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Direito
Teoria Política
Gabriel Garcia Rafaelli Rigoni – gabrielgarciarigoni@gmail.com
Montesquieu escreve seu mais famoso livro L'Esprit des Lois (O Espirito
das Leis) em 1748. Não se trata de uma obra de teoria política, embora exista
uma e será o que abordaremos exclusivamente nesta análise. Das possíveis
interpretações deste livro, o que Bobbio considera é de uma teoria geral da
sociedade. Como Vico, Montesquieu propõe também o problema de saber se há
leis gerais que presidem à formação e ao desenvolvimento da sociedade
humana, de modo geral, e das sociedades, consideradas em particular, com
ênfase no mundo extra europeu (principalmente no que concerne ao
despotismo), o que difere de Vico.
Montesquieu, logo nas primeiras linhas de seu livro, mostra que o seu
interesse é principalmente a descoberta das leis que governam o movimento e
as formas das sociedades humanas, para tornar possível a elaboração de uma
teoria da sociedade:
Logo temos duas opções - todos os seres do mundo (inclusive Deus) são
governadas por leis; têm se uma lei sempre que há relações entre duas pessoas
cujo o melhor exemplo é a relação de casualidade. Destas duas definições
Montesquieu extrai uma consequência que sustenta sua tese: o mundo não é
governado por “cega fatalidade”.
“Há, portanto, uma razão primitiva, e as leis são as relações entre ela e
os vários seres, bem como as relações destes últimos entre si”.
A teoria da tripartição dos poderes trata das leis que formam a liberdade
política. Liberdade se entenda como "o direito de fazer tudo o que as leis
permitem". A liberdade política não existe sempre nos Estados moderados: só
quando não há "abuso de poder". Acontece sempre que todos os homens,
quando têm poder, "se inclinam ao seu abuso", até encontrar limites... Para que
não seja possível abusar do poder é necessário que, pela disposição das coisas,
"o poder constitua um freio para o poder". O freio para o poder que Montesquieu
tem em mente é inspirado por Locke e sua participação na constituição inglesa:
a atribuição das três funções do Estado a órgãos diferentes.