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Nº 03 – ano 1 – Julho/2016

Nossos peixes ameaçados:


Nova lei permite criação de
peixes exóticos nos rios da
Amazônia

A LETAL TOXINA DO BOXFISH

SAIBA O QUE É HARDSCAPE INTERZOO 2016


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2
E chegamos à edição número três!
Como passaram rápido esses três meses! Nosso projeto
está à plena força, cada dia se tornando mais forte.
Nesta edição ficamos muito felizes com as matérias de
nossos amigos e colaboradores, mas também muito
preocupados com o que vem acontecendo na área
ambiental em nosso país.
Uma lei no estado do Amazonas libera o cultivo de
espécies de peixes exóticas em mananciais hídricos
naturais. Uma insanidade que precisa ser corrigida o
mais breve possível sob risco de perdermos espécies
nativas aos milhares.
Como nem tudo é notícia ruim, fizemos nossa primeira
cobertura internacional de um grande evento. Através
do amigo Kiuslei Cassiolato, na incrível feira pet
INTERZOO em Nuremberg, Alemanha, que nos deu
uma visão do que está acontecendo no aquarismo
mundo afora.
E ainda além dos já excelentes colaboradores já
engajados em nosso projeto agregamos o amigo Márcio
Matis neste pelotão de elite!
Espero que gostem desta edição que em nossa opinião
é a melhor até agora produzida.
Boa leitura!

Marcelo Jodar

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SUMÁRIO
6 Fale Conosco

7 Notícias, novidades e lançamentos

8 Síndrome do aquário novo – Primeiros Passos

10 Peixes-cascudos – Amazônia, pátria do aquarismo

16 Natureza ameaçada - Especial

19 Hardscape, você sabe o que é? – Por dentro de tudo

21 Spironucleose – Doctor Fish

26 Choque de pH existe? – É bom saber

29 INTERZOO 2016 – Pelo mundo

37 A importância das vitaminas - Nutrição

40 A letal toxina do Boxfish – Aquário marinho

44 A função das bactérias no sistema marinho

48 Os aquários da galera – Aquário do mês

49 Lago Tanganyika – O mundo dos ciclídeos africanos

53 Agradecimentos

5
FALE CONOSCO
Sua participação é muito importante para ajudar-nos a escrever
esta revista. Afinal ela é feita de aquarista para aquarista e ninguém
melhor do que você para dizer o que gostaria de ler na próxima edição!

Pensando nisso disponibilizamos:

 Endereço eletrônico: contatomeuspeixes@gmail.com


 Telefone/whats app: (53)81131305

Escreva, ligue, pergunte, critique, faça parte


deste projeto!

“Parabéns pelo trabalho,


muito legal mesmo estou
repassando para todos meus
amigos aquaristas.”

- Marcos Espozito

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NOTÍCIAS, NOVIDADES E
LANÇAMENTOS

Acaba de chegar ao mercado uma incrível


mídia para ser usada em aquários plantados!
É a SERA SIPORAX ALGOVEC PROFESSIONAL

Esta mídia promove um extraordinário


controle das algas, realizado por
bactérias!

As bactérias em forma resistente, que


absorvem nutrientes, ao entrarem em
contato com a água, iniciam a sua
atividade e proliferação num curto
espaço de tempo. Eliminam os
nutrientes das algas – especialmente o
fosfato – da água, atuando assim
contra as indesejáveis algas no
aquário, segundo o princípio da
competência alimentar.

Evitam o crescimento e reduzem a


população de algas, de modo
duradouro. Utilizando-se como medida
preventiva, evitam uma proliferação de
algas.

O produto vem em embalagens de 210 gramas e promete revolucionar o


aquarismo plantado e também o aquarismo de modo geral.

Preço médio: R$95,00

Onde comprar: www.meuspeixes.com

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PRIMEIROS PASSOS

Síndrome do aquário
novo
A "síndrome do aquário novo" é provavelmente
responsável por uma mortandade de peixes
mais elevada do que qualquer doença
infecciosa isolada.

Esta síndrome ocorre quando demasiada quantidade de peixes é


colocada num aquário não maturado. O aquário, nessas condições, não
possui um número significativo de bactérias nitrificantes para oxidar a
amônia tão rapidamente quanto a sua produção dentro do sistema.

Quando isto acontece, a concentração de amônia sobe


rapidamente, podendo matar os peixes. Os peixes intoxicados pela
amônia exibem sinais de hipoxia. Os níveis elevados de amônia
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estimulam, então, o crescimento de certas espécies de bactérias
nitrosomonas, que rapidamente oxidam a amônia abundante em nitrito.

Pronto o estrago está feito e potencializado!

O nitrito, por sua vez, é também extremamente tóxico para os


peixes; provavelmente (1ppm) acabará por extinguir todos os peixes
remanescentes no aquário. O mecanismo de intoxicação por nitritos é
similar ao do monóxido de carbono, ligando-se à hemoglobina e, uma
vez combinados, impedem o transporte de oxigênio.

Assim, os peixes intoxicados por nitritos exibem sinais de


carência de oxigênio, vindo finalmente a morrer por asfixia. As altas
concentrações de nitrito estimulam o crescimento de espécies de
bactérias nitrobacter, que passam a oxidar o nitrito a nitrato. Neste
ponto, o aquário estará condicionado, e deverá facilmente suportar
muitos peixes.

O tempo decorrente entre o momento em que os peixes são


colocados num aquário não condicionado, e o início da mortalidade
pela "síndrome do aquário novo" varia diretamente com a
velocidade de produção de amônia.

