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Pregão – Lei 10.

520/02

O pregão é uma modalidade licitatória instituída depois e fora do contexto da Lei 8.666/93. Ele
veio com o objetivo de acelerar o procedimento de contratação de certos objetos, chamados de
bens e serviços comuns.

Art. 1º , Parágrafo único. (Lei 10.520/02) – Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins
e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.
» Bens e serviços comuns são padronizados, ou seja, ausência de variação das características
do objeto a ser selecionado. São comuns, o bem ou serviço, quando suas qualidades e atributos
são pré-determinados, com características invariáveis ou sujeitas a diferenças mínimas e
irrelevantes.

Valor do objeto:

Ao contrário da Lei 8.666/93, no pregão, quando se tratar de aquisição de bem e realização de


serviços comuns, não haverá limite de valor estimado. Ou seja, o critério de utilização do
pregão é qualificativo e não quantificativo. A qualificação do objeto como comum não depende de
seu valor, mas da sua padronização. O pregão pode se aplicar tanto para contratações de bens
de pequeno valor como para de grande vulto.

Tipo de licitação:

O tipo de licitação do pregão é sempre o de menor preço.

Art. 4º, X – para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor
preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e
parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;
Como funciona:

O pregão é realizado mediante propostas de lances em sessão pública. O autor da oferta de valor
mais baixo e os das ofertas com preços superiores de até 10% poderão fazer novos lances
verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor, sempre por critério de menor preço. Não
havendo no mínimo três propostas com valores superiores à mais vantajosa em até 10%, aplica-
se a regra do inciso IX, onde poderão ofertar lances os três licitantes que apresentarem as
propostas com o valor superior ao da mais vantajosa. Neste último caso a competição na fase de
lances se restringirá ao número de quatro licitantes.

Art. 4º, VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com
preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e
sucessivos, até a proclamação do vencedor;

Art. 4º, IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso
anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três),
oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços
oferecidos;
Após a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro abrirá o invólucro contento os
documentos de habilitação do licitante que, até então, classificado como a proposta mais
vantajosa, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital.
Na habilitação vai ser verificado se o licitante está em situação regular perante a Fazenda
Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e as
Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às
exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificação técnica e econômico-financeira.

#ATENÇÃO No pregão a habilitação dos licitantes é fase SEMPRE posterior ao julgamento e


classificação.

Verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor.

E se o licitante não atender às exigências habilitatórias ou sua proposta não for aceitável?

R: O pregoeiro examinará as ofertas subsequentes na ordem de classificação, bem como a sua


habilitação, até apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado
vencedor. Se a proposta não for aceitável, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o
proponente para que seja obtido preço melhor.

Recursos:

Após ser declarado vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e


motivadamente a intenção de recorrer, quando será concedido o prazo de 3 diaspara
apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes, desde logo, intimados a
apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do
recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata aos autos.

#IMPORTANTE No pregão, o recurso só pode ser interposto ao final do certame, mesmo que
seja para discutir ato inicial do processo.

Havendo a interposição de recursos, primeiro estes serão julgados para, depois, a autoridade
competente proceder à adjudicação do objeto da licitação ao vencedor.

Homologada a licitação pela autoridade competente, o ajudicatário será convocado para assinar o
contrato no prazo definido no edital (via de regra 60 dias).

Vedações no pregão:

– garantia de proposta.

– aquisição do edital pelos licitantes, como condição de participação do licitante.

– pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não


serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de
tecnologia da informação, quando for o caso.

Aplicação subsidiária da Lei 8.666/93:

Aplica-se subsidiariamente ao pregão as regras previstas na Lei 8.666/93. Ou seja, a aplicação


subsidiária de normas da Lei 8.666/93 só se aplica para vazios existentes na lei do pregão.
Portanto, se a matéria já estiver disciplinada pela Lei 10.520/02, não há de se aplicar, ao que toca
ao ponto específico, a Lei 8.666/93.

PREGÃO ELETRÔNICO

O pregão eletrônico é espécie de modalidade de licitação pública em que os procedimentos do


pregão presencial são adapatados à tecnologia da informação. Em vez de se desenvolver em
ambiente físico, contando com a participação física dos licitantes, o pregão eletrônico,
desenvolve-se por meio da internet. As vantagens são notórias, especialmente em relação à
ampliação da sua competitividade.

Art. 4o (Decreto Federal 5.450/05) – Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns
será obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma
eletrônica.

§ 1o O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos casos de comprovada
inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente.
Inaplicabilidade do Pregão Eletrônico:

Art. 6o (Decreto Federal 5.450/05)- A licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, não
se aplica às contratações de obras de engenharia, bem como às locações
imobiliárias e alienações em geral.

O sistema do pregão foi desenvolvido para dar maior agilidade às compras da administração
pública, se desenvolve basicamente de forma eletrônica, pela internet.

- O pregão é utilizado para a compra de bens e serviços comuns que são, segundo a lei, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por
meio de especificações usuais do mercado.

