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O Poder Judiciário não ficou inerte ante esse crescimento do Executivo e o acentuado aumento
do número de leis e atos com força de lei. Passou a ser encarado como o escudo da
sociedade, o protetor dos direitos individuais contra os avanços do Estado em “domínios
alheios”, assumindo, em certas ocasiões, papéis políticos estranhos à concepção doutrinária
clássica. Visto desse enfoque, o Poder Judiciário passou por mudanças de duas ordens:
internas ou funcionais e externas ou institucionais. Tais mudanças, de certo modo, permitiram
uma maior ingerência dos órgãos jurisdicionais, dando causa ao que se poderia chamar de
“judicialização da política”.
De outro lado, o Welfare State, ao exigir uma vasta legislação de modo a dar vazão ao
intervencionismo estatal que o caracteriza, condiciona o legislador, devido ao acúmulo de
tarefas que tem de desempenhar e ao embate ideológico travado por seus membros auxiliados
pelos partidos políticos e grupos de pressão, a estabelecer nos textos de lei apenas princípios
e diretrizes gerais de modo a orientar a atividade administrativa (31). É certo que em alguma
medida, como se viu anteriormente, a atividade de intérprete conferida ao juiz comporta, de
algum modo, elementos de criatividade. Contudo, uma legislação que se limita a estabelecer
diretrizes e princípios amplia sensivelmente a discricionariedade judicial