Tal velocidade é determinada pelo número e tamanho dos peixes,


sendo geralmente entre 2 a 4 semanas após a montagem do aquário.

O tratamento pode ser feito pela troca de 25% da água (a água


nova deverá ter valores de pH e kH iguais aos do aquário) diária, até
que o processo de nitrificação se tenha estabelecido.

LEMBRE-SE: Introduza peixes lentamente no aquário novo,


dando tempo para a biologia desenvolver-se proporcionalmente ao que
é excretado pelos peixes.

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AMAZÔNIA, PÁTRIA DO
AQUARISMO

Peixes-cascudos
Jhomaxon de S. Gonçalves

Um exército com armaduras nos rios


amazônicos

Conhecidos na região amazônica pelo nome de acari ou bodó


estes peixes pertencem ao grupo dos bagres (Ordem Siluriformes),
caracterizados principalmente pela presença de barbilhões (bigodes)
que talvez não sejam tão visíveis em algumas espécies de cascudos,
mas, tem a função de auxiliar seu sistema sensorial uma vez que habita
em lugares com pouca luminosidade e a ausência de escamas cobrindo
o corpo.

Mas a característica
peculiar da família
(Loricariidae) é a presença
de uma carapaça muito
rígida, que são na verdade

10
várias placas ósseas, ou um tipo de esqueleto externo que cobre todo
seu corpo com a função de proteger seus órgãos internos.

A boca dos cascudos funciona como uma “ventosa” que os


auxiliam na fixação em troncos, pedras e diversos outros tipos de
substratos presentes nos ambientes aquáticos. Sabe-se que uma
grande parte das espécies se alimenta de detritos orgânicos e de algas,
porém, há comprovação de que algumas espécies são carnívoras,
consumindo larvas de insetos e até restos de animais mortos, o que
explica possivelmente o fato de muitas pessoas observarem algum
cascudo fixado em outro peixe.

“Mesmo com tanta diversidade, são muitas as espécies


que podem estar com os dias contados”

Cascudo-botucatu

Curiosamente espécies do gênero Panaquê e Hypostomos podem


alimentar-se de madeira morta, particularidade esta, apresentada
apenas pelos castores entre os vertebrados.

Outra adaptação muito útil por causa da diversidade de habitats é


na respiração. Algumas espécies possuem uma cavidade estomacal
muito vascularizada internamente, o que pode auxiliar na captura de ar
atmosférico do meio externo em lugares com baixa ou nenhuma
concentração de oxigênio. Suas nadadeiras peitorais são muito rígidas

11
(principalmente nos machos), facilitando
a exploração em ambientes de alta
dureza como charcos de lama, ricas em
detritos orgânicos.

Atualmente são conhecidas na


família um pouco mais de 700 espécies,
sendo assim considerada a mais diversa na Amazônia e mais de 25%
da diversidade de bagres do mundo. O comprimento dos cascudos pode
variar de acordo com a peculiaridade de cada espécie que pode chegar
entre 02 a cerca de 100 cm, também podem apresentar um
comportamento territorialista, assim como cuidado parental.

“Uma das mais belas espécies está seriamente


ameaçada de extinção”

Podem ser encontrados nos mais diversos ambientes aquáticos,


entretanto, as espécies de grande porte geralmente são encontradas no
fundo de rio e lagos, enquanto as espécies de pequeno porte podem ser
encontradas em corredeiras moderadas ou fortes. Sua distribuição
percorre do Panamá ao Rio de La Plata na Argentina.
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As maiores espécies geralmente são utilizadas para o consumo
humano e as menores e mais vistosas na aquariofilia.

Mesmo com tanta diversidade, são muitas as espécies que podem


estar com os dias contados, afinal são inúmeros os fatores que
contribuem para este fim. A ação do homem de maneira direta ou
indiretamente vem acarretando no desaparecimento de espécies que
talvez nunca tenham sido conhecidas. Infelizmente pode-se citar vários
exemplos desta ameaça, como o caso da espécie Neopelecostomus
Botucatu (cascudo-Botucatu), descoberta em 2011, que corre sério risco
de ser extinta por causa do turismo e da recreação humana em seu
habitat natural.

Inúmeras espécies também estão ameaçadas pela fragmentação


de seu habitat natural, poluição das águas, assoreamento, pesca
predatória etc.

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Entretanto, não se pode deixar de falar de uma das espécies mais
conhecidas do mundo e sua possível extinção: o cascudo-zebra
(Hypancistrus zebra). Uma das mais belas espécies está seriamente
ameaçada por causa das conseqüências da construção de uma

hidrelétrica em seu habitat natural. Destino dado não só a esta espécie


(que só ocorre nesta região), mas a tanta outras de animais e plantas.

A ação humana em diversas formas é a principal ameaça a estes


peixes, e somente sua consciência pode ajudar a salva-los.

O autor:

Jhomaxon de S. Gonçalves

Formado em Ciências Biológicas pela Universidade Nilton


Lins em 2012. Atua como monitor no Museu da Amazônia
desde 2012 na área de biologia geral com ênfase em ictiologia
na assistência em tratamento e manutenção de aquários e
coleções ictiológicas

Referências:

ANGELO, Claudio. Hidrelétricas causarão extinções,


http://www.observatoriodoclima.eco.br/hidreletricas-causarao-extincoesdiz- estudo/
CABALZAR, Aloísio; et al. Peixe e Gente no Alto Rio Tiquié: conhecimentos tukano e
tuyuka, ictiologia, etnologia. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2005.

