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KEITH OATLEY JENNIFER M. JENKINS COMPREENDER eee @ usr PIAGET I ABORDAGENS AO ENTENDIMENTO FIGURA 1.0. - 1; INTRODUGAO emogdes ou uma descoberta sobre elas, Se 0 leitor iniciasse a leitura da litera " aPés um curto perfodo de tempo que as emogées exam mesementa Sapestos dispersos da vida e do comportamento mentais humanos, nada tercls em comum a nao ser 0 nome wemogdes», Acreditam menos bem definidos. O que fazemos neste capitulo Bins 2 investigagio e ao pensamento, para dar corpo a algumas \deias, Agata aie rea Quem esté certo e quem estéerrado?» Estas abordagens ska complementares e a questio é: como é que os diversos temas que tam poderao ageupar. 2 eel tura cientifica sobre o assunto poderia FUNDAR UMA PSICOLOGIA DE EMOCOES Numa érea em que nem tudo é ébvio, as perspectivas das pessoas que apre- saligmes aqui permanecem actuas eestdo ainda a ser desenvolvidas desecbon argent disso. Algumas destas pessoas ~ Darwin, James e Freud ~ langaren as fandacoes para a psicologa, a psiquiatria ea biologia como um tole horn Como Para o entendimento das emogdes. Pode considerar-se que este Brupo estabeleceu a compreensio das emotes na tradicio das ciéneiss CHARLES DARWIN: A ABORDAGEM BIOLOGICA A nossa descendéncia assim, éa origem das nossaspnites ‘and Animals (1872), escrito como os tor poderd ima- 90es Possufam funcdes na nossa 2 sobrevivéncia. Com efeito, PSicélogos e biélogos presumem que foi que afirmou. Porém, nio 0 O seu argumento encontrava-se mais perto do que qualquer coisa que poderiamos sens: im das Espécies Darwin mencionara os seres humanos apenas passagem e em termes vagos, embora haja um curto pardgrafo na secgao fi dizendo: «Num futuro distante, vejo campos abertos para mais pesquisas imp tantes. A psicologia basear-se-é numa nova fundagZo, a da aquisigdo necessé de cada poder e capacidade me wvés da gradagao. Lancar-se-d luz sobr origem do homem e da sua hist6ria» (Darwin, 1859, p. 458). Darwin iniciou suas préprias observacées acerca das emogSes em 1838, O que the interes no era, como actualmente se tomou, as emogées em si; mas um interesse 1 expressdes emocionais como prova possivel da evolugdo da espécie humana continuidade do comportamento humano com o de outros animais e as ba: fisicas da mente. Ele prosseguiui numa frente alargada, observando as express emocionais nos animais, bem como nos humanos adultos e nas criancas. Fstava in ressado quer no normal quer no anormal e conseguiu a ajuda do director de u grande aslo de doentes mentais no Norte de Inglaterra para proceder a observ ses dos pacientes af intemnados. Desenvolveu novos métodos também, reconk cendo a importancia de estudos transculturais: foi um dos primeiros a us uestiondrios, Ele enviou um conjunto de perguntas impressas a missiondios jutros que podiam observar pessoas de outras culturas, pedindo-lhes para obs varem expresses particulares. Recebeu 36 respostas. Darwin também estudou pintura ¢ interessou-se pela Expression of the Emotions foi um dos primeiros livros em que se fias (como as do inicio deste capftulo) para ilustrar pontos especificas a0 leit Darwin trabalhou com um fotdgrafo e coleccionou imagens de criancas e « adultos exprimindo emogdes naturalmente © em poses - O aspect vador da obra de Darwin, neste caso, era usar a fotografia para mostrar os /humanos em termos de expresses emocionais e nao em termos de fisionomia a ideia popular, mas questiondvel de que se pode ler as personalidades di pessoas nos seus rostos O livro apresentava duas componentes. Uma era um conjunto de observ {Ges e de descobertas de Darwin, baseadas nos muitos métodos que adoptara o desenvolvera. A partir destes, formou uma taxonomia, fornecendo nomes 3 Principais expressie: . A segunda componente do livro de Darwin sobre expressdes foi 0 seu cor junto de conclusies teéricas. Concluiu que as expresses emocionais so padrée de acco que ocorrem mesmo «que nao possam... ter 0 minimo uso» (p. 28 A ideia principal de Darwin acerca das expressdes da emogio era que derivavan de habitos que no nosso passado evolucionério ou individual foram um di stes baseiam-se em mecanismos semelhantes a reflexos. Algumas acgoe Ocorrem quer sejam tteis quer nao e sdo despoletadas involuntariamente em cir 2B TABELA 1.1 Expresses emocionais analisadas por Darwin (1872), 0 apareiho motor usado e 0 tipo «de emogio expresso. Esta tabela esboca parte da taxonomia de Darwin das expressoes ‘emocionais e as emogdes com que se relacionam Expresso Aparelho motor Exemplo de emogae Corar Vasos sanguineos Vergonha, modéstia Contacto corporal Punhos cerrados Chorar thar carrancuda Aparelho dérmico ‘Aparelho vocal Misculos somaticos ‘Miscuios faciais Masculos somaticos sem funcdes, 0 apéndice. Darwin salient descendemos de antepassados de. As expresses emocionais apr sortiso de desdém, u 108 parcialmente os di acto de rosnar e da pr 4 104 outras expressbes &infancia inci, apesar de na vida ad samente Os gritos nos bebés e produziu um hos e da secrecio das grimas para ajudar a protege: ida segregam Embora 0 objectivo de Darwi continuidades entre os hhumanos ¢ 0s outros animais, esta mensagem pode ser lida de outra forma: talvez, como humanos adultos, devéssemos ser capazes de nos erguer acima das nossas ns bestaise infant sm da citagao de Darwin no paixdes animais. Est ssenta num mecanismo com aspectos que s30 lades mo foriana. Os estéicos, at xe. Darwin adicionou as observagbes da c 2. Porm, com e evolugio humana a part também fomeceu uma das mais importantes bases pai 66es mos, uma ideia que retomamos no capi WILLIAM JAMES: A ABORDAGEM CORPORAL 150 comum, rminado tipo de acti- dete sentir-no de medo muras, correr, etc, a sensagao das nossas respostas corporais aquilo que perce Durante algum tempo a teoria de James, as reacc as suas exten- ses, foram praticamente o todo da psicologia das tradigao, quase todos os manuais de psicologia reconheci psicdlogo dinamarq 1885) havia independ uma ide| teoria tor u-se conhecida como a teoria das poralmente. Podemos tremer ou transpirar, a respiragdo pode ser tomada por uma mos ou rimos desesperadamente. As emocies Uma parte do sistema sensorial visa 0 nosso ames capta-se quando diz o seguint icblogos também a consideraram ‘A sua importancia é redobrada, Em primeiro lugar, James sublinhou a persor de que 0s si idas. Nao pulsar. A mente (V. teoria, € 0 conj parte do sist sensagio de que este poderia ser o nosso prop 1c40 das emogbes f nnstrada experimen- 1966). O ponto principal corporais, segundo esta o de mudaneas realizadas pelo sistema nerv coragio a 26 Respiragio ALIA Ritmo cardiaco Resposta gavinica — SS da pele FIGURA 1.2, ~ Esta figura mostra um sujeito a quem se medem os indices fisclogicos das ‘emogies, como a respiragdo,o ritmo cardiaco @ a Resposta Galvénica da Pele (GSR ou a Condutbiidade da pele, uma medida cronometrada das atteragdes da transpracdo). as dos movimentos dos Iteracoes de ansiedade: no seu ca 3S, provavelment uma ma constituigio her hos a passar neces sidades (Bo sintomas de ansiedade corporal res. Nao sdo raras: o leitor poderia Perguntar-sea si mesmo qual é a sua propria vers James estava certo: aquilo a que chamava as emogBes grosseiras est ass0- ciado a dis is (como com 0s ata- ques de os causam medo. Podemo: de que nao somos espiritos di mogdes mos- ser téo fortes que eles pr James como uma advertén Agitando 0 corpo, as nossas contecer. Em segundo lugar, James propds que as emogies dao «cor e calor» a viven- cia. Sem estes efeitos da emosio, dizia, tudo seria bago. Esta ideia ce que a emo- "U nos entendimentos psicoldgicos da emogdo, wes podem ser agradaveis ou desagradaveis rOprios estados de sentimento, podem ser coisas a procurar ou a evitar. SIGMUND FREUD: A ABORDAGEM PSICOTERAPEUTICA descrigto feita por jeto de wm dos primeiros easos de Freud). Freud e Breuer, 1985 oria sobre emogdes enquanto tal. Com >, Propds trés teorias acerca dos efeitos de questées emocionalmente signif a sua teoria dos traumas emocionais, que analisaremos aqui; a los conflitos internos (Freud, 1915-1916); e a teoria da compulsio a repetigdo (Freud, 1920), De cada vez ele modificou a sua teoria anterior porque nao funcionava t30 ‘quanto pensara. igmund Freud ndo propés uma tos emocionais, era a de que determinados malmente de tipo sexual, podem ser tio prejudiciais que deixam mar- igicas que podem afectaro resto das nossas vidas. A sua principal expo- icd0 foi numa série de casos curtos: apresentamos um, 0 caso de Katharina (Freud e Breuer, 1895, pp. 190-201). Freud dava um passeio nos Alpes Orientais ’os principios da década de 1890, tentando, como afirmou, afastar a medicina e as neuroses completamente da sua mente. Disse que acabara de o conseguir quando, numa hospedaria do topo de uma montanka, uma voz interrompeu a sua ¢ontem. plagio da paisagem perguntando: «© senhor & médico?» Freud denunciara-se no livro de registos. A voz pertencia «a uma rapariga com um aspecto bastante car- rancudo de, via servido a refeicao [de Freud)» (p. 190) ‘Chamava-se Katharina e era sobrinha do proprietario, Disse que os seus nervos _ndo eram bons e que consultara um médico, mas ainda nao so sentia bem. Assim, Freud voltara as neuroses ~ 0 nome téenico que dava aos problemas Popularmente conhecidos como «nervos». Katharina contou que sofria de ata. bido e um ques em que pensava que ia sufocar. Havia um 21 Parecia rebentarem-the a cabeca, ve aperto no peito que lhe provocava Froul perguntou-the se se sentia assustadla, Ela respond q mente, afirmou, enchia-se de coragem e ia a qual sentia-se como se estivesse para morrer e, nestes dias, 28 eria actualmente denominado por um ataque de panico (Associacé itrica Americana, 1994). Estes ataques podem ocorrer em perturbagée que sao habitualmente estados incapacitantes erénicos, em que ums nga ¢ sentir-se incapaz de participar na vid: social. Em termos de emogées, estes ataques so episédios de medo com pertur bagdes corpora violentas do tipo que James descreveu. Os ataques de piinico acontecem frequentemente sem qualquer nogfo do objecto que produ ‘esse medo e, por vezes tal como com Katharina, fazendo quem sofre deles pensar que as proprias perturbagdes causardo a morte. Nos seus ataques, Katharina disse: «Vejo sempre uma cara horrorosa que olha para mim de uma forma terrivel e fico assustada>(p. 192). Katharina nao sabia dizer a quem pertencia este rosto. Freud estava certo de que se tratava de um ataque de medo, também cha- mado ansiedade. O seu objectivo na terapia era descobrir como os ataques come- savam e qual - ou. quem ~ seria 0 objecto temido, Afirmou que 0 topo de uma montanha nao parecia 0 local ideal para tentar a hipnose, assim, questionou Katharina. Os ataques, contou, haviam comegado cerca de dois anos antes. Freud. pensou que deveria tentar uma suposigdo, dado que constatara que as mulheres Jovens experimentavam sensag6es de horror quando confrontadas pela primeira vez. com 0 mundo da sexualidade. «Se no sabe», declarou, «vou dizer-the como fo algo que a envergonhou la. «Foi quando apanhei o meu tio ‘com uma rapariga, com Frat inha prima» Freud continuou a questo tinha espreitado por uma janela na passa- ‘gem para uma divisdo para ver o tio deitado em cima de Franziska. Ela lisse: «Afastei-me da anela imediatamente e encostei-me & parede, mal conseguindo res- Pirar ~ exactamente 0 que acontece desde enti. Tudo ficou escuro, a8 pal fecharam-se e pemaneceu um martlar e um zumbido na minha cabea>(p. 193) Katharina afirmou que nao tinha compreendido o significado daquela cena ra altura. O rosto que via durante os seus ataques nao era o de Franziska, Fra tum rosto de homem. Seria 0 do tio? Nao sabia, Ndo o havia visto claramente e Porqué, perguntava, «seré que, nessa altura, ele estava a fazer uma cara tio hor- Torosa?» (p. 194). Freud concordou, mas continuou a perguntar. Trés dias mais tarde Katharina afirmou que sentira vertigens novamente e que em seguida sofrera de néuseas e v6mitos durante trés dias, Freud sugeriu que a sua doenga Significava que sentira nojo quando olhou para dentro do quarto. «Sim, tenho a certeza de que sentinojo», disse pensativa, «unas nojo de qué?» (p Nem Freud nem Katharina puderam perceber, mas ele pedi wat a historia, Declarou que finalmente havia contado esse episddio Suspeitava de que ela estava a esconder qualquer segredo. Seguir. dcsagradaveis entre o tio ea tia no decurso