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17/01/13 Omolocô

A RAIZ RELIGIOSA AMERÍNDIA

O BATUQUE E O OMOLOCÔ
Foi sobretudo do "Batuque" que se originou o terceiro sincretismo
religioso brasileiro, o Indígena-Cristão-Banto-Sudanês, os chamados
Candomblés [que aqui vão entrar apenas como "filtro de estrutura" pelos
quais passou a religiosidade indígema brasileira], pois, à medida que mais
e mais negros de origem Banto, Congo e Angola alforriavam-se e
reagrupavam-se na periferia das maiores cidades da época, foi no
Batuque que eles mantiveram as partes dos rituais de seus
Antepassados que conseguiam por em prática dentro dos limites
estreitos da escravidão, criando os primeiros Candombes, que é uma
palavra de origem Banto e não Iorubá, significando no Brasil, "lugar de
terra batida por pés" e/ou "lugar de danças de negros", e, por extensão,
"terreiro" onde praticavam seus cultos religiosos, os quais, sob a forma
de cantos e danças - o Batuque - eram permitidos e até incentivados
pelas autoridades como forma de atiçar, assim pensavam elas, as
velhas rivalidades tribais existentes desde a África.

( Vou ler depois )

Mas, ao contrário dessa suposição das autoridades, desde os seus


primórdios, estes Candombes incorporaram várias etnias dos fiéis dos
Catimbós, levando assim para o seu interior o sincretismo religioso
indígena-cristão anterior.
Entretanto, com a inconteste hegemonia Sudanesa (Ijêxá, Kêtu,
Òyó, Ifé e Benin - enfim, Nàgô) que por fim se estabeleceu nos
"Candomblés de Nação", com a sua total rejeição da manifestação
pública dos seus Baba Egun [Antepassados], excepto se realizadas nos
novos Terreiros-li-ese-egun para poder também rejeitar qualquer
outros antepassados de quaisquer etnias, a corrente religiosa
indígena-banto-católica, embora aceitando o conceito dos Orixás
Sudaneses, reafirmou sua opção anterior pelo culto dos Caboclos
cristianizados e dos seus Antepassados africanos, começando a surgir
daí o conceito Umbandista dos primeiros "Mensageiros Incorporantes
dos Orixás" -- Os Cablocos e os Pretos-velhos -- surgindo assim o
Omôlocô ou Candomblé de Caboclo.
E, nestes novos cultos, continuaria vivo o sincretismo religioso dos
ritos indígenas-cristãos apoiados em todo Panteão Africano Orixás,
Voduns e Inkicês), e, assim, ao lado de Olorun, pontificam Tupã, Zambi
e Deus que é Pai; ao lado de Yemanjá, estão Janaína, as Iaras e
Nossa Senhora; ao lado de Ogum, combatem Cariri e o Boaiadeiro; ao
lado de Oxosse, corre o Sultão das Matas; ao lado de Exú, reinam o
Caipora e Zé Pelintra; junto aos Baba Egun, estão as Crianças, a
Falange do Oriente e os Caboclos Tupinambá, Tupiara, Jaú, Irerê,
Juremá, Pedra Preta, Pena Branca, Cobra Coral, Seô Quatro Olho e
muitos outros mais.

Mana, Benção, Mandinga e Axé


Mestre Piron

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