.

Publicidade

É claro, você sempre têm a opção de deletar totalmente a sua conta na rede
social. Se essa for a sua opção, o Facebook afirma que em até 90 dias tudo sobre
você será deletado dos servidores da empresa.
Também é possível tentar sujar os seus dados que a rede social coletou ao longo
dos anos. Com um script que altera suas postagens com textos gerados
randomicamente, a solução requer algum conhecimento em programação. O
autor do código defende que, se rodado uma vez, talvez programa não faça muita
diferença; depois de cem ou mil alterações de uma mesma postagem, porém, fica
mais difícil resgatar informações verdadeiras sobre você e, assim, suas postagens
passam a ser inúteis para o banco de dados da empresa.

De qualquer maneira, antes de adotar qualquer uma das medidas, para não perder
coisas importantes como fotos antigas, existem outras formas para resgatar
coisas importantes na rede, como explicamos nessa matéria.

Feito o trabalho no Facebook, está na hora de passar para a próxima empresa que
sabe mais sobre mim do que minha própria mãe.

Tudo e mais um pouco que o Google sabe sobre mim

Buscas, emails, documentos, vídeos e perfil de compra dizem mais sobre mim
do que meus amigos próximos sabem

Você procura coisas na internet pelo Google? Sua conta de e-mail é Gmail? Seu
celular usa sistema operacional Android? Você escreve textos no Docs? Assiste a
vídeos pelo YouTube? Cria planilhas eletrônicas no Sheets? Abre o Maps para se
localizar? Acessa à internet usando o Chrome? Usa o compartilhamentos de
arquivos do Drive? Quanto mais afirmativas foram suas respostas nos últimos
segundos, maiores serão os arquivos disponíveis para download e o volume de
dados que o Google têm sobre você.

Publicidade

Assim como o site de Mark Zuckerberg, o Google permite baixar um grande


volume de dados que você entregou sem muita dificuldade. A tendência é que o
tamanho do arquivo seja bem maior, já que a extensão do seu envolvimento pode
ser bem mais ampla. Se você não quiser baixar para analisar com mais calma o
que o Google sabe sobre você, também é possível acessar um painel que
centraliza os dados que o a empresa têm sobre você.

No meu caso, em três contas de e-mail — duas pessoais e uma profissional —


foram mais de 20 gigabytes de dados gerados desde 2010. Fotos vexatórias
guardadas no Drive, documentos com ideias ruins de textos abandonadas, tudo
agora salvo em meu HD. A máxima “vaza meus nudes, mas não vaza meu histórico
de buscas” também é outro pensamento inevitável consultando o histórico de
buscas e achando termos como “hatoful boyfriend walkthrough”, entre outros
mais pessoais e vexatórios.

Outro ponto que o histórico de buscas revela é o quanto de informações são


entregues se você não estiver prestando atenção. Buscas com a localização
geográfica de onde elas foram efetuadas são algo perturbador de se ver. Não que
eu não soubesse disso, mas ver os dados escritos na página dão dimensão do
quanto nos expomos em cada simples pesquisa.
Buscas localizadas. Crédito: Captura de tela

Você já deve ter visto o seu navegador pedir sua localização. Se você der esse
acesso, ajuda a detalhar e a tornar mais certeira as informações que a empresa
têm sobre você. Isso também ajuda a otimizar quais são os anúncios certos para
você.

Como já é sabido, a oferta e veiculação de anúncios é também uma das principais


fontes de renda do Google. Por meio de uma base de dados imensa — no meu
caso, 20 gigabytes — fica fácil te oferecer algo que você provavelmente vai
comprar.

Publicidade

Vale ressaltar que todos esses serviços possuem seus dados, já que mudança na
política de privacidade do Google em 2012 transformou a política de todos os
seus mais de 70 serviços em uma só. Isso significa que o serviço de publicidade da
empresa, o Adwords, sabe qual é o tipo de conteúdo que você anda buscando ao
longo do tempo.

Outro ponto de interessante e pouco legal é acessar o perfil de consumo que a


empresa formulou sobre você com base nesses dados coletados. A própria página
informa a como o seu histórico é valioso para fazer esse tipo de oferta:
“Podemos mostrar, também, anúncios baseados em páginas que você visitou
anteriormente”. De uma coisa você não pode reclamar: eles bem que avisaram...

Deixando as coisas um pouco menos piores

O caso do Google é um pouco mais complicado do que o Facebook, pois o volume


de informações compartilhadas é bem maior e, dependendo do quanto você usa
os produtos da empresa, mais difícil é tirar da sua vida.

Por padrão todas as atividades em plataformas do Google são salvas. Se você não
quer mais que isso aconteça, é melhor deletar o histórico de atividades e
desabilitar que ele continue a ser gravado.

Dashboard com meus dados no Google. Crédito: Captura de tela

Um bom começo é desativar os armazenamentos mais óbvios que a plataforma


faz dos seus dados. Para impedir a gravação das informações é possível acessar a
página onde a empresa mostra quais informações estão sendo salvas. Nela é
possível “pausar” a captação de uma série de dados como: histórico de busca em
navegadores e aplicativos, histórico de localização, informações de dispositivos
móveis, registros de voz e áudio, buscas do YouTube e vídeos visualizados na
plataforma. Dentre esses dados, talvez o principal seja desligar a “linha do
tempo” de localização do Maps, pois não necessariamente é algo legal ter os
dados exatos das suas caminhadas. Em especial se essas informações são
sensíveis.

Se você também quer deixar de usar o serviço de fotos da empresa, é necessário


deletar manualmente suas fotos. O problema aqui é o volume de dados que cada
foto contém. O aplicativo é bastante cômodo, mas capta muita coisa que talvez
você não queira: reconhece a face das pessoas que estão com você nas imagens, o
local onde foram tiradas (se você deixou o GPS ligado) e uma série de metadados
que as imagens contém.

Publicidade

Além disso, é importante revisar os aplicativos de terceiros que estão


diretamente ligados na sua conta. Nesta página você acessa quais são e quais
informações você está compartilhando. Quanto à navegação com o Google
Chrome e o Android, a solução, se você não quiser dar nenhuma informação sua à
empresa, é uma só: pare de usar.

Pronto, agora só falta ficar ligeiro

Depois do expurgo de contas e praticamente me tornado um ermitão digital,


essas empresas deixaram de ter informações sobre mim e agora posso ficar
tranquilo que não usarão minhas infos por aí. Certo? Bom, a resposta pra isso é
um pouco mais complicada. Apesar das empresas negarem, elas podem manter
suas informações caso você use o serviço delas. No Brasil, o próprio Marco Civil
estabelece que as empresas prestadoras de serviços devem manter registros de
acesso por um prazo de pelo menos seis meses.

Outro fator importante: muitos sites utilizam plugins tanto do Google quanto do
Facebook. Usando extensões como o Ghostery ou o Privacy Badger é possível ter
uma dimensão de quais são os cookies — um pequeno arquivo de dados que
permite identificar a seção de sua máquina — que estão sendo utilizados no site e
bloqueá-los.

Para se ter uma ideia do quanto o seu navegador está exposto a este tipo de
programa, é possível fazer o teste do projeto Panopticlick, da Electronic Frontier
Foundation. E para se ter certeza de ter o máximo de privacidade, o jeito é
navegar usando Tor.

Publicidade

Não é nada fácil manter sua privacidade a salvo, mas, no fim, valerá a pena. Seus
dados são muito importantes e, se forem usados de uma forma errada, vão te dar
uma dor de cabeça maior bem maior do que 50 reais por ano. Cuide bem deles.

Leia mais matérias de ciência e tecnologia no canal MOTHERBOARD .


Siga o Motherboard Brasil no Facebook e no Twitter .
Siga a VICE Brasil no Facebook , Twitter e Instagram .

Compartilhe Tuíte

TAGGED: BRASIL, FACEBOOK, GOOGLE, VIGILANCIA, PRIVACIDADE, DADOS PESSOAIS,


CAMBRIDGE ANALYTICA

Vídeo relacionado
3:43

Focus Point: Steve Axford

Publicidade

RELATO

Por que homenageamos Marielle


Franco na Argentina
Brasileiros jogaram flores para a vereadora no
mesmo rio onde milhares de militantes
argentinos foram atirados de aviões.

Compartilhe Tuíte

Isabela Gaia
abr 16 2018, 1:36pm

Foto cortesia do Coletivo Passarinho.

Isabela Gaia é uma jornalista e tradutora brasileira que mora em Buenos Aires,
Argentina. Ela participou da organização de um protesto para homenagear e
exigir justiça no caso da vereadora Marielle Franco e escreveu este texto.

Chegamos ao Parque de la Memoria, em Buenos Aires, para homenagear Marielle


Franco na tarde do último sábado (14), dia em que se completava um mês de sua
execução junto a Anderson Pedro Gomes, seu motorista.
Foto cortesia do Coletivo Passarinho.

Embora todas as 37 organizações convocantes tivessem trabalhado para que o


ato acontecesse, dava para ver no rosto da Andressa que era ela quem mais tinha
feito para que recebêssemos a adesão de quase 100 organismos de direitos
humanos, movimentos afro, LGBTQIA+ e “villero” (que moram nas favelas), além
da comunidade brasileira e de outras entidades da sociedade civil.