das quais ouvra cosas que preferra 1 fer ouvido. No fim, a tia mudow-se com Katharina para ocupar a presente Sstalagem, deixando o tio com Franziska que, por essa altura, estava gravida, ee pessoa pode perder toda a 29 nia de entrega reconhee: FIGURA 13. -A fotografia de grupo da cont do grau honorario da Universidade Clark em ferénca, €o quinto a partir da dreta. Na segunda terceiro desde a esquerda, encontra-se James Cattell mais viu Kath © estava inconsciente, como Katharina disse: «Por Deus, sim Isso foi quan apanhei o meu tio com a rapariga, com a Franziska» Outros elementos do caso cle Katharina sao comuns psicoterapia, Incl \ogdes entre os problemas pri Cipais a serem tratados. Tais emogdes, quando se tornam profundamente perturbadoras ou incapacitantes, séo chamadas sintomas. Os vam as suas bases emocionais, embora sejam frequentemente mais intensos « mais duradouros do que as emogdes comuns, Sio, em parte, anormais no facto cle que quem os sofre os experimenta como inapropriades, incapacitantes, por vezes incompreensiveis. A psicoterapia 6 frequentemente dirigida ao afrouce mento da sua garra, compreendendo-os ou regulando-os ou tornando-os mais suportaveis. Para compreender as emogdes,o trabalho de Freud du inicio &ideia de que, deliberada ou involuntariamente, a mente parece prevenit-se contra emocoes desagradaveis. Freud chamou a estes processos mecanismos de defesa e a sua filha Anna Freud desenvolveu aideia (1937), Mais geralmente, os investigadores que expandiram 0 trabalho de Freud sobre o tratamento de eventos emocio. nalmente tensos falam em termos de lidar com 0 evento e com as emogbes que produz (Lazarus, 1991). AS BASES FILOSOFICAS E LITERARIAS Darwin, James e Freud nao foram, de todo, os primeiros na tradiggo ociden- tal a pensar sobre as emogies. Reflexdes acerca das emogies podem ser encon, radas em alguns dos documentos escritos subsistentes mais antigos. Alguns escrito afectaram profundamente o pensamento moderno. Nesta seccio consi. dleramos as abordagens de quatro escritores que representam correntes impor. tantes do pensamento referente as emogdes. ARISTOTELES: A ABORDAGEM CONCEPTUAL nada é bom ou mau, $60 pensamento o faz asim. ‘Shakespeare, Hamlet, 12,1. 249-250 Aristoteles, que viveu de 384 a 322 A.E.C (Antes da Era Comum), langou algumas das fundacdes da psicologia das emogées europeia e americana. A sua Perspectiva mais fundamental consstia em que as emogdes esto ligadas 3 accdo «gue derivam daquilo em que aceditamos. Um motivo pelo qual a abordagem de Arist6teles ¢ importante consste no facto de, noutras abordagens, as emostes 32 lesmente nos acontecerem (como & sugerido por Darwi ¢ James), Estes argumentos podem indicar que as emogdes so meramente acer tecimentos biol6gicos, como espirrar, sem significado ou que s40 opostas pensamento. Que qui les quando defendeu que as emogve dependem dag que acreditamos? Principal andlise das emogdes realizada por Aristételes no seu live em que apresentava preocupacées praticas: como é que efectuamos o argumentos persuasivos, especialmente quando falamos acerca de decisdes pri ticas? Em muitos casos, aquilo que deviamos acreditar e aquilo que deveriamo fazer nao € certo, Assim, temos de tentar aproximar-nos da verdade realizandk lum argumento que seja persuasivo, Aplicam-se trés principios gerais, afitm, Arist6teles. Em primeiro lugar, hd mais probabilidades de um ouvinte acredi riuma boa pessoa do que numa md, Em segundo lugar, as pessoas sio persu das por argumentos que abordam a verdade, ou uma verdade aparente,acerc do assuinto em questio. No tépico das emogdes, Aristételes deixa claro que nao esta interessado nas emogGes para suscitar 0 preconceito, a piedade, a ira, etc, para influenciar a irra cionalidade das pessoas. Ele concebe a retérica como uma busca da verdade, falando e discutindo, Referindo-se ao discurso num tribunal, diz: «Nao estd certo corromper 0 juiz levando-o 3 ira, ou a piedade - seria o mesmo que empenar a régua do carpinteiro antes de ele a usar» (1984, 1354a, 124). A sua Preocupagio com as emogies consiste no facto de que falar é um assunto pessoa Quando se fala para persuadir, tem de se saber alguma coisa acerca da pessoa Para quem se fala, acerca dos seus valores e acerca dos efeitos que esse discurso Pode ter sobre ela. Quando «as pessoas se sentem amistosas e aféveis pensam tim tipo de coisa; quando se sentem iradas e hostis, pensam outra coisa comple- te diferente, ou a mesma coisa com uma intensidade diferente» (1377b, 29) «As emogées», continua Aristteles, «so todos aqueles sentimentos que mudam [as pessoas] de forma a afectar os seus julgamentos e so também assis. tidas pela dor ou pelo prazer. Esses sdo a ira, a piedade, o medo e outros, com os seus opostos» (1378, 1.20), Aistoteles continua para definir e analisar emocdes diferentes, comecando Pela ina: «A ira pode ser definida como um impulso, acompanhado pela dor, Para a vingana conspicua por uma atitude desrespeitosa dirigida sem justfica, S80 em relagio aquilo que nos preocupa ou em relagéo a0 que preocupa os nos- $08 amigos» (1378, 1.32). A ita € definida nos termos co, to que uma pessoa Possui e na forma como este conhecimento & usado. Aristételes fal decompor algo nas suas partes. E isto que as suas definicées co forna as propriedades de cada parte claras. O que ele quer dizer com ser des. ‘peitado, por exemplo, éalguém tratar-nos com desprezo ou contrariar os nossos . Na Europa ¢ na América, no obstante as potenciais contradi ‘bes de algumas das nossas conviegdes cuturais acerea das emogies, «romantico simente ainda um termo apropriado para 0 magdo das emogoes e das suas nara-se firmemente uma parte da das ideias de iterdade individual Foi a Jean-Jacques Rousses que foi geralmente atribuida a suns as encontraron ua pont radas para a mudanga de valores qu Rent publco a Kee, acumen considerada ova religiosa se baseia na forma como nos sent turas ou nos argumentos para a existéncia de Deus. Foi ele que comecou 0 ata- que as buscas cultivadas como artfiiaise corruptoras: em vez. isso, propés que a educagio devia ser natural e que as emogdes naturais das pessoas indicam 0 que esté certo - tém meramente de estar atentas para os sentimentos da sua consciéncia. A sua frase sonante do inicio do Contrato Social (1762) «© homem nasce livre ¢, em todo o lado, encontra-se acorrentado» tornou-se o grito de ordem para os jacobinos na Revolugso Francesa etais pensamentos também atravessaram © Atlantico para ajudar a alimentar a Guerra de Independéncia americana. © romantismo inspirou escritores, que se pode considerar que continua- rama articular as mudangas culturais que estavam a ocorrer. Os roménticos esta- vam fascinados pelo natural. Os cendrios selvagens, previamente, contudo, assustadores e birbaros, comegaram a ser valorizados. Os escrtores comegaram aexplorar os mundos da vida comum, em vez das vidas dos aristocratas. Explo- raram a infdncia, os sonhos, locais distantes, 0 exético, A escrita em si mesma tomou-se uma forma de descobrir verdades emocionais interiores. E,em vez da razio, foi a emogio, experimentada e aceite, que se tornou ideal. As emogées ‘eram expressas por poetas, romancistas e dramaturgos, bem como por pintores e Imiisicos. Leitores, audiéncias, espectadores, ouvintes, todos se comoviam; tam- bbém eles experimentavam emogdes, Recordemos a nova ciéncia social de George (analisada no capitulo 1) em que a experiéncia das emogées se tomnou central Em vez de conta a do romantismo, consideremos apenas um romance Shelley filha da famosa feminista Mary Wollstonecraft e do im Godwin. Aos 16 anos ela fugiu com o poeta Percy - Quando fez 18 anos, Mary juntamente com Percy, a sua meia- rd Byron e outro amigo, estavam de férias durante um Vero 4» nos Alpes. Uma chuva incessante confinou-os & casa durante dias. iam bastante e tinham longas conversas sobre literatura, filosofia e biologia. O facto de as 61 Um dia, Byron sugeriu que cada um devia escrever uma historia de (Quando foi para a cama Mary Shelley ndo conseguiu dormie Impel versa sobre experiéncias em que a electricidade foi usada pata musculares em criaturas mortas, ve ular o mente uma imagem de Wr RA 2.1.— Pagina nici do volume da primeiaedigéo de Frankenstein, escito por Mary Wolstonecratt Shelley, mas originamente publicado anonimamente foi um soe Brimeiros romances do periodo romantica inglés, enlatizando as emogbes ¢ os cove efeitos. constr um homem a a sua pele amarelada mal anos de trabalho duro impul los e das artrias»(p. 105). Apés nado pela excitacdo da investigacZo infunde-Ihe a cen- ise com a sua amada na rua e ‘om a cor da morte, os seus ti iver da minha falecida mae» ( (Com esta imagem surpreendentemente madera de um abuso ineestuoso da e7a, Frankenstein acorda. Sobe novamente as escadas para o seu laboratsio, A cr lexgue'se eestca as maos como se quisesse deter sew criador. Frankenstein loge nova- mente da sala. Quando 0 rosto da criatura se encontrava em repouso era fei, mas a ‘mado tornava-se uma visio do Inferno. Depois de dois anos e de uma longa doenga, Frankenstein volta para a familia em Genebra para descobrir que uma crianga,o sew irmo, hava sido assasinada. Vislumbra sua cratura na mata e adivinha que fora ela quem cometera 0 acto, Uma criadaé co dena pelo crime © morre por isso. Num tormento de culpa, Frankenstein tenia encon- tear consolo fugindo para os Alpes, mas a criatura encontra-o no mio daquele cenésio he da sua fuga do laborats- 8 primeiros encontros com os humanos, fra repelido por use num casebre abandonado encostado & pared da casa cde um camponis. Através de uma festa observou os habitantes da casa, uma rapariga, ‘um jovem e um homem velho cego, irma e irmio com o pai. Quando o homem sort pat ‘com bondade e afeigdo, a criatura wsentiy sensagdes de uma natureza realiza outastarefas para a familia. Meticulosamente aprende as {umes soiais. Numa inocéncia que reflect a leituraatenta de Rous ‘acaba por sentir uma benevoléncia naturale amor pelos camponeses pos tm an 0 jovem bate na c Seguinte a familia abandona a cas receseelangafogo ao casebre casa cata yaguia nesse Favero na amargura, mas na Primavera sente bondade € ‘olla. Decide encontrar o seu crador. Em Genebra, enconta um rapazinhoe aproxima-se ado que a clang seria demasiado nova para sentir o preconceto. Porém, 3 {fianca fica alarmada, chama-e ogre e ameaga-o dizendo que 0 Seu Pai, igat. A criaturaestrangula 0 rapaz ~instigado pela rava 20 Ouvito nome da amaia do homem que fol responsvel pela sua destiguraso. Dias mais tarde, a criatura enconira Frankenstein nos Alps. firma que sed sem- Pte evitado pelos sees humanos. Confssa que se fomou mat, mas porque & mens 63 feveria ele corner o risco les puciessem espalhar a destruigdo ou deveria ul ‘outro monstro para qui 0 desejo desta criatura que busca Frankenstein continua a ser um romance excitante; faz pensar nestes dias de robbs e de inteligéncia artificial, da nossa exploraczo construgio de sistemas tecn (Perrow, 1984). No romance e cendrios entre a paisagem selvagem, oa énfase do natural, a desconfianga do a arrogantemente ultrapassam os seus limites. Os valores do romantismo nao eram os da cultura europeia antes do sé No romance ce Shelley podemos ver muitos destes valozes tomados exp ainda continuam connosco. Nés experimentamos as emogBes como rates para muito do que fazemos. s emogtes como causas de accio, o ical e @ apreensio dos humanos que COMPARANDO-NOS A NOS PROPRIOS COM PESSOAS DE OUTRAS CULTURAS °s como 0s antropé- iferentes da nossa do Norte e da Europa, dado que é a tradigao em que os autores deste livro (um inglés e 0 outro ameri, ano) foram criados e acerca da qual possufmos um conhecimento em primeira ‘mao. Para compreender as emogdes — as suas, as das bem, as das pessoas em sociedades diferentes ~ ¢ livro serd norte-americana e europeia, comecamos com a cultura ocidental orem, consiste apenas num ponto de patida, sendo um ponto de partida pros: a América abrigam muita culturas diferentes. Ndo pensamos ‘que a nossa cultura é superior. Se féssemos japoneses ou indianos, escreveriamos of lidade: antes, entre os muitos valores que qualquer sociedade humana pode adoptar, alguns so esco- Ihidos em vez de outros. Por exemplo, sugerimos que a América do Norte é ainda em muitos aspectos romantica. Nos tltimos 20 anos as preocupacées ambientalistas tomaram-se fortes. Aproximam-se muito das atitudes