CHAMON, Carine Cavalcante. Revisão taxonômica e relações filogenéticas do gênero


Leporacanthicus Isbrücker & Nijssen, 1989 (sisluriformes, Loricariidae). Dissertação
(mestrado) – Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, 2007.

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ESPECIAL

Natureza ameaçada
Marcelo Jodar

Nova lei permite a criação de peixes exóticos


nos rios da Amazônia

Como se não existissem espécies comercialmente viáveis na


Amazônia, o Governo do Amazonas sancionou o texto da Lei 79/2016
no último dia 30 de maio sem consulta a órgãos federais, a população
ou instituições ambientais e especialistas falam em risco incalculável ao
meio ambiente!

Assim, milhares de espécies de peixes que habitam os rios


amazônicos podem estar com seus dias contados com a aprovação
desta nefasta lei que permite a criação de peixes não-nativos em rios
que cortam o Estado do Amazonas.
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Com a nova lei, fica irreversíveis. “Isso é uma coisa
liberado o cultivo de espécies sem volta. O resultado da
exóticas nos rios da região, introdução de espécies, como a
bastando uma autorização do tilápia, por exemplo, é deslocar
órgão estadual competente. A lei outras espécies, que
permite ainda o barramento de simplesmente desaparecem. São
igarapés e a autorização de problemas incalculáveis, que
empreendimento de criação em podem comprometer
áreas de preservação profundamente a biodiversidade.
permanente, “quando de As coisas estão interligadas. É
interesse público”, resta saber simplesmente chocante.”
que interesse público seria este
Representantes de
que buscaria colocar em risco
diversos órgãos públicos e
todo um vasto e riquíssimo
instituições ligadas ao meio
ecossistema aquático.
ambiente enviaram uma moção
Sabemos dos riscos que de repúdio ao Ministério Público
se corre ao introduzir espécies Federal no Amazonas, para que
exóticas em um determinado o órgão pressione o governo
ambiente, que por não estadual revogue a lei e abra
encontrarem predadores naturais discussões sobre o assunto.
acabam dominando e eliminando
O documento é assinado
muitas espécies nativas.
por especialistas e técnicos do
Segundo Nurti Bensusan, ICMBio, Instituto Nacional de
especialista em biodiversidade Pesquisas da Amazônia (Inpa),
do Instituto Socioambiental (ISA), WCS, Universidade Federal do
ao repórter André Borges do Amazonas (Ufam), Ibama,
jornal O Estado de São Paulo, Universidade Federal de Alagoas
trata-se de uma lei de (Ufal) e GSA Consultoria e Meio
conseqüências graves e Ambiente.
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Enviado ao procurador do MPF Rafael da Silva Rocha, o texto
lembra que, às vésperas do dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio
Ambiente, o governo do
Amazonas

protagoniza
“mais um episódio de retrocesso,
sem embasamento técnico e com pouco
ou nenhum conhecimento dos impactos e problemas
ambientais” que a lei pode causar.

“Atualmente, deveríamos valorizar o fato da Amazônia ainda estar


livre de espécies exóticas de peixes com populações estabelecidas, o
que ocorre em todos os demais biomas do País (e em boa parte do
mundo) há bastante tempo, sem a possibilidade de reversão ou
envolvendo custos para controle e erradicação das mesmas”, afirma o
documento.

Em outro trecho, alerta que “a introdução de espécies não-nativas


é processo que tem induzido a um complexo processo de degradação
dos ecossistemas, de forma comprovada, com vários exemplos ao redor
do mundo”.

Os especialistas ressaltam ainda que o Brasil tem atuado em


parceria com países vizinho para, justamente, combater a introdução de
peixes exóticos na região amazônica.

Fonte: http://m.ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,nova-lei-estadual-permite-
criacao-de-peixes-exoticos-nos-rios-da-amazonia,10000054460

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POR DENTRO DE TUDO
Hardscape, você sabe o
que é?
Sugestão de Wolney Chagas

Hardscape é tudo que no aquário tem


valor decorativo, e não é nem animal nem
vegetal. Basicamente são rochas, troncos e
substrato

A escolha destes elementos


é de suma importância para o
sucesso da montagem.

Na foto a esquerda, Filipe


Oliveira, do famoso blog FAOO,
de Portugal usando ferramentas
e raízes coletadas
individualmente, faz nesta
montagem, uma linda
composição para compor o seu
layout.

19
Outra função do
“hardscape” que temos de
ter em conta ao escolhê-
lo, é o aspecto prático,
pois servem para fixar
plantas ou esconder
detalhes estruturais.

Devemos evitar misturar


diferentes tipos de rochas
ou troncos na composição
de um hardscape, sob risco de comprometermos a harmonia da
montagem.

Tomando alguns
cuidados teremos um
lindo resultado final na
montagem de um
aquário ornamental.

TEM ALGUMA MATÉRIA OU ASSUNTO QUE GOSTARIA DE VER PUBLICADA AQUI?

