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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ALLAN SATURNINO

GUILHERME GUISLOTE MOTTA

GIULIANO PASUCH

FELIPE GASPAR

RELATÓRIO DE PRÁTICA LABORATORIAL:

VELOCIDADE DE OXIDAÇÃO DO AZUL DE METILENO

Itajaí

2018
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ALLAN SATURNINO

GUILHERME GUISLOTE MOTTA

GIULIANO PASUCH

FELIPE GASPAR

RELATÓRIO DE PRÁTICA LABORATORIAL:

VELOCIDADE DE OXIDAÇÃO DO AZUL DE METILENO

Elaboração de relatório como requisito parcial para a


obtenção de nota para a M2 da disciplina de Cinética de
Reatores Químicos, do curso de Engenharia Química da
Universidade do Vale do Itajaí, Escola do Mar, Ciência e
Tecnologia.
Professora: Gizelle Almerindo

Itajaí

2018
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 5

2. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 7
2.1 Objetivo geral ..................................................................................................................... 7
2.2 Objetivos específicos ........................................................................................................... 7

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 8


3.1 Processo de Absorção ......................................................................................................... 8
3.2 Absorbância ........................................................................................................................ 9
3.3 Medida da Transmitância e da Absorbância ......................................................................... 9

4. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 11


4.1 Materiais utilizados ........................................................................................................... 11
4.2 Metodologia ..................................................................................................................... 11
4.2.1 Preparo do Branco ............................................................................................................... 11
4.2.2 Preparo da curva padrão ..................................................................................................... 11
4.2.3 Preparo da solução e análise ............................................................................................... 11

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................... 13


5.1 Curva de Calibração .......................................................................................................... 13
5.2 Determinação das Velocidades de reação. ......................................................................... 14
5.3 Determinação da ordem de reação em relação ao azul de metileno ................................... 21

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 25

7 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 26
RESUMO

O relatório apresenta pontos importantes da prática realizada no laboratório. Nesta


prática determinamos as velocidades iniciais, média e instantânea da reação de
oxidação do azul de metileno por hipoclorito de sódio, e também a ordem da reação
em relação ao reagente azul de metileno. As soluções da curva padrão foram medidas
no espectrofotômetro no comprimento de onda de 669 nm. Para a curva padrão,
plotamos os valores de absorbância em função da concentração de azul de metileno.
De 5 em 5 minutos até o tempo de 40 minutos, retiramos alíquotas da solução de
análise, das quais foram medidas as absorbâncias no espectrofotômetro e
posteriormente foi determinado a concentração do azul de metileno restante na
solução. Os valores de absorbância foram convertidos em concentração de azul de
metileno, com isso, plotamos um gráfico da concentração em função do tempo. A
reação em relação ao reagente azul de metileno é de ordem 0,9622. O relatório
apresenta toda fundamentação teórica para um melhor entendimento, bem como a
metodologia envolvida e os resultados obtidos da prática.

Palavras-chave: azul de metileno; cinética; ordem de reação.

4
1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da atividade industrial resultou em uma série de produtos


de primeira necessidade que fizeram essencial o seu papel na sociedade atual. Dentre
os processos industriais está a indústria têxtil e seus métodos de tingimento utilizando
uma variedade de corantes. (MITTER, 2018)
A utilização de corantes é milenar, desde os primórdios das civilizações. Por
menor que seja a quantidade, pode causar drásticas mudanças de coloração nas
águas. Com a extensiva utilização de corantes reativos pelas indústrias têxteis, ocorre
contaminação de grande número de efluentes durante os processos de tingimento. A
remoção desses corantes é um dos maiores problemas enfrentados pela indústria
atualmente, já que estes impedem a passagem da radiação solar afetando os seres
vivos que habitam estes ecossistemas aquáticos. (MITTER, 2018)