romanticas dos valores que afirmam o natural, mas isto nao significa que estes conceitos sejam ieracionais. ESTE E OESTE je uma sociedade nao ocidental, 0 2 ocidental, numa economia de dinheiro. As dife- rengas ndo se devem a diferentes graus de progresso industrial, de instrugdo ou semelhantes: no obstante, os climas emocionais euro-americanos e japoneses realmente diferem. O principal contraste verificado por observadores ocidentais japoneses encontra-se na natureza do eu. No Ocidente conceptualizamos o eu como um «eu-préprio» (Lewis, 1992), uma entidade auténoma, a fonte das deci- des, dos pensamentos e das acgdes, bem como o centro da experiéncia das emo- Ges. Este eu esté separado dos outros eus. Nesta sociedade & importante ser independente, para afirmar 0 eu, para competir com outros eus se necessério. Em contraste, no Japéo e em muitas culturas nao ocidentais, embora esta explicagdo seja, sem diivida, demasiado simplificada, muitos comentadores des- ereveram 0 eu como um «eu-nés», derivando de ligagies com a familia, os colegas 0 grupo social, F mais importante dar-se bem com 0s outros e viver em harmo- nia com eles (Markus e Kitayama, 1991), Para que no pensemos que 0 «eu» inde- endente, devendo a autenticidade aos seus desejos e emogbes individuais, é natural, devemos reflectir que este énfase sobre o natural é por si mesmo parte da heranca cultural ocdental (ver secgio anterior sobre o tomantismo). Em termos das culturas mundiais, é0 eu individualista que ndo é comum (Geertz, 1975). Em todas as sociedades as criangas desenvolvem um sentido delas mesmas como fisicamente separadas do mundo. Neisser (1988) propés que este aspecto fico se deveria chamar 0 «eu ecoldgico», Além disso, as pessoas em todo 0 [ado provavelmente tém um sentido de uma vida mental privada, incluindo uma corrente de pensamentos conscientes, sentimentos e sonhos. Todavia, alguns ‘utros aspectos do eu diferem e afectam a vida emocional. Com um eu interde- Pendente ou um eu-nds, os pensanentos e os sentimentos concentram-se no em «starem separados, mas em encaixarem-se com outros. Mesmo na nossa socie- dade indivi ta, pode obter-se um sentido disto: quando nos apaixonamos, Podemos experimentar os limites de nés mesmos em expansdo para incluit « 65 Outra pessoa nas nossas preocupa «nds» imérias e a tornarmo-nos mais um, lependiéncia e de auto-afirmagdo. No entre pessoas de grupos sociais tos (63%) ‘era manter a autoridade ou a independéncia ou a ria da imagem pessoal. Miyake etal. (1986) verticaram diferentes efcitos terpessoal na América e no Japo desde cedo na vida. Os cientistas mos. traram brinquedos interessantes a bel tempo que levava para as criangas comecarem a movimentar-se em direcgao 20, bringuedo ap6s a audigio da expresso da mae, os bebés americanose japonesrs rio eram diferentes na rapidez com que se movimentavam apts 0 som das vvozes alegres ou temerosas das maes. Depois Wes falarem com uma vor irada as criancas americanas comegaram a para o brinquedo uma imédia de 18 segundos mais tare, mas as criangasjaponesaslevaram significa vamente mais tempo, uma média de 48 segundos, para comesarem a movimen. tare. Os bebés japoneses eram provavelmente mais inibidos pelas expressdes iradas das maes porque estes eram acontecimentos raros. Falando de uma emog0 mais positiva: no Japdo ha uma emogdo, ame, para # qual nao existe uma tradugio simples (Morsbach e Tyler, 1986). Amae é uma emosdo de interdependéncia, que surge de uma espécie de simbiose, do conforto na completa acitagdo da outra pessoa. Nao & que esta emogdo no seja reconhe, civel noutras culturas ou que Ihe falte significado universal. Antes, nfo possul uum lugar claro na vida adulta ocidental. O seu ideograma chinés original ra um , quando os ocidentais imaginam esta emogao, sabem que se deve ter abandonado a situacio. No Japao isto no se esta é uma emogio de uma relagio de aceitacdo no seio de uma familia eé ibém valorizada como uma dependéncia mitua entre amantes. Possui a sua palavra especial ¢ a sua importincia cultural especial. No Ocidente seria consi. derada regresso. E uma emocao nao de separacio, mas de unio. Heelas (1986) conduz os leitores lares tém tendéncia para 0 hipo-reconhy cimento € para a supressio do medo. Uma fonte para esta teoria constitu ‘manuais de conselhos pa is: Stearns e Haggarty (1991) estudaram 84 de tes manuais publi 50 e 1950, bem como literatura popular dest nada is criangas, Antes de 1900, destacaramsetréscaracteristcas avisos aos pa acerca dos perigos em suscitar medo nos flhos; 0 siléncio quanto & questio d lidar com os medos da infincia; as historias para rapazes que visavam inspira coragem e estar preparado para agir correctamente apesar do medo. Em seguid: ‘ocorreu uma mudanca: «Diz-se aos pais do século xx que ndo s6 evitem assusta 0 filhos como um dispositivo disciplinar, mas também para dominarem as sua proprias emogies, para que ndo déem sinais de perturbagdo» (Stearns Haggarty, 1991, p. 75). O Dr. Spock (1945) no seu influente manual descteveu o medos da inféncia como necessitando de uma gestio cuidadosa. A separacio d criangas pequenas suscita medos e deve ser evitada, Se os medos ocorrerem devem ser tratados com paciéncia e afecto. Cerca da década de 1940 as histdrias para rapazes que consistiam em agir bem, apesar do medo, cido, para serem substituidas por aventura: ‘medo sequer. Na sociedade americana, cont tinica coisa que deve- iprio medo.» Numa transformagao da ideia medieval de julga- ‘mento final, o filme de Hollywood Defending your Life representa acontecimentos p65 uma morte terrena em termos de um julgamento no tribunal com advoga- dos. Em vez do pecado ¢ 0 julgamento de que o medo governou a vida da pes- soa que determina se a pessoa segue em frente ou pata tras. No Ocidente, pensa-se que as emog6es, excepto 0 medo, sfo grandemente involuntérias e que 6 geralmente melhor expressé-las. Pensa-se que 0s tiscos de Savide suprimem outras emogdes e ficamos desconfiados de alguém que parece demasiadamente controlado emocionalmente. Em contrast, no Japio mutes €mogdes eestados corporais sio cultivados em algumas circunstancias, mas con. trolados noutras. Matsumoto etal. (1988) constatou que os americanos acredita- Yam que o medo podia ser influenciado. Fm comparagao com os japoneses, 0s americanos pensavam que a ia ea aversio eram mais involunt Na América 05 individuos possuem dieitos. Nas 6 m as nossas emoces, ‘gralmente, com pericia, sem confi Pontes para este ideal: 0 conceit 6 ocidentais para o Zen, em que este ideal de budismo que floresceu no is. Actualmente o Jap. ‘mundo, jd ndo vemos os americanos a tentarem compree Para saberem como fazer a guerra. Em ver disso, verion os cidentais a tentarem compreender os se comerciar e para competi economicamente. CLIMAS EMOCIONAIS O termo «clima emocionab>, cunhado por De Rivera (1992), descreve 0 humor de um grupo cultural ou de uma nagdo. Afecta nao ee ¢ modo como nos seraimes, Mas 0 que pode e ndo pode ser feito. Por exemplo, em den a desconfianea mul objectos do di 68 th traduzido como sinceridade, matty dever social sem ser de acordo com os sent aspecto as cidades japonesas e americanas sio semelhantes, Se, como ociden ‘unca estando fora da sua propria sociedade, fdssemos transportados para meio de Téquio com alguns cheques de viagem, mas sem saber uma palavra d japonés, poderfamos af viver alegremente durante uma semana, Ficarlamos sur preendidos com a auséncia de grfitis ou de vandalism, flizes por nao e ameaga de assalto (Tasker, 1987), surpreendidos por ver raparigas resp a caminhar sozinhas sem preocupagdes pela cidade & noite, mas muito se familar. Poderfamos encontrar o nosso caminho, om as pessoas e reco ahecer muito do que seestivsse a passar. Em contrast, se fossemos transport dos para uma sociedade nao industrializada, mais nos seria desconhecido, Mai mais do que cheques de viagem seria necessério, AS EMOGOES ENTRE OS IFALUK Uma das sociedades no industrilizadas que foi estudada para compreen- der a sua vida emocional foi a dos Ifaluk, um pequeno atol do Pacifico com corea eum quinto do tamanho do Central Park de Nova lorque, com uma populagio de 430 pessoas. Foi vistada durante nove meses por Lutz (1988). Ela escreveu ue pretendia ver: «se e como era possivel as pessoas organizarem as suas vidas de al forma que evitassem os problemas que me pareciam diminuir 2 cultura americana, em particular a sua desigualdade penetrante, quer em relagio 20 lumas nas outras nesta ilha que possui 0 seu ponto mais elevado exactamente 2 alguns metros acima do nivel mar e onde os tufSes frequentemente varrem 2a Cabanas, destroem os campos de inhame e esvaziam os No seu retrato dos Haluk, Lutz teve éxi Alo. ndo as relacies econdmicas.. mas a vida emocional Fm segundo lugar, skvido 8 sua sensbilidade cultural e expericia como escritora, foi eapas de Proporcionar aquilo a que Geertz (1973) chamou uma «descrigi0 densa», nao cre 3s de que emogoes ocorrem, mas dos cendrios a partir dos quais surgem se.2 importincia cultural que deriva deles. Em terceito, dado que nenhumt de MS Se pode tornar membro de outra cultura numa curta visita durante a vide Adulte, Lutz ndo descreve a sensagio de ser um ifalukiano, mas desenvolve ura Be, método. Em vez de simplesmente sofrer o choque cultura, fez uso dele, Ela prépr ima mulher americana num ponto especifco, num tempo hist6- Fico» (p tando atengio a interpretacdes erradas que emergiram entre ela 69 tals decisoes sdo colect deveria ligentes fazem, a experimen. o de um direito. E dever social das pessoas expressar yeava uma na outra pi fugido e a familia riu a com tal acon saber qui ise sozinho, quando ouviram se eneontrava na mens por vezes vis importado a ideia americ a de que uma te algo de mau. ocasi te, utz, embora os homens p uceda er ntre eles, a do qual 0s memoros dos ca 0 ignorr a presenca eas nocessidades dos em ser reconhe (ea sua estadia en las emogdes como universais é que almente. As prOprias emogies de Lutz dura esta valiosa emogao! A emogao mais valorizada, toda amor /tristez tidas com as criancas, os parentes e os parceiros . se queriam ir mente quando 0s entes amadlos se encontram de alguma forma e tradugées dos conceitos emocionais ifalukianos para os seu incluindo quando esto ausentes, visto que nesta auséncia est ‘A questio é quai fundamentais sao as semelhangas; qua ra daqueles de quem dependem. Expressa a triste . ‘2s? Em parte & uma questdo de énfase. Ao ler e pensa implica e a compaixdo que transmitiu esta tristeza ao ser de mais —_ queembora existam diferencas subst tas e embora em diversas culturas algumas emogées enguanto outras sao hipo-reconhecidas, os pontes co ‘povos séo maiores do que as diferencas. EXISTIRAO UNIVERSAIS HUMANAS DAS EMOGOES? Possiveis entre pessoas d © clima emocional dos Haluk & diferente do de Nova lorque edo de Téquiall Sedauce ditwenten Teva Compreender as emogies noutra sociedade Uma das dificuldades na leitura dos estudos intereulturais das emog&es 6 devi ‘como uma pessoa tentar compreender as cores, apesar de sofrer do tipo de dalt rismo que permite ver apenas a preto e branco, O facto de, como Significa que a antiga ideia de que se 5, da ‘ pelo relativismo pertence ao passado. Do mesmo modo que 'm Harré (1986), Heelas (1986) e Lutz (1988), consideram as diferencas ent culturas interessantese concentram-senelas. Os universalistas, gue cl Imicos universais da humanidade, como um esqueleto que sustenta um anda Ekman (1989), Brown (1991) e Shaver, Wu e Schwartz (1992), oem ha LP tragos psicol6gicos u 4a Maes e 08 semelhangas mais convincent eae {0s (Brown, 194 ‘do perguntamos: «Deve-se Lutz afirma que o seu livro pretendia demonstrar que as emogdes re e isto 8 naturez ira?» E, embora 0 popular nos dias do behaviorismo, Taran a ciferentes das que se encontram na América, cultura Bee eer een anaes eaae fealiieeg ae feat dat o titulo do seu Livro, Unnatural Emotions. Ela diz que, ‘er qualquer coisa, jé no é sustentavel, Os humanos sio geneticamente providos soas experimentam as emocdes ndo Principalmente como mediadoras das var-se diferengas, Shaver, Wu e Schwartz emogao nos Estados Unidos, na Itlia ena China, Defendem o argumento da se- ik, também na América a maior parte das emogdes dle um programa cle iniciagao de padres inatos, capacidades distntivas ¢influér Cas Ao tentar compreender as emogdes, acreditamos que existem bases inatas ¢ erguntamos como slo construidas e diferenciadas pelas culturas, it ‘amos algumas formas em que as emogdes antes ou diferentes entre culturas e como as hipsteses acerca das semelhancase das diferencas podem ser testadas, DIFERENCAS DE ESTIMULOS E INTERPRETACOES EM DIFERENTES CULTURAS quem dizem respei que sao suficie des, por exemplo, o medo de encontrar um urso ou Possam ser universais, outras podem ser culturalmente especticas. 