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• Requisitos:
1. O bem deve sujeitar-se à usucapião: Lembrando: os bens públicos e os bens
pertencentes às comunidades indígenas são insuscetíveis de usucapião.
2. Posse mansa, pacífica e contínua, com animus domini: ou seja, aquela exercida sem
que haja contestação ou oposição por outra pessoa, seja do proprietário, seja de terceiro.
Essa ausência de impugnação é que oferece a condição essencial para que o sujeito se
tenha por proprietário da coisa e aja em relação a ela como se proprietário fosse. É
necessário que a posse mantida pelo tempo determinado seja de tal forma que não haja,
da parte do possuidor, coação, ameaça ou uso de força para se manter no lugar ou
impugnação judicial que questione a posse do bem.
3. Duração da posse por determinado lapso temporal: Em relação a imóveis será de 15
anos na usucapião extraordinária, podendo ser reduzida para 10 anos, se o interessado
tiver estabelecido no imóvel sua morada habitual ou se tiver realizado nele obras ou
serviços de caráter produtivo (art. 1.238, parágrafo único, do CC). Na usucapião
ordinária (que exige justo título e boa-fé) o prazo é de 10 anos, podendo ser reduzida
para 05 anos (art. 1.242, parágrafo único, do CC).
4. Na usucapião constitucional urbana, (art. 183 CF e 1.240 CC) e rural (art. 191 CF e
1.239 CC), o prazo é de 05 anos. Importante, nesta forma de usucapião, não se admite,
ao contrário das demais, a somatória de posses para completar o prazo de cinco anos,
somente se permitindo a transmissão da posse por direito hereditário (art. 1207 CC).
Ainda, é preciso que a área do imóvel tenha até 250m2 e seja utilizada como moradia, e
que o interessado não tenha usufruído desse benefício anteriormente, no caso de
imóveis urbanos. No caso de imóveis rurais, a área deve ter até 50 hectares, que seja
produtiva pelo trabalho do interessado ou de sua família, constituindo sua morada. O
interessado não pode ser proprietário de outro imóvel rural ou urbano.
Quanto aos bens móveis, o prazo é de 03 anos (com justo título e boa-fé), ou 05 anos, arts.
1.260 e 1.261, do CC.
A ação de usucapião tem natureza declaratória: Assim, não é pelo procedimento (judicial ou
extrajudicial) de usucapião que o interessado adquire a propriedade do bem em questão. A
demanda se limita a certificar a anterior aquisição da propriedade – que se deu a partir do
momento em que foram reunidos os requisitos para tanto. Por isso, é possível que o interessado
obtenha a declaração por outra via, como a alegação de usucapião como matéria de defesa
(Súmula 237 do STF).
O atual CPC não disciplina capítulo próprio para ação de usucapião. Assim, o rito empregado é
o comum, porém, há a exigência de requisitos próprios.
• Legitimidade: Polo ativo: pessoa natural ou jurídica, que cumpra os requisitos
exigidos. Polo passivo, será formado, obrigatoriamente, pela pessoa em cujo nome
esteja registrado o bem (e seu cônjuge, se houver), pelos confinantes (art. 246, $3º,
CPC) e por seus cônjuges ou conviventes, exceto quando casados em regime de
separação absoluta de bens (art. 73, $ 1º, I, CPC).
• Competência: local onde se situa o imóvel
• Procedimento: A inicial deve conter a descrição precisa do bem e deve estar
acompanhada da planta do imóvel, memorial descritivo, certidão do Registro de
Imóveis e certidões negativas de ações possessórias. Além da citação pessoa em cujo
nome esteja registrado o bem (e seu cônjuge, se houver), e confinantes (cônjuges ou
conviventes), deve o autor requerer a publicação de edital, para a cientificação de
eventuais interessados (art. 259, I, CP).
• USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL – art. 216-A da Lei 6.015/73
Somente quando há expressa concordância de todos aqueles que possuem algum direito
registrado na matrícula do imóvel e não haja oposição de qualquer pessoa é que pode o
oficial proceder ao registro de usucapião.
DESPEJO – Lei 8.245/91 (Lei de Locações)
Aplica-se referida lei as locações residenciais, que podem ser:
Por prazo determinado, igual ou superior a 30 meses: desde que contratada por escrito, gera
o direito de retomada do imóvel, independente de motivação, uma vez findo o prazo da locação.
Também pode haver a “denuncia vazia”, ou seja, o direito a retomada do bem, sem motivo
específico, depois do término do prazo contratual, em caso de prorrogação tácita da locação.
Locações por prazo indeterminado ou prazo inferior a 30 meses: somente autorizam a
retomada motivada do bem, e apenas nos casos apontados em lei (art. 9º e 47, II a V da LL) e,
somente é autorizada a denúncia vazia após 05 anos da vigência do contrato.
Locações não residenciais: Não se destinam a moradia, mas outros fins, inclusive comerciais.
Permitem “denuncia vazia”, desde que o contrato seja por prazo indeterminado e tenha havido a
préia notificação com 30 dias de antecedência. Não permite “denuncia vazia” quando o imóvel
se prestar à locação de hospitais, asilos, estabelecimento de saúde e ensino, prorrogando-se
automaticamente o contrato por tempo indeterminado e somente autorizando a retomada pelos
motivos do arts.9º e 53 da LL.
Competência ação de despejo: foro da situação do bem, admitindo a eleição de foro.
Em se tratando de ação de despejo para uso próprio, independentemente do valor da locação, a
demanda pode ser ajuizada perante os Juizados especiais, art. 3º, III, Lei 9.099/95.
Legitimidade: polo ativo: o locador do imóvel, ainda que não seja o proprietário. Polo
passivo: o inquilino. Em caso de despejo fundado em não pagamento do aluguel, é importante o
fiador constar do polo passivo, para que a execução possa voltar-se contra ele, não sendo ajuizar
ação própria (cobrança).
Valor da causa: a soma de 12 meses do valor do aluguel.
DA OPOSIÇÃO
Serve para veicular pedido daquele que pretende, no todo ou em parte, a coisa ou o direito
sobre que controvertem autor e réu. A intenção da oposição, portanto, é a de excluir as
“pretensões” do autor e réu da demanda original, fazendo prevalecer seu interesse sobre o bem
ou direito objeto daquela demanda. Trata-se da situação daquele que entende que nenhum dos
sujeitos da primeira relação processual tem razão quanto à demanda, de modo a concluir que o
interesse ali discutido na realidade lhe pertence. Essa é a tônica da oposição e é também sua
função: acoplar ao processo instaurado outro processo, conexo ao primeiro, em que esse terceiro
sujeito pretende, da mesma forma como fez o autor do primeiro processo, a coisa ou o direito
objeto deste.
• Procedimento:
É necessário que exista um processo ainda em curso. Se o processo já foi concluído, deverá
ser proposta uma demanda comum, contra o ganhador do primeiro processo. A inicial da
oposição deve seguir os requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC, e deverão figurar como réus na
oposição, as partes do processo originário (autor e réu deste processo). Exige a formação de
litisconsórcio passivo necessário, sob pena de indeferimento da petição inicial. A citação dos
réus se dá na pessoa de seus advogados (do processo origina) salvo se alguma das partes não
tiver advogado, será pessoal. Deve seguir o rito comum, com a ressalta que a lei se preocupa em
fazer a ação original e a oposição tramitarem conjuntamente e serem julgados
concomitantemente.
DAS AÇÕES DE FAMÍLIA – arts 693 a 699 do CPC
Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de
divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e
filiação.
Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de
adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica, aplicando-
se, no que couber, as disposições deste Capítulo.
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a
solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de
profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação.
Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do
procedimento comum, observado o art. 335.
Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando
houver interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de
acordo.
Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a
alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar
acompanhado por especialista.
DIVÓRCIO
Não realizada a conciliação, a ação de divórcio litigioso deve decidir sobre:
A guarda (sempre que possível compartilhada = art. 1584 CC § 2o : Quando não houver acordo
entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer
o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao
magistrado que não deseja a guarda do menor.
(guarda compartilhada diferente de alternada)
O direito de visitas (art. 1583 § 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os
filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as
condições fáticas e os interesses dos filhos)
Alimentos (serão prestados mesmo no caso de guarda compartilhada. Não há valor definido.)
Nome dos cônjuges
Partilha (Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens).
DIVÓRCIO CONSENSUAL
DIVÓRCIO EXTRAJUDICIAL – que haja consenso entre as partes e não existir incapaz.
AÇÕES POSSESSÓRIAS
As ações possessórias competem a quem pretender proteger a posse de seus bens, sem discutir o
domínio sobre os mesmos. No direito brasileiro, conhecem-se basicamente três formas de
proteção possessória: a reintegração de posse, a manutenção de posse e o interdito proibitório.
A distinção entre a ação de reintegração e a ação de manutenção tem íntima relação com a
intensidade da agressão à posse. Para que alguém possa pedir reintegração, deve ter ocorrido a
perda da posse – chamada de esbulho; para que se possa exigir manutenção, basta o incômodo
no exercício da posse – chamado de turbação (art. 560, do CPC).
O direito ao ressarcimento permite que o autor obtenha indenização pelo dano que sofreu e por
aquilo que deixou de ganhar em virtude do esbulho. Nesse caso, é possível que o juiz, diante da
cumulação dos pedidos de reintegração de posse e perdas e danos, em determinado momento,
que o processo deva prosseguir somente para permitir a elucidação das perdas e danos. Pode
haver julgamento parcial do mérito (art. 356, II c/c art. 355, I, do CPC) quando se resolve
primeiramente a questão possessória e fica pendente a questão referente aos prejuízos. Neste
caso, o ato judicial será considerado como decisão interlocutória, sujeitando-se a agravo de
instrumento (art. 365, §5º, CPC).