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Pré-Safra
como se preparar para
seu próximo cultivo
REALIZAÇÃO
Básico Intermediário Avançado
Para quem está come- Esse Ebook é feito para Estes materiais serão
çando a se envolver ajudar produtores ru- bem mais complexo e
com a agricultura. A rais no período que profundos, o que requer
abordagem será mais antecede a safra, para que você já possua um
superficial com expli- que estejam totalmen- conhecimento bastan-
cação de conceitos bá- te preparados para os te significativo da área.
sicos. Estes materiais próximos cultivos . Por- Serão conteúdos espe-
serão de conteúdos in- tanto, os agricultores cíficos para quem quer
trodutórios. já estão familiarizados avançar ainda mais na
com os temas da agri- carreira profissional.
cultura. Aqui explica-
mos e ensinamos com
maior aprofundamento
nos assuntos. Devido a
tudo isso, esse Ebook é
considerado de nível in-
termediário.
SOBRE OS AUTORES
Antônio Brasil
Analista de Comunicação e Marketing - AEGRO
Lucivaldo Lopes
Assistente de Marketing - InCeres
Maikon Schiessl
Analista de Marketing - AEGRO
CAPÍTULO 1
SEGREDOS DA ALTA
PRODUTIVIDADE
p.6
CAPÍTULO 2
MANEJO DE PLANTAS
DANINHAS
p.16
CAPÍTULO 3
MANEJO DE
PRAGAS
p.27
CAPÍTULO 4
MANEJO DE
DOENçAS
p.37
CAPÍTULO 5
COMPRA DE
INSUMOS
p.48
CAPÍTULO 6
AGRICULTURA
DIGITAL
p.59
INTRODUÇÃO
Planejar a próxima safra em cima da máquina, colhendo a
safra atual, é algo que admiramos muito nos produtores bra-
sileiros. É muita coisa para pensar e pouco tempo para fazer.
Devido a isso, realizamos entre 05 e 10 de Março de 2018 a
“Semana da Pré-Safra”, com vários especialistas em 6 dias
de palestras online (webinares).
Inspirados nessa íncrivel “Semana da Pré-Safra”, fizemos esse
Ebook para te ajudar na preparação de seu próximo cultivo. A
Pré-Safra é o momento que antecede a cultura e, por isso, é
nesse período que precisamos estar atentos e planejar.
Aqui você vai aprender como fazer esse planejamento através
dos principais pontos que devemos nos atentar na Pré-Safra:
Os segredos da alta produtividade: dicas essenciais para
sua eficiência;
Manejo de plantas daninhas: o que fazer antes ou no iní-
cio da safra para controlar;
Manejo de pragas: esteja preparado para combatê-las;
Manejo de doenças: como manejar corretamente;
Compra de insumos: o que você precisa saber para fazer
sua lista de compras ;
Agricultura digital: como a tecnologia lhe ajuda a obter
alta rentabilidade.
Segredos
da alta
produtividade
Dirceu Gassen
responde
•••
Qual o provável motivo do abortamento de vagens de soja na última safra?
Estresses tem consequências diretas na queda de legumes, já que a plan-
ta prioriza sua sobrevivência. Isso é relacionado a fonte e dreno da planta
(fonte de fotoassimilados e dreno que são folhas mais velhas e os legu-
mes), quando ocorre estresse nessa ligação e a planta vai fazer o aborta-
mento de legumes.
•••
O que fazer para obter maior eficiência na semeadura?
Devemos pensar como planta e entender a lógica da planta, compreen-
dendo que as falhas na semeadura ou plantio agrupado resultam sempre
em competição entre elas ou perdem espaço de energia solar e água
com nutrientes.
•••
•••
É melhor a quebra de dominância apical na soja via química ou mecânica?
A via química é feita por 2,4D e afins, mas a soja não tem a mesma lógi-
ca que algodão e algumas variedades de trigo, em que é realizado essa
prática. Esses produtos irão prejudicar as folhas de soja que foram atingi-
das por eles, resultando em perda dos grãos daqueles nós. Enquanto que
na via mecânica vamos perder os grãos com maior qualidade. O melhor
mesmo é escolher bem os cultivares e a distribuição de plantas. Nossos
cultivares tem crescido demasiadamente, e um dos principais motivos é
a genética, