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Brasileiro de Televisão
Universitária
Comissão Organizadora
Prof. Dr. Claudio Márcio Magalhães
Currículo lattes (http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706057Z0)
Membros do Comitê Científico
Prof. Dr. Alexandre Schirmer Kieling
Currículo lattes (http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4773000H2)
Prof. Me. Fernando José Garcia Moreira
Currículo lattes
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4713987A6
Prof. Me. Hélio Lemos Sôlha
Currículo lattes
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4773234P2
2 Prof. Me. José Dias Paschoal Neto
Currículo lattes
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4220443U1
Prof. Dr. Pedro Henrique Falco Ortiz
Currículo lattes (http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763848H1)
proposta acadêmica
Comissão Científica
Alberto Cesar Russi – Universidade do Vale do Itajaí
Alexandre Kieling - Universidade Católica de Brasília - UCB
Américo Alves Cerqueira Passos – Universidade José do Rosário Vellano – Unifenas
Carlos Alberto Carvalho – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Carlos Bottesi - Universidade Estadual de Campinas
Cláudio Márcio Magalhães -Centro Universitário UNA
Daniel De Thomaz – Instituto Presbiteriano Mackenzie
Eduardo Rodrigues da Silva – Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC GOIÁS
Fernando José Garcia Moreira – Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP
Gabriel Priolli - Presidente de Honra ABTU
Gilmar Eduardo Costa do Couto – Universidade Federal do Amazonas
Helena Cláudia Fernandes dos Santos – Universidade de Fortaleza – UNIFOR
Hélio Solha – Universidade Estadual de Campinas
Jair Giacomini – Universidade de Santa Cruz do Sul
José Dias Paschoal Neto - Universidade Paulista - UNIP
José Moacir Gomes Pereira – Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS
Julio Wainer – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC SP 3
Kátia Fraga – Universidade Federal de Viçosa
Pedro Ortiz – Universidade de São Paulo – USP
Sandra Moura- Sandra Moura - Universidade Federal de João Pessoa - UFPB
Sandro Luis Kirst – Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento Socia
Sumário
AS LIMITAÇÕES IMPOSTAS PELA LEGISLAÇÃO AOS CANAIS UNIVERSITÁRIOS – ESTUDO DE CASO TV UNAERP...................5
4
AS LIMITAÇÕES IMPOSTAS PELA
LEGISLAÇÃO AOS CANAIS UNIVERSITÁRIOS
– ESTUDO DE CASO TV UNAERP
Lígia Aguila Ferreira
Associação de Ensino de Ribeirão Preto
UNAERP, Ribeirão Preto-SP Comunicação Social
REFERÊNCIAS
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Novas tecnologias móveis como plataformas
de produção: participação do público e
novos conteúdos para a televisão pública
Graciele Barroso
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação – PPGC/UFPB.
gracielebarroso@gmail.com
Universidade Federal da Paraíba – UFPB
Resumo ção de vídeos produzidos pelo público manda de um público habituado a desen-
A televisão tem passado por mudanças em suas programações é uma forma de volver diversas tarefas ao mesmo tempo:
na forma de produção e recepção e per- manter essa preferência. ver TV, acessar Internet, ouvir no rádio a
manece forte na preferência do público. Por se tratar de meios autônomos de previsão do tempo... O tempo é outro fa-
Esse artigo tem como proposta apresentar mercados e governos, as televisões pú- tor determinante nessas transformações,
de forma incipiente como as novas tec- blicas aparecem como cenários propí- não o tempo a que se refere à previsão,
nologias móveis podem contribuir para cios para testes de novas linguagens e mas o tempo que ficou imprevisível com
a construção de uma programação plural formatos e para fomentar o jornalismo o advento da Internet. A noção de tempo
e diversificada, atendendo ao anseio de colaborativo a partir do uso das novas e espaço modificada pela atuação cada
participação do público, especialmente tecnologias como plataformas de pro- vez mais maciça da rede determina altera-
nas emissoras públicas. Traz ainda como dução de conteúdo telejornalístico. O ções na recepção do conteúdo televisivo.
referência desse cenário o quadro Ou- caráter democrático e participativo está A programação em fluxo que obedecia a
tro Olhar da TV Brasil. na constituição da televisão pública, por- uma ordem temporal, tão fixada que era
tanto, nesses meios o público teria li- paga por segundos, pode ser vista de di-
Palavras-chave: Televisão pública. vre acesso para produção e circulação de versos locais e em horários definidos pelo
Multiplataformas de produção. Cultura conteúdos, diferente dos meios comer- público. É a televisão personalizada ao
da participação. ciais que utilizam a participação do pú- gosto - e tempo - do telespectador. Um te-
blico para gerar mais audiência e receitas lespectador cada vez mais exigente, infiel
Introdução financeiras. Partindo desses pressupostos, – que o digam os índices de audiência da
Diante das mudanças ditadas pe- o presente trabalho discorre sobre o novo líder Globo – e que vai atrás do conteúdo
las novas mídias e pela cultura da con- cenário impetrado pelas multiplataformas que lhe interessa. Esse comportamento
vergência, a televisão é o meio que se de produção de conteúdo que podem ser faz parte de um dos conceitos que nor-
apresenta como um dos mais passíveis fomentadoras de uma programação te- teiam a cultura da convergência apresen-
de adaptação às novas linguagens e for- levisiva plural e diversificada. O quadro tada por Henry Jenkins, sendo esta local
matos. O veículo como meio massivo e Outro Olhar, do telejornal Repórter Bra- de embate entre novas e velhas mídias e
estático tem passado por significativas sil da TV Brasil, é utilizado para ilustrar a indicadora de alterações nas relações de
mudanças que foram iniciadas com a discussão proposta. poder entre produtor e consumidor.
proposição da Televisão Digital e estão Nesse cenário de multimeios, a televi-
em pleno curso com as multiplataformas 1 Televisão: mídia metamorfose são desponta como um dos mais capaci-
de consumo e produção de conteúdo, le- Durante muito tempo falou-se em su- tados para se adaptar às transformações,
gitimadas pelo uso da Internet. Mesmo peração de uma mídia pela sua sucessora, garantir espaço na preferência do público
com as ofertas de conteúdos em diversos sendo assim, o surgimento da Internet de- e até conquistar novos adeptos. Maté-
meios, as programações televisivas não cretaria o fim da televisão. Contrariando ria publicada na revista Istoé, de 10 de
estão perdendo audiência, o que vem esse pensamento, a televisão não morreu. abril de 2013, traz informações sobre as
ocorrendo é uma mudança de comporta- Com as mudanças provocadas pela con- novas formas de ver TV e o resultado de
mento na recepção dos conteúdos: o re- vergência midiática, o modelo tradicio- uma pesquisa que mostra o crescimento
ceptor está mais propenso a acompanhar nal deve passar por reformulações e essas do tempo gasto diariamente pelos bra-
a programação em rede, com horários modificações passam pela produção e sileiros assistindo o meio em diferentes
e programas definidos de acordo com a recepção de conteúdos. No tocante à re- conexões: saiu de 5h08m em 2008 para
preferência de cada um. cepção já está mais evidente: há tempos, 5h32m em 2012 (ISTOÉ, 2013). Desde a
Os produtores de conteúdo televisivo o modelo de consumo televisivo deixou sua criação, a televisão procurou adaptar-
precisam lidar com o público que conso- de ser as famílias se reunirem na sala da se, começou pela adoção das caracterís-
me em múltiplas telas: enquanto ver casa para assistir ao programa favorito. ticas e profissionais do rádio – detentor
TV, ele acessa outros conteúdos pelo A televisão, que já saíra da sala para ou- da preferência do público na época – e
celular, computador e tablet, e ainda emi- tros cômodos da casa, agora é móvel e depois a busca por melhor qualidade das
te opiniões por meio das redes sociais. O acompanha o público para onde ele for. transmissões e mobilidade: o surgimen-
8 receptor não é somente consumidor, mas A tecnologia digital permitiu a recepção to das cores e o videotape, são alguns
também produtor de conteúdos. Diante da programação televisiva com imagem exemplos. Por se tratar de emissoras que
disso, os canais televisivos precisam en- de qualidade em diversas plataformas. devem ser independentes de mercado e
contrar alternativas para não perder a A televisão está agora no computador, governos, as televisões públicas seriam
preferência do público, independente do no celular, no tablet e até no GPS. Essa espaços privilegiados para a adoção de
tipo de conexão. Oportunizar a veicula- possibilidade de recepção atende à de- novos conceitos e linguagens, como por
exemplo a narrativa transmídia e o jorna- deos. Os celulares – indispensáveis nes- do assim melhor detalhamento do mate-
lismo colaborativo. Um dos aspectos do se processo – são munidos de câmera, rial colhido. Na semana citada, o quadro
jornalismo colaborativo é a participação programa de edição e acesso à internet, Outro Olhar foi ao ar duas vezes.
do público na complementação e pro- recursos necessários para a produção e No dia 10 de julho, o quadro apre-
dução de conteúdo, e essa ação ganha disseminação dos conteúdos. O que im- sentou uma produção da Rivello Vídeos
maior respaldo nos canais públicos, já porta na produção desses vídeos não é a contando a história da pizza. O formato
que esses devem ser autônomos e atua- qualidade da imagem ou da edição, mas do material exibido diferencia-se das re-
rem a favor da liberdade de expressão. o conteúdo informacional. portagens clássicas, sem a participação
Nesse sentido, a televisão pública des- De acordo com dados do youtube, a de um narrador, sendo apenas uma fonte
ponta como espaço de efetivação das cada minuto são postadas 100 horas de contando a história e parte das fa-
novas possibilidades de produção e con- vídeo no site, em 2011 eram 48 horas por las cobertas com imagens do processo de
sumo do jornalismo colaborativo, já que minuto (ABRIL, 2013). Por seu caráter de feitura da pizza. Outra edição foi ao ar
é mais acessível e tende a aproveitar com infinitude e diversidade de público, a no dia 12 de julho e trouxe um material
mais assertividade os conteúdos oriundos internet é o local de maior demanda de mais elaborado. A produção foi do grupo
do público. vídeos. “A internet seguirá sendo o espa- Freenet e tratou dos problemas com pri-
As novas plataformas que modificam ço do vídeo amador por excelência. Mas vacidade na rede. Além de imagens cap-
a recepção também imprimem alterações a televisão também pode buscar formas tadas nas ruas, foram exibidas imagens de
no processo produtivo. Os produtores de de exibir esses vídeos, desde que haja câmeras de segurança, com uma edição
TV tendem a não saber mais com preci- programas formatados para agregá-los.” marcada de efeitos visuais. Diferente da
são onde os conteúdos serão veiculados e (CANITTO, 2009, p. 215) anterior, não aparece nenhuma fonte e
é preciso atentar para as características de apenas um narrador apresenta as infor-
cada meio. Essas transformações podem 3 Outro Olhar: novas formas de ver mações do vídeo. A narração foi feita em
ser um indicativo de uma nova televisão: a notícia inglês com legendas em português.
a pós-TV, feita por pós-jornalistas, para O Repórter Brasil é o telejornal da O Outro Olhar é apresentado no site
pós-telespectadores (ELIZABETH LO- TV Brasil e entrou no ar em 2007, com do programa como o quadro de jornalis-
RENZOTTI, 2013). O processo está em uma edição de segunda a sábado, às 21h, mo colaborativo da TV Brasil e diferente
curso, os produtos estão sendo testados e outra pela manhã. Mais recentemente a de outros canais a participação do públi-
e o tempo dirá se o formato será de fato edição da manhã foi extinta e criada uma co vai além do envio de imagens amado-
estabelecido. ao meio dia, de segunda a sábado. O te- ras: ele também produz conteúdo infor-
lejornal pode ser visto pela TV Brasil mativo. Isso é possível porque o público
2 Multiplataforma e produção de e também pela WebTV. O programa conta hoje com as tecnologias – câmeras,
conteúdo tem uma página no facebook e uma con- celulares, computadores e outros -
“Nessa copa os cinegrafistas não ta no twitter. Além das matérias, notas e que funcionam como plataformas de
vão estar sozinhos, comentaristas vão ter comentários, são exibidos dois quadros produção e disseminação dos vídeos. A
mais concorrência (...)”. O texto faz parte com a participação direta do público: tendência é que cada vez mais o público
da campanha publicitária da operadora “Outro Olhar” e “Pergunta do Dia”. aproprie-se dessas tecnologias para pro-
de telefonia Oi e é coberto por imagens O telejornal apresenta a encenação duzir suas versões dos fatos. Nesse sen-
de uma multidão carregando celulares e clássica com dois apresentadores numa tido, a TV Brasil tem cumprido o papel
computadores. A campanha intitulada bancada e é exibido ao vivo. A única de emissora pública, oportunizando a
“Multidão” ilustra bem esse momento de abertura para a participação do público diversidade e pluralidade de conteúdo e
forte utilização de dispositivos móveis na é no quadro “A pergunta do Dia”, mas democratizando o acesso e participação
recepção e produção de conteúdo. a intervenção não acontece em tempo do público no processo produtivo.
O movimento que começou margi- real: os comentários são postados com
nalizado ganhou a simpatia das grandes antecedência nas redes sociais e como Considerações Finais
redes. É comum ver nos telejornais dos não são veiculados todos, fica evidente As transformações provocadas pe-
principais canais de televisão aberta o que há uma seleção, no entanto não são los novos meios e plataformas estão em
uso de imagens do que eles classificam apresentados os critérios para escolha de pleno curso. Não existem ainda manuais
de cinegrafista amador. O telespectador uns em detrimento dos outros. que ensinem como os meios devem pro-
é convocado a colaborar com sua O quadro “Outro Olhar” é destina- ceder para garantir sobrevivência e prefe-
visão – leia-se vídeos - de um deter- do para o público produzir conteúdo rência dos públicos. O que se tem obser-
minado fato. O jornalismo colaborativo informativo sobre a realidade da região vado são processos tentativos para tentar
ganha novo fôlego com os dispositivos em que vive, apresentando a sua versão atrair o público cada vez mais conectado
móveis como plataforma de produção e dos fatos, conforme a página do progra- e fragmentado. As multiplataformas para
distribuição de conteúdo. ma na Internet. Os assuntos são os mais produção e circulação de conteúdo aces-
Segundo Silva (2009, p.69 ), “(...) as variados, desde o uso de sombrinha em síveis para qualquer um que esteja habili-
tecnologias móveis digitais em redes determinada cidade aos problemas de tado para utilizá-las, estão provocando al-
sem fio são fomentadoras de mudanças mobilidade urbana. Os autores dos ví- terações significativas no papel da mídia,
nas redações, na prática jornalística e na deos também são bem distintos. No site podendo ficar para esta a função de ape-
construção de novos formatos de notícias do programa tem o espaço para o envio nas decidir o que será ou não divulgado.
com o entrelaçamento de microblogs, dos vídeos, além dos termos de uso. Apa- Para o modelo tradicional de televi-
live streaming e produção colaborativa.” rentemente o sistema é simples, bastando são, esse novo cenário representa grandes
Como ressalta a campanha da Oi, os pro- apenas preencher um cadastro e carregar desafios, relaciona-se diretamente com
fissionais da comunicação não estão mais o material. preferência e audiência e influi nas recei-
sozinhos, dividem espaço com um públi- Tendo em vista que a configuração tas financeiras. No entanto, são essas as
co também produtor de conteúdo e com técnica do telejornal é a mesma todos os características que fazem a referenciada 9
ferramentas para tal finalidade. dias e considerando o volume de informa- pós-TV: conteúdo independente, qualida-
O barateamento dos aparatos tecno- ções em cada edição, optou-se para fins de da informação, participação do públi-
lógicos e a multiplicidade de recursos deste artigo pela análise de uma semana, co no processo produtivo, pluralidade de
têm permitido a um público cada vez sendo selecionada de forma aleatória a se- fontes e multicanais de acesso. A internet
maior ser o produtor e distribuidor de ví- mana de 08 a 13 de julho de 2013, visan- como meio tem assumido mais fortemen-
te o papel de disseminar esses conteú- No quadro “Outro Olhar” tem-se temente os conteúdos não são dire-
dos, e como estratégia de sustentação a uma representação clara do uso das cionados pela emissora, mas devem
televisão, especialmente a pública, deve multiplataformas para produção de passar por uma seleção. Esse seria um
atentar para a demanda do público e dis- conteúdo, já que são exibidas matérias primeiro passo para a participação do
ponibilizar horários na programação para feitas com aparelhos celulares, câmeras público na produção de conteúdos para
a veiculação dessas produções. amadoras e outros suportes. Aparen- o telejornal.
Referências
ALECRIM, M. Uma nova forma de ver tevê. Disponível LORENZOTTI. E. POSTV, de pós-jornalistas para pós-teles-
em: <http://www.istoe.com.br/reportagens/288302_UM pectadores. disponível em: < http://www.observatoriodaim-
A+NOVA+FORMA+DE+VER+TEVE> prensa.com.br/news/vi ew/postv_de_pos_jornalistas_para_pos_
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10 CANNITO, N. G. A TV 1.5 – a televisão na era digital. Dispo-
nível em < http://www.pos.eca.usp.br/sites/default/files/file/bdt SILVA, F.F. Tecnologias móveis como plataformas de
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julho de 2013. pectos socioculturais das tecnologias móveis de comunica-
ção no Brasil. LEMOS, A; JOSGRILBERG, F (Org). Salvador/
JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008. BA: EDUFBa, 2009.
Preservação dos arquivos digitais
das TVs universitárias brasileiras1
José Carlos Mardegan2
Neusa Maria Amaral3
Universidade Estadual de Londrina
Área Temática: Pesquisa na Televisão Universitária
Palavras-chave: TV, Memória, Imagem, Preservação, Digital
Resumo: Para McGARRY (1999, p.62) “A cultu- rias e outras de cunho público, educativo
A preservação digital é uma ferramen- ra criada por seres humanos depende de e cultural. A partir dessa Lei o sistema de
ta utilizada para a manutenção e recupe- sistemas, signos e símbolos, precisa ser TVs universitário cresceu mais de 700%
ração de registros históricos. A preserva- transmitida de uma geração a outra pelo até 2011. Nenhum outro segmento de te-
ção dos arquivos videográficos digitais meio que for necessário” neste sentido o levisão cresceu tanto, principalmente em
produzidos pelas TVs universitárias, visa homem tem criado mecanismos diversos se tratando do ‘campo público de televi-
assegurar, além de outros, a memória das para assegurar a preservação e a transmis- são’, que engloba as demais emissoras
instituições onde estão inseridas. O estu- são da história no decorrer dos séculos. voltadas para o interesse público, como
do considera as experiências vivencia- Ao longo da história, o homem utilizou as legislativas, educativas e comunitárias
das no universo das TVs universitárias e utiliza os mais diversos materiais como (RAMALHO, 2011, p.16).
brasileiras e pretende apontar os fatores suporte para registros da informação. Um O Brasil possui hoje, segundo RAMA-
facilitadores e os limitadores resultantes grande passo dado pela humanidade nes- LHO (2011, p.27 e 42) 151 (cento e cin-
da adoção de estratégias e políticas de se processo foi a invenção do computa- quenta e uma) TVs universitárias produzin-
preservação. A análise exploratória dos dor na década de 1940. O uso cada vez do cerca de 90 (noventa) horas semanais
dados coletados através de instrumentos maior dessa máquina, inicialmente por de material inédito o que soma um total de
junto as 151 TVs universitárias identifi- empresas e a partir dos anos oitenta, tam- 4680 horas/ano de material que vem sendo
cadas, deverá servir de base para a bém pelo cidadão comum, representou armazenados nas suas respectivas unidades
adoção da melhor forma de se fazer um grande salto para o registro, o arma- e que, na maioria dos casos, devem ser pre-
a organização, a classificação, a preserva- zenamento e a recuperação de informa- servados, o que leva a problemas de como
ção e a recuperação dos arquivos video- ções (BODÊ 2008, p.41 e 43). Neste pon- fazer a organização, a classificação, a pre-
gráficos da TV UEL. to, passamos a ter o registro, preservação servação, e a recuperação dos materiais
e armazenamento de conteúdos sob a videográficos digitais, produzidos diaria-
1 Trabalho apresentado ao forma de codificação digital. mente por uma emissora de televisão uni-
XIII Fórum Brasileiro de Televi- A evolução do computador associada versitária. Organizar, classificar preservar
são Universitária e o II Encontro ao surgimento da internet permite, nos e recuperar este volume de material pro-
de Televisões Universitárias Ibe- dias atuais, a produção num volume cada duzido é um desafio.
ro-americanas. Associação Brasi- vez maior e cada vez mais rápida da in-
leira de Televisão Universitária formação, criando um desafio no sentido Procedimentos metodológicos
(ABTU), 2013. de preservação, armazenamento e recu- Com o objetivo principal de estudar as
2 Economista, Secretário Exe- peração dessa informação, como parte formas de organização, preservação e re-
cutivo da TV UEL, Mestrando do da memória histórica. Para Rothenberg cuperação dos materiais videográficos di-
programa de pós-graduação em (1999b, p.17, tradução do autor) apud gitais de uma TV Universitária, a pesquisa
Ciência da Informação da Univer- (GRÁCIO 2011), “[...] os documentos pode ser caracterizada como exploratória
sidade Estadual de Londrina- UEL. digitais que estamos atualmente criando e explicativa (GIL, 2008, p.41) e também
End. Eletrônico: mardegan@uel.br são a primeira geração de uma forma ra- de campo, com viés de estudo de caso,
3 Jornalista, Diretora da TV dicalmente nova de manutenção de re- já que busca junto às TVs Universitárias
UEL; profa. Adjunto do Curso de gistros”. Como tal, são susceptíveis de se- brasileiras, analisar conceitos e procedi-
Comunicação Social, da Universi- rem vistos por nossos descendentes como mentos que são aplicados na preserva-
dade Estadual de Londrina; mestre documentos valiosos dos primórdios da ção de seus arquivos. Essa análise será
em Comunicação Social, área de idade da informação. o suporte conceitual e descritivo para a
concentração em Comunicação Desde as primeiras emissões no Brasil criação das políticas de preservação digi-
Científica e Tecnológica, pela Uni- no início da década de 1950 a televi- tal que deverá ser adotada pela TV UEL.
versidade Metodista de São Paulo são evoluiu muito enquanto técnica, en- Como técnica foi efetuada uma revisão
e doutora em Ciências da Comuni- quanto tecnologia e enquanto linguagem bibliográfica e será aplicado um instru-
cação, área de concentração Jorna- “[...] a televisão atravessou o século XX mento com perguntas abertas e fechadas,
lismo, Mercado e Tecnologia, pela baseada em um único modelo de negó- a ser enviado, por e-mail, a todas as TVs
Universidade de São Paulo. End. cios produzindo entretenimento, infor- universitárias filiadas à ABTU4.
