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Cinema moderno – refere-se ao período que abrange o fim dos anos 1950 e meados dos
anos 1980. Unidade em termos de problemática estética.
1950 – Falência da Vera Cruz e esgotamento de um cinema industrial. // Ascenção de um
cinema de autor, liderado por Glauber Rocha.
Anos 1970 – o cinema brasileiro teve novo impulso econômico apoiado pelo Estado e
alcançou continuidade de produção, que apesar de tropeços e crises, durou até os anos
1980 (crise econômica com o fim do Milagre Brasileiro).
“O subdesenvolvimento econômico, para o cinema brasileiro, se configura como um
estado não superado e sem efetivas promessas de alteração substancial, notadamente nesta
conjuntura de total reestruturação dos negócios do audiovisual em que ganha fluência a
concepção monetária da cultura que vem consolidar aquela revolução dos métodos e
aquela incorporação da high tech que fizeram retornar, a partir do final dos anos 70, uma
hegemonia hollywoodiana” (XAVIER, 2006, p.12-13).
O diálogo com a literatura não se expressou apenas em adaptações (Vidas Secas – Nelson
Pereira dos Santos, 1963; Macunaíma – Joaquim Pedro, 1969). Cinema Novo – impulso
de sua militância política trazer para o debate certos temas de uma ciência social
brasileira, ligados à identidade e às interpretações conflitantes do Brasil como formação
social (diálogo entre Deus e o diabo na Terra do Sol e Os Sertões, de Euclides da Cunha).
Glauber trabalha na relação entre fome, religião e violência para legitimar a resposta do
oprimido.
Anos 1960 – presença da questão do caráter nacional. Eixo político da discussão cultural.
Ambiguidade no Cinema Novo – práticas como religião, futebol e festa popular, de um
lado, eram tidas como forma de alienação, por outro, zelo por elas como traços da cultura
e falta de confiança no processo de modernização.
Pós golpe de 1964 até 1968 – Tropicalismo, expresso especialmente na música popular,
a arte passa de uma postura pedagógica conscientizadora para espetáculos provocativos
que se apoiavam em estratégias de agressão e colagens pop. A ironia dos artistas privilegia
a sociedade de consumo no momento em que no Brasil começa a figurar uma nova forma
de compreender a questão da indústria cultural e o novo patamar de mercantilização da
arte. A tradição do rádio e da televisão passa a ser reobservada, o cinema reincorpora a
chanchada. Emergência do Cinema Marginal.
Final dos anos 1960 até a abertura política – tensão entre uma estética aceitável pelo
mercado e uma estética que entendia que a via de modernismo implicava em
experimentações.
A realização de filmes de impacto atesta a hegemonia da tradição moderna até o início
dos anos 1980.
Ismail Xavier – ponto limite simbólico deste movimento está em Memórias do Cárcere
(Nelson Pereira do Santos, 1984), no qual a experiência do cárcere de Graciliano Ramos
é assumida como alegoria para os anos de chumbo. Cabra Marcado para Morrer,
Eduardo Coutinho, sintetiza um processo de debate no cinema brasileiro com a vida
política nacional e o fez com densidade. Recapitulação da tradição do documentário
brasileira.
Nova geração de cineastas pratica um cinema que se reconcilia com um mercado, sem
resíduos nacionalistas da produção do Cinema Novo. Moldes da produção norte-
americana. Descarta-se o perfil sociológico das preocupações.
Nova forma de produção – leis do audiovisual (isenção fiscal) que faculta às empresas o
mecenato tem sido grande suporte do cinema, oferecendo uma moldura para liberdade de
estilos, mas favorecendo produções voltadas a grande público, em detrimento ao “cinema
de arte”.