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2018-02
Apresentação
O tema da ética se relaciona com a questão do agir humano orientado por valores, isto é, a
atividade humana refletindo sobre as condutas e o comportamento na esfera pública, medido
e ponderado na “polis”. Modernamente no mundo “desencantado” temos a passagem do
sujeito do iluminismo para a sociedade da racionalização, de massas e de riscos, ao nos
confrontamos com as questões levantadas pela divisão weberiana entre a ética da convicção e
a ética da responsabilidade. As distintas leituras da vontade, das paixões e do conflito entre
transcendência e imanência colocam o homem em meio a uma disputa de culturas e de saberes,
marcados pela emergência do mundo tecnológico condicionado pelas formas de acumulação de
riqueza/capital e de poder/Estado. Falar de ética é acompanhar um longo caminho, o que para
nós pode começar com Maquiavel e toda a sua reflexão enquanto fundador de uma arte e de
uma ciência da política moderna. O pensamento político suscita a questão sobre os meios e os
fins na construção do novo principado e, de forma mais ampla, da relação soberano e povo, da
divisão entre governantes e governados.
A ética na política oscila entre a vontade soberana e a vontade do povo, entre a alienação e a
apropriação dos meios, da legitimidade, do controle dos monopólios e das formas de poder
sobre espaços e populações. O que para o campo das Ris ganha corpo, na fundação do
paradigma do poder e da moralidade dos Estados, via uma reflexão analítica que articula guerra,
economia e opinião pública na relação com a noção central de soberania como coloca E.H.Carr.
Na reflexão ética seguiremos no nosso curso as pegadas das análises críticas e da perspectiva da
abordagem centrada na categoria de mundialização, examinando a crise e transição no sistema
mundo (colonial, moderno, capitalista). Vamos examinar os processos das globalizações através
dos desafios práticos e da orientação pela abordagem espacial na atividade profissional em
relações internacionais. Desenvolveremos a nossa disciplina valorizando a arte e a técnica de
mapear, narrar e interpretar os processos sobre o agir e as questões estratégicas na cena
contemporânea. Para, desta forma, pensarmos a solução ou a transformação diante de
conflitos, riscos e problemas, desde uma abordagem que podemos chamar de cartográfica.
Como pensar e construir uma agenda de pesquisa que orienta a produção científica em Relações
Internacionais? Porque trabalhar com as ferramentas da escrita mediada por mapas ou modos
de registro pelos diagramas para a análise, a orientação e a classificação das questões do poder,
da política e das potências na produção de conhecimentos em RI? Como visualizar, representar
e sintetizar a informação sobre os processos históricos, sobre a mudança, os conflitos e as
contradições do agir estratégico diante de conjunturas, ciclos e estruturas? Nossa aposta é que
a abordagem cartográfica em RI permite o registro e o recorte da distribuição das forças, dos
sistemas de ação e dos sistemas de objetos através do giro espacial, do retorno ao território, do
foco na luta de fronteiras (e do mapeamento do espaço cognitivo) como tarefas centrais da
disciplina e do campo de atividade das RIs. Daí a demanda crescente de construção de mapas
que é fortalecida pelas novas tecnologias de informação e desenho, pelo poder de
georreferenciamento, com todas suas implicações nos modos de operação de redes e forças
cibernéticas, corporativas e militares. Vivemos sobre uma demanda de aprendizagem para a
construção e a reflexão teórico crítica do que podemos chamar de disputa do poder sobre a
construção de mapas. Estamos diante do imperativo do mapeamento por meio de diagramas e
quadros, de um esforço de leitura das espacialidades a partir do horizonte metodológico das
cartografias, enquanto desafios para entendermos as divisões, classificações, fronteiras,
hierarquias e lutas que definem o poder e a política na disciplina das relações internacionais.
1. Temas e conceitos.
Mundialização
Excesso e exceção
Guerra e Paz
Fronteiras
Espacialidades
Geografias
Geopolítica
2. Metodologia e prática:
Analise de situação
Leitura de lugar
Mapeamento
Cartografia
3. Unidades:
Poder e política
Globalização e geopolítica
Agenda de pesquisa
4. Avaliação:
5. Leituras: (Ao longo do curso veremos autores como John Agnew, David Harvey, Neil Brenner,
Anibal Quijano, Stephen Gill, Judith Butler, Milton Santos, Ana Clara Torres Ribeiro,Paul Virilio,
Zigmunt Bauman, Anthony Giddens, Michel Foucault, Pierre Bourdieu, Immanuel Wallerstein,
Boaventura de Sousa Santos, Rob Walker, José Luis Fiori e outros)
6. Ao longo do curso faremos referências a leituras de textos clássicos de: Maquiavel, Espinosa,
Kant, Hegel, Marx, Weber, Freud, Gramsci.