Eletrônico: nmamaral@uel.br. mação e, porque não, cultura” (AMARAL,
2004, p.37). A televisão universitária está Resultados
Introdução presente no Brasil desde 1969 com a Acredita-se que o referencial teórico
Com o advento da Internet e o desen- inauguração da TV Universitária de Per- sistematizado possibilitará a compreen- 11
volvimento de tecnologias para o acesso à nambuco, mas somente após são e ampliação dos conceitos e políticas
informação científica, diversas soluções co- 1995, com a Lei do Cabo (8.977/95), de preservação enfocando aí as carac-
meçaram a ser experimentadas visando ao as operadoras de TV por assinatura passa- terísticas da produção do material vide-
gerenciamento e armazenamento da infor- ram a disponibilizar os canais básicos de ográfico das TVs universitárias e, mais
mação em formato digital. utilização gratuita para as TVs universitá- especificamente da TV UEL. A revisão bi-
bliográfica e o instrumento fornecerão os Conclusão o sigilo comercial e os segredos governa-
dados necessários para responder ao pro- A memória e a história seguem prin- mentais previstos em lei. A conservação
blema formulado, evidenciado as formas cípios similares, onde no processo de re- e a preservação de documentos históri-
de preservação digital com o objetivo de construção da memória, torna-se necessá- cos, no caso, a preservação dos arquivos
assegurar a longevidade e o acesso aos rio compreender o papel dos documentos imagéticos digitais produzidos pelas TVs
registros históricos das instituições e tam- e registros históricos como representação universitárias brasileiras, visa garantir,
bém de verificar junto às TVs universitá- material da memória histórica. Para Ri- além de outros, o registro históricos
rias a existência de políticas de gestão de coeur (2007 apud SOUSA 2011), “a his- das instituições, haja vista o fato de que
informações com o intuito de armazenar, tória é reconhecida como um recorte do as TVs universitárias cobrem os fatos e os
preservar e recuperar o material videográ- tempo e se diferencia da memória por a acontecimentos cotidianos das institui-
fico digital produzido e, se há, quais são mesma se estabelecer em sua totalidade”. ções onde estão inseridas. Ao selecionar,
as características dessa política. A preservação da informação tem como armazenar e disponibilizar a produção,
objetivo, também, assegurar o acesso a as TVs universitárias permitem também,
4 ABTU- Associação Brasileira informações sobre o indivíduo, o próprio a disseminação da informação a um pú-
de Televisão Universitária. governo, a administração pública e o blico muito maior do que o restrito à co-
país, ressalvados o direito à privacidade, munidade universitária.
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A APROPRIAÇÃO DA CONVERGÊNCIA
MIDIÁTICA NA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Paula Cecília de Miranda Marques
Universidade Estadual Paulista “Jú- tífica. Segundo Jambeiro, o modelo de Contudo, a simples apresentação de
lio de Mesquita Filho” Área do Conheci- exploração comercial das concessões conteúdos pode não bastar para que o es-
mento: Novas Tecnologias na Televisão permite que as emissoras desviem de sua pectador absorva o conhecimento.
Universitária. finalidade, priorizando programas que A partir disso, o presente trabalho su-
chamam mais a atenção do público. gere que a televisão, aliada à possibilida-
Palavras-chave: televisão; internet; con- de de uma interação mais próxima com o
vergência midiática; divulgação científica. O resultado é que a qualifica- público por meio da internet, se mostra
ção legal da radiodifusão como como alternativa eficiente para a popula-
Resumo: A televisão tradicional com um serviço de interesse público rização do conhecimento. A convergên-
fluxo unilateral, aos poucos, cede espaço e com finalidades educacionais cia de mídias envolve o espectador, con-
para o diálogo com seu espectador. Este tornou-se meramente retórica, sem vidando-o a entender, discutir e aplicar a
trabalho sugere que essa troca de infor- conseqüências objetivas em termos ciência em seu cotidiano.
mações pode ser benéfica no âmbito da de implementação. Na prática, o Com a digitalização das mídias, surge
divulgação científica feita pelas televisões modo comercial de exploração a discussão sobre o futuro das mídias tra-
universitárias. Mais que a absorção passiva da TV tem sido esmagadoramente dicionais. A sugestão aqui proposta é de
de conteúdos, o receptor, agora também predominante e o número e qualida- que não da ideia de substituição de um
visto como produtor, poderia influenciar de de programas de entretenimento meio por outro, e sim da expansão da con-
na escolha dos temas e expandir a experi- têm superado de longe aqueles com vergência midiática, que amplia as possibi-
ência cognitiva com a possibilidade de, a características educacionais. (JAM- lidades de transmitir conhecimento.
partir da internet, questionar e aproximar o BEIRO, 2008, p.89). Segundo Jenkins (2009, p. 29), a con-
conhecimento de seu cotidiano. vergência é uma transformação cultural,
E, quando tem a finalidade de difun- pois as pessoas são orientadas a fazer co-
Introdução: A divulgação científica, dir a ciência e fornecer ferramentas de nexões em meio a conteúdos de diferen-
aqui entendida como a “[…] utilização de transformação das esferas sociais, muitas tes mídias.
recursos, técnicas, processos e produ- vezes erra na abordagem, conforme aler- Essa convergência, como explicitou o
tos (veículos ou canais) para a veiculação tou Bueno, que destaca que a cobertura autor, vai além de uma questão tecnoló-
de informações científicas, tecnológicas da CT&I pelos meios de comunicação gica e depende dos espectadores como
ou associadas a inovações ao público reforça a idealização de que a ciência participantes. Em seu texto
leigo” (BUENO, 2009, p.162), é uma avança aos saltos e graças a descobertas “Novos comportamentos para antigas
importante ferramenta de popularização dos considerados grandes gênios que mídias ou antigos comportamentos para
do conhecimento produzido nas univer- carregariam a inovação de forma indi- novas mídias”, o professor François Jost
sidades. Mais que reproduzir disursos, é vidualizada, pois a abordagem dos (2011) trata das mudanças que ocorrem
preciso desenvolver no público a fa- meios “contempla o avanço da C&T em também com os espectadores que, diante
miliaridade com o material educativo de momentos singulares, anunciando, mui- dessa mudança de paradigma, transfor-
divulgação científica, para aproximá-lo tas vezes com sensacionalismo, resulta- mam seus hábitos, consumindo a comu-
do fazer científico. Além disso, a popu- dos de pesquisa e descobertas de grande nicação que transita pela convergência.