Do ponto de vista toxicológico, devido à sua alta solubilidade em água, os


corantes têxteis podem ser absorvidos por vários organismos. Assim como reagem
com fibras naturais podem reagir com proteínas e a celulose nos vegetais, além de
promoverem alterações na atividade fotossintética destes nos sistemas aquáticos.
(MITTER, 2018)

O corante azul de metileno é uma espécie orgânica, cujas propriedades


eletroquímicas são bem conhecidas em solução aquosa, sendo largamente utilizado
como indicador redox. (UFRS, 2016)

Atualmente existem muitos estudos envolvendo o azul de metileno, entre 2016


e 2018 podemos encontrar aproximadamente 2100 artigos. Dentre esses artigos,
podemos citar um muito interessante com o tema “REMOÇÃO DE CORANTE AZUL
DE METILENO UTILIZANDO BACILLUS SUBTILIS IMOBILIZADO EM REATOR
BATELADA E COLUNA”. Como o azul de metileno é amplamente utilizado em várias
indústrias, como têxtil, couro, etc., ele foi selecionado como corante modelo para o
estudo deste artigo. O Bacillus subtilis foi imobilizado em esferas de alginato de cálcio
e usado em reatores contínuos e em batelada para remoção de azul de metileno. O
tratamento adequado de águas residuais para remover o corante de um ambiente
benigno e econômico é essencial para o mundo livre de poluição. (GANTA et al., 2016)

5
O relatório tem como objetivo estabelecer as velocidades inicial, média e
instantânea da reação de oxidação do azul de metileno por hipoclorito de sódio. Além
disso, definir a ordem de reação em relação ao reagente azul de metileno.

6
2. OBJETIVOS
Os objetivos deste relatório se dividem em:

2.1 Objetivo geral


Determinar as velocidades inicial, média e instantânea da reação de oxidação
do azul de metileno por hipoclorito de sódio e a ordem da reação.

2.2 Objetivos específicos


 Plotar gráficos de variação de concentração por tempo de cinética de reação
para avaliação das velocidades e ordem de reação
 Determinar uma equação para curva de calibração para absorbância do azul
de metileno
 Estimar valores de velocidades instantâneas através do método da reta
tangente ao ponto
 Estimar uma ordem de reação utilizando as velocidades instantâneas
determinadas experimentalmente e graficamente

7
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Processo de Absorção
A lei de absorção, também conhecida como lei de Beer-Lambert ou somente
como lei de Beer, nos diz quantitativamente como a grandeza da atenuação depende
da concentração das moléculas absorventes e da extensão do caminho sobre o qual
ocorre a absorção. À medida que a luz atravessa um meio contendo um analito que
absorve, um decréscimo de intensidade ocorre na proporção que o analito é excitado.
Para uma solução do analito de determinada concentração, quanto mais longo for o
comprimento do caminho do meio através do qual a luz passa (caminho óptico), mais
centros absorventes estarão no caminho, e maior será a atenuação. Também, para
um dado caminho óptico, quanto maior for a concentração de absorventes, mais forte
será a atenuação. (SKOOG, 2008)

A Figura 1 mostra a atenuação de um feixe paralelo de radiação monocromática


quando este passa por uma solução absorvente de espessura de b cm e de
concentração igual C a mols por litro.

Figura 1: Atenuação de um feixe de radiação por uma solução absorvente

Em virtude das interações entre os fótons e as partículas absorventes, a


potência radiante do feixe decresce de Po a P. A transmitância T da solução é a fração
da radiação incidente transmitida pela solução, como mostrado na Equação 1. A
transmitância é frequentemente expressa como uma porcentagem denominada
porcentagem de transmitância.