73 wma dada sociedade nao possuem qualquer equivalente barbara por membros de algumas sociedades ¢ s associadas a elas no ocorreriam, is So as emogées como o (Salovey, 1991; Van Sommers, 1988). No Ocidente o citime tende a ser sent @ atengao sexual de um Parceiro primério se dirige para outra pessoa, Edi ‘ {rar sociedadles em que o citime nao ocorra de todo, Posisdes sociais em diferentes sociedades sio ¢. Salienta, na sociedade ocidental o casamento (que condi & tn € uma chave social qui habitagio, a criagéo dos na sociedade ocidental essa tras sociedades, mais basea- largado, 0 esto 140 dos filhos ¢ di © companheirismo dos adultos deriva de muitos fami £0 Sexo tecreativo extramatrimonial pode ser comum. Deste modo, aria uma estrutura to grande e important. Hupk ‘do pertencesse a0s Tox filho nascido em segund Como outras emogées, 0 citim versais. Hupka sugere que esta uni ficam ciumentas quando algo que valor ameagado por um forma, ameacadas pelas relagbes extramatrimonia {sim embora possam existr universis emocionais, aquilo que é universal Str Ho dbvio, Pode nao resi ao nivel da emogoes complexas com y corer gceimento © 0 ctime, porque a forma através da qual os eventos nepuctados pode ser muito diferente. E mais possivel que os ponies sfecte nee tem 20 nivel das emogGes mais bésicas como.o med oui oelloneg ram-se poucas comparagées sistematicas ou quant as emogdes sio idas nas diferentes culturas. Uma f Boucher e Brandt ” ‘Gomecaram com seis termos derivados da América, «ira, versio, medo, fe dade, tristeza e surpr 274) e com seis emogoes correspondentes em. ‘rlaios, march, boa embina,sedeh-e hairan (p. 274). Provou-se que na gua malaia havia grupos de conceitos & volta de cada um destes terms - to estes eram hiper-reconhecidos. Além sse que outra sentisse cada uma ¢ seis emogdes. As que nao eram claramente interpessoais foram exclufdas. As it ges malaias foram traduzidas para o inglés. Do seu conjunto de 1200 stuag estimuladoras Boucher Brant selecionaram ao acaso 9 com a imitagSs 4 apenas uma stuagio pudesse vir de cada informante e que haveria 16 situa para cada emocio, metade dos informantes americanos e metade dos malaios situagdes emocionais de ambas as culturas foram em seguic lidas por 18 est dantes da Universidade do Havai. Dos julgamentos das situacdes american, 658 por cento foram como as pretendidas pelos informantes originais; das sit $6es malaias, 68,9 por cento reconheceram-nas como se desejava. Nas situates ambas as culturas, as ocasides para 0 medo e para a felicidade foram muito fac mente reconhecidas (aproximadamente 80 % da forma esperada) ¢ as ocasi para a ira as menos facilmente reconhecidas (53 % como se calculava), As lim Ses deste estudo consistem em que apenas duas culturas foram comparadase s algumas emogées estudadas como amostras. Para além disso, a cultura mals, ‘nfo esteve completamente isolada da influéncia ocidental. Num estudo mais recente Frida e Mesquita (1994) descrevem como pessoa da Turquia, do Suriname e de origem holandesa, vivendo todas na Foland entendiam determinados eventos, como um conhecido sendo irreflecid ¢ un imo senclo pouco atencioso. Poderiamos pensar que univer tivel de o ter feito de propésito, de ter mais ficiar do comportamento, Frijda e Mesquita interpretam 'se de Markus e de Kitayama (1991) de que a cultura euro- ideses acreditam que os colegas ou nos e ideias e, assim, poderdo ser Ponto atenciosos deforma nao intencional. Em culturas mais interdependentes tal desoeram juntos. Le coeur a ses raison que ta raison ne con (O coragio tem razoes que ar AS EXPRESSOES EMOCIONAIS: SERAO NATURAIS MAS OBSOLETAS? Em 1860, 20 ouvir que os humans descendiam dos macacos, diz-se quel esposa do bispo de Worcester comentou: «Meu caro, descender dos ma Esperemos que no seja verdade, mas se for, rezemos para que isso no se ido» (Leakey e Lewin, 1991, p. 16). Embora nao descend A linka que conduzi aos humanos modernos pensa-se ter divergido da qi conduzitt aos modernos chimpanzés, hé cerca de cinco milhes de anos. E a teed da nossa evolugio a partir de outros animais tomou- Como frequentemente se tem comentado, Darwin (1859) destronou os sere hhumanos do set lugar como criagées tinicas a imagem de Deus. Uma prova prod ida por Darwin foi a semelhanga das expresses emocionais humanas as caquel animais inferiores. A evidéncia da nossa relacio com outros animais é a cextensa, Correspondéncias anatémicas e comportamentais proporcionam Ges qualitativas, , actualment, andlises de proteinas, de reacgdes imunol. de material genético, permitiram estimativas quantitativas do grau de semel entre espécies (Washburn, 1991), apesar da precisio de tais estimativas ser contigs versa (Marks, 1992). Mais préximos dos nossos primos animais estdo os chimp. 26s, cujo material genético se estima divergir do nosso em cerca de 2 por cento, Darwin (1 que no se tendia wperturbar a opinio d a deram unicamente ao homem aquilo que pode revelar a outros homens, os seus sentimentos» A sua hipétese de que as expresses emocionais so vestigios comportamentais foi descrita no capitulo 1: «algumas expressées, como 0 erigar dos pélos sob a influéncia do terror extremo ou o mostrar dos dentes sob a da raiva furiosa, dificilmente podem ser compreendidas, excepto sob a convicgio de que o homem existiu um dia numa condi¢ao muito mais inferior e seme- thante 20 animal» (Darwin, 1872, p. 12). Vygotsky (1987) apreendeu bem o sent mento, dizendo que Darwin deu a impressio de que entre as caracteristicas psicoldgicas humanas as emogoes eram uma «tribo moribunda». A medida que a humanidade avanca, tornar-se-do menos proeminentes e finalmente serao extintas. | EMOGOES, REFLEXOS, PADROES DE ACCAO E INFLUENCIAS A teoria de Darwin e de Wallace da seleogio natural, para explicar a evoluca tomourse a fundacio da biologia (Dawkins, 1986). Visto que a teoria se baseia 86 — eee Leeierabenncerors pees °} dos humanos ocorreram aC — Fevovagen 30 AON Si. Pe pernads 1s | 2 | a6 | si do aos : os Mite a vergonca|—°S 7 w | 2 rns Se do Si separa, oi ron or Srna cons anche gan, oi amt ao caus um proto de trp sade mango 7 mine anos a3 as emocdes so menos importantes para os bidlo- ‘como provas da evolugi, mas tornaram-se muito mais interessantes por eas, © ponto central passou a residitna forma como as emogSes humanas | Fea selcconads, na forma como tab cls preenchem funges. Mas como "serio estas fungoes cumpridas e como se relacionam com a evolugio' Aresposta que veo a ser amplamente aceite de que as emaxdesfornecem des de demarcagéo para determinados tipos de comportamentos, especial Pen compormente socal qu suo opti Manan ao mundo AS bases destes padres so transmitidas geneticamente. Ao falar de genética, nao sgn que steams rigidamentedeterminadas,Significa que nascemes com cetaspotecialidades em relacio a0 comportamento, Podemos pensar nestas potencalidades como algo semelhante a programas de iio heads = samelhanga dos programas de computadores,emiboa, neste caso, fomecidos pelos nossos gents ~ que nos do as bases iiciis para cant ara aprender linguagens, para as emogdes, etc, as quais a experiéncia depois elabora e contd ipos de padres herdados em que as emogbes cstio envolvidas: a) as expressées, que S40 pequenas accbes discretas, b) os A is extensos e o) as influncias amas de acgio caracteristicos das espécies mais extensos ci ose eae oe conjunto de emogdes. As expresses € 05 padres daguilo que ¢ ser humano e é aqui que vemos o que Darwin salientou ~a nossa rl im tase umes ecm oles anima A inn 0 fe rentes: cada individuo tem influéncias diferentes, assim, uma pessoa pode ser influenciada em relagio & ansiedade social; chamar-Ihe-famos uma pessoa imide, Outra pode se inlueciada em relago ira chamafames eta pesson agressiva, Parte do motor da evolugdo consiste na variabilidade necessdria entre 87 , para que algi jamento da questag 1e € inteiramente dedicado as diferencas individu fexdade, Darin consutou amigo que hava Ido os seus pis ras- ram que o trabalho de Welacee uma evisé apessadamentepropa- "ad pr Darwin do sou rascnto ossam dos no mesma encanto da Linaean Society na ausea do ‘ambos os autores. Nerhu fabalho mencionava a evolugdo dos humanos enerhum ary muta along ‘ora de um pequene ciclo, mas oincidete ramets incetvou Darwin pubes um io que pada set oral su Ft Enquanto, no capitulo 1, nos concentramos na diferenca das emo diferentes sociedades human. nga das emogdes nas tre os humanos, mas entre os huma- 88 ‘aprecido elo pico educado, Um ano mais tarde a Onigom das Espéciesaperecau.Darwn nda pazau analisamos principalmente os (CONHECIMENTO PANCULTURAL EXPRESSOES FACIAIS DAS EMOGOES evento conhe pestanejamos lativamente simples em que ‘uma acco. Um exemplo é aparén has ou 0 escalpe, mas o erguer das sobrancelhas parece derivar d 1970) demonstrou através ‘movimento e, como Ei «gio do segundo, acontece quando as pessoas se aproximam tumas das outras durante a saudagéo e o namoro. & provavelmente uma universa humana, Andrew defende que as expresses emocionais do sorriso, do franzir sobrancelhas, etc, podem ter comegado em tempos remotos no nosso ‘evolucionario como reflexo das que originalmente tinham fungies que n: primariamente emocionais. Entdo sucederam-se novos passos evolucios medida que surgiam tendéncias para que estas acgdes fossem reconheci xm seleccionadas e, a0 longo de muitas gera ta ideia, uma expressdo emocional é um padrao reflexo dé 6 distintivo de uma emogio particular. Como se pod demonstrar que estas expressbe: equipamento herdado de todos 89 lum amigo com um movimento répido de sobrancelhas que 6 universal. Nostes planos, 4) 0 rosto 6 neutto, amb) e c) as sobrancelhas estao lovantadas durante cerca de um de segundo e em d) acorre um soso cou que est expressies faciais tais como rir, s erguer as sobrancelhas, de surpresa ou susto e de mau humor. Também revela posturas emoc dos de ira. Sempre que as expressOes nbém. As express6es faciais e vocais sao semelhantes 35 as falta-thes por vezes subt Aexcepea ale, as expressdes faciais da identificar, se todas as pistas para MacDonald e Manstez podem ser captados Entdo as expres \agbes nao sdo faces de essies forem removidas pectos das expres lard (1968) foi 0 ete, eram reconhec ade de pesquisas sobre o reconhecimento das expressGes facia is (Cacioppo, Bush e 90 ios no tempo em forma de fotogra- s das expres sda por Ek n grupo chamado (1969) e por Ekn ivro escrito por Sorenson (1975, 1976). de 1969, Ekman, $ 3s do pov fais. A partir de 3t respondesse i registado em 99 por fo para os sujeitos que fal Bogue falavam apenas a lingua fors. 0 re0o Pinencs bom (56 % ou menos), tendo BF eanastristes ou zangadas. {> Participande no segundo estudo (Ekman ¢ Fri criangas Foré que contactaram mi cirdo em que os anjunto fixo ce rotulos verbais nao resulto perara. Assim, pee das pelos informantes foré para corresponder gguém para ajudar. Para cada st as de trst e 80 por centodos do que a casualidade na discriminagao da figur As dificuldades em tais experié Sorenson e Friesen foram criticados porgn vertidas podem t em efugas» foi on perspe ‘ou para a surpresa (Ekm: expresses fa is human ssprezo (Ekman @ F a teoria de emogdes podem sobre ‘emogoes especificas. Russell descr sssem a partir de um conju expresses c0 se pedia 208 sti wvadas da de Ekman. Ekman para representar a ira, Ri uas denor ade, surpres es. Quando se thes dava u oe entre der Ekman pretendia que representasse a ti de alegria, ao, surpre' escothas dos sujeitos de Russell foram recessariamente escolhas de acordo com a teoria que acre has forcada rafia, pode ‘a trés grupo (0 foram as pre FIGURA 3.2, - Memos da comunidade fore, que nao titham visto as fotografias para 2 pr Trica experiénca de reconhecimento,representam expressdes faciais apropriadas as hist fas de emogées (Ekman, 1972): a) «O teu amigo chegou e tu ests feliz, b) «0 teu fiho hromeu e tu senteste muito tiste, c) «Estas zangado e preparado para lutar», d) «Estas @ ‘har para uma coisa que cheira mel orias