MANDE SUA SUGESTAO. ESCREVA PARA: CONTATO@MEUSPEIXES.COM

Referências:
http://www.aquaflux.com.br/forum/viewtopic.php?t=10683&mobile=on
https://www.youtube.com/watch?v=G-Mx8HsBMfE
https://www.youtube.com/watch?v=TNanIEmeqpo
http://faao.blogspot.com.br/
https://zeneo.wordpress.com/2009/05/29/tres-lagrimas-hardscape/
http://eduscaping.zip.net/
http://aquahobbie.blogspot.com.br/2006/06/hardscape-explicao.html

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DOCTOR FISH
Falando de doenças

Spironucleose ou Hole in
Head
Org. Marcelo Jodar

A Spironucleose é uma doença bastante


comum dos peixes de água doce, que afeta
principalmente ciclídeos de um modo geral,
discos, flowers horns e oscars (apaiaris)

Outro nome comum para esta doença de água doce é “Buraco na


Cabeça”. Existem várias causas suspeitas da doença, e pode ser fatal,
mas se tratada precocemente, a maioria dos peixes pode sobreviver.

21
Este artigo irá descrever os sintomas, causas e tratamentos para este
problema muito comum.

Causas do buraco na cabeça

A causa exata do buraco na cabeça ainda não foi determinada.


Há, no entanto, várias teorias muito sólidas sobre certas condições com
ligação ao aumento na incidência da doença. A presença de qualquer
um dos fatores causais não pode ser responsável pela doença, mas
uma combinação de dois ou mais fatores é suscetível de criar sintomas
da doença.

Uma causa comum é o parasita


flagelado “spironucleus vortens”. Este
parasita infecta principalmente no trato
intestinal, mas depois se espalha para a
vesícula biliar, a cavidade abdominal, baço
e rins. Enquanto a doença progride, as
lesões clássicas de buraco na cabeça
doença aparecem. Essas lesões se abrirão
e podem exibirr pequenos fios brancos que
contêm larvas de parasitas. Infecções
secundárias bacterianas ou fúngicas
podem se desenvolver em seguida, nestas
aberturas e pode levar a uma doença mais grave e morte.

Paull e Matthews (2001) foram capazes de isolar S. vortens a


partir do intestino, rim, fígado, baço e lesões da cabeça de discos; e
também as lesões do intestino e da cabeça de acarás-bandeiras. Além
disso, estudos de Somboon (2002) encontraram S. vortens no sangue,
estômago, intestino, baço, vesícula biliar, e os ovários de bandeiras.

22
Somboon também descobriu S. vortens em peixes aparentemente
saudáveis.

Outra teoria popular é que um


mineral ou um desequilíbrio de
vitaminas pode contribuir para o
desenvolvimento desta doença.
Alguns aquaristas têm reivindicado
uma ligação entre o uso de carvão
ativado e um aumento da doença.
Acredita-se que o carbono pode
remover alguns dos minerais
benéficos encontrados na água
levando a um aumento da incidência
da doença. Ao mesmo tempo, o desequilíbrio mineral pode ser causado
por um aumento dos organismos s. vortens no intestino, o que pode
levar à má absorção e uma diminuição na absorção das vitaminas e
minerais necessários.

Condições que criam o estresse também aumentam a incidência


desta doença. Má qualidade da água, alimentação inadequada,
superlotação e outros fatores estressantes são apontados.

Freqüentemente é associada com os peixes mais velhos, e isso


pode ter uma ligação com a diminuição da função do sistema
imunológico destes peixes e um aumento na incidência da doença.

Localização das lesões

Os sinais incluem lesões na cabeça e na linha lateral. A condição


pode ser leve no início, mas se as mudanças de ambiente e tratamento
não são iniciadas, os buracos se tornam maiores e infecções
bacterianas secundárias de fungos se desenvolvem. Estas lesões
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podem, eventualmente, criar uma infecção grave e os peixes se tornam
sistemicamente doentes com perda de apetite e morte.

Tratamento

Porque pode haver várias


causas desta doença, o tratamento
geralmente consiste em tomar uma
abordagem multifacetada. O objetivo é
livrar o peixe do parasita, melhorar a
qualidade da água, e melhorar a
oferta de vitaminas/suplementação
mineral e nutrição.

Um tratamento comum para a


infecção com spironucleus inclui a adição do vermífugo WORM
DESTROYER + FOUR IN ONE CURE aos peixes infectados, o primeiro
3ml pra cada 10 litros por 3 dias seguidos e o segundo 1 gota pra cada 2
litros a cada 48 horas com troca parcial de água de 50% antes da nova
aplicação deste último.

Também o uso permanente de vitaminas na água e na ração


como VITAPLUS e ainda elementos traços como AMAZONIA TRACE &
MINOR ELEMENTS e AMAZONIA BLACKWATER ajudam a evitar tal
doença!

Referências:
http://www.cichlid-forum.com/articles/spironucleus.php
http://briansaquariumcare.com/hole-in-the-head-discus-oscars.html
http://forum.simplydiscus.com/archive/index.php/t-81880.html

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O SEU PORTAL DE AQUARISMO

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É BOM SABER

Choque de pH existe?
Org. Marcelo Jodar

Choque de pH é um MITO? Não existe tal


coisa?
O que existe então?

Por mais controverso ou paradoxal que possa parecer à primeira


vista, SIM! Choque de pH não existe!

Cansamos de ler, ouvir e de sermos alertados para tomar cuidado

com mudanças bruscas de pH, pois isso fatalmente poderá matar


nossos peixes no aquário. Especialistas recomendam nunca alterar mais
que 0.3 na escala de uma vez só.
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Diferentemente de manter peixes por longos períodos em pH
inapropriado para a espécie, mudanças bruscas de pH não levam seus
peixes a óbito.

- NÃO LEVAM A ÓBITO????

- Mas meus peixes morreram após uma TPA onde mudei o


pH bruscamente!!!!

- O que mata então?

O choque osmótico mata!


E o que é isso?