- É facultado usar bolsas de participação de mercadorias de apoio técnico e operacional aos órgãos
e entidades, utilizando-se a tecnologia da informação.

- Essas bolsas são os sites que devem ser organizados sob forma de sociedade civil sem fins
lucrativos.

1. Fase preparatória

- Nessa fase, a autoridade competente deve justificar a necessidade de contratação, definirá o


objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios para a aceitação das propostas, as
sanções por inadimplemento e as clausulas do contrato, inclusive com a fixação dos prazos para
fornecimento.

- A definição do objeto deve ser clara e precisa e não pode conter especificações excessivas,
irrelevantes ou desnecessárias que limitem a competição.

- Dos autos do procedimento, devem constar as justificativas das definições, bem como os
indispensáveis elementos técnicos, o orçamento que é elaborado pelo órgão ou entidade promotora
da licitação dos bens ou serviços a serem licitados.

- A autoridade competente deve designar, dentre os servidores que devem ser preferencialmente
pertencentes ao quadro permanente, um pregoeiro e uma respectiva equipe de apoio, esses têm
as atribuições de receber as propostas e os lances, analisar a aceitabilidade e a classificação, bem
como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

- No âmbito do Ministério da Defesa, essas funções de pregoeiro e tal PODEM ser desempenhadas
pelos militares.

2. Fase externa
- A fase externa do pregão é iniciada com a convocação dos interessados.
- A convocação dos interessados é feita através de publicação de aviso em diário oficial, ou,
não existindo, em jornal de grande circulação local, e facultativamente pormeios eletrônicos, e
ainda, conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, de acordo com a lei.

- Nesse aviso, devem constar as definições do objeto, a indicação do local e os dias e horários em
que poderá ser lido ou obtido na íntegra.

- Cópias do edital e do respectivo aviso devem ser colocadas à disposição na página do TCU.

- O prazo mínimo para que os interessados possam apresentar suas propostas é de 8 dias da
publicação do aviso, dessa forma eles podem ter tempo de juntar a papelada toda.

- Na abertura da sessão, os interessados ou seus representantes devem apresentardeclaração


dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e, além disso,
entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, onde também será
feita a verificação das conformidades.

- No curso da sessão o que tiver a proposta com o valor mais baixo e os demais que tenham
a oferta de até 10% superior poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a
proclamação do vencedor.

- Não havendo pelo menos 3 ofertas nas condições do 10%, poderão os autores das melhores
propostas, até o máximo de 3 oferecer novos lances verbais e sucessivos.

- O critério principal para o julgamento das propostas é o menor preço, sendo observada a questão
dos prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e os parâmetros mínimos de
desempenho e qualidade definidos no edital.

- Na examinação da proposta vencedora, classificada em primeiro lugar, a autoridade competente


deve decidir de forma motivada em respeito à sua aceitabilidade.

- O licitante só poderá contratar com a administração pública se estiver em dia perante à fazenda
nacional, à seguridade social, ao FGTS e às fazendas estaduais e municipais, quando for o caso,
além do que deve comprovar que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica,
qualificações técnica e econômica financeira.

- No caso de verificadas as conformidades, o licitante será declarado vencedor.

- Se o licitante com a proposta de 1º lugar não atender às conformidades, o 2º será analisado e


assim sucessivamente até acharam um vencedor habilitado. Subsidiariedade.

- O pregoeiro ainda pode dar mais uma tentiada com o vencedor para negociar melhor a
contratação.

- No momento da declaração do vencedor do pregão, o prazo para qualquer licitante manifestar


o recurso de forma motivada deve ser imediato. O prazo de 3 dias a que a lei se refere diz
respeito ao prazo que ele terá para apresentar as razões do recurso (arrumadinho, impresso,
bonitinho e tal).

- A falta de manifestação imediata de recurso importará a decadência do direito de recurso e a


adjudicação do objeto da licitação ao pregoeiro vencedor.

O termo adjudicação significa reservar/garantir o direito ao vencedor.


- O acolhimento do recurso importará a invalidação apenas dos pontos insuscetíveis de
aproveitamento.

- Homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário será convocado para assinar
contrato no prazo definido em edital.

3. Vedações

- É veda a garantia de proposta.

- É vedada a aquisição pelos licitantes como sendo condição para a participação do certame.

- É vedado o pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento de edital


(como, por exemplo, R$ 0,20 de XEROX) esses não podem ser superiores ao custos de sua
reprodução gráfica e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for
o caso.

4. Disposições diversas e finalizando

- O prazo de validade das propostas é, em regra, de 60 dias, salvo se outro prazo não estiver sido
estabelecido no edital.

Esse prazo diz respeito a quanto tempo o vencedor pode garantir o preço para a administração,
se, por exemplo, ele for chamado após o prazo, no caso ele não seria obrigado a manter o preço
que foi estabelecido quando ganhou a licitação.

- Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar
de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da
execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato,
comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar
com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou
nos sistemas de cadastramento de fornecedores, pelo prazo de até 5 anos, sem prejuízo das
multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

- Aplica-se subsidiariamente, para a modalidade do pregão, as normas da Lei 8.666/93.