s40 de Ekman o Friesen, 1971) Russell (1994) crtcou experiéncias sobre o reconhecimenta de rostos que represen {am tistiras porque, embora os investigadores formulem a hipdtese de que uma cara indica ‘sro;do, podera ser reconhecida como apropriada para uma situagao: a cara) poderia nao representaraversdo, mas ser feta quando alguma coisa cheira mal. de uma di despert Aespertas do stresse esta taque realizados pelos amente. Podemos e estado cerebral um 973), de que determinadas ey So observaveis em muitas 1 0 que é universal nesta explicagg sio as expressdes 3s lagrimas, por exemplo, podem ser je Hesse em estudos posteriores que constitu um pao p isteza, mas de riso e de dor ~ que muitos in Se inicio que & geralmente dado. Habitualmente as acgoes Sio produzi- Fm comparacio com o reconheciment ‘propriado no moo, tomando-se mais aperfeigoadas n havido pouca investigacio sobre as ligrimas e as razdey a-se Neu (1987). Para oriso €o eu valor evolucioné hi : ensat-se que as acces dos animais inerires se baseavam no igdncia ena aprendi " ne 3d que components indviduas ds expres 60 anos demonstrou que franzir o sobrolho, enrugar a testa, mostrar os dentes e assim sucess} fyideia estava bast . é nao humanos aprendem experiéncia de Ekman e Friesen em que 03 sueitos escolhiam uma fotografi ties, da mesma forma que o dos outros animais o 6. Deste modo, apropriada para um encontro com um porco selvagem, podem ter respondio, Jespojados com a perda de um progenitor ou um amante, 0s brancelhas erguidas na imagem e no a uma expressao compésita de I oho allcergadce em tendéncias geneticn oe meme de Prana (9) ‘ s ch fectividace». Nas secgies seguintes esperamos ralvez a hipdtese mais radical soja a de Fridlund (1994): as expres ima definigao mais exact iEScihe™ podem eer comipreencldia' er presi s lo seguinte proporemos uma definigio acta das intengdes e da co-avaliacio das capacidades de reconhecimento, mas et Fe rede pesca no esto dos tnstintos ful dato por Lorenz (1287) que cxpreasies provavelmente no se stm num via ties des enor a a ee ee micas, do caractristicas das espécies. Um dos primeiros pacrdes instint- ser estudado segundo a nova forma foi deserito por Lorenz e Tinbergen Fazia parte do repertério de cuidados maternais prestados pelos patos , europeus, Se um ovo sai do ninho, a pata estende o pescogo em direeg3o cultura estabeleceram que existem univ P a eae le e fica nessa posigao durante varios segundos. Em seguida, aparentemente humanas. Porém, tidamente entre as teorias dispo universais das expressdes, ‘© bico. Depois, apés ter metido o bi “Miece, dobra o pescogo e comeca a rolé-lo em rge ao ninho. Conduz o ovo cuidadosamente na saliéncia incinada do ninho. PADROES DE ACCAO CARACTERISTICOS FP Fste padrio ocorre mesmo entre patas que nao tiveram qualquer oportunidade aprender, DAS ESPECIES E> Estes padro , possufam varias mponentes. A Piada entze os bidlogos & a de que o conceito é bom desde que se compreenda ue estas coisas nao so nem fixas nem acgdes. Desde o tempo d os bid- “logos demonstraram que as acgées instintivas ndo sao fixas. snvolveram-se urante a vida do animal e so muito receptivas as caractersticas do meio. ® Assim, as accdes do rolar do ovo dependem da forma do ninho e do ovo. Na maior parte das veres, quando pensamos numa emogéo, pensamos emt | 0 do que um sorriso ou um franzir de sobrancelhas. O antigo aseado € excita uma emogio tam 95 .05,€ com efeto toda a nosio de instintos, foram sub dos na linguagem da maior parte dos bidlogos, que agora falam em pad scaractristicos das espéci tusram a ideia de sequéncias fixas. Uma objectivo. O conhecimento de como ai foi composto no eérebro como Conjunto de procedimentos tracados. A fungi da recuperagao do ovo por pat da pata pretende tornar a sobr ‘Quando uma discrepancia do objecti igido pelo objectivg objectivo «todos vos no ninho» sea alcancado. O segundo conceito tedrico é a ideia de um g importada por Schank e Abelson (1977) e por Tomkins (1979) do teatro. A 6a de uma sequéncia de acgdes tracada, que novamente atinge um objectiva Oexemplo de Schank e Abelson é 0 da obtencao de uma refeigio num restaurant Para se consegui fungSes importantes nos humanos, 8 semelhanga dos cuidados maternais, salamento, do conflito agressivo, sdo fornecidos pelos nossos genes. de acordo com Lorenz, é o pad perceptual que 0 desencadeia, por vezes chamado um «libertador inato» ou «sinal estimulo». E compardvel a ideia do «estimulo adequado» na compreensio dos reflexos ou a «pista» na percepgao visual. Tal como as experiéncias dé Lorenz e Tinbergen demonstraram, mesmo tragos rudes sio frequentemente cazes e 0 termo «estimulo» é ainda usado. Para alguns padrdes caracterist ddas espécies um estimulo nao natural é ainda melhor do que natural: e é deno- minado um «estimulo supernormal>. Por exemplo, Tinbergen (1951) demons- trou que os ostraceiros preferem ovos muito m doaca estrelas de cinema e modelos agem como estimul hhumanos, atraindo-nos para elas mesmo que nai mente. Outros estimulos, por exemplo a visio de 10s. Esta ideia de responder a tais 0 perturbadora. A questio dificil de evitar €: «Quanto do nosso comportamento € assim?» A terceira componente dos padrées caracteristcos das espécies 6 motivacio- nal. Sem esta as acgbes no ocortem: nas patas, a recuperago do ovo apenas sucede durante a incubagio. Nao aconteceré, por exemplo, depois da eclosdo 96 os facilmente modificados pelo individuo. No sew S feseevcu sma experiencia realizada nele mesmo que ilustra bem este ponto Bos padries caractersticos das espécies sio facilmente 4 AS ORIGENS DAS CARACTERISTICAS _ EMOCIONAIS DA ESPECIE HUMANA EF Entso, como poderemos conhecer as bases caracterstcas das espécies das a vérios tipos de informagées a que podemos recorrer. ss humanas’ Eee ein consideraremos trés e esperamos, através de uma espécie de trian- {gular vislumbrar as origens das nossas vidas emocionais + estudar 05 nossos parentes préximos, os chimpanzés, comparando-os + estudar as evidéncias pré-historicas dos humanos pri antepassados humanos; + estudar as sociedades humanas contemporaneas que vivem segundo formas consideradas semelhantes 4s dos humanos, quando se torna- 10s e dos AS VIDAS SOCIAIS DOS NOSSOS PARENTES, PRIMATAS VIVOS. Jane Goodall (1986) e os colegas passaram muitos anos a observar cerca de 160 chimpanzés comuns em Gombe, Tanzania. Gombe ¢ uma érea de 19,4 milhas quadradas de floresta acidentada, praticamente do tamanho e da forma de Manhattan, com uma linha costeira no lago Tanganica e com vales profindos feitos por rios que correm em direcgio ao lago. Os chimpanzés assustaram-se com a presenca de Goodall no principio, assim, ela néo se péde aproximar. Todavia, gradualmente habituaram-se a ela. Ela encorajou a sua habituagdo tor- nando-lhes a fruta acessivel no sett acampamento, mais tarde um centro de investigagdo. Apés a habituacdo, 0s observadores podiam sentar-se a alguns metros de distancia dos grupos de chimpanzés ou seguir um individuo durante ‘uitos dias tirando notas e fotogratias, 97 © trabalho de Goodall é um rel dos chimpanzés. Analisamo-lo aqui porque consist rho das suas vidas emocionais, Para Goodall o tom predominant & de Social registo do seu comportamento. Melissa ea sua filha, Grem cerca de 10 metros de se de vagens de msonge girando, esticando e encolhendo as pernas e tempos a tempos Gremlin levanta 0 brago, descor 6cegas na uma pequena Quando chega a um pequeno ramo acima 4 mente cai sobre a barriga dela, -lhe 6 pescogo na brincadei volta para a mae e dei smamando, com um brago no seu 2 repente, do outro extremo do v surge o som ofegante e melodioso de um kinico macho, Evered, provavel também no respectivo ninho. £ Gimble quem comeca 0 coro de respostas, tado ao lado de Melissa, com a mio no braco dela, contemplando a sua fren macho adulto ~ um dos seus sher6is» (Goodall, 1986, p. 54). Nem toda a vida do chimpanzé ¢ to calma. Os animais possuem hier quias de dominancia. O chamado «macho alfa a quem todos os outros trata com deferéncia, conquista a sua posigao derrotando o detentor prévio em lu sentam uma hierarquia paralela ¢ os animais de ambos os sexos defendem a ;posigo ou desafiam os outros para subirem na hierarquia, habitualmente at ‘vés de ameacas iradas, por vezes apoiadas por lutas abertas, que frequent ocorrem depois de dois ani no se terem encontrado durante um inte Goodall classificou as lutas em trés embate, um empurrao ou um pontapé quando passam uns pelos outros. niveis 2 e 3 chama-thes «ataques». O nivel 2 inclui arrastar, pancada com Por vezes, uma luta aumentava & medida que mais individuos se juntavam pa apoiar os amigos ou 0s familiares. Os machos lutavam mais do que as fémea Goodall calculou a partir de 4900 horas de observacao, em que 13 indiv 98 sam seguidos durante dois anos separados e, excluindo a escurido ou quando ‘seguido se encontrava sozinho ou apenas com filhos dependentes, os os niveis 2.€ 3 ocorriam em média todas as 62 horas pelos machos e «war as 106 horas pelas fémeas, Existiam grandes diferencas individuals: um ipacho atacava emt Média todas as 27 horas (de um total de 207 horas). Uma Brea nem Seque atacava em 230 horas. Num outro ano, atacava macho al ~ fenmédia uma vezem cada 9 horas Os chimpanzés comem principalmente fruta, mas também cagam fistamente, matando pequenos mamiferes, como macacos capuchinhi foes quando os enconram na floresta, Os machos envolvem-se com mais frequéncia facaga do que as fmeas, Quando os chimpanzés realizam uma matanga, mutes, _ jeres brigam pela care, embora outras a distribuam como um favor que produ- irs uma Futura reciprocidade 80). Os animais com posigdes ele- ~ {adas tendom e assenhorarem-se dela mesmo que ndo tenham participado d ‘agada e normalmen item que determinados elementos (familiares € dos) partilhem a carne (Nishida etal, 1992). Nenhum grupo que se alimente nas “evores, nem a distribuigdo de carme é equivalente ao padrdo universal da parti- - tha comum humana de alimentos. INFLUENCIAS EMOCIONAIS: UMA BASE DAS DIFERENCAS INDIVIDUAIS NA DOMINANCIA Raleigh etal. (1991) demonstraram que 05 mecanismos da serotonina no cérebro possuem um efeito substancial no facto de um animal se tornar domi- rnante ou nao. Realizaram experiéncias em macacos cinzentos’, que viviam em 12 pequenos grupos sociais tipicos da espécie, tendo cada um macho dominante (omacho alfa), dois outros machos, uma série de fémeas e crias. De cada um dos 12 grupos sociais, foi escolhido a0 acaso um dos machos no dominantes. A scis administraram-se drogas para aumentar aactividade da setotonina no e&rebro & seis drogas que a reduziam, Aqueles coma funcao da serotonina acrescida torna- ram-se todos dominantes. Nos grupos dagueles em que a actividade da seroto- nina foi reduzida, o macho alfa original reteve a stia posicio. Em seguida os animais a quem se dera drogas de redugio da serotonina receberam drogas para aumentar a respectiva serotonina e vice-versa. Agora todos os seis animais com 65 recentes sistemas de serotonina aumentados tornaram-se dominant seus grupos. ___Embora seja evidente que os mecanismos da serotonina no 80 0s tinicos importantes para a dominancia, esta experiéncia 6 marcante pot varias razbes. * Pequeno macaco sul-americano. (N. T.) 9 porque, como com os chimpanzés comu ie cerca de cinco anos. fémeas.a copular ’h actividade sexual Estes machos ten- aque afectam as diferenca 3 machos adultos ceiro, 0 processo comportamental da dominancia nestes macacos ndo envoly apenas a agressio. Envolve aliancas e a higiene em relagio as fémeas, sem cuj apoio um macho nao se torna dominante. Em quarto, o recentemente bastani publicitado, e eficaz, antidepressivo Prozac ¢ uma das drogas que aumenta, fungdo da serotonina nos humanos. Segundo Kramer (1993) faz. muito mais d que isso: amplifica a confianca social e 0 entusiasmo pela vida. Assim, um influéncia genética relativamente a confianga social, ou 0 inverso, pode open através da fungio da serotonina. 