𝑇 = 𝑃/𝑃𝑜 (1)

8
3.2 Absorbância
A absorbância A de uma solução está relacionada com a transmitância de
forma logarítmica, como mostrado na Equação 2. Observe que quando a absorbância
de uma solução aumenta, a transmitância diminui. As escalas nos instrumentos
antigos eram lineares em transmitância; os instrumentos modernos apresentam
escalas lineares de absorbância ou um computador que calcula a absorbância a partir
das quantidades medidas. (SKOOG, 2008)

𝑃𝑜
𝐴 = − 𝑙𝑜𝑔 𝑇 = 𝑙𝑜𝑔 ( 𝑃 ) (2)

3.3 Medida da Transmitância e da Absorbância


Ordinariamente, a transmitância e a absorbância, como definidas nas
Equações 1 e 2 e descritas pela Figura 1, não podem ser medidas como mostrado,
considerando-se que a solução a ser estudada deva estar contida em algum tipo de
recipiente (células ou cubetas). Perdas por reflexão ou espalhamento podem ocorrer
nas paredes das células, como pode ser observado na Figura 2. Essas perdas podem
ser substanciais. Por exemplo, cerca de 8,5% de um feixe de luz amarela é perdido
por reflexão quando este passa por uma célula de vidro. A luz pode também ser
espalhada em todas as direções a partir da superfície de moléculas grandes ou de
partículas (como poeira) presentes no solvente, e esse espalhamento pode causar
uma atenuação adicional do feixe quando este passa através da solução. (SKOOG,
2008)

Figura 2: Perdas por reflexão e espalhamento com uma solução contida em uma célula de vidro
típica.

9
Para compensar para esses efeitos, a potência do feixe, transmitida através de
uma célula com a solução do analito, é comparada com a potência que atravessa uma
célula idêntica contendo somente o solvente ou o branco dos reagentes. Uma
absorbância experimental que se aproxima muito da absorbância verdadeira da
solução é assim obtida; isto é expresso pela equação 3:

Po Psolvente
A = log ( P ) ≅ log( Psolução ) (3)

Os termos Po e P vão daqui para a frente se referir à potência de um feixe que


tenha passado por uma célula contendo o branco (solvente) e o analito,
respectivamente. De acordo com a lei de Beer, a absorbância é diretamente
proporcional à concentração de uma espécie absorvente c e ao caminho óptico b do
meio absorvente, como expresso pela Equação 4.

𝑃𝑜
𝐴 = 𝑙𝑜𝑔( 𝑃 ) = 𝑎𝑏𝑐 (4)

Aqui, a é a constante de proporcionalidade denominada absortividade. Uma


vez que a absorbância é uma grandeza adimensional (sem unidade), a absortividade
deve ter unidades que cancelam as unidades de b e c. Se, por exemplo, c tiver
unidades de g L-1 e b, as unidades de cm, a absortividade terá as unidades de L g-1
cm-1. Quando expressamos a concentração na Equação 4 em mols por litro e b em
centímetros, a constante de proporcionalidade é chamada absortividade molar, à qual
é dado o símbolo especial, ε. Assim como mostra a equação 5.

𝐴 = 𝜀𝑏𝑐 (5)

ε possui as unidades de L mol-1 cm-1.

10
4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Materiais utilizados


Para realização do experimento, foi necessária a utilização das seguintes soluções
e materiais de laboratório:

 Solução de azul de metileno 0,700 g.L-1 (AM tetra hidratado = 373,92 g.mol-1)
 Solução de NaClO 33%;
 Béqueres de 50 mL;
 Pipetas;
 Espectrofotômetro (λ = 669 nm);
 Cubeta de quartzo de 1 cm;
 Cronômetro.

4.2 Metodologia
4.2.1 Preparo do Branco

Misturou-se 5 mL da solução de NaClO com 15 mL de água destilada. Em


seguida retirou-se uma alíquota e colocou-se em cubetas para zerar o
espectrofotômetro e dar sequência com as leituras da curva padrão e para as
amostras.

4.2.2 Preparo da curva padrão

Adicionou-se 20 mL de água destilada em 4 béqueres. No primeiro béquer


adicionou 4 gotas de azul de metileno, no segundo béquer 3 gotas, no terceiro 2 gotas
e no último 1 gota. Mediu-se as soluções no espectrofotômetro para um comprimento
de onda 669 nm, registrando os valores gerados de absorbância.