lação deve ter acesso aos resultados das impacto” (BUENO, 2010). Esse estereó- Assim, este estudo aborda a interação
pesquisas desenvolvidas na academia, tipo deve ser combatido para a efetiva entre os meios, televisão e a internet,
pois além de representar um retorno de democratização dos saberes, o público como potencializadora da divulgação
seu investimento feito muitas vezes por deve entender a ciência como parte de de conteúdos científicos, capaz de fazer
meio do financiamento público, é tam- seu cotidiano e um processo coletivo. a mediação entre ciência e comunidade
bém fator importante de formação social. Nesse contexto, a televisão universitá- ser mais que a simplificação da lingua-
Segundo a pesquisadora Isa Maria Guará, ria se mostra como alternativa ideal, uma gem acadêmica, conforme defendem
o acesso ao conhecimento não deve ser vez que se apresenta como um espaço de Kreinz e Pavan (2003). É possível propor
restrito, pois além de uma meta social inovação e informação, propício à disse- interações com usuários para a absor-
e política, a popularização da ciência, é minação do conhecimento, além de estar ção de conceitos ou criar um diálogo de
também uma meta cultural, uma vez que próxima desse meio desenvolvedor de modo que os espectadores possam suge-
“permitirá a incorporação de diferentes ciência, as universidades. Cláudio Márcio rir pautas, questionar e aplicar os conhe-
contribuições e a democratização dos sa- Magalhães, conselheiro consultivo da As- cimentos adquiridos em extensões da
beres e descobertas da humanidade sem sociação Brasileira de Televisão Universi- programação da rede.
o domínio hegemônico de alguns gru- tária - ABTU, diz que na TV universitária o Brasil e Arnt defendem que estes usu-
pos” (GUARÁ, 2002, p. 85). conteúdo é tão importante quanto a forma, ários que são produtores não querem ser
Os meios de comunicação, como a “(...) uma TV onde a ciência é vista como induzidos: “a interatividade é um pré-re- 13
televisão, têm papel fundamental nesse participante do cotidiano e não como algo quisito: eles querem diálogo e não impo-
processo de disseminação do conheci- distante ou uma prática restrita aos labo- sição”. (2002, p.26).
mento. A televisão brasileira tradicional, ratórios inóspitos, cientistas malucos e O diálogo acima citado pode mudar
entretanto, pouco espaço oferece para o obstinados, relegada à atração exótica os rumos da produção televisiva uni-
conteúdo educativo da divulgação cien- de programas de variedades”. versitária, agregando diversidade de
A participação tem que vir com ideias
conteúdo e linguagem. Produtores de das obras televisivas.
e difusão de propostas. Arnaut e outros
programas podem saber o que pensam os A forma como o usuário interage é que
autores, baseados em estudos de Jesus
usuários, o que esperam e pelo que se pode mudar o rumo do processo produ-
Martin-Barbero, afirmam que pesquisas
interessam, de acordo com Jost, “graças à tivo audiovisual. Por isso, como lembra
sobre a cultura participativa, presente
extensão das mídias digitais, ao suces- Faris Yakob, no prefácio do livro Cultura
nas redes sociais digitais, “passaram a
so das redes sociais, é possível propor da convergência, além de interativa, essa
considerar o sujeito-receptor como um
conteúdos que dependem parcialmente convergência midiática é participativa.
indivíduo que recebe as mensagens
da ação do usuário e que fazem conver- Jenkins, complementa:
midiáticas, mas que também possui
gir duas mídias, a televisão e a internet,
uma opinião a ser explorada, deixando
a caminhos até agora paralelos” (JOST, A expressão cultura participa-
em segundo plano a ideia de conversa
2011, p.99). tiva contrasta com noções mais
predominante unilateral” (ARNAUT et al,
É possível que o poder de influen- antigas sobre a passividade dos
2011, p.264)
ciar que surgiu com os internautas, possa espectadores dos meios de comu-
O receptor não é apenas um mero
de fato contribuir para a produção de nicação. Em vez de falar sobre
decodificador dos conteúdos das mensa-
conteúdo de qualidade e interesse para produtores e consumidores de
gens impostas pelo emissor, mas também
o público – um conteúdo verdadeiramen- mídia como ocupantes de papéis
produtor de novos conteúdos. Embora
te colaborativo. separados, podemos agora consi-
inicialmente designado como um agen-
A televisão universitária deve apro- derá-los como participantes inte-
te passivo na comunicação, o receptor
veitar o momento de transformações na ragindo de acordo com um novo
mantém um espaço interior de resistência
relação produtor - receptor para renovar conjunto de regras, que nenhum
que lhe permite rejeitar informações que
o modo como produz conteúdo, fazendo de nós entende por completo.
culturalmente não são reconhecidas por
-o participar do processo de produção (JENKINS, 2009, p.30)
ele. (ARNAUT et al, 2011, p.264).
e, assim, mudar a dinâmica de produção
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TELEVISÃO DIGITAL E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Rene Lopez
Universidade Estadual Paulista Brasil e Arnt (2001, p. 26) consi- a produtividade se encontra na tecnolo-
deram que esta geração não quer ser gia de geração de conhecimentos. Neste
Área do Conhecimento: Comunicação guiada, e sim ocupar uma função ativa sentido, estaríamos sendo conduzidos a
no processo de comunicação. “A intera- um novo paradigma tecnológico, ligado
Palavras-chave: televisão digital, inte- tividade é um pré-requisito: eles querem diretamente à tecnologia da informação,
ratividade, divulgação científica diálogo e não imposição”. pois teríamos “a ação de conhecimentos
Neste sentido, Pavlik (2005, p. 21) sobre os próprios conhecimentos como
Resumo acredita que os novos meios estão pos- principal fonte de produtividade.”
Este trabalho é resultado das pesqui- sibilitando o desenvolvimento de novas Ainda segundo o autor (Castells, 2002,
sas desenvolvidas por este autor dentro técnicas narrativas. Para o autor, aspectos p.69), esta revolução tecnológica só se
do Programa de Pós-Graduação em Te- como maior participação da audiência, daria com a real aplicação do conheci-
levisão Digital da Universidade Estadual comunicação interativa e informações mento e da informação para a geração
Paulista. Neste trabalho, buscou-se apro- mais contextualizadas, completas e na- de dispositivos que, além de processar e
ximar as áreas de divulgação científica e vegáveis são elementos essências para as comunicar, permitissem um ciclo de re-
de produção para televisão digital intera- novas mídias digitais. alimentação da informação de modo
tiva. Para isso, foi proposto um programa Como desafio, esta interatividade em cumulativo.
televisivo de divulgação científica, no um sistema dialógico deverá transformar Assim, a quantidade e qualidade desta
qual o uso da interatividade é pensado tanto a linguagem de produção (aprender “aprendizagem” estariam diretamente
como um espaço para refletir sobre o fe- a produzir para o meio) como a lingua- relacionadas com os produtos disponí-
nômeno científico apresentado, testando gem de uso (maneira de usufruir do meio) veis e em circulação. Vale ressaltar ainda
conceitos e levantando hipóteses. da TVDI. que ciência e tecnologia são condições
Digitais ou analógicas, as poucas con- necessárias para o desenvolvimento de
Introdução cessionárias de TV no Brasil utilizam o es- uma nação e inerentes ao cotidiano das
Este novo telespectador que par- pectro eletromagnético que é de domínio pessoas. O acesso ao conhecimento não
ticipa, que vota, que acessa conteúdos público. Deste modo se faz necessária a deve, neste sentido, ser de domínio res-
extras e interage de diversas formas tem discussão sobre o conteúdo produzido, trito, pois assim contribuiria unicamen-
recebido as mais variadas nomenclaturas. para que haja uma programação infor- te para o aumento da exclusão social e da
Entre as possibilidades o termo “intera- mativa que atenda aos interesses públicos. concentração de poder.