- As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto no
art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, conforme
regulamento específico.

1º Tópico

O Pregão surgiu no sistema brasileiro no ano de 1997, na chamada Lei Geral de


Telecomunicações - LGT (Lei 9.472/1997). Este foi o primeiro diploma legislativo a trazer a
autorização para a Administração Pública fazer licitação por pregão para a aquisição de bens e
serviços. A LGT assim definiu o pregão (art. 56): modalidade de licitação para a aquisição de
bens e serviços comuns, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de lances em
sessão pública.

Dado o sucesso do Pregão no âmbito da ANATEL, o Governo Federal decidiu estender a nova
modalidade para toda a Administração Pública Federal. Optou-se pela via da MEDIDA
PROVISÓRIA, em vez de proceder a uma ampla revisão dos sistemas de compras
governamentais, quando então surgiu a Medida Provisória 2.026/2000. Esta opção pela via da
medida provisória bem como a RESTRIÇÃO de sua aplicabilidade à UNIÃO FEDERAL trouxe
uma série de inconvenientes.

Com o advento da Lei 10.520/2002 (Lei do Pregão), o vício de inconstitucionalidade cogitado pela
doutrina perdeu seu objeto, pois, diferentemente da Medida Provisória 2.026/2000, a Lei do
Pregão estendeu a aplicabilidade do Pregão aos estados, ao Distrito Federal, e aos
municípios.

A publicação da Lei foi em 2002, mas, acreditem, as Bancas Examinadoras insistem em abordar
esse quesito, afirmando que a modalidade pregão é aplicada tão-somente para a União, o que é
inverídico. Então, de olho! Vai que a ESAF decide caminhar pela história!

2º Tópico

O sucesso da utilização do Pregão na esfera federal foi considerado tão grande, a ponto de o
Decreto 5.450/2005 tornar a adoção do pregam obrigatória, na esfera federal, para as
licitações envolvendo a aquisição de bens e serviços comuns, sendo preferencial a utilização
de sua forma eletrônica. Agora sim. Item certo de prova. O candidato deve estar ligado (440
Volts.) e não perder eventual questão.

3º Tópico

O pregão possui âmbito bem delimitado: só pode ser realizado para aquisições de bens e
serviços comuns. Interessante anotar que a utilização do PREGÃO INDEPENDE DO VALOR
ENVOLVIDO, ou seja, diferentemente de algumas modalidades de licitação (tomada de preços e
convite), o Pregão não tem, por enquanto, um “teto”, um valor máximo, logo, sua utilização é
definida pela natureza do objeto a ser licitado: bens e serviços comuns.

Legal, bens e serviços comuns são os padronizados. Então posso licitar obras, serviços de
engenharia e informática mediante pregão? Vejamos.

- Obras nem pensar! Pelo menos por enquanto, rsrs.

- O Decreto 5.450, de 2005 permite a utilização do pregão, inclusive eletrônico, para a


contratação de serviços comuns de engenharia.

- Bens e serviços comuns de informática e automação podem ser contratados por pregão.
Segundo o TCU, bens ligados à tecnologia da informação de modo geral são comuns. O não uso
do pregão deve ser devidamente justificado.

4º Tópico

Nos dias atuais, o uso eletrônico é a regra, só podendo ser afastado pelos gestores públicos de
forma motivada. Esse, inclusive, é o teor do Decreto 5.450/2005, o qual determina
o uso preferencial do tipo eletrônico.

5º Tópico
A lista de bens e serviços comuns está prevista no Decreto 3.555, de 2000. Essa lista é
considerada meramente exemplificativa.
6º Tópico
Diferentemente da Lei 8.666/93, o valor da contratação não é critério útil na definição do pregão.
Isto significa dizer que o procedimento desta modalidade pode ser usado para contratações de
qualquer valor.

Quer dizer, a Lei do Pregão não segue o paradigma da Lei 8.666/1993 para as modalidades
comuns, em que um dos fatores decisivos na escolha da modalidade licitatória é o montante de
dispêndios que a Administração assumirá com a contratação.

No pregão não há relação entre o seu procedimento e o valor da futura contratação. Desde
que o objeto licitado se enquadre no conceito de bem e serviço comum, a contratação derivada
de licitação feita nesta modalidade pode envolver qualquer valor.

7º Tópico

Por que na prática administrativa, os administradores reconhecem o pregão como "leilão


reverso", "leilão às avessas"?

R: Enquanto o leilão dirige-se à alienação (desfazimento de bens), o pregão, à aquisição de


bens e de serviços; enquanto o leilão conta com uma fase de lances verbais, em que
o vencedor será o que ofertar o maior lance; no pregão, existem, igualmente, lances verbais,
porém com o propósito de a Administração selecionar a menor proposta. Mas, tecnicamente,
não é correto afirmar-se que o pregão é uma espécie de leilão, visto que se trata de modalidades
licitatórias diferentes.