Osmose é o movimento fim de equalizar a concentração


da água entre meios com de solutos dos dois meios.
concentrações diferentes de
Os peixes regulam os
solutos, separados por uma
níveis de toxinas e fluidos no seu
membrana semipermeável. É um
corpo através da
processo físico-
osmose. A função,
químico
velocidade e
importante na
eficiência deste
sobrevivência das
processo se deve
células, assim se
principalmente a
a água estiver em
um parâmetro o
contato com uma
TDS – Sólidos
substância que
Totais Dissolvidos.
tem solutos (sais dissolvidos)
mais concentrados do que a Quase toda a alteração de

solução original, ela vai tender a pH na água tem a ver com

difundir-se para a outra solução a alterações na quantidade de


sólidos dissolvidos totais.
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Qualquer alteração de pH de água salgada na água doce
normalmente é devido a uma perde água até ficar desidratado,
alteração do TDS, que causa um mesmo estando na água, e um
impacto na regulação osmótica peixe de água doce na água
dos peixes resultando em morte. salgada morre com as células
afogadas.
O problema não é a
mudança de pH. É a alteração de É por isso que alterar o
água mole para água dura, o que pH com ácidos ou bases
é muito melhor detectado com químicas, troncos, gás carbônico,
testes de GH e KH. Este também etc. não impacta os peixes. Não
é o motivo de porque peixes de há alteração da quantidade de
água doce morrem na água sólidos dissolvidos.
salgada, e vice versa. Um peixe

Assim oscilações de pH bruscas dificilmente matarão seus peixes


mas oscilações de TDS, tanto de água dura pra água mole como o
contrário fará um estrago irreparável em seu lindo aquário da sala!.

Referências:

http://www.oscarfish.com/article-home/water/73-myths-of-ph-shock.html

http://mtfb.com/MTFBJUNE/MTFB2%20pages/jacobsarticle2.htm

http://www.tropicalfishcentre.co.uk/myths.htm

http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Press%C3%A3o+Osm%C3%B3tica&l
ang=3

http://aquapeixes.forumeiros.com/t3685-oscilacoes-choque-de-ph-e-morte-mito

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PELO MUNDO

INTERZOO 2016 – A maior


feira pet do planeta!
Kiuslei Cassiolato
São tempos de INTERZOO e a maior feira pet
do setor aconteceu no mês de maio. A feira
acontece de dois em dois anos em Nuremberg,
Alemanha

Este ano a feira foi realizada com 13 grandes pavilhões, 115.000 m²


contando com 1.818 expositores vindos de 61 países, e o melhor disso é que quase
50% dos expositores eram do segmento de aquarismo, répteis e anfíbios. Esse ano
teve 39.075 visitantes de 117 países.

Aqui no Brasil a Pet South America produzida pela mesma organização


Nuremberg Messe possui 3 pavilhões com 99% dos stands de expositores voltados
a cães , gatos e pássaros e somente 1% de aquarismo. Precisamos mudar esse
cenário o quanto antes para o bem do aquarismo.

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A feira tem como suas principais características a exposição de marcas
novas querendo ganhar espaço no mercado, lançamento de produtos novos por
empresas já conceituadas, conceitos e idéias novas na montagem de aquários e na
minha opinião, a característica mais importante no meu caso como importador é que
consigo me reunir com fornecedores do mundo todo em um único local .

Eu conheci outras duas feiras bem conceituadas a CIPS na China e a


AQUARAMA em Cingapura mas nada se compara a INTERZOO.

Nestes últimos anos é notável o aumento do número de fabricantes de


luminárias “LED”, você consegue encontrar LEDS de todos os gostos e preços.

Ao lado o
lançamento da
luminária ZET
LIGHT UFO.

Haviam aquários plantados para todos os lados também, verdadeiras


esculturas em um mercado que não para de crescer na Europa. Alguns tipos de
troncos e rochas nos chamaram muito a atenção como podemos ver em algumas
fotos.

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Outro destaque foi o Reef da De Jong Marine Life (veja no youtube vídeo -
https://www.youtube.com/watch?v=2XzmBqrccZg), aquário grande, grande
quantidade e variedades de corais e peixes raros com água cristalina. O grande
detalhe é que o aquário foi montado para a feira e com a grande quantidade de
animais inseridos em poucos dias, sem tempo para o equilíbrio biológico, o resultado
foi simplesmente fantástico.

A filtragem desse reef foi desenvolvida pela empresa Matlss.com (veja foto
do filtro e link para acesso https://matlss.com/news/interzoo-2016-get-100-free-
invitations/. O filtro já possui skimmer, filtro de areia, filtro de carvão, ozônio, sacos
filtrante e filtro UV.

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Realmente é impressionante, mas na minha opinião a empresa seguirá em
um nicho de mercado voltado a aquários públicos e grandes projetos somente, por
que não é um preço muito acessível.

Visitei um criador e exportador de discos alemão chamado Stendker.que


para muitos é o melhor do mundo. Com casais e filhotes numa tranqüilidade que
parecia que estavam na estufa deles. Uma pena que devido a burocracia de papéis
para exportação de peixes para o Brasil, eles não tem a intenção de exportar para
cá. Com certeza seriam as melhores matrizes para qualquer criador .

É incrível a variedade de marcas e produtos para répteis e anfíbios, uma


pena que no Brasil as Leis não nos permitem trabalhar com anfíbios e liberam
pouquíssimos répteis.