4.2.3 Preparo da solução e análise

Em um béquer, serão adicionou-se 10 mL de uma solução de hipoclorito de


sódio e 30 mL de água destilada. Nesta solução também se adicionou 6 gotas de
solução de azul de metileno 0,700 g.L-1, iniciando-se a contagem fazendo uso de um
cronômetro. A cada 5 minutos retirou-se uma alíquota da solução, medindo sua
absorbância no espectrofotômetro para determinação da concentração do azul de

11
metileno restante na solução. Repetiu-se este processo até completar cerca de 40 ou
50 minutos de cinética de reação, fazendo está analise cerca de 5 e 6 minutos de
intervalo. Repetiu-se o mesmo procedimento agora adicionando doze gotas de azul
de metileno fazendo a cinética em paralelo a cinética de seis gotas

12
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Resultados e discussões referentes ao experimento estão descritos a seguir:

5.1 Curva de Calibração


Após realizado a primeira etapa do procedimento experimental, coletou-se
todos os dados de absorbância em relação a cada concentração de azul de metileno
para que fosse possível construir a curva de calibração do azul de metileno para
conversão de valores de absorbância para concentração molar. Os dados coletados
durante o experimento estão apresentados na tabela 1.

Tabela 1. Valores de Absorbância para cada concentração de azul de metileno.

Concentração Molar (mol/L) Absorbância

0 0,054

0,00187 0,184

0,00374 0,332

0,00561 0,476

0,00749 0,594

Com os valores da Tabela 1 construiu-se o Gráfico 1 o qual foi possível


determinar a equação de primeiro grau, que posteriormente foi utilizada para
conversão de absorbância em concentração molar.

13
Gráfico 1. Curva de calibração para o azul de metileno.

Curva de calibração para o Azul de Metileno


0.7 y = 73.288x + 0.0536
0.6 R² = 0.9987
0.5
Absorbancia

0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008
Concentração do Azul de Metileno (mol/L)

Com os valores graficados, pode-se chegar em uma equação de primeiro grau


para a relação absorbância e concentração molar, como mostra a equação 6:

𝑌 = 73,288. 𝑋 + 0,0536 (6)

Onde Y representa os valores de absorbância e X os valores de concentração.

5.2 Determinação das Velocidades de reação.


Após determinado a curva de calibração do azul de metileno deu-se início as
cinéticas do azul de metileno com o íon hipoclorito aonde em dois béqueres distintos
foram adicionados 6 e 12 gotas de azul de metileno em uma solução de hipoclorito de
sódio com concentração molar de 0,00443 mol.L-1 para verificar a variação da
concentração do azul de metileno em função do tempo decorrido de reação. Sabe-se
que uma das formas de monitorar a cinética de uma reação e medindo a variação da
Absorbância ao longo da cinética, pois para realizar este processo apenas retira-se
uma alíquota de cada Becker e mede-se o respectivo valor de absorbância naquele
tempo. Então dando-se início à reação, já foi possível medir o primeiro valor, e a cada
5 ou 6 minutos foram medidos os valores também, até atingir um tempo de
aproximadamente de 40 minutos de reação. Com todos dados anotados construiu-se

14
a tabela 2 e a tabela 3 apresentados os valores de absorbância e tempo para os
béqueres de 6 e 12 gotas respectivamente.

Tabela 2. Valores de Absorbância em função do tempo decorrido para o Becker com 6 gotas de azul
de metileno.

tempo (s) Absorbância

75 0,446

530 0,427

1115 0,417

1365 0,412

1672 0,406

2100 0,393

2470 0,392

2804 0,391

Tabela 3. Valores de Absorbância em função do tempo decorrido para o becker com 12 gotas de azul
de metileno.

tempo (s) Absorbância

110 0,792

499 0,777

970 0,758

1440 0,747

1790 0,738

2117 0,726

2530 0,722

2920 0,718

15
A partir disto, deve-se transformar os valores de absorbância para
concentração molar para que seja possível construir gráficos para determinação da
ordem da reação em relação ao azul de metileno e as respectivas velocidades
instantâneas e média. Rearranjando a equação 6 podemos chegar na equação 7 que
apresenta a equação para transformar as absorbâncias em concentrações.