8º Tópico - Aplicação subsidiária da Lei 8.666/93


A Lei do Pregão é bem resumida, não trazendo, portanto, todas as soluções necessárias, razão
pela qual se aplica supletivamente (subsidiariamente) o conjunto de normas gerais definidas
na Lei 8.666/1993. Em síntese, na lacuna existente na Lei do Pregão aplicar-se-á a Lei de
Licitações e Contratos.
9º Tópico - Condução do procedimento
A condução do procedimento representa mais um traço distintivo em relação à Lei 8.666/1993,
isso porque a Lei do Pregão, no lugar de contar com uma equipe de servidores (comissão de
licitação), tem o procedimento conduzido por um único servidor, denominado PREGOEIRO.

O pregoeiro é o representante da Administração, escolhido dentre os servidores do órgão ou


da entidade promotora da licitação, com atribuições especiais em função do procedimento que lhe
cabe cuidar.

Destaca-se ainda o papel da EQUIPE DE APOIO, o qual não se confunde com o papel do
pregoeiro. Ela não tem qualquer competência decisória, tampouco poderes para a
condução das atividades relativas à sessão do pregão. Sua função é prestar o necessário
apoio ao pregoeiro.

Quanto à formação da equipe de apoio, o Decreto 5.450/2005, em seu art. 10, estabelece que
a equipe de apoio deverá ser integrada, em sua maioria, por servidores ocupantes de cargo
efetivo ou emprego da administração pública, pertencentes, PREFERENCIALMENTE, ao quadro
permanente do órgão ou entidade promotora da licitação, ou seja, não se exige que a composição
completa seja de servidores efetivos ou por ocupantes de empregos públicos. E mais: como já
observamos, no âmbito do Ministério da Defesa, a legislação autoriza que militares sejam
pregoeiros ou mesmo integrem a equipe de apoio.

10º Tópico - Prazo para a apresentação das propostas


O prazo para a apresentação de propostas não pode ser inferior a oito dias ÚTEIS, contados a
partir da publicação do aviso de licitação. Logo, não há vedação de que o edital fixe prazo
maior, se, p. ex., a complexidade da licitação o exigir, mas nunca inferior – pois assim poderia
restringir o número de participantes nas licitações por pregão ou ainda dificultar a elaboração das
propostas de preços pelas empresas licitantes.

11º Tópico - Vedações


A Lei do Pregão fornece-nos algumas boas regras que tendem a eliminar no procedimento
práticas contrárias à competitividade. De acordo com o art. 5º, é vedado exigir:
 Garantia de proposta. Não é possível exigir garantia oferecida pelos Licitantes para
participar do processo licitatório, como pode ocorrer nas modalidades comuns, na forma
prevista no inc. III do art. 31 da LLC. Todavia, é cabível a exigência de garantia do
CONTRATADO, como estabelece o art. 56 da LLC. Atenção para regra, então:
NO PREGÃO, VEDA-SE GARANTIA DE PROPOSTA, MAS NÃO SE VEDA GARANTIA
CONTRATUAL [item de prova];
 A aquisição do edital pelos licitantes como condição para participação do certame.
Essa era uma prática muito comum da Administração - "vender" o edital como condição de
participação. Por exemplo, um edital vendido por R$ 500,00, sendo que o licitante só
poderia participar do processo se pagasse o valor. Pode um negócio desses? Claro que
não. Em razão disso, a vedação expressa na norma; e
 O pagamento de taxas e emolumentos superiores ao custo de recursos de
tecnologia da informação, quando for o caso. Essa vedação complementa o anterior.
Pergunta-se: A Administração pode exigir o pagamento de taxas? Obviamente que sim, o
procedimento não é gratuito. O que se veda é a cobrança de taxas e de
emolumentos acima do custo de reprodução.

12º Tópico - Inversão das fases de habilitação e de julgamento


Uma das grandes vantagens comparativas do Pregão em relação às demais modalidades de
licitação é, sem sombra de dúvidas, à inversão de fases, em que a fase de
julgamento precede a de habilitação. Na prática significa um ganho de agilidade, eficiência e
rapidez no certame, pois o número de documentos a serem analisados pelo condutor da licitação
é significativamente menor, já que são analisados os requisitos de habilitação apenas do
proponente classificado em primeiro lugar.

Realmente não nos parece muito lógica a verificação de toda a documentação de habilitação de,
por exemplo, 200 empresas interessadas, sendo que apenas uma delas, de regra, é que de fato
celebrará o contrato com a Administração.

Aqui é de interesse compreendermos como funciona a fase de lances verbais e


sucessivos (Princípio da Oralidade). Será que todas as empresas interessadas pelo objeto
da licitação poderão dela participar? Há um número mínimo de participantes para esta
fase?

Por partes. Os incs. VIII e IX do art. 4º da Lei do Pregão, ao regular a fase externa do
procedimento, estabelece:

Inc. VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com
preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e
sucessivos, até a proclamação do vencedor;

Exemplo: empresas participantes e respectivos preços - “X” - R$ 100; “Y” - R$ 101; “Z” - R$ 103;
“W” - R$ 110; “H” - R$ 115; “I” - R$120; “J” - R$ 125. Sobre a menor proposta percentual de
10% (100*1,10 = R$ 110), logo, participam da próxima fase: R$ 100, R$101, R$ 103, e R$ 110.