4 on? pelos machos, que exibem uma ereccio e t “Bo para chamarem a atenio paras propos, quer peas fmeas que apresen- asc a sua regido sexual. As fémeas também escolhem com quem acasalam ici, 1992). A agressio parece nao estar envolvida na sexualidade e as recusas iceites pelos machos sem cbjecgdes. A cSpula envolve posighes face a face, ‘como a posicio primata mais comum, por trés. As relagies homossexuais, ‘como as heterossexuais, s4o comuns. As fémeas friccionam conjuntamente ctivas dreas genitais. Adultos, adolescentes e juvenis todos ficam fascina- jobservam as cOpulas e a friecao genital das fémeas, Os machos excitam-se tm ereccdes. A insergio dos machos jovens é aceite pelas fémeas, que no smées, requentemente apés 0 sexo com um adulto, no que se poderia conside- -como jogos de iniciagao sexual. este modo, entre os chimpanzés comuns e pigmeus, 0 acasalamento € pro- 1 com as crias. A cooperacao aberta ocorre (A SEXUALIDADE NOS CHIMPANZES COMUNS E NOS CHIMPANZES PIGMEUS Os madura aos 15 anos; ela anuncia a grande mancha rosa de pele s lum paozinho, que é bastante visivel por trés. Nos chimpanzés comuns, zona encontra-se inchada durante cerca de 10 dias ao longo de um ciclo impanzés so sexualmente promiscuos. A fmea s6 esté sexualmer xual através de ‘vezes por dia, com todos ou a maior parte dos machos adultos do seu g social. Alternativamente, pode afastar-se com um tinico macho consorte, pag Tonge do resto da comunidade. Quando est gravida ou a amamentar, toda nao 6 sextialmente receptiva, Dado que o desmame das crias ndo ocorre até qu tenham cerca de 5 anos, isto significa que para as fémeas ferteis alguns per de dez dias de actividade sexual alternam com intervalos de cinco anos de inad tividade sexual. Tao interessantes quanto os chimpanzés comuns estudados por Goodall ‘os chimpanzés pigmeus ou bonobos. Esta espécie é rara; pensa-se que o d panzé pigmeu ¢ 0 nosso parente vivo mais préximo. Os chimpanzés pigmé so semelhantes aos comuns, mas muito menos corpulentos. Kano (1992) ¢ o seus associados estudaram um grupo de chimpanzés pigmeus selvagens em Wamba, no Zaire, durante cerca de dez anos. Enquanto as fémeas dos chimpa 26s comuns no sio atraentes para os machos ao longo de vérios anos apé] terem comecado a exibir a sua pele sextal, mas antes de se tornarem férteis, fémeas dos chimpanzés pigmeus sao sexualmente activas durante cerca de anos antes de se tornarem f6 tempo em cada ciclo menstrual tum més antes de darem a luz até um ano apés o parto, Parece que permanecet | _Grmuts, 1985), Embora sejam igualmente promiscuas e procurem alimentos em “bandos, as fémeas formam amizades duradouras com dois ou txés machos, -envolvendo a higiene e a proximidade. Estas amizades s20 marcadas por emo- | Bes, como 0 citime, que parecem semelhantes as nossas. Estas amizades funcio- ham para as fémeas na sua proteccio contra a agressao dos machos (que so dduas vezes maiores, que elas) e para os machos em serem catados e em serem mais frequentemente aceites como parceiros de acasalamento durante periodos de receptividade sexual. Nesta espécie é 0 macho que abandona um grupo s pra se juntar a outro; 0 seu éxito nessa associacio depende da respectiva acet ‘so numa base de amizade pelas fémeas do novo grupo. TERAO OS CHIMPANZES EMOGOES? Parece nao haver qualquer dificuldade em ver aspectos da vida do chim- anzé como seniio baseados em padres de accao caracteristico das espéci Em espécies muito proximas, como com as caracteristicas anatémicas, existem fortes semelhangas, mas algumas diferengas. Embora nés humanos fm nés mesmos, que os padrées de agressao e de sexualidade sio altament 101 Ficarao irados ri rem? S ais forte. ‘A tais questdes Heb jeu que nao ha qualquer problema identificagio das emogdes dos chimpanzés porque sao muito semelhantes pretar 0 comportamento» (Goodall, 1986, p. 118). Ela diz que é facil ver quang tum jovem tem um acesso de mau genio lancando-se a0 chao, batendo e gritand ‘ow igualmente quando um jovem brinca alegremente a volta da mae, dani ,caindo-lhe no colo e pedindo para the f 119) das emogbes dos chimpanzés aul familias de chimpanzés de Gombe foi realizada por Hugo van Lawick, co narragio de Donald Sutherland; a intriga, as acgdes, as emogies, so praticamé indistinguiveis das da telenovela Goodall faz uma lista de padries faciais distintivos nos chimpanzés indicam medo, afligéo, ameaca e bom humor e descreve como durante ‘io (sexual ou agressiva) o pélo se eriga indicando provocacio e como se ton ‘macio durante periodos calmos, quando se catam, depois da c6pula e durante’ reconciliagdes. Para além disso, Goodall (1986, p. 127) fornece uma tabela d 8 vocalizagSes emocionais, incluindo as seguintes: o grunhido ofeganté ‘guinchar e gritar indicam medo, um latido indica (0s de c6pula ocorrem durante as relagées sexuais, ‘acompanham o prazer e o contacto corporal, grunhidos alt ypanham o prazer em comer, alaridos e rugidos acompanham’ (1992) defenderam que o mes goes de Goodall e de Kano fi para os chimpanzés, relagdes emocionais, Como nés, tom amigos e conhecidos, aliancas e posigdes em hierarquias de pod 102 Bo que a maior parte ou todas as interacgBes socials femente expresso muito obviame tram uma Arvore com muita fando encontrar Ul semelhantes a sirenes. Outros acorrem ao loc tum prazer vis calmos ou emitit guin- PPerantea visio da actividade sexual, os machos excitam-se e esperam a sua ie copular. Nas interacgdes entre maes e cras, na brincadeira e na reconcila- ‘ha um contacto corporal afectuoso, toques, caricias e abragos. Durante 0 0 acto de catar, existe uma silenciosa concentragao e satisfacdo, Quando gimie ou cria morre, 0 sobrevivente fica triste e chora. Uma eria érfa man- {mével e pode morrer, mesmo que esteja apta a alimentar-se sozinha, Em 0s agressivos, a ira ¢ exibida em ameacas e o medo em submissao, Outros is observam as lutas com grande interesse e podem, ocasionalmente, asso- thes. Se um animal ¢ ferido, grita num evidente chamamento de socorro; jto & fazer acorrer outros em seu auxifio. Durante uma cagada e apés uma é 1am 0 seu territério, os grupos de Rachos mostram-se tensos e atentos aos sons e ficam excitados quando atacam ‘animal exterior a sua comunidade. JALIDADE DOS CONCEITOS DAS EMOGOES COMUNS Box rssosconcctos das enostes, como 0 medo, a ae oa, far e pam caper o canpertamans, Pert, a8 gue ports poder les ser simplesmente baseados nas teorias populares da sociedade ocidental? Hebb (1946) propds uma resposta, com uma explicagdo do que aconteceu quando foi trabalhar para os Yerkes Laboratories e a sua colénia de chimpanzé sto teve lugar durante os dias do behaviorismo — havia sido proibido a referén- "Ga is emogies ou quaisquer outros termos mentalistas porque nao eram, nessa ~fPoca, considerados cientifics. Deste modo, nas notas que os assistentes eram | Shrigados a ter, apenas termos behavioristas se permitiam. Todavia, isto tornou alguns dos an Iais, Bimba e Pati, que atacavam ocasionalmente um assistente e diz que tenhuma descrigio que se limitou ao mero comportamento poderia descrever 4 prever estes ataques. Contudo, usando os termos tedricos populares de emo- So estes animais passaram a ser compreensiveis, Bimba era amistosa e recep- tiva, mas ficava zangada e atacava um assistente se fosse desconsiderada. Pati, Por outro lado, parecia odiar os humanos e por vezes pai istoso, nessa altura atacava um assistente que era apanhado de surpresa. ma que a0 Permitir que os animais fossem descritos mediante 0 uso de «conceitos de emogio e de atitude... um reoém-chegado ao grupo poderia cde um modo com que ele nao poderia lidar em seguranga» (He ‘Assim, uma hipdtese importante acerca das emogdes certa investigadores, & a de que pe delas formam pontes entre mesmos € 0s nossos parentes animais mais préximos. Formam também pot entre uma cultura humana e outra; ajuclam-nos a compreender culturas difer tes. Sem os conceitos das emogdes, muitas hist6rias de outras culturas ou sado e a maioria das explicagdes narrativas cas nossas acgOes no present incompreensiveis Assim, 08 elos de interacgao social so emogées ¢ estados de espirito g ligam os individuos nos guides: da afeigdo métua, da intimidade sexual dominancia e submissio, da excitagao do grupo num ataque, da apreensa ‘grupo quando hé perigo. Os individuos realizam expresses que actuam libertadores para desencadear os humores ¢ os comportamentos apropriadg raqueles que os véem ou ouver, 7 (Os modos emocionais podem estabelecer 0 tom para comunidades intei ‘ou mesmo para espécies inteiras. Os chimpanzés pigmeus, por exemy "um grande interesse no sexo e os sons que emitem sugerem que tanto as fémeg ‘como 05 machos experimentam o orgasmo. O sexo nao € apenas reprodutivo (D 1992): as femeas dos chimpanzés pigmeus so sexualmenf 108 intervalos em que ndo sio férteis e quer os mach icipam em relagdes homossexuais. E como se 0 sexo se ilhada, possui um tom emoci aa agressao e a competicio pela domi ‘quer as fEmeas VESTIGIOS DA ANCESTRALIDADE HUMANA Uma ideia que se tornou importante é que as emogdes humanas se baseiat ‘em mecanismos que nos permitem reagir a situagdes distintas que se repetiram frequentemente durante a evolucio humana (Nesse, 1990). Mas as emotes €o padrdes de aceao caractersticas da espécie humana evolufram para se adapta rem a0 meio fisico e social ~ chamado o meio da adaptagdo evolucionéria ~ quay era bastante diferente das vilas e das cidades em que tantos de nés vivem actualmente. Um conjunto de pistas das origens das emogdes humanas podet ser encontradas ao estudarmos as origens da humanidade. Entdo, o que se sab acerca deste assunto? 0s céleulos dos ritmos de mutagao uenas diferencas t [ARN das pessoas modernas de todo o im ponto de conve géncia: Embora varias espécies de primatas semelhantes aos humanos que exis IhGes de anos se extinguissem, todos os humanos modern antepassado comum, uma mulher que viveu a cerca ¢ De acordo com esta hipatese (q 10s desta Eva africana, Ela nao era a tinica, ev € controversa) todos ddentemente, mas um membro de uma populacio hibrida de talvez 10 000 ~ Seus descendentes so 0s modernos humanos que migraram para povoar toda Terra excepto a Antarctica. E menos controverso o facto de que nas varias iltimas centenas de milhan de anos o clima da terra flutuou entre periodos quentes, como aquele e {que actualmente vivernos, e idades de gelo, quando os glaciares se estendera ao sul dos Grandes Lagos, na América, e & Europa Setentrional tornando o niv ddo mar 400 pés mais baixo do que no presente. Desenvolvendo as tecrologias¢ yestuirio e da habitagao, provavelmente de forma muito semelhante as do pov Inuit, e sobrevivendo ao ico, os antepassados de todos 0s povos nativi da América provavelmente atravessaram a lingua de terra entre o que sio hoje Sibéria e 0 Alasca num periodo de glaciagao, talvez hé 40 000 a 50 000 ano [Nessa época a Australia ¢ a Nova Guiné aproximaram-se, apenas separadas p\ 40 milhas da Asia, Os humanos primitivos (e nenhum outro animal) foram cap: zes de atravessar a agua, mais tarde de ficarem isolados & medida que os nive do mar subiram novamente quando os glaciares comegaram a derreter, de viv ‘como 0s povos aborfgenes de cagadores e recolectores da Austrélia e da Nov Guing Stringer e Gamble, 1993). {A resposta habitual & questao sobre aquilo que é mais distintivo nos hum nos, ou 0 que nos separa dos outros animais, é a linguagem. Talvez uma respos melhor fosse a cultura ~ de instrumentos, de habilidade para os usar, de conceitos da qual a linguagem ¢ uma parte. Recentemente Savage-Rumbaugh et a. (199 criaram um chimpanzé pigmeu, Kanzi, como se fosse uma criangz human Parece situar-se na fronteira entre os humanos ¢ os outros primatas. E capa. compreender 0 discurso falado humano ¢ usa um quadro de simbolos para pr ferir palavras e frases. Também consegue receber instrugées no uso de ferrame tas. Em geral comporta-se quase ao nivel de um humano de 2 anos. Os atrib da linguagem simbélica ou de actividades, como a fabricagio deliberada e retengio de utensflios, nunca foram observados nos si traste, a cultura humana incluiu competéncias comporta ‘Ho propositada de instrumentos (que comegou ha cerca de 700 000 ano: 8 competencias sociais, como a partilha de alimentos, a diviséo do trocas; bem como as art ticos, de planear, de contar histé lista mais completa ¢ fornecida po 105 e das plans 's humanas pergun- ret Na IMME FIGURA S3,- 00s gupos de tosaanosacanpado cojurament, sonra dares 1s do Sul de Africa existem provas de que o modo de vida pequena anor. durante varios milhares de anos. Até a sua recente 3s influéncias ocid odo de vida dos Bosquimanos AS ORIGENS DA. entes da fre viveram entre eles na (1984) e outros antro- Imente viaja apenas com as crias. A rvalo de cerca de cinco ano jum aio) omnas egadas. Nas igados por lagos a, 08 G/ wi escava los para