Existem empresas
que vendem
plantas naturais em
vasinhos em um
refrigerador que
você pode manter
dentro da
embalagem por diversos dias, sem falar na gigante
Polonesa IchthyoTrophic empresa especializada em
alimentos vivos como: zooaplancton, phitoplancton,
tubifex, cyclops, artemia, larvas de mosquitos,
gamarus, etc. Fica minha dica se alguém quiser
investir e montar uma empresa no setor. É o sonho

33
de qualquer hobbysta poder contar com
uma vasta gama de alimentos vivos
para poder oferecer a seus animais e
principalmente aqueles mais difíceis de
comer.

Provavelmente muitas
empresas compram deles, colocam
suas marcas e vendem às grandes
redes como tivemos a oportunidade de ver com vários tipos de alimentos vivos em
pequenas porções em saquinhos com nome, validade, código de barras.
Refrigerados é possível manter rotíferos até 10 dias vivos.

Quando se esta em Nuremberg vale à pena conhecer dois grandes


atacadistas de peixes de água doce próximos a Frankfurt: Aquarium Glaser, uma
das maiores exportadoras, especialistas em peixes raros e a Dietzenbach Aquarium,
com quantidades enormes de peixes que mal conseguimos ver a água. Peixes raros
de água fria para lagos de carpa (esturjão), salamandras e tartarugas. Qualidade de
animais invejável!

Outra dica
pra quem visita a
feira é fazer uma
visita na Megastore
KOLLE ZOO em
Nuremberg a poucos
minutos do local do
evento.

Loja grande,
organizada e com
grande variedade de
animais. Um bom lugar para se tirar idéias e
conhecer o varejo.

As empresas, trabalhadores, hobbystas,


enfim todos que estão ligados de alguma maneira

34
com o Hobby devem conhecer a Interzoo para buscar novos conhecimentos,
informações e novas idéias. Não é uma viagem onde se gasta muito se for
especificamente para a feira.

Existem vôos diretos pela LATAM (antiga TAM) para Frankfurt ou Munique.
Nos aeroportos você pode pegar trem ICE direto para Nuremberg com duração de
2hs.

Aos amantes da cerveja, não deixem de experimentar as diversas cervejas


alemãs, e também de levar para a família as famosas bolachas artesanais de
diversos sabores com um toque de canela, vendidas em pequenos carrinhos dentro
da feira.

Espero que todos curtam esses relatos e fotos e aproveitem algumas dicas
caso decidam ir para Interzoo 2018.

O autor:

Kiuslei Cassiolato

Biólogo formado pela Universidade São Camilo, proprietário da empresa


Ipiranga Peixes Ornamentais, representante exclusivo no Brasil das
Marcas BUBBLE MAGUS(SKIMMER), HW WIEGANDT (SAL AMEMÃO)
E ZETLIGHT (LUMINARIA DE LED).

35
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36
NUTRIÇÃO

A importância das
vitaminas na dieta dos
peixes
Org. Marcelo Jodar

Sempre que
pensamos em
vitaminas temos uma
idéia geral da sua
importância mas nem
sempre sabemos o
que cada uma faz no
organismo dos seres
vivos em especial aos nossos adorados peixinhos do nosso aquário.
Vejamos então um pouco do que as principais vitaminas trazem de bom
para a saúde deles.

As vitaminas são classificadas são substâncias orgânicas de

em hidrossolúveis e lipossolúveis extrema importância para o

baseado na sua solubilidade. As crescimento, saúde, reprodução,

vitaminas mas são requeridas em


pequenas quantidades na dieta.

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Cada vitamina possui uma função específica no organismo e a
ausência, ou deficiência de uma não pode ser substituída, ou
compensada por outra.

Veja na tabela:

VITAMINAS E SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES


Ácido ascórbico (Vitamina C) manutenção da integridade dos
tecidos de sustentação; biossíntese
de
colágeno e cartilagem; integridade
capilar; melhora da imunidade
Cianocobalamina (B12) essencial na formação de elementos
sangüíneos durante a eritropoiése;
Biotina importante na função de diversas
enzimas
Ácido fólico eritropoiése, essencial para a síntese
dos ácido nucleicos. Pode melhorar a
eclodibilidade dos
ovos dos peixes
Niacina componente de coenzimas do
metabolismo da glicose e no
metabolismo dos lipídeos
Ácido pantotênico (B3) integrante de coenzima A, importante
no metabolismo dos carboidratos e
das
gorduras
Piridoxina (B6) essencial no metabolismo de
carboidratos, de aminoácidos e de
lipídeos

Riboflavina (B2) é coenzima essencial no metabolismo


das gorduras e diversos aminoácidos.

Tiamina (B1) participa do metabolismo de


carboidratos, essencial para o normal
funcionamento do
sistema nervoso, essencial para o
apetite, digestão, crescimento e
fertilidade

Colina doadora de metila em reações


metabólicas, precursora da
AcetilCoA. Maior componente do
neurotransmissor acetilcolina e
essencial para o transporte de
lipídeos

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Vitamina A requerida para regeneração da
sensibilidade à luz; transporte
transmembrana de cálcio;
reprodução e desenvolvimento
embrionário; integridade das
membranas e epitélios

Vitamina D estocada em grandes quantidades no


fígado dos peixes. São
biologicamente ativas na
absorção do cálcio e do fósforo; ativa
a fosfatase alcalina que é envolvida
no metabolismo do fósforo

Vitamina E a atividade biológica da vit.E é através


de oito compostos, sendo o alfa-
tocoferol o mais
ativo; atua como um antioxidante
biológico protegendo os peixes da
oxidação. Atua também protegendo a
Vitamina A, o caroteno e a Vitamina C
da ração

Vitamina K essencial para síntese da


protrombina. Em peixes a coagulação
precisa ser extremamente
eficiente devido a viverem em meio
líquido

Baseado no que vimos nesta matéria, pense bem na hora de


escolher a ração dos seus peixes, procure variar o cardápio, compre
rações nas embalagens originais e inclua na dieta sempre um bom
suplemento vitamínico, pois grande parte das vitaminas se perdem no
processo de fabricação das rações.