Continua a lei:

Inc. IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso
anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três),
oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos.

Exemplo: empresas participantes e respectivos preços - “X” - R$ 100; “Y” - R$ 101; “H” - R$ 115;
“I” - R$ 120; “J” - R$ 125. Sobre a menor proposta percentual de 10% (100*1,10 = R$ 110),
logo, participariam da próxima fase: R$ 100 e R$ 101. Mas, como devem existir três na próxima
fase, apesar de R$ 115,00 ultrapassar o limite legal de 10%, fica franqueada sua participação.

13º Tópico

O tipo de licitação (critério de julgamento) admissível para julgamento e classificação das


propostas do Pregão é o MENOR PREÇO, de acordo com o inc. X do art. 4 da Lei 10.520/2002.
Todavia, a Administração não é obrigada a aceitar proposta que, sob o fator técnico, não é a
mais adequada apenas porque se trata do menor preço apresentado. Comprar barato não
significa comprar algo sem qualidade!

14º Tópico - Negociação


Mesmo sendo o Pregão uma modalidade em que o preço alcançado costuma ser ótimo, pode
acontecer de a proposta vencedora, ainda assim, encontrar-se acima das estimativas iniciais
promovidas pela Entidade. Assim, permite-se ao pregoeiro negociar diretamente com o
proponente para que seja obtido preço melhor, segundo o inc. XVII do art. 4º da Lei do Pregão.

15º Tópico - Fase do Recurso


Uma das características procedimentais importantes da licitação por pregão é a existência de
uma fase recursal UNA ou ÚNICA. Isso significa dizer que na modalidade de pregão não é
possível o recurso em separado.

Apenas no final da sessão, e a partir da decisão que indica o vencedor (ou declara fracassado
o procedimento, sendo que, mais à frente, teremos contato com a chamada licitação fracassada),
é que os licitantes poderão manifestar intenção de recorrer, tendo prazo de três
dias corridos [Esaf já inseriu úteis só de maldade] para a apresentação do recurso escrito (inc.
XVIII do art. 4º da Lei 10.520/2002), ou seja, já durante a sessão manifesta o interesse em
recorrer, e em até três dias poderá entregar o recurso.

16º Tópico

A autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que a última fase da licitação de acordo com a
Lei 8.666/93 é a ADJUDICAÇÃO. Já, nos termos da Lei 10.520/2002, que trata do pregão, a
última fase da licitação é a HOMOLOGAÇÃO, havendo, portanto, outra inversão de fase no
Pregão, no qual a HOMOLOGAÇÃO ANTECEDE A ADJUDICAÇÃO.

Outro detalhe pouco percebido. Enquanto os atos de homologação e de adjudicação são


promovidos pela autoridade competente, nos termos da Lei 8.666/1993; a adjudicação pode ser
promovida pelo pregoeiro, como estabelece o art. 9º do Decreto 3.555/2000. Agora, muita
atenção: se houver recurso contra o ato do pregoeiro (e não recursos da competência do
Pregoeiro), haverá a concentração da adjudicação e da homologação na autoridade
competente. Item forte de Prova

17º Tópico

A forma eletrônica do pregão não equivale a uma nova e distinta modalidade de licitação.
Trata-se da mesma modalidade licitatória criada e descrita na Lei 10.520/2002, com todas as
exigências, inclusive, com a publicação de edital convocatório. Assim, ao lado do pregão
presencial, convive o pregão eletrônico, o qual, inclusive, possui norma específica para tratar
da matéria no âmbito da União, o Decreto 5.450/2005.

18º Tópico

A Lei 8.666/1993 fixa o prazo de 60 dias para manutenção da proposta pelas empresas
participantes (§3º do art. 64 da LLC). Já a Lei do Pregão dispõe que o prazo será de 60 dias, se
outro não for fixado no Edital. Assim, sem dúvidas: O EDITAL DO PREGÃO PODERÁ FIXAR
OUTRO PRAZO DE VALIDADE DAS PROPOSTAS APRESENTADAS PARA A LICITAÇÃO,
QUE NÃO SEJA DE 60 DIAS.

DECRETO 5.450 de 31/05/2005.

Art. 1º A modalidade de licitação pregão, na forma eletrônica, de acordo com o disposto no § 1º


do art. 2º da Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002, destina-se à aquisição de bens e serviços
comuns, no âmbito da União, e submete-se ao regulamento estabelecido neste Decreto.

Este artigo define o que pode ser licitado na modalidade de Pregão na forma eletrônica, deixando
de fora, as alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, (ver Art. 2º
da lei 8666/93).
Art. 2º O pregão, na forma eletrônica, como modalidade de licitação do tipo menor preço,
realizar-se-á quando a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns for feita à distância
em sessão pública, por meio de sistema que promova a comunicação pela internet.

Neste Artigo o destaque é para a definição do que se chama de bens e serviços comuns.