que as criancas progr 107 ama fémea e as suas crias. No grupo hé normal Este pode ser o parceiro sexual da mulher De acordo com a hipéi e todas as idades, vivendo cor (Lovejoy, 1981. e Bente pelo me ida que uma proporgio is. Com o aumento da dimensio do cérebro, s imaturos na altura do nascimento parg que a grancle cabega passasse pelo can scimento, assim, os bebés tiveram um periodo mais longo de dependéncia do que os dos macacos. Aos tipicam parcetes sextas que = Efpre o incesto © mecanismos sociais para as pessoas casarem for consttuem outras u humanas.) tempo o bebé néo consegue agarrar-se & mae, como 0 fazem 05 bebés F provavel, de jue 0 nosso meio de adaptagéo evoluciondria, Mesmo com um marstipio para transportar os bebés, a viagem modo de vida dos primeiros humanos modernos (000 anos A divisao do trabalho acabou por se estabelecer. As iadas de 10 a 30 pes palmente das criangas durante 0 perfodo alargado de imaturidade e viajavany| enc face a foce mas com as outs em famfasalagadas, muito nos. Dado que as fémeas se tornaram sexualmente activas ao longo de todo ‘lo menstrual, um macho e uma fémea podiam manter um interesse sexu: sivo um no outro. A divisdo do trabalho significava que os homens podi , enquanto a ligagao sexual Ihes permit fazer i te a uma fémea e a sua cria, tmaneira dos G/wi e dos !Kung. A maioria das nossas emog6es, assim, so pro ‘avelmente adaptadas a este tipo de vida; cooperando, embora com a divisdo de trabalho, na caga e na recolecgdo, na preparagdo e na partlha dos aliment ‘educacdo e proteccdo dos filhos. Talvez. também, como analisaremos no ¢ tulo 10, estejamos adaptados & competicao com outros grupos semelhantes, ivelmente diferentes de nés proprios, cujos nichos ecolégicos coincidiran com 0s nossos, como os homens de Neanderthal. Esta espécie, possivelmente devido ao éxito agressivo dos nossos antepassados, extinguiu-se (Stringer ¢ Gamble, 1993) denies e surgiram aproximadamente ao mesmo tempo que o caminhar er ‘Opinides mais recentes cefendem uma evolugdo mais gradual. As primeiras er turas a caminharem erectas de hé cinco a sete milhdes de anos assemethavam-s§ ‘20s macacos, com uma dimensio cerebral idéntica a deles e com uma grande! diferenga de tamanho entre machos e fémeas - uma diferenga associada 2 forma | com 05 outros pelo acesso as fEmeas. Certamente, também, a monogamia nao é exclusiva aos humanos ~ ¢ incomum, mas nao tinica entre primatas. As amiza- dls heterossexuais dos babuinos, analisadas anteriormente, proporcionam outro tipo de exemplo de amizades heterossexuais duradouras em que as fémeas pre- ferem machos espectficos, embora nao acasalem com eles exclusivamente, Nao obstante estas reservas, contudo, os bidlogos evolucionarios continuam a defender que a monogamia é importante entre os humanos. Permite a0s homens terem uma probabilidade razogvel de saberem que as crias para quem contribufram economicamente sao as suas (Lancaster e Kaplan, 1992). Embora a proporcio das sociedades (como as ocidentais) onde a monogamia é a politica Oficial seja apenas de 16 por cento entre um total de 853 sociedades estudadas (Van den Berghe, 1979) e apesar das actividades extraconjugais no serem infre- quentes na maior parte das sociedades, na pratica a monogamia é espantose- mente o padrao sexual mais habitual, ascendendo a uma universal humana. Mesmo nas sociedades em que um homem pode ter varias esposas, __ ASBASES EVOLUCIONARIAS DAS EMOGOES ‘Tooby e Cosmides (1990) propuseram que a partir de um ponto de vista evo luciondrio, a vida humana baseia-se na informagao e no seu uso nos planos qu ‘As emocdes assentam em mecanismos geneticamente baseados qu receptivos a eventos informaci ‘mente 20 longo de muitas centenas de gera ue ocorressem adaptagoes, mudangas genéticas, que se tornaram trages da con ‘cepcdo da nossa relagio com 0 mundo cheia de projectos. As emogdes surgem fem grande parte, com problemas que precisam de ser resolvidos. Assim, par problemas recorrentes, como escapar dos predadores, reagir a estranhos ccuidar das crias, apaixonar, et, estamos equipa smente baseados que fornecem os contornos dos ssado e sendo, conse Cada um disponibiliza os padres de acgao apropriados par Também é uma universal o facto de a estrutura central da vida humana ser resolver o problema que se levantou. familia: um grupo que frequentemente inclui ambos 05 sexos e individuos de 108 109 Situagées. rentes € ste mee mesma, reconoteseresportaeneioasrelavamente 2 menbros de species ous espace bfstos nanadoe Alectividade ‘Unido, estar com uma, é Ci ‘se tem afeicao me —_ : rane = od cornet ae cnpe Sa ere Derrota an Depredagao Caga swage a = eee a Nesse (1990 defendeu que os sentiments carateristcos asoiados a estes io tipicamente fun wes ai rf padre otic cionais mesmo quando so desagradaveis, como o & Quais, neste caso so estes tragos recorrentes d so rentes do meio, e das emogbes adaptadas sleconadas? Vis autos ofeeceram sugestes Bow, 1971; Oatley, ik, 1991) e algumas destas sugestdes estdo indicadas na tabela 3.2 A LIGAGAO AFECTIVA NOS HUMANOS E NOUTROS PRIMATAS ‘mamar, os bebés mamiferos tém de ficar pré :m préximos das sos quando se separam dela e os seus choros convocam-na ‘muito claramente um padrio caracterstco da especie. E, © mais investigado de todos os padres complexos deste tipo. 110 ohn Bowlby quem se apercebeu de que este padrao de ligacio afectiv. central para o desenvolvimento emocional humano: «O que se exé ser esenc para saxide mental € que o bebé ou a crianga pequena deve © Pitacionamento caloroso, intimo e continuo com a mae (ou ma °. trabalhou com Bowlby, na ligagio afectiva, em Londres, ara o Uganda e af empreendeu tum estudo antr Faturalista dos bebés e das maes numa cultura diferente da sua (Ainsworth 11967), Ela distinguiu um conjunto de padries de comportamento que as criangas pequenas revelavam quando se encontravam com as maes e que no exibiam ‘com mais ninguém, ver tabela 33. ‘Cada um constitui um padrao de vinculacio especitico. Quando a mie presente, hi um sentido de seguranga e um conjunto de acgdes distinto Quando esté ausente, acontecem acgoes bastante diferentes. Assim, em cultu amplamente diferentes, podem verse padrdes de ligacio afectiva. S30 melho ‘considerados como emocionais. Nés, humanos, falamos acerca deles em termo: de amor. O amor e 0 medo da separagao do bebé so universais humanas Servem a fungio vital de manter a me perto, capaz edisposta a cuidar da cian¢a AS ORIGENS DA IDEIA DA LIGAGAO AFECTIVA Em 1935 Lorenz descrevera um padrao instintivo. Os gansos bebés seguem :mantém-se junto de praticamente qualquer objecto que se mova e produza sons Este processo chama-se impressdo perceptiva, Lorenz. propés a existencia de un period eritico - nos gansos cerca de dois dias de vida ~ durante o qual um meca rismo biol6gico se estabelece para reconhecer as caracteristicas da mae: mas 0 objectes acetéveis para este mecanismo néo sio muito especificados. Se no rece uma mae real, as caracteristicas do primeiro objecto, grosseiramente plaust ‘em movimento que aparega sao aprendidas em seu lugar. Nos estudos de Loren este objecto era frequentemente ele proprio. Os efeitos sao irreversveis; os ganso que recebem este tipo de impressio nao reconhecem outros gansos, mas fazen sinais sociais ao que quer que seja que Ihes forneceu a impressio. Quando Robe Hinde e Julian Huxley apresentaram a Bowlby a ideia de impressio pereeptiva (0s trabalhos de Lorenz e Tinbergen compreendeu rapidamente que a etologia e teoria darwiniana da evolugio forneceram a chave: «a estrutura principal da teor da ligagdo afeciva emergiu inteira neste primeiro vislumbre de perspectiva ¢ de coeréncia a tudo o que se Ihe seguiu (Ainsworth, 1992). ut ado a atingir para a mae e se afasta, isto constitui um wz paraa trazer de volta, 10 € estarem pr6 tador para 0 bebé TABELA 3.3 Lista de Ainsworth (1967) dos comportamentos da ligagao afectiva 12. com a me em comparagio con 2 3. Vocalizago ditrencia 4, Chora quando a mae sai; 5. Segue a mae; 8 7 8 Crientago motora visual em direcgdo & mae: ‘Saudagao através do sortso, de vocalzages e excitagdo em geral LLevantar os bragos ao saudar a mao, 9. Bator as palmas ao seudar a mle, 10. Trepar pela mae acima; 11. Enterrarorosto no colo da mae 12. Aproximagéo da mae através da locomogao; 18. Abracar, apertar, bajar a mae (acpbes nao presenciadas nas ctiangas ugandesas, ‘mas cbservadas frequentemente nos bebés das saciedades ocidentas); 14, Exploracio afastada da mae como uma base segura; 15. Fuga para a mae como um paraiso de soguranca; 16. Agarrar-se amae, EXPERIENCIAS SOBRE A CRIAGAO ARTIFICIAL DE MACACOS 9) demonstrou, que os joes se baseavam na necessidade de conforto. Harlow separou macacos bebés das respectivas horas do nascimento e forneceu-lhes duas maes artficiais tas de forma a que os macacos bebés pudessem agarrar-se a elas. Uma era feita de arame encimada por uma cabeca grosseira. A outra foi fabricada de modo semelhante, mas a sua estrutura de arame foi coberta com um tecido ave- udado e possuia uma cabeca diferente, Na primeira experiéncia de tro maca 5,5 meses das st 18 horas por d mente duas horas por dia com ela. A ideia de que a pro la mde de arame, as eri cia para se nao se sentir ‘como uma base pi No pti perceptiva, de dos, mas agarraram-se retirara criados art oda a experién cido possui uma aspectos conside arde € que Harlow se 24 horas por dia perio apercebeu de q) quase todos os sentidos, emo a viva» (p. 94), macacos criados com m onal, social e FIGURA 3.4. - Um macaco bebé nas experiéncias de Harlow agarra's, cheio de medo, @ Be de tecido " grande brinquedo com forma de arana 6 introduzido na sala. Mesmo que 0 bebé macaco tivesse obtido toda a sua aimentagdo da mae de arame, usa Kraemer (1992) resumiu 0s efeitos da criagio dos bebés macacos com maes atificiais. A medida que crescem nao comem nem bebem normalmente. Olham vos e estereotipados, como proprios membros, al nando isto com abracos a si mesmos. S20 mais fracos em muitas tarefas cogrit. vas ipalmente quando apresentados a outros macacos, agem segundo formas sociais inapropriadas. Emitem expresses mutuamente exclusivas de mam entre a reclusdo e o ataque agressi a outros macacos, desde machos adultos a juvenis, bem como a objectos inz mados. Sao sexualmente incompetentes, o montar fémea sio interrompidos e se uma f sto mais marcados em ‘macacos que sdo criados com uma mae artificial nos primeiros seis meses de vvida. Os macacos que foram criades deste modo e que depois se submeteram a qualquer experiéncia «terapéuticay com pares que se agarram a eles, que os do funcionamento social normal (Suomi e Harlow, 1972). Como Kraemer davia, 0 que esté em questio na afectividade ndo é apenas a sobrevivéncia, mas a construgéo de um modelo inte- rior de interacgGes com outros individuos, Sem tais individuos, nenhum modelo semelhante ¢ construfdo. Embora 0s macacos que eram maternalmente privados, ‘mas que tiveram sterapia» com pares parecessem reabilitados em muitas das interacgdes dirias, estes macacos reabilitados permaneceram anormais na reac- G40 as tensdes ou a0s conflitos. Também apresentavam defeitos neurobi tentes no metabolismo dos transmissores cerebrais e na anat lulas nervosas. idade sao inatos. O que ist 0 das espécies sao semelhantes teceu aos macacos criados em isolamento social com maes arti despejar os i os em pilha no chao. Mesmo nessa altura alguns, embora nem todos 0s tijolos, podem ser agrupados em padres mais significativos com cui- dado e persisténcia. Porém, estes no repdem os processos em falta. Antes, desenvolvem-se percursos alternativos para permitir que alguns dos objectivos de interaccio social se cumpram, Apesar disto, as vulnerabilidades & tensio permanecem. A afectividade dos primatas, assim, oferece-nos um exemp! idamente determinados. Nao se desenvolvem normal- ‘mente sem as devidas interacges com outros emocionalmente baseadas. m4 (AS EMOGOES COMO BASES DAS RELAGOES SOCIAIS {guage verbal fez ndo foi substituir as emoc6es, mas permitir comunicarmo-n0s inda mais elaboradamente acerca daquilo que ¢ mais importante para nds — as nossas relagdes emocionais A INTENCIONALIDADE DAS EMOGOES Durante a evolugio e durante o desenvolvimento individual as emogGes tor- ikésofos dizem ~ mais intencionais. A ideia de intenciona- idade 6 que os estados mentais conscientes nos humanos tém motivos: os , desejos de coisas, ete, intencionali- dade neste sentido filos6fico signi propésito de». Nos adultos, como com a maior parte das emogdes sao intencionais: normal mente estamos zangados acerca de alguma coisa, receamos alguma po: dade e assim sucessivamente. ‘A maiotia dos mamiferos, talvez. todos, tem emogdes que induzem depois 0 comportamento. Por exemplo, quando um predador € detectado surge © medo que ocasiona o evitar de acgdes que possuem um cardctertipico das espécies, Em animais mais sofisticados a emogdo acaba por ter um contedido mais especifico, assim, Cheyney e Seyfarth (1990) descrevem como 0s macacos cinzentos pos- suem trés padroes de resposta de medo tipicos da espécie, apropriados aos seus trés principais predadores. Quando uma dguia aparece um macaco esconde-se ra vegetacio, quando um leopardo é detectado o macaco sobe a uma drvore, se se trata de uma serpente 0 macaco soergue-se nas patas traseiras e olha para baixo. Para além disso, o medo nao afecta apenas 0 cérebro individual, difunde-se socialmente: estes macacos produzem trés tipos diferentes de sons de alerta, tum para cada espécie de predador, evocando todos 0 tipo especttico de medo routros macacos e induzindo-os a tomar a acgdo evasiva adequada. Deste modo, podemos afirmar que entre estes macacos o medo possui algum contetido inten- ional espectfic. (Os bebés humanos talvez sejam semethantes aos mamiferos inferiores. bora possames ver que as suas emogdes sao principalmente causadas por , algumas ocorrem por nenhuma raz0 dbvia. Assim, para as bebés To EMOGOES SOCIAIS Na maior parte d tes hi termos de emogdes que sio nor- nveja e significa ter prazer com de uma comparai com um amigo, nas desejo de cor- vel —a gratidao nao possui um objecto, FIGURA 3.5. ~Trés fpos: I nites de resposta de medo por pate dos macacos cinzentas a ttés pos de predadr. 