𝑌 − 0,0536
𝑋= (7)
73,288

Os valores transformados estão relacionados na tabela 4 e na tabela 5 para os


Beckeres com 6 e 12 gotas respectivamente.

Tabela 4. Valores de concentração para suas respectivas absorbâncias para cada tempo para
cinética de seis gotas.

Concentração Molar
tempo (s) Absorbância
(mol/L)

75 0,446 0,00535

530 0,427 0,00509

1115 0,417 0,00496

1365 0,412 0,00489

1672 0,406 0,00481

2100 0,393 0,00463

2470 0,392 0,00462

2804 0,391 0,00460

16
Tabela 5. Valores de concentração para suas respectivas absorbâncias para cada tempo para
cinética de doze gotas.

Concentração Molar
tempo (s) Absorbância
(mol/L)

110 0,792 0,01008

499 0,777 0,00987

970 0,758 0,00961

1440 0,747 0,00946

1790 0,738 0,00934

2117 0,726 0,00917

2530 0,722 0,00912

2920 0,718 0,00907

A partir dos dados de concentração em função do tempo pode-se plotar os


dados de concentração em relação ao tempo, gráfico 3 e gráfico 4, para os Beckeres
de 6 e 12 gotas respectivamente, e assim fosse possível determinar as equações
necessárias para estimar as velocidades instantâneas de cada ponto para cada
Becker.

Gráfico 3. Variação da concentração molar do azul de metileno em função do tempo para o Becker
de seis gotas.

Concentração em função do tempo


0.00540
Concentração (mol/L)

0.00520 y = 0.0053e-6E-05x
R² = 0.9549
0.00500

0.00480

0.00460

0.00440
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Tempo (s)

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Gráfico 4. Variação da concentração molar do azul de metileno em função do tempo para o Becker
de doze gotas.

Concetração em função do tempo


0.01020
0.01000
Concentração ( mol/L)

y = 0.01e-4E-05x
0.00980
R² = 0.9694
0.00960
0.00940
0.00920
0.00900
0.00880
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tempo (s)

Após plotados os valores e obtendo suas respectivas equações exponenciais


é possível determinar os valores de velocidades instantâneas, sendo que estes
valores são a inclinação da reta tangente de cada ponto de cada gráfico. A definição
de reta tangente vem dos princípios da matemática, mais precisamente da área de
cálculo aplicado, sendo a equação 8, que define a reta tangente.

𝑌 − 𝑌𝑜 = 𝑌 ′ . (𝑋 − 𝑋𝑜 ) (8)

Onde Y e X são as variáveis dependentes e independentes, respectivamente,


Yo e Xo são os valores numéricos dos pontos que se deseja determinar a reta tangente
e Y’ como sendo a derivada daquela função no ponto Xo que se queira determinar a
equação da reta tangente. Rearranjando a equação 8 para que assuma o formato da
equação linear, 𝑌 = 𝑎𝑋 + 𝑏, chega-se na equação 9.

𝑌 = 𝑌 ′ . 𝑋 + (𝑌𝑜 − 𝑌 ′ . 𝑋𝑜 ) (9)

Onde é possível verificar que a inclinação da reta é simplesmente o valor


numérico da derivada daquela função naquele ponto Xo. Conhecendo as funções
18
exponenciais de cada cinética, mostrada nos gráficos 3 e 4, é possível obter-se a
derivada da função para a cinética com 6 e 12 gotas, demonstradas na equação 10 e
equação 11, respectivamente.
−5 𝑋
𝑌 ′ = −3,18. 𝑒 −6.10 (10)

−5 𝑋
𝑌 ′ = −4. 𝑒 −4.10 (11)

Com as equações derivadas é possível estimar os valores das velocidades


instantâneas para cada ponto para as cinéticas de 6 e 12 gotas representada na tabela
6 e tabela 7, respectivamente.