Consideram-se bens e serviços comuns, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam
ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais do mercado.

Neste caso poderemos citar as Compras de um modo geral e a prestação de serviços contínuos de Locação ou
cessão de Mão de obra, como serviços de portaria, Vigilância patrimonial, Apoio Administrativos entre outros.

Art. 3º Deverão ser previamente credenciados perante o provedor do sistema eletrônico a


autoridade competente do órgão promotor da licitação, o pregoeiro, os membros da equipe de
apoio e os licitantes que participam do pregão na forma eletrônica.

Este artigo trata de modo geral sobre quem deve ser credenciado no sistema eletrônico para participar no
Pregão Eletrônico.

Art. 4º Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade
pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica.

Aqui é enfatizado que para aquisição de bens e serviços comuns tem que ser na modalidade PREGÃO, e de
preferencia na forma eletrônica, por exemplo, não se pode licitar um serviço de limpeza e Conservação na
modalidade Concorrência, Tomada de Preços e etc. tem que ser preferencialmente na Modalidade de Pregão
Eletrônico. E no caso de dispensa de licitação, que seja na forma de cotação eletrônica.

Art. 5º A licitação na modalidade de pregão é condicionada aos princípios básicos da legalidade,


impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, eficiência, probidade administrativa,
vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo, bem como aos princípios
correlatos da razoabilidade, competitividade e proporcionalidade.

Neste artigo são repetido os princípios que consta do Art. 3º da Lei 8666/93 e acrescenta ainda os princípios
da Razoabilidade, Competitividade e proporcionalidade.

Art. 6º A licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, não se aplica às contratações


de obras de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações em geral.

É um complemento do que já foi dito nos Art. 1º e 2º deste decreto.


Art. 7º Os participantes de licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, têm direito
público subjetivo à fiel observância do procedimento estabelecido neste Decreto, podendo
qualquer interessado acompanhar o seu desenvolvimento em tempo real, por meio da internet.

Neste Artigo, abre uma brecha para qualquer pessoas (interessado) possa acompanhar o pregão em tempo real
em seu dispositivo eletrônico (desktop, notebook, tablets, smartphone).

Art. 8º À autoridade competente, de acordo com as atribuições previstas no regimento ou estatuto


do órgão ou da entidade, cabe:

Neste artigo são mencionado as obrigações da Autoridade Competente no Processo licitatório do pregão.

Art. 9º Na fase preparatória do pregão, na forma eletrônica, será observado o seguinte:

Neste artigo são definido as fases preparatória da licitação (pregão), como a elaboração do termo de referência,
a sua aprovação, elaboração do edital e com destaque a definição das exigências de habilitação e a designação
do pregoeiro e sua equipe.

Art. 10. As designações do pregoeiro e da equipe de apoio devem recair nos servidores do órgão
ou entidade promotora da licitação, ou de órgão ou entidade integrante do SISG.

Parece óbvio, mas o legislador quis assegurar que o pregoeiro tem que ser servidor do órgão ou entidade
promotora da licitação ou integrante do SISG.

Art. 11. Caberá ao pregoeiro, em especial:

Aqui são descritas as atividades do pregoeiro e enfatiza que o pregoeiro só pode adjudicar se não houver
recurso no processo licitatório, pois nesse caso quem adjudica é a Autoridade Superior.

Art. 12. Caberá à equipe de apoio, dentre outras atribuições, auxiliar o pregoeiro em todas as
fases do processo licitatório.

Este artigo já é autoexplicativo, não havendo necessidade de explicação extra.

Art. 13. Caberá ao licitante interessado em participar do pregão, na forma eletrônica:

Neste artigo é descrito o que o licitante deve fazer e agir para participar das licitações na Modalidade de pregão
Eletrônico.

Art. 14. Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a documentação relativa:

Semelhante ao Art. 27 da Lei 8666/93, este artigo exige os documentos de: Habilitação jurídica, Qualificação
Técnica, Qualificação Econômico-financeira, Regularidade Fiscal com a Fazenda Nacional, Seguridade Social
e o Fundo de Garantia, além de Regularidade com a Fazenda Estadual e Municipal (se houver) e o disposto
no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição e no inciso XVIII do art. 78 da Lei no 8.666, de 1993, e ainda
que os documentos descritos nos Incisos I, III, IV, V poderá ser substituído pelo registro no SICAF.

Art. 15. Quando permitida a participação de empresas estrangeiras na licitação, as exigências de


habilitação serão atendidas mediante documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos
consulados ou embaixadas e traduzidos por tradutor juramentado no Brasil.

Quando é permitidas a participação de empresas estrangeira o legislado exige documentação semelhante ao


do Artigo 14 deste Decreto, devidamente autenticados pela Embaixada ou Consulado e traduzidos por
Tradutor Juramentado no Brasil.
Art. 16. Quando permitida a participação de consórcio de empresas, serão exigidos:

Quando permitido à participação de consórcios, este artigo relaciona as regras para serem atendidas pelas
empresas participantes do consórcio, em destaque, o Inciso V, “a responsabilidade solidária das empresas
consorciadas pelas obrigações do consórcio, nas fases de licitação e durante a vigência do contrato” e o
Inciso VII “constituição e registro do consórcio antes da celebração do contrato“.