Defensora dos direitos humanos e mãe solteira como Marielle, Andressa era
amiga da vereadora e só ela sabe o quanto esse mês lhe custou.

Publicidade

Percorremos em zigue-zague o monumento pelas vítimas do terrorismo de


Estado – visto de cima ele tem a forma de uma ferida aberta –, lendo os nomes
dos 30 mil desaparecidos e assassinados pela ditadura militar argentina (1976-
1983). Pessoas de 17, 24, 22 anos. Mulheres grávidas, cujos filhos foram
sequestrados pelo Estado e desde então são procurados incansavelmente por
suas avós.

Foto cortesia do Coletivo Passarinho.

Mais de 500 pessoas compareceram ao evento. Houve apresentações de música


brasileira, dança afro, um desfile de tambores de candombe, poesia, rap e uma
roda de capoeira. Uma generosa dose de cultura negra para um país que há
tempos nega sua afrodescendência.

Mulheres representantes das diferentes organizações convocantes leram no


microfone a Declaração de Buenos Aires, um documento conjunto assinado por
um leque diverso de movimentos, desde as Abuelas de Plaza de Mayo até a
Asamblea Lésbica Permanente ou a Agrupación Xangô.

ASSISTA AO VÍDEO: MARIELLE PRESENTE

Entre as mulheres que leram a declaração estavam Lita Boitano, presidenta de


Familiares de Desaparecidos y Detenidos por Razones Políticas e mãe de dois
desaparecidos pela ditadura, e Vera Jarach, integrante das Madres de Plaza de
Mayo Línea Fundadora e também sobrevivente do Holocausto nazista, que
finalizou a leitura com gritos de “Marielle Presente!” e “Lula Libre!”.

Foto cortesia do Coletivo Passarinho.

Em seus 40 anos de militância, elas jamais haviam participado de uma


convocatória com aquele grupo de organizações. Quem as uniu foi Marielle
Franco.

Como diz o próprio documento,


“Marielle representava o que há de
mais novo e promissor na política
atual”. Em Buenos Aires ou nas
Leia: Fotos de mulheres no ato Ni Una Menos
dezenas de cidades do Brasil que se na Argentina pelo coletivo M.A.F.I.A
manifestaram naquele dia, a militância provou a transversalidade de pautas
políticas que ela personificava. Passou só um mês, mas o rosto de Marielle já é um
símbolo da luta por justiça, democracia e igualdade para a nossa região que, em
seus melhores momentos, só soube exaltar seus referentes masculinos, brancos e
heteronormativos. Che Guevara que me perdoe.

Foto cortesia do Coletivo Passarinho.

À diferença do Brasil, porém, onde as instituições democráticas vêm sendo


carcomidas a olhos vistos e o fascismo avança descontrolado, ali naquele parque
a memória concreta nos dava algumas garantias sobre o futuro da Argentina,
mesmo agora no contexto de um novo governo de políticas neoliberais muito
similares às de Temer.

Afinal, é para isso realmente que


aquele espaço existe. A construção
do monumento fez parte da
chamada “justiça de transição”
Leia: As Lojas Rurais da Argentina São uma
conquistada a duras penas nas Ligação Puída com o Passado do Interior do
País
últimas décadas por pessoas como aquelas avós e mães. Um processo de ações
para enfrentar o legado de violência estatal do passado, garantindo o direito à
memória, verdade e justiça, que a Argentina soube levar a cabo como nenhum dos
outros países da região que atravessaram ditaduras no século 20.
Foto cortesia do Coletivo Passarinho.

Por isso é tão simbólico que terminássemos aquele ato jogando flores para
Marielle no mesmo rio onde milhares de militantes como ela foram atirados de
aviões, nos chamados “voos da morte” da ditadura. É tão terrivelmente simbólico
quanto deve ser. Porque com os argentinos e as argentinas aprendemos que não
estávamos ali para fechar uma ferida, mas para abri-la, para fazer doer e
aprender. Porque não ter gravado na história do Brasil “Nunca mais” nos custou a
vida de Marielle Franco.

Publicidade

Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.

Compartilhe Tuíte

TAGGED: BRASIL, ARGENTINA, PROTESTO, MARIELLE FRANCO, VEREADORA

Matérias relacionadas

Relato

Como é ser casada com um traficante de drogas mexicano

Waypoint

Como o vício em videogames terminou com o meu casamento

Tonic

Como sua vida social muda quando você para de beber

Relato

Por que homenageamos Marielle Franco na Argentina

Publicidade

Publicidade

R$ 3.349,00 R$ 3.729,90 R$ 3.939,90 R$ 3.319,90

Você também pode gostar