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Obs. A colaboração é voluntária 39


AQUÁRIO MARINHO

Foto: animalia-life.com

A letal toxina do
Boxfish
Márcio Matis

Admirado por sua forma exótica, é conhecido


também como “peixe vaca”
Eles se parecem com um cubo e apresentam algumas
protuberâncias em sua morfologia. Algumas espécies são mais
inusitadas e possuem chifres proeminentes que lhe dão um charme e
desperta certo tom de agressividade.

O Boxfish ou peixe-vaca é um peixe marinho incomum, ele é da


família Ostraciidae, é um peixe com hábito alimentar onívoro,
encontrado nos recifes de corais nas águas marinhas tropicais e
temperadas do Pacífico, Indo-Oeste incluindo a Indonésia e norte da
Nova Guiné.
40
A sua
estrutura excêntrica
não é a única
qualidade. O modo
como se movimenta
enche os olhos de
qualquer aquarista.
São incríveis,
encantadores e
parecem pairar sob
as águas dos
aquários com suas
nadadeiras ágeis e transparentes. Sua habilidade natatória é
surpreendente e lhe dá a oportunidade para executar incríveis
manobras.

Há quem perceba outras qualidades além de locomoção, como,


por exemplo, a simpatia e a capacidade de interação. É possível notar
os seus pequenos e surpreendentes jatos de ar que são disparados na
água, pois em seu ambiente natural esse comportamento permite que o
peixe-vaca desfrute das presas que estão recobertas de areia.

Os peixes-vacas
parecem saudosos
companheiros aquáticos, mas
muita atenção deve ser dada
à criação destes peixes antes
de colocá-los junto com
outras espécies, pois é digno
de uma característica nociva

41
e nada desejável em virtude de sua capacidade de liberar toxinas na
água.

A ostracitoxina letal pode ser liberada devido a qualquer fator


estressante que acometa estes peixes, como lesões na pele ou em
situações que despertem o seu estado de alerta, sentindo-se ameaçado
ou em qualquer condição de estresse, risco ou predação. Após a
liberação de seu veneno, algumas bolhas e um pouco de espuma
podem ser observadas na superfície do aquário. (Ulrich, 2003).

´´A ostracitoxina letal pode ser liberada devido a


qualquer fator estressante que acometa este peixe,
como lesões na pele ou em situações que despertem o
seu estado de alerta, sentindo-se ameaçado...‘‘

Foto: Aquário Two Oceans na Cidade do Cabo

42
Embora exista o
risco, esta não deixa de ser
uma de suas vastas
peculiaridades que torna
esse peixe tão fascinante.
Portanto é necessário
estudar a espécie, bem
como o manejo, a fim de se
obter a melhor maneira para
lidar com a toxina e garantir o bem- estar e convívio dos Boxfishes com
as demais espécies e de proporcionar maior tranqüilidade aos
aquaristas durante a sua criação.

Um Aquarista que pretende e gostaria de manter esta espécie


deve ter no mínimo um aquário de 125 litros, mas se for maior será
melhor. Embora esta espécie possa ser mantida em aquários
comunitários de recifes, tenha cuidado, pois muitas vezes vai mordiscar
corais e vermes tubulares. No entanto, uma vez aclimatados vão comer
uma dieta que inclui lulas, mariscos, mexilhões, e rações em flocos.

O autor:

Marcio Matis

Márcio Matis, 37 anos, formação Comunicação Social e Pós graduação


em Administração industrial pela USP, Atualmente CEO da empresa
AcquaPro importação e distribuição

43
A função das bactérias no
sistema marinho
Tâmide Szulkin

Quando iniciamos a de todo o sistema. Eis o motivo


montagem de um aquário que não se deve sifonar o
marinho, temos que tomar substrato, evitando assim a
conhecimento do que é mais eliminação de parte destas
importante e nesse tópico estão bactérias, pois as mesmas
as bactérias aeróbicas e as auxiliam na decomposição de
bactérias anaeróbicas. matéria orgânica do sistema, e
sua fonte de existência é o
As bactérias aeróbicas
oxigênio da água.
(nitrificantes), são aquelas que
ficam no substrato, e que São conhecidas como
garantem o equilíbrio biológico bactérias qumiossintetizantes,
44
pois extraem a energia através amônia, sempre
do processo de oxidação da
feito com a ausência de luz. Chamadas também de
decompositoras, absorvem o oxigênio e excretam o gás carbônico.
Resumidamente transformam a matéria em decomposição em amônia,
oxidando as mesmas, depois em nitrito, que oxidado é transformado em
nitrato.

Isso é conhecido como ciclo do nitrogênio.