tor” tem se apresentado por denominar Neste contexto de aplicação da tec- Neste sentido, cabe a valorização dos
um cenário no qual a interatividade, por nologia em um novo tipo de sociedade diversos espaços não-formais na promo-
mais ampla que seja, limita o processo de cognitiva, Brennand e Souza Filho (2007, ção da alfabetização científica. Segundo
criação dentro de possibilidades pré-esta- p. 10) ressaltam o papel da informação Reis e Galvão (2005, p. 31), as pessoas
belecidas. “Os interatores podem apenas para o desenvolvimento social e econô- aprendem ciência a partir de uma va-
atuar dentro das possibilidades estabele- mico de um país que tem como insu- riedade de fontes, sob diversas razões e
cidas quando da escritura e da programa- mo primordial a informação. maneiras. Assim, aumentar a oferta des-
ção de tais meios” (Murray, 2003, p. No entanto, para que esse fluxo de in- tes produtos contribuiria paulatinamente
149). Apesar de “interator” ser um ter- formações possa realmente ser apreen- à formação de uma cultura científica.
mo também bastante usado também em dido, novas formas de comunicar devem Assim, as ações de divulgação cien-
instalações de divulgação científica para ser aplicadas permitindo um maior envol- tífica assumem um papel crucial para a
definir aquele que interage, no âmbito vimento entre informação e recepção. formação desta cultura do conhecimen-
deste trabalho optaremos pelo concei- to uma vez que se utilizam de recursos,
to de “usuário”, definido por Gosciola A interatividade como método de di- técnicas e processos para a veiculação
(2004, p. 2) como mais amplo, pois en- vulgação de informações científicas e tecnológicas
globa diversas mídias em “ações de uso, Nesta trajetória da chamada socieda- para um público geral. Neste processo de
utilização e comunicação com a obra”. de do conhecimento, mais e mais vezes recodificação das mensagens procura-se
A aplicação desta tecnologia interati- é possível observar a preocupação da dar um tratamento adequado à lingua-
va permitiria um novo leque de possibi- divulgação de saberes. Fato este compro- gem e a informação de modo que possam
lidades audiovisuais. Novas tipologias de vado pelo crescimento e popularização ser ressignificadas pelo público.
gêneros e formatos deverão emergir, pos- das atividades de divulgação científica Ainda em relação ao tratamento da
sibilitando, por exemplo, que o usuário nos últimos anos. As ações de divulgação informação, Bueno (2010, p. 8) ressalta
tenha em suas mãos um controle do fluxo científica, todavia, têm por objetivo o pa- que se deve evitar o reducionismo e as
das informações que irá receber. pel de facilitadoras na mediação entre ci- concepções “presenteistas” de ciência. É
O desenvolvimento desta nova manei- ência e sociedade, buscando comunicar necessário contextualizar os fatos e dados
ra de se relacionar com os meios eletrô- ciência em seu sentido amplo, para um da pesquisa demonstrando seus resul-
nicos, que teve seu grande avanço com público não especializado, tarefa nada tados como um processo com etapas e
a internet, estaria assim dando espaço fácil em um país sem tradição no consu- intenções específicas.
para o surgimento de uma nova cultura, mo destes produtos. Outro importante aporte sobre divul-
novos comportamentos e modos de usu- Não desconexo de qualquer modo de gação científica utilizado para a produ- 17
fruir das tecnologias digitais. Com as ino- desenvolvimento, o conhecimento e a ção deste estudo é dado por Kreinz e Pa-
vações, surge um novo perfil de usuário informação são elementos fundamentais van (2003, p. 71). Para os autores a tarefa
hábil para tirar proveito das possibilida- para tanto. Levando em consideração o de divulgar a ciência vai além de usar pa-
des e potencialidades destas plataformas modo informacional de desenvolvimen- lavras fáceis para tentar comunicar algo,
de comunicação. to defendido por Castells (2002, p.53), é preciso ficar atento á uma série de fato-
res: a) conhecer o público a que se dirige aplicações de recursos interativos. de programa de divulgação científica
o texto e o veículo em que se insere; A aplicação dos conceitos levantados apoiado em momentos de interatividade
b) estar ciente da função educativa da ocorreu através do processo de concepção como auxílio ao processo informativo.
divulgação científica; c) buscar a inserção e roteirização do programa “Física na Prá- Com base no referencial teórico levanta-
do conhecimento científico na socieda- tica”, desenvolvido com o intuito de ser do buscou-se elencar diferentes aspectos
de; d) atender aos interesses existentes produzido e veiculado pela TV Unesp. da produção de materiais de divulgação
e despertar novos interesses; e) objetivar Para avaliar as interatividades propos- científica, bem como da produção em
sempre o benefício à população; f) ter em tas quanto a metodologia aplicada sob televisão digital. O resultado desta união
mente os limites e particularidades da cada uma delas, essa pesquisa se baseou foi aplicado em uma proposta de pro-
ciência; g) distinguir o científico do que em um roteiro aplicado normalmente à grama televisivo, o “Física na Prática”.
não é científico; h) valorizar adequada- museus interativos (CHINELLI, AGUIAR Trata-se de um programa semanal, com
mente o trabalho do pesquisador; i) não E PEREIRA, 2008, p.4), porém válido para duração de 30 minutos, que aborda de
desvincular a ciência de seus contextos avaliar as propostas de interatividade como maneira prática e contextualizada con-
políticos, econômico, social e cultural; método informativo, funcionando como ceitos da Física.
j) perscrutar, sem reinvindicar, as aplica- uma autocrítica ao projeto inicialmente Deste modo, foram elaboradas pro-
ções tecnológicas dos avanços básicos da proposto. Os quesitos avaliados foram: postas para três diferentes episódios do
ciência; k) não negligenciar os valores 1. A manipulação da interatividade programa e desenvolvido o roteiro com-
éticos implicados na pesquisa científi- constitui-se como oportunidade para a pleto do piloto.
ca e em suas aplicações tecnológicas; l) reflexão sobre o fenômeno observado e Para o programa piloto foi pensado no
usar de linguagem acessível ao público, para o levantamento de hipóteses? Isto é, tema Energia Elétrica. A ideia representa
com recursos linguisticos apropriados; m) ao manipular (ou ver manipular), o usu- de maneira clara a abordagem espera-
primar pela precisão científica, porém ário pode questionar-se sobre o que está da do programa – temas presentes em
sem abusar dos jargões e pormenores acontecendo? Ou porque isso ocorre? nosso dia-a-dia, mas que muitas vezes
n) não colocar informações em excesso. 2. É permitida a manipulação da inte- não refletimos sobre seu funcionamento.