Art. 17. A fase externa do pregão, na forma eletrônica, será iniciada com a convocação dos
interessados por meio de publicação de aviso, observados os valores estimados para contratação
e os meios de divulgação a seguir indicados:

Neste artigo o legislador determina as regras de divulgação do Pregão Eletrônico, com destaque para os
Parágrafos 4º: “§4º O prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do
aviso, não será inferior a oito dias úteis” e o parágrafo 5º: “§5º Todos os horários estabelecidos no edital,
no aviso e durante a sessão pública observarão, para todos os efeitos, o horário de Brasília, Distrito Federal,
inclusive para contagem de tempo e registro no sistema eletrônico e na documentação relativa ao certame”.

. Art. 18. Até dois dias úteis antes da data fixada para abertura da sessão pública, qualquer pessoa
poderá impugnar o ato convocatório do pregão, na forma eletrônica.

Qualquer pessoa seja licitante ou não poderá impugnar o edital, se achar que ela contém vícios até dois dias
úteis antes da data de abertura do pregão e o pregoeiro terá até 24 horas para acatar ou não a impugnação.

Art. 19. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao processo licitatório deverão ser enviados ao
pregoeiro, até três dias úteis anteriores à data fixada para abertura da sessão pública,
exclusivamente por meio eletrônico via internet, no endereço indicado no edital.

Diferentemente do Art. 12 do Decreto 3.555/2000, (dois dias úteis) aqui o prazo para esclarecimento é de até
03 (três) dias úteis antes da abertura do certame.

Art. 20. Qualquer modificação no edital exige divulgação pelo mesmo instrumento de publicação
em que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,
inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

Caso a Impugnação (Art. 18) ou o pedido de esclarecimento (Art. 19) afete a formulação da proposta será
exigido à republicação do edital nos mesmos moldes do Art. 17 deste Decreto.

Art. 21. Após a divulgação do edital no endereço eletrônico, os licitantes deverão encaminhar
proposta com a descrição do objeto ofertado e o preço e, se for o caso, o respectivo anexo, até a
data e hora marcadas para abertura da sessão, exclusivamente por meio do sistema eletrônico,
quando, então, encerrar-se-á, automaticamente, a fase de recebimento de propostas.

Aqui o óbvio é dito: após o prazo para registro da proposta, encerra-se a fase de recebimento. Este regulamento
é interpretado de formas diferentes pelos Portais de licitações, no caso do COMPRASNET é até a hora da
abertura da licitação, no caso da Caixa Econômica Federal é até o dia anterior ao da licitação, no Banco do
Brasil e E-Compras.Am é de até 30 minutos antes da abertura da licitação.

Art. 22. A partir do horário previsto no edital, a sessão pública na internet será aberta por
comando do pregoeiro com a utilização de sua chave de acesso e senha.

Art. 23. O sistema ordenará, automaticamente, as propostas classificadas pelo pregoeiro, sendo
que somente estas participarão da fase de lance.
Art. 24. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à fase competitiva, quando então os
licitantes poderão encaminhar lances exclusivamente por meio do sistema eletrônico.

Diferentemente do Pregão Presencial (Decreto 3.555/2000) todos os licitantes poderão ou não dar lance e os
valores do lance não precisam ser menor do que o melhor preço apenas deve ser menor do que o seu último
lance e ainda o licitante poderá se quiser dar o seu lance no momento em que lhe aprouver.

Destaco neste artigo o parágrafo 7º, que diz: “O sistema eletrônico encaminhará aviso de fechamento iminente
dos lances, após o que transcorrerá período de tempo de até trinta minutos, aleatoriamente determinado,
findo o qual será automaticamente encerrada a recepção de lances“.

É nesta fase que está a principal diferença entre o Pregão Presencial e o Pregão Eletrônico, no Presencial os
licitantes poderão indefinidamente dar lances mínimos e “Matar” por cansaço o seu oponente, já no Eletrônico,
o Sistema é que determina a hora de parar (Tempo Randômico).

Art. 25. Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro examinará a proposta classificada em primeiro
lugar quanto à compatibilidade do preço em relação ao estimado para contratação e verificará a
habilitação do licitante conforme disposições do edital.

Nesta etapa o pregoeiro verificará se a documentação do SICAF está “ok” e convocará o licitante para enviar
a proposta e a documentação complementar via fax ou e-mail e no caso de serviços contínuos a planilha de
preços no prazo definido no edital e por fim se o licitante cumprir com todas as determinações do edital, o
pregoeiro fara a declaração de vencedor.

Art. 26. Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante a sessão pública, de forma
imediata e motivada, em campo próprio do sistema, manifestar sua intenção de recorrer, quando
lhe será concedido o prazo de três dias para apresentar as razões de recurso, ficando os demais
licitantes, desde logo, intimados para, querendo, apresentarem contrarrazões em igual prazo, que
começará a contar do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos
elementos indispensáveis à defesa dos seus interesses.