116 A segunda familia interessant .oges sociais complexas com importin- ;gonha, da culpa e da ansiedade s reconheciveis de ameaga de um individuo dominan qualquer transgressao gestos como complementares a dominéncia. Como a gratido €.a empatia ndo possuem objectos ~ estabelecem um determinado tipo de rela- fo, funcionando originalmente para permitir a coexisténcia pacifica as custas de rebaixar um individuo numa hierarquia de dominat cias de que o constrangimento e a emogio mais séria da vergonha podem ser distinguidas a partir das suas manifestacdes (Keltner, 1995). A hierarquia entre os humanos ¢ to comum que é quase uma universal, mas a5 hierarquias humanas so normalmente alcancadas no com lutas, mas simbolicamente (Weisdeld, 1980), por exemplo com faganhas e manifestacSes chocantes de possessdes e de outros recursos (Veblen, 1899). Provavelmente a melhor maneira de pensar nestas emogdes complexas seja em termos de apresen- tagio do ew a outros e de se ser capaz de imaginar o que esses outros possam pensar e sentir em relagio a nds. Este foi o campo de que Goffman (1959) foi pio- neiro, em que o eu é visto como predominantemente social, dependente de uma hist6ria de interacgdes com outros, baseado em ser capaz de manter um determi- nado tipo de desempenho, que ¢ considerado pelos outros e por nés préprios como moralmente valido. A partir deste tipo de analise, a vergonha € possivelmente a mais humana das emogSes, 0 oposto da confianca social. E a emogio a volta da ‘qual a histéria do Jardim do Eden gira: Ado e Eva adquirem o conhecimento ~ sentimentos coléricos > pensamentos sobre como remediar a sit Russell (1991) sugeri que apesar de na vida normal pensarmos com exemj icos sem fronteiras rigidas a dividir exemplos bons «le menos bons, na ia precisamos de compreender as caracteristicas de definico das emoydes. wwaremos a dar exemplos que possuem tracos prototipicos; ao mesmo igdo das emogdes. Cont tempo tentamos compreender as condigdes de det O PROCESSO EMOCIONAL [As emogées geralmente nao acontecem todas ao mesmo tempo. So normal- mente causadas, em seguida passam por um processo, depois tém consequéncias. 126 ‘Uma proposta amplamente aceite foi apresentada por Fr Mesquila e Frijda, 1992) de uma emogdo como um conjunto de estados, como 5 segue: [Apreciagio + contexto de avaliagao -+ prontidao para a acgio > alteragao psicoldgica, expresso, acgio. ‘Assim, a ideia de Fehr e Russell (1984) do nosso entendimento teérico popu e com esta teo via ci ida Stein, Trabasso e Liwag (1994) propuseram estado: dos de Frijda, nos quais as crencas as convicgoes, as infer enfatizados. Estes, ligeiramente modificados a partir da sua expl se segue: 1) Um acontecimento, normalmente inesperado, ¢ sentido por mudar estatuto de um objective valorizado; 2) As crengas sio frequentemente colocadas em questo; isto pode ori nar alteragdes corporais ¢ a ocorténcia de expressdes; 3) Formam-se planos acerca do que fazer relativamente ao acontec mento pata reintroduzir ou modificar 0 objectivo e os resultados pra vveis dos planos sao considerados. igeiramente diferente os planos 0, slo com Estes estados so captados nas questdes: «O que aconteceu? O que poss fazer em relagio a isso e 0 que poderé acontecer a seguir?» ‘Stein, Trabasso e Liwag (1994) dao um exemplo de uma crianca de 5 ano: ‘Amy. A professora do jardim infantil acabara de dizer a turma que tinha um cor junto de pintura para cada crianga e que depois de terem feito pinturas para Noite dos Pais as criancas podiam levé-los para casa. Quando deram as criangs ‘08 seus conjuntos de pintura, a assistente de investigacao de Stein ea. repa que Amy tinha um ar apreensivo, Perguntou-lhe porque. Amy respondet «Estou nervosa, Nao sei porque é que ela me quer dar as tintas. Serd que tenh de estar sempre a pintar em casa? Nao quero nada fazer isso. Nao pensava qu 608 professores nos faziam pintar em casa. Nao gosto assim tanto de pinta Porque é que ela quer que eu pinte em casa?» ‘Aqui vemos que a Amy tem um objectivo que foi violado (1): ela nao que pintar, A ideia de the darem algo para fazer em casa viola uma convicyio acer do que os professores fazem (2). A conversa continua com os planos da Amy (3 Assistente de investigagao: O que vais fazer Amy? ‘Amy: Nao quero levar as tintas para casa. Quero saber porque é qu tenho de fazer isto? ‘Assistente de investigacio: Bem Amy, o que & que vais fazer em re loa isso? 17 Amy: Levo as tintas para casa, mas quando chegar a casa, vou per- sguntar a minha mae porque é que tenho de fazer isto. 7 Duas semanas mais tarde a assistente de investigaca te de investigacdo conversou casual- te com a Amy. Ainda estava preocupada com as tintas. Disse que apenas as ara-uma vez, Mas nao disse & professora, temendo que isso pudesse ser ‘Trabasso e Liwag (1994) propuseram que a forma como uma pessoa vé uum evento 0 enquadramento que usa, que depende dos valores e abjectivos da pessoa ~ determina 0 modo como o evento € sentido e recordado, Pessoas dif, Fentes, por exemplo a professora de Amy, teriam diferentes enquadramentos, a professora, ela tinha realmente uma outra w de pintar em casa se no quisesse e que todos para que as criangas nao brigassem 180 destes assuntos em criancas pequenas & que iguns processos fundamentais numa forma nao elabo- ada, Stein, Trabasso e Liwag (1993) constataram que estas mesmas caracterist, as ocorrem regularmente nos processos emocionais nos adultos e nas criangas, | Os estados de Frijda e Stein et al. sio similares, As suas propostas indicam tm conjunto convergent de entndimentos dos xtados emotive sendo lean . A apreciagdo nao significa que uma emogao é causada pelo facto dde uma pessoa verificar deliberada e conscientemente as respostas a dar com «sim» ou «nao»; «serd isto relevante para um objectivo?s,«serd isto congruent? ete. Os aspectos conscientes da emogdo geralmente nao surgem até 3 fase seguinte, CONTEXTO DE AVALIAGAO Os pensamentos ressaltam na nossa experiéncia das emogdes. Se é novato no amor, os seus pensamentos tém tend@ncia para se dirigirem para o ser amado; se Se sente ansioso, ¢ dificil parar de se preocupar acerca do que poser acontecer; Se se sente zangado, os seus pensamentos incluem planos de retribuicio. Estes Pensamentos referem-se ao contexto: pensar nos planos e em como lidar com 0 Acontecimento que causou a emocdo. Este é 0 segundo estado do processo de 131 apés se ter apaixonado, pensando no homem com que Quero que viajemos juntos, explorando, vendo como as outras pessoas vivem.,. dormindo em pousadas nisticas, -05 a vela, caminhando por estradas | Aqui os pensamentos tomam a forma de planos de ovas experiéncias com o ser amado. bastante diferentes. Eis J [Na ansiedade os pensamentos s [Nao deveriamos convidar aquelas pessoas para 0 vvertém tempo para uma chivena de cha? Vi e qualquer dia destes?s diz _que estamos livees durante toda a semana, deixa que eles escolham,seré que a criada vai abrir a porta? Seré que vai estar demasiado ocupada? O que é que havemas de thes dar? Ira cidade e comprar um bolo? Estardo eles a espera disso? Nao posso gas- tar dinheiro nestes extras, mas po e presunto ndo vo servir, o que & que se da As pessoas para. chi...2(p. 114) Nesta pequena cadeia de pensamentos, Field imagina como abordar alga: i iando diferentes formas de con- preocupando-se com 0 que vai s ver uma visita e uma criada the F que a pessoa que quer ver esté demasiado ocupada. Usos recentes da método de fazer com que os sujeitos mantenham um disrio das emogies pro- uziu muitos exemplos. Oatley e Duncan (1992) registaram uma mulher dé 20 anos, Abigail, que havia tido um violenta discussao com 0 namorado acerca | das preferéncias por diferentes tipos de miisica. A discussdio durou duas horas € ‘mela, mas os pensamentos intrusivos continuaram por trés dias e impediram-na de dormir trés noites. Afirmou: «ndo conseguia que ele me entendesse.» Os seus ppensamentos incluiram: «Serd que isto esta a ir longe de mais? Se for longe de ‘ais, isto [a relagao com 0 namorado] vai acabar» Vieram-Ihe recordagdes & ‘meméria: a discussio «lembrou-he um excnamorador e féla «pensar se [0 rel cionamento] valia a pena» (p. 275). i Estes exemplos de estar apaixonado, de ligeira ansiedade e de ira, ilustram a actividade mental enérgica que as emogies desencadeiam. Se as mudangas de J prioridade devem ocorrer como um resultado do evento que causou a emogao, entio muitas consideragSes tém de ser sondadas. Os pensamentos preocupados | da emogio podem ser necessérios, limitando a atengio, tentando tirar um sen- tido dos eventos que questionam as convicgdes, recordando situagées similares J para comparacio com o problema corrente, fazendo planos pata o futuro. Se a 4 adaptacio humana depende do facto de compreendermos 0 inesperado e de rea- | medida que decidi- isso, & essencial causas dos e pessoas dao. ham deserevem como se Gfereceu a criancas entre os 5 e 0s 11 anos pequenas estampas e se Ihes pedi para decidirem que emogo ocorteria, Uma foi esta 0 professor do Chris Cais recebeu ura Esta & uma histia acerca de um rapaz chamado Chr dieu um teste de ortografiae ele escreveu todas as palavras ‘Se no teste (Wiener e Graham, 1989, p. 407) Se contassem as criangas que Chris havia estudado todas as palavras na noite anterior (sugerindo que a causa do seu éxito foi a sua prépria acco) 1am tendéncia para dizer que ele sentria orgulho, mas se a causa fosse 0 facto feo professor ter dado um teste fécil (uma causa externa a0 Chris), entdo as crian- ‘2s, especialmente as mais velhas, pensariam que Chris nao sentiria orgulho. Resultados compardveis foram ve culpa: se um aconte- ‘imento que originasse danos pudes as criangas pensavam {que a pessoa que o provocara sentir-se-ia culpada, mas se se tratasse de um aci- dente, as criancas mais velhas pensavam que a pessoa nao se sentitia culpada, Serdo os padrdes de pensamento das emocées adaptativos? Alguns padres Pensamentos sdo interpretagies do acontecimento, Parte da terapia de Beck & ir a0 paciente para gerar pensamentos alternativos, bem como os pensamen- tos que realmente ocorreram. Estes pensamentos alternatives por sua vez podem conduzir a diferentes emog6es. Eis um exemplo de uma conservadora de registos médicos que trabalhava num hospital abteviado de Beck, 1979, p. 165). Evento Emogoes Ereito da indugéo | Eteito da indugaio ‘enfermeira encano- | Tristeza Eta ndo gosta de mim_| Ela 6 imprudente em ‘gada na unidade de | Ligera ra otestar reqistos mé- uidados coronétias | Solidéo cos. Séo a sua inca disse bruscamente

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