Ao contrario disto, as Essas por sua vez consomem


bactérias anaeróbicas nitrato para a produção do
(desnitrificantes), não necessitam nitrogênio que é convertido em
do oxigênio para sua nitrogênio gasoso que retorna a
sobrevivência, nem tampouco de coluna d’água. Também são
luz, usam a fermentação para conhecidas como nitrobactérias.
tanto. Um exemplo básico de Para a alocação destas bactérias
bactérias anaeróbicas, são é necessário um substrato alto,
aquelas usadas na fermentação pois sua reprodução se dá pela
láctea, onde não existe a ausência de oxigênio.
presença de oxigênio.
Como manter as ditas
As bactérias bactérias no sistema? Caso você
desnitrificantes, se alocam em esteja montando agora seu
áreas como o fundo do substrato. sistema, essas bactérias se

45
alimentam de matéria orgânica, então basta colocar um pouco de

ração 1x ao dia, durante a ciclagem, já que esta ração irá se transformar


em fosfato que neste momento é o combustível para elas.

Após um período de ciclagem que poderá variar em até trinta dias


do inicio da montagem podemos considerar o aquário maturado!

O autor:

Tâmide Szulkin

Hobysta marinho, proprietário da Forever Fish em SP, aquicultor,


palestrante, colunista de matérias marinhas e desenvolvedor de
projetos auto-sustentáveis para o aquário marinho, Manager Reef
Marinho tamidemovel@gmail.com

46
47
AQUÁRIO DO MÊS
Os aquários da galera
Ao lado o aquário de Uátyla
Mello. Data da montagem:
03/05/2016, dimensões do
Aquário: 130C x 50L x 60ª,
390 litros. Filtro: canister
caseiro 800l/h e canister
Atman 1200l/h, (circulação
boyo 300l/h). Mídias filtrantes:
5kg de argila expandida.
Temperatura: 27Cº. Fauna: 6
acarás-bandeiras, 2 acarás-
discos, 17 matogrosso, 10
corydoras, 5 barbos dourados,
4 olhos-de-fogo, 1 comedor de
algas gold e uns 10 neons.

Aquário plantado de
Thiago Ceccatto: 1,20
x 40 x 60. Fauna: 4
discos, 1 labeo , 7
molinesias matriz, 7
algaiter, 1 comedor
de algas siamês, 1
cascudo zebra, 3
tetras albinos, 4
tetras comuns, 2
bandeiras, 1 danio, 2
xadrezinho, 3
espadas, 3 coridoras
albinos.
Equipamentos:
canister 1200 litros, 1 filtro UV + bomba para circular pelo filtro, 3 aquecedores
de 300 watts, 1 cilindro de co2 de 7 kilos, 3 lâmpadas LED.

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William Melo

Lago Tanganyika

O Lago Tanganyika é o
segundo maior lago da África e o
sexto do mundo. É também o
lago mais comprido do planeta,
se estendendo em 680
quilômetros de Norte a Sul. Seu
pH varia de 8,5 a 9,2, sua
temperatura de 23 a 28°C e sua
dureza total de 11 a 17dH.

Possui 300 espécies de ciclídeos. Podemos classificá-las de


acordo com seus gêneros em:

Conchículas (Lamprologus, Neolamprologus, Altolamprologus e


Telmatochromis).

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Petrícolas: (Altolamprologus, Boulengerochromis,
Chalinochromis, Julidochromis, Lamprologus, Lepidiolamprologus,
Neolamprologus, Telmatochromis,Variabilichromis).

Arenícolas: (Cyphotilapia); Featherfins (Ophtalmotilapia,


Cyathopharynx e Cunnigtonia), e

Ciclídeos de Águas Abertas (Cyprichromis e Paracyprichromis).


São peixes principalmente carnívoros e onívoros, sendo bastante
agressivos e territorialistas.

50
Tropheus

Lamprologus Frontosa

Julidochromis

Conchículas são as espécies que aproveitam conchas de


caracóis para abrigo e desova. As Petrículas são aquelas que se
51
reproduzem entre as rochas já as Arenículas abrange os ciclídeos que
habitam as áreas arenosas, lamacentas ou rochosas do lago
Tanganyika. Por fim, os Ciclídeos de águas abertas são as espécies que
possuem uma forma alongada e esbelta, vivendo longe da costa e em
cardumes.

O autor:

Willian Melo

Estudante de administração, desde sua infância teve o


aquarismo presente em sua vida. Hoje dedica-se
principalmente à criação de ciclídeos africanos e administra um
canal no YOUTUBE, sobre o tema, “ O MUNDO DOS
CICLÍDEOS AFRICANOS”.
Acesse: https://www.youtube.com/channel/UC2F0yaBWlgEEzLPehEeylXA

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Agradecimentos

Ao final desta terceira edição queremos agradecer a todos que de


uma forma ou de outra colaboraram para a realização deste projeto!

Os amigos que escreveram suas matérias como Kiuslei


Cassiolato, Tâmide Szulkin, Jhom Gonçalves, Márcio Matis e Willian
Melo queremos externar nossa imensa gratidão e pedir que
permaneçam conosco por muitas e muitas edições!

Ao leitor Wolney Chagas que sugeriu a matéria sobre hardscape,


também nosso agradecimento.

As empresas que confiaram suas marcas às nossas páginas,


como a MARAMAR PET, NUTRATEC, FOREVER FISH, IPIRANGA
PEIXES ORNAMENTAIS, ACQUAPRO e MUNDO DO ACARÁ-DISCO
queremos também deixar nosso muito obrigado!

E finalmente a você que chegou até esta última página, lendo,


prestigiando, fazendo parte deste projeto, queremos agradecer
imensamente, pois esta revista é feita justamente pra você, que gosta e
vive o aquarismo como sempre vivemos, porque nós fazemos o que
amamos!

Até a próxima edição!

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expansão, mas não sabe por onde começar?
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