Nesta fase destaco o parágrafo 1º, que diz: “§1º A falta de manifestação imediata e motivada do licitante
quanto à intenção de recorrer, nos termos do caput, importará na decadência desse direito, ficando o
pregoeiro autorizado a adjudicar o objeto ao licitante declarado vencedor“, ou seja, se não houver
manifestação do licitante ele não poderá mais entrar com recurso.

Nos primeiros anos de promulgação deste Decreto, os pregoeiros simplesmente não acatavam os pedidos de
intenção de recursos, pois os licitantes não sabiam do teor da proposta e documentação do licitante e
simplesmente “chutava” um razão qualquer e por sua vez o pregoeiro entendia que o licitante queria apenas
procrastinar o processo, porém o Tribunal de Contas da União – TCU através de Acórdãos disciplinou a
matéria, porém ainda hoje ocorre a negação do direito de “intenção de recurso” por alguns pregoeiros.

Vejamos então o que diz o Acórdão 1615/2913 – Plenário – TCU.

8.1 Não cabe ao pregoeiro indeferir o direito de licitante recorrer que manifestou sua
intenção no campo próprio do sistema, exceto nos casos de manifestação de intenção
de recurso que não seja imediata ou que não seja motivada. Totalmente incabível que
o pregoeiro recuse a intenção de recurso com análise do mérito da motivação (como
feito pelo pregoeiro), eis que não há recurso ainda para que seja analisado o mérito da
questão. Ao pregoeiro cabe analisar meramente a tempestividade e se foi apresentada
motivação. Se o representante houvesse simplesmente informado “pretendo recorrer”,
caberia a recusa por parte do pregoeiro.

Contudo, se o representante manifesta sua intenção de recorrer por entender que a


habilitação de licitante não atendeu a determinado item do edital, não pode o pregoeiro
negar o direito do representante a apresentar recurso no prazo legal, eis que cumpridas
as condicionantes de tempestividade e de motivação previstas no Decreto 5.450, de
2005. A análise acerca do mérito da motivação, se ela se apresenta consistente ou se é
totalmente descabido a alegação de que a habilitação descumpriu determinado item do
edital só poderá ser feita após a apresentação do recurso, nunca em sede de
manifestação da intenção de recorrer.

Consequentemente, entende-se que a recusa por parte do pregoeiro à intenção de


recurso infringiu a legislação, devendo ser efetuada a audiência do mesmo, bem como
do responsável pela homologação do certame.

E ainda neste Acórdão…

8.1. Em vez de efetuar o juízo de admissibilidade, que se restringe à verificação


dos requisitos do prazo (feita imediatamente, durante a sessão pública) e de
existência de motivação (qualquer que seja a motivação), o pregoeiro realizou
o exame de mérito da motivação para efeito de recusar a intenção de recurso,
infringindo assim a legislação, que prevê a decadência do direito ao recurso e
autoriza o pregoeiro a adjudicar o objeto ao licitante declarado vencedor
apenas na hipótese de não ter havido manifestação imediata ou não ter sido
motivada a manifestação de intenção de recurso. Com efeito, eis o que prescreve
o art. 26 do Decreto 5.450/2005:

Art. 27. Decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos praticados, a autoridade
competente adjudicará o objeto e homologará o procedimento licitatório.

Neste artigo o destaque fica para o Parágrafo 2º, que diz; “§2º Na assinatura do contrato ou da ata de registro
de preços, será exigida a comprovação das condições de habilitação consignadas no edital, as quais deverão
ser mantidas pelo licitante durante a vigência do contrato ou da ata de registro de preços”.

Art. 28. Aquele que, convocado dentro do prazo de validade de sua proposta, não assinar o
contrato ou ata de registro de preços, deixar de entregar documentação exigida no edital,
apresentar documentação falsa, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver
a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo, fizer
declaração falsa ou cometer fraude fiscal, garantido o direito à ampla defesa, ficará impedido de
licitar e de contratar com a União, e será descredenciado no SICAF, pelo prazo de até cinco anos,
sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

Art. 29. A autoridade competente para aprovação do procedimento licitatório somente poderá
revogá-lo em face de razões de interesse público, por motivo de fato superveniente devidamente
comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-lo por ilegalidade,
de ofício ou por provocação de qualquer pessoa, mediante ato escrito e fundamentado.

Neste artigo o destaque é que qualquer pessoa mediante ato escrito e fundamentado pode requerer a revogação
do certame, desde que devidamente comprovado.

Art. 30. O processo licitatório será instruído com os seguintes documentos

Neste arquivo o legislador determina o que deve compor todo o processo licitatório desde a fase interna,
externa e os comprovantes das publicações.

Art. 31. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão estabelecerá instruções


complementares ao disposto neste Decreto.

O MPOG através de Instruções normativas e Portarias disciplinará as instruções complementares deste


decreto, em destaque a Instrução Normativa Nº 02 de 30/04/2008, que dispõe sobre regras e diretrizes para a
contratação de serviços, continuados ou não.

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