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AULA
Introdução à avaliação
para recuperação
Meta da aula
Discutir a avaliação denominada “avaliação para
a recuperação” que se apresenta alinhada a
outras tendências igualmente situadas no âmbito
do paradigma objetivista.
objetivos
Pré-requisito
Para melhor compreensão deste texto, é
importante que você releia a Aula 2:
O paradigma objetivista.
Métodos e Técnicas de Avaliação | Introdução à avaliação para recuperação
INTRODUÇÃO
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A AVALIAÇÃO PARA A RECUPERAÇÃO
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AULA
Como você já deve ter deduzido, a avaliação para a recuperação
é aquela tendência que, com recursos técnicos apurados, procura expor
os erros ou os desvios de aprendizagem dos estudantes para que sejam
corrigidos, em qualquer momento em que eles se manifestarem. Em
seus fundamentos teóricos e filosóficos encontra-se a “reabilitação do
erro como fonte de aprendizagem”. Isto quer dizer que se antes, na
perspectiva das avaliações classificatórias, os erros indicavam o não
saber, a impossibilidade, a incapacidade, a falta etc, na perspectiva
desta tendência de avaliação os mesmos erros passam tão somente a
indicar o movimento que vem sendo realizado pelo sujeito em processo
de aprendizagem. Sampaio & Esteban (2004) e Luckesi (1998), por
exemplo, mesmo que não se situam no âmbito das avaliações cibernéticas
como esta, são autores brasileiros que tendem a reabilitar o erro como
fonte de aprendizagem.
Sampaio & Esteban (2004), graças a suas influências vygotskyanas,
inclinam-se a reconhecer os erros como indicativos de aprendizagens em
elaboração, isto é, como “espaços potenciais de novas aprendizagens”.
Esteban (2001, p. 140), em particular, argumenta que “a concepção
hegemônica que dá ao erro um valor negativo é um obstáculo para que
os/as professores/as possam incorporar, no processo de avaliação, a
compreensão dos/as alunos/as”.
Luckesi (1998, p. 56), por seu turno, também empresta novo signi-
ficado ao erro. Em tese defende que “tanto o sucesso/insucesso como o acerto/
erro podem ser utilizados como fonte de virtude em geral e como fonte de
virtude na aprendizagem escolar”. Os erros de aprendizagem, em seu ponto
de vista, em vez de serem merecedores de castigos como antigamente, são
pontos de partida e avanço desde que sejam identificados e compreendidos.
Nesse sentido, há que se observar o erro “como manifestação de uma conduta
não aprendida” com o objetivo primordial de saber como se constitui e como
aparece. É, diz ainda, reconhecendo sua conformação e seu aparecimento,
que se torna possível superá-lo. A respeito do erro como fonte de virtude,
Luckesi afirma o seguinte:
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relativos à avaliação formativa, em suas considerações finais, nos diz
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haver diversas acepções de avaliação formativa e isto, continua, implica
AULA
cuidados quando vamos utilizar o termo. De que avaliação formativa se
está falando? Quais seus elementos definidores? Na acepção de Boniol
& Vial (2001, p. 230), a avaliação formativa é aquela que favorece a
organização de “grupos temporários nos quais os erros serão tratados,
como trabalhos de recuperação, grupos com necessidades, pedagogia
diferenciada, que, de fato, consistem em uma segunda seqüência a serviço
das mesmas aprendizagens, seguidas de um segundo controle...”.
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ATIVIDADES
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COMENTÁRIO
Como se trata de uma resposta pessoal, é importante que você
discuta com o tutor no pólo.
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RESUMO
AULA
A avaliação para a recuperação também integra o conjunto de tendências
características do paradigma objetivista, com diversas influências provenientes
da cibernética. É uma avaliação reguladora para a conformidade. Toda vez que
há algum desvio das trajetórias previamente traçadas, isto é, quando deixa de
haver alguma conformidade com os objetivos prévios, as recuperações se tornam
necessárias. As críticas evidenciam essa avaliação não apenas como reguladora, e
autoritária, mas sobretudo como conservadora de uma realidade que se apresenta
como inquestionável.
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