Tabela 6. Valores de velocidades instantâneas em relação a cada tempo (Xo) para a cinética de 6
gotas.

velocidade instantânea .107


tempo (s)
(mol/(L.s)

75 2,936

530 2,862

1115 2,771

1365 2,732

1672 2,686

2100 2,622

2470 2,569

2804 2,522

19
Tabela 7. Valores de velocidades instantâneas em relação a cada tempo (X o) para a cinética de 12
gotas.

velocidade instantânea .107


tempo (s)
(mol/(L.s)

110 3,843

499 3,786

970 3,718

1440 3,652

1790 3,603

2117 3,558

2530 3,502

2920 3,450

Outra análise gráfica que também pode ser feita é determinar o valor da
velocidade inicial para cada cinética, sendo este valor determinado pela inclinação da
equação linear obtida através das tabelas 4 e 5 ou através dos gráficos 3 e 4, sendo
esta equação representada pelas equações 12 e 13, para as cinéticas de 6 gotas e
de 12 gotas, respectivamente.

𝑌 = −3. 10−7 . 𝑋 + 0,0053 (12)

𝑌 = −4. 10−7 . 𝑋 + 0,01 (13)

Uma breve análise que deve ser feita é que sempre serão obtidos valores
negativos para velocidade pelo fato de estar sendo analisado o consumo de um
reagente, ou seja, ao longo do tempo teremos um valor menor que o anterior, com

20
isso pode-se dizer que o valor de sua derivada sempre será negativo e
consequentemente sua variação também.

Com os valores de inclinação das equações 12 e 13 foi possível dizer que o


valor da velocidade inicial da cinética com seis gotas foi de aproximadamente
0,0000003 mol.(L.s)-1 e para a cinética de doze gotas obteve-se um valor para
velocidade inicial de aproximadamente 0,0000004 mol.(L.s) -1 . Estes valores estão
condizentes com o experimente fazendo uma breve comparação deles com os valores
de velocidades instantâneas, já que o valor das velocidades iniciais está um pouco
acima dos valores das velocidades instantâneas sendo assim a confirmação do valor
perante outros dados coletados durante experimento.

Uma outra forma de avaliar a cinética e estimando valores para velocidade


média sendo simplesmente a razão entre a variação da concentração em relação a
variação daquele tempo, mostrada pela equação 14.

−∆[ ] (14)
𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑎 =
∆𝑡

Com o primeiro e último ponto de cada cinética pode-se chegar num valor de
velocidade média de aproximadamente 0,000000275 mol.(L.s) -1 para a cinética de
seis gotas e aproximadamente 0,0000003593 mol.(L.s)-1 para a cinética de doze
gotas.

5.3 Determinação da ordem de reação em relação ao azul de metileno


Com todas as velocidades estimadas, para as duas cinéticas, foi possível
determinar o valor da ordem da reação em relação ao azul de metileno utilizando o
método das velocidades iniciais, onde aplica-se o logaritmo natural da velocidade
instantânea, ln(V), e o logaritmo natural da concentração molar, ln(C). Os valores para
cada cinética estão apresentados na tabela 8 e 9 para cinética com seis e doze gotas,
respectivamente.

21
Tabela 8. Valores de logaritmo natural da concentração e da velocidade instantânea para a cinética
de seis gotas.

Ln(C) Ln(V)

-2,271 -6,532

-2,293 -6,543

-2,305 -6,557

-2,311 -6,563

-2,318 -6,571

-2,334 -6,581

-2,336 -6,590

-2,337 -6,598

Tabela 9. Valores de logaritmo natural da concentração e da velocidade instantânea para a cinética


de doze gotas.

Ln(C) Ln(V)

-1,997 -6,415

-2,006 -6,422

-2,017 -6,430

-2,024 -6,437

-2,030 -6,443

-2,037 -6,449

-2,040 -6,456

-2,043 -6,462

22
Com os valores das tabelas 8 e 9 construiu-se o gráfico 6 e gráfico 7, para
cinética de seis gotas e doze gotas, respectivamente, sendo que o valor da inclinação
da reta resultante será o valor da ordem da reação em relação ao azul de metileno.

Gráfico 6. Ajuste de dados mediante o método das velocidades iniciais para determinação da ordem
de reação para cinética de seis gotas.

Ln(V) em função de Ln(C)


-6.520
-2.350 -2.340 -2.330 -2.320 -2.310 -2.300 -2.290 -2.280 -2.270 -2.260
-6.530

-6.540

-6.550

-6.560
Ln(V)

y = 0.9549x - 4.3583 -6.570


R² = 0.9549
-6.580

-6.590

-6.600

-6.610
Ln(C)

Gráfico 7. Ajuste de dados mediante o método das velocidades iniciais para determinação da ordem
de reação para cinética de doze gotas.

Ln(V) em função de Ln(C)


-6.410
-2.050 -2.040 -2.030 -2.020 -2.010 -2.000 -1.990
-6.420

-6.430
Ln(V)

-6.440
y = 0.9694x - 4.477
R² = 0.9694
-6.450

-6.460

-6.470
Ln(C)

23
Com os valores dos coeficientes angulares da reta, obteve-se uma média entre
eles chegando num valor para ordem da reação em relação ao azul de metileno de
aproximadamente 0,9622, sendo este podendo ser até de primeira ordem já que tem-
se diversos erros relacionados a manuseio e prática laboratorial e até mesmo erros
digitais relacionados a leitura que o equipamento realiza.

24
6 CONCLUSÃO

Pode-se concluir que o experimento fora desenvolvido corretamente fazendo


uma grande análise gráfica e verificando a proximidade dos valores de ordem de
reação em relação ao azul de metileno. Com uma ordem determinada do azul de
metileno tendo como valor de 0,9622, aproximadamente, é possível, para outros
trabalhos, estimar o valor da constante para cada cinética já que se possui valores de
velocidades e concentrações respectivas entre si.

Também foi possível determinar valores de velocidades instantâneas,


médias e iniciais para cada cinética realizada, sendo para a cinética de seis gotas um
valor inicial de 0,0000003 mol.(L.s)-1 e uma velocidade média de aproximadamente
0,000000275 mol.(L.s)-1 e para cinética de doze gotas uma velocidade inicial de
0,0000004 mol.(L.s)-1 e uma velocidade média de aproximadamente 0,0000003593
mol.(L.s)-1.

Além disso, é possível relacionar os ensinamentos de sala de aula com as


práticas laboratoriais, frisando ainda mais os conhecimentos adquiridos ao longo das
aulas e colocando-os em prática para melhor aprimoramento e enriquecimento dos
mesmos.

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7 REFERÊNCIAS

SKOOG, Douglas et al. Fundamentos de Química Analítica. 8. ed. São


Paulo: Cengage Learning, 2008. 1124 p.

MITTER, E – Corantes da Indústria Têxtil: Impactos e Soluções. Disponível


em: < http://www.rc.unesp.br/biosferas/Art0020.html >. Acesso em: 23 abr.
2018.

UFRS – Utilização do corante azul de metileno imobilizado na casca de


pinhão para a determinação de ácido ascórbico. Disponível em: <
http://sec.sbq.org.br/cdrom/29ra/resumos/T0460-1.pdf>. Acesso em: 22 abr.
2018.

GANTA U.; SUSMITA D.; JITAMANYU C.; PINAKI B. Remoção de corante


azul de metileno utilizando bacillus subtilis imobilizado em reator.
Materials Today Proceedings, Índia, Vol. 3, ed. 10, parte A, p 3467-3472,
outubro 2016.

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