(KREINZ E PAVAN, 2003, P. 72-84) ratividade de modo a testar hipóteses? Assim, este primeiro roteiro busca uma
Com relação ao veículo utilizado, 3. A interação, ou experimentação, contextualização de todo processo que
verifica-se que a televisão, com sua oferece resultados reprodutíveis, isto é, acontece para que a energia elétri-
grande penetração social no Brasil, tem que se repetem sempre que alguém in- ca esteja presente em nossas tomadas.
amplo potencial para ser mediadora das terage ou experimenta da mesma forma? Fala-se da geração, distribuição, além de
ações de divulgação científica. Unindo A partir destas questões, foi possível buscar entender o principio que ocorre
imagem, som a uma articulação facilitada identificar os pontos fortes e fracos do por trás da energia elétrica.
da linguagem, o conhecimento pro- roteiro e fazer as respectivas correções. Um fator muito importante, muitas
duzido em forma de ciência poderia ser Nesta avaliação, percebeu-se a necessi- vezes não levado em conta, é a lin-
transmitido amplamente. dade das interatividades ligarem o con- guagem adotada na construção do rotei-
Ao utilizar a TVDI como uma plata- ceito científico a uma realidade que pos- ro. Ao se articular a linguagem de modo
forma que estimule o usuário a conhecer sa ser reconhecida pelo usuário. Ou seja, que ela se aproxime do cotidiano pro-
mais sobre o universo da ciência e tecno- as situações que testam as hipóteses cura-se acabar com o distanciamento que
logia manipulando interações, seria pos- levantadas pela narrativa devem ser parte a ciência pode representar. É comum a
sível estabelecer conexões que desper- de seu repertório e/ou serem contex- ideia de que ciência não faz parte do dia
tem o interesse pelo tema, educando ao tualizadas de modo que facilitem a -a-dia de qualquer pessoa. Desta forma,
mesmo tempo em que se desmistificam compreensão do fenômeno. Por exem- acredita-se também no uso do humor,
conceitos. Para Chinelli, Aguiar e Perei- plo, o indivíduo pode nunca ter andado quando possível, para tornar a apresen-
ra (2008, p. 9) o grande diferencial para de trem, no entanto utilizar trens para tação dos temas mais suaves e não
a apreensão de informações em espaços demonstrar um cálculo de aceleração é deixar que o programa perca o caráter
como museus se dão justamente pela for- mais pertinente do que apenas interagir de entretenimento.
ma com que se é manuseada interações com uma fórmula matemática. Sabendo da dificuldade de conceber
que despertem a curiosidade e permitem Já os momentos em que essas intera- estes experimentos virtuais para o progra-
ao usuário checar hipóteses e chegar a ções devem acontecer foram escolhidos ma “Física na Prática”, outras duas pro-
conclusões, ou a novos problemas. de acordo com o grau de dificuldade postas de episódios foram desenvolvidas
Assim, através dos recursos inte- do conceito científico e a possibilidade e apresentadas em forma de resumo.
rativos em uma obra audiovisual de de manipulação ou contextualização da Além da possibilidade de real pro-
divulgação científica têm-se opções para informação. Assim, foram selecionados dução do programa pela TV Unesp, o
o tratamento da informação de modo a pontos-chave do roteiro para a inserção material poderá servir de base para ou-
facilitar a cognição, que por sua vez é destes mecanismos de forma que a narra- tros projetos de programas interativos.
desafio primordial do formato, elu- tiva pudesse ser apoiada sobre eles. Outro aspecto importante levantado
cidando o desconhecido e permitindo pelo projeto se dá no fomento a produ-
que o público faça as conexões pertinen- Resultados ções de divulgação científica. Entendemos
tes para o entendimento. Desta maneira, Com a utilização ampla da tecnologia a necessidade de a TV brasileira desempe-
entende-se que a interação com um digital, abre-se um leque de novas pos- nhar um real papel como fonte de infor-
objeto científico, mesmo que virtual- sibilidades narrativas, estas apoiadas em mação de interesse público. No entanto,
mente pela TVDI, se torna mais eficaz uma linguagem muito mais participativa verifica-se uma ausência de produções
que sua simples leitura. e interativa. Da mesma maneira, o con- que discutam a Ciência de maneira ampla,
ceito de hipermídia começa a ser empre- contextualizada e informativa.
Metodologia gado em produções audiovisuais levando
18 Através do levantamento bibliográfico o conteúdo para além da plataforma. As- Conclusão
das características e potencialidades da sim, aproveita-se dos diversos espaços Apesar da dificuldade em estruturar
TVD e relacionando-as aos usos da inte- midiáticos para manifestação do conteú- uma narrativa apoiada em pontos de in-
ratividade como instrumento informativo, do sob diferentes perspectivas. teratividade, o resultado conseguido com
buscou-se elaborar um produto audiovisu- Neste sentido, foi possível desenvolver a concepção do programa “Física na Prá-
al de divulgação científica com diferentes no âmbito desta pesquisa uma proposta tica” é bastante satisfatório. Além de um
programa sobre ciências com uma lingua- nos parâmetros curriculares do ensino ca, tem-se também a perspectiva de fo-
gem adequada e seguindo os princípios médio, o programa poderia exercer um mento da produção destes materiais, nor-
norteadores estudados, a interatividade importante papel como complemento à malmente escassos e com um tratamento
como parte integrante da narrativa chama sala de aula, assim como reduzir o déficit inadequado da informação.
a atenção para um novo uso da platafor- dos brasileiros em relação ao conheci- Por fim, espera-se que o tipo de inte-
ma. Espera- se então a real viabilização mento sobre ciência. Vale ressaltar que ratividade sugerida no programa possa
do programa por parte da TV Unesp para a proposta não tem pretensão de ensi- servir como referência para o desenvol-
que a ideia seja colocada a prova e possa nar, mas, uma vez que tem potencial vimento de propostas interativas televi-
ser aprimorada. para aproximar a ciência e facilitar a sivas que tenham real valor informativo,
Da mesma maneira, acredita-se no compreensão, pode auxiliar no processo promovendo o debate sobre a inserção
potencial do produto para auxiliar na e criar motivação para tanto. destas com uma dinâmica adequada a
construção de saberes. Uma vez apoiado Como material de divulgação científi- narrativa audiovisual.
Referências
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conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil. 2 ed. Florianó- gre RS, 2004.
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Karla Rossana Francelino Ribeiro Noronha
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação – PPGCOM/
UFPB. Email: noronhakr18@yahoo.com.br
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MARCAS PARTICULARES DE JORNALISMO
CIENTÍFICO EM TELEVISÕES UNIVERSITÁRIAS
José Dirceu Campos Góes
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Comunicação/Jornalismo
Vitória da Conquista - 2013
O termo Jornalismo Científico define nas TVs universitárias, também não se leves do presente são absolutamente
uma especialização informativa que se pode deixar de considerar, sobretudo, importantes e sem distinção do nosso
propõe a divulgar os afazeres da ciência e as possibilidades educativas e culturais ponto de vista, seguindo a tendência de
as inovações tecnológicas para o público desse meio de comunicação. Ao servir de uma das linhas da História das Ciências,
leigo através dos veículos de comunica- lugar de referência para um público he- iniciada na segunda metade do século
ção. Trata-se, portanto, de uma atividade terogêneo e massivo, que reconhece nos XX. Nesse sentido, fica muito bacana no
desenvolvida por jornalistas a quem cabe telejornais a continuidade de sua própria programa Nova Stella porque num dia es-
perceber os acontecimentos, selecioná identidade e a atuação permanente dos tou entrevistando um advogado que fez
-los, construir uma narrativa com base na meios circundantes de ação social e ma- a ponte entre os estudos de Leibnitz e o
atualidade e viabilizar a sua publicação terial do seu cotidiano (VIZEU, 2008), Direito. Noutro dia, uma juíza de Goiás,
midiática, possibilitando a circulação so- a televisão pode utilizar a potência das por exemplo, que teve de conhecer as
cial do conhecimento científico oriundo imagens em movimento associada aos propriedades do Césio 137 para julgar
dos institutos de pesquisas, dos laborató- recursos gráficos e à retórica da palavra circunstâncias daquele acidente. De ou-
rios ou das universidades públicas e pri- falada para estimular nos telespectadores tra feita, já entrevistei matemáticos que
vadas. Um dos objetivos a que se presta o desejo de aprender diferentes aspectos transitam pelas fronteiras da música e da
o jornalismo científico se consubstancia sobre a Ciência e a Tecnologia. poesia. Portanto, desde a origem de cria-
em “difundir o que o cidadão deve saber Com este propósito, as equipes res- ção do programa tentamos incrementar o
ou lembrar sobre os efeitos positivos e ponsáveis pelos programas de jornalismo debate para que haja mudanças no fazer
negativos do progresso científico e o científico das TVs universitárias podem científico e na própria comunidade.
desenvolvimento tecnológico sobre a estar aptas a mediar o encontro e apro- Na TV Unisa, o conceito e o exercí-
cultura, a saúde, o meio ambiente e to- ximar os cientistas da audiência. Além cio do jornalismo científico ganham ca-
das as outras dimensões da vida cotidia- disso, converter a informação aparente- racterísticas particulares assim definidas
na” (CALVO HERNANDO, 1997, p.36). mente cifrada proveniente das produções pelo diretor Cláudio Lemos: o objetivo
De acordo com o professor Wilson científicas em conhecimento jornalísti- do Conexão Saúde é divulgar a presta-
Bueno (2011), os hábitos e as técnicas co crítico (VIZEU, 2008), que tenha por ção de serviços e informação na área da
usuais aos processos de produção de jor- objetivo a preocupação de interpretar o saúde. Se ele é de jornalismo científico?
nalismo científico são os mesmos para o conteúdo dos produtos resultantes dos Não sei bem se ele tem essa preocupa-
jornalismo de maneira geral. Eles estão laboratórios de pesquisa de forma clara, ção, mas, por exemplo, eu agora estou
alinhados com o perfil, a trajetória, a sensível e compreensível para um vasto na apresentação do programa e parti para
história de vida e a percepção de repór- auditório, despertando “a curiosidade de um mestrado na área para me preparar e
teres, editores e com a proposta editorial ir mais além da mensagem transmitida, entrevistar melhor os nossos convidados.
dos veículos jornalísticos. Para o profis- aprofundando-a mediante a leitura de Eu só sei que nós temos muitos dados de
sional que trabalha com esse tipo de es- livros, periódicos e revistas”. (CALVO pesquisas para divulgar do campus de
pecialização informativa, requer-se uma HERNANDO, 1997, p.181). medicina da Unisa.
atuação que não se restrinja à cobertura Nas televisões pesquisadas do Canal A preocupação com a busca de es-
entusiasmada da ciência e da tecnologia. Universitário de São Paulo, os diretores pecialização profissional demonstrada
Dele espera-se que “se coloque como um e produtores de conteúdos através de pelo professor Cláudio Lemos também é
ator deste processo, fazendo valer suas entrevistas abertas demonstraram que a mesma do jornalista Pedro Ortiz, dire-
funções de informante e intérprete, além têm visões particulares do que entendem tor da TV USP. Para ele, o jornalista é o
de estimular a participação pública na ci- e praticam como jornalismo científico. mediador do conhecimento científico ou
ência” (BROTAS, 2011, p.148). Para Marcelo Dias, jornalista da TV Ma- de qualquer outra espécie como o eco-
Nesse sentido, a contextualização das ckenzie, o que eu faço aqui é pegar a nômico, o político, o cultural, enfim. Se
pautas, a criteriosa preparação intelectual Ciência e transformar em algo acessível, o jornalista fosse apenas tradutor, então
para traduzir documentos do meio cien- pedagogizante e didático. A minha fun- o pesquisador escreveria um texto e o
tífico, o confronto plural de conteúdos e ção é atrair as pessoas para as ciências. Eu jornalista pegaria aquele artigo acadêmi-
o posicionamento vigilante do jornalista sei que não vou explicar tudo, mas vou co do cientista e o traduziria para uma
perante as fontes especializadas se justifi- tirar as pessoas desse senso comum e fa- linguagem não cifrada, para uma lingua-
cam até porque “ciência e tecnologia, no zer com que elas entendam que ciência é gem que possibilitasse o acesso de
mundo moderno, constituem-se em mer- uma coisa legal. todos os leitores ou telespectadores. Eu
cadorias, produzidas e apropriadas pelos Na concepção do professor Goldfarb, acho que não é apenas isso o que o jor-
grandes interesses, e as fontes, sejam elas do programa “Nova Stella” da TV PUC, nalista faz. Sim, ele tem o papel de, entre
pesquisadores, cientistas ou técnicos, po- a idéia de ciência considerada pelo pro- aspas, traduzir o que o cientista pesquisa,
dem estar absolutamente contaminadas grama é muito ampla, inclusive com re- mas não se esgota aí. Ele deve demonstrar 23
por vínculos de toda ordem” (BUENO, ferência a tudo aquilo que é considera- que é um profissional, que a apuração
2011, p.59). do como pré-ciência ou pseudo-ciência, de informações, o confronto com outros
Ao se pensar sobre os processos de como alquimia, astrologia e magia. As dados de conhecimentos e a abertura de
produção de jornalismo científico no formas do saber, tanto das ciências exa- espaço para a pluralidade de vozes não é
suporte televisivo, mais especificamente tas ou duras como das ciências mais simplesmente uma técnica que se apren-
de numa semana. O jornalista é um pro- desenvolvimento tecnológico incidentes Portanto, se estes são os princípios que
fissional da Comunicação, que também sobre a vida cotidiana. norteiam os processos produtivos das TVs
é uma ciência alicerçada em teorias de Quanto ao jornalismo científico pra- estudadas, eles também são os mesmos
aplicabilidade social. ticado na TV Unisa, caracteriza-se muito que revelam suas contradições. Entretan-
A partir destes depoimentos, obser- mais como um prestador de serviços na to, pode-se considerar que as equipes de
va-se a compreensão do que eles de- área da Saúde, embora o diretor da televi- produção das TVs universitárias pesquisa-
finem como seja o jornalismo científico são recentemente tenha ingressado numa das se esforçam para capturar e divulgar
e a sua praticidade. São linhas editoriais pós-graduação como forma de se espe- com exatidão o teor dos acontecimentos
que se alternam e deixam supor que na cializar enquanto um jornalista capaz gerados pelo mundo acadêmico, recons-
TV Mackenzie o intuito de “atrair as de mediar com mais precisão o conhe- tituindo a memória da audiência ao cor-
pessoas para as ciências” pode estar cimento científico oriundo do mundo relacionar a novidade científica recém-
associado ao propósito de popularizar acadêmico para a sociedade. Quanto à descoberta a experiências similares do
o desejo de aprender, convertendo o co- forma de atuar da equipe de produção passado que servem como marco de refe-
nhecimento contido nos relatórios de pes- da TV USP, apregoa-se que ao jornalis- rência cultural da sociedade onde atuam.
quisa em entretenimento e informação ta não cabe somente traduzir o que os Além disso, que apesar dos contratempos
compreensível para um vasto auditório. cientistas pesquisam, mas ir mais além, surgidos na produção do “A Gente Ex-
Já na TV PUC, aspectos gerais das ciên- contextualizando as informações obti- plica”, “Nova Stella”, “Conexão Saúde”
cias e da tecnologia “são absolutamente das, abrindo espaço para a inserção de e “PGM” os integrantes das equipes de
importantes” para motivar entrevistas dados contraditórios e assegurando a produção desenvolvem seu trabalho
com diferentes especialistas acadêmicos, pluralidade de vozes nas entrevistas e com agilidade, bom-senso e improviso,
com o objetivo de levar o telespectador reportagens, o que nem sempre se efeti- para tentar fornecer explicações sem as
a refletir a respeito dos efeitos positivos va de acordo com as orientações edito- quais a descrição dos acontecimentos tão
e negativos do progresso científico e do riais recomendadas. somente não teria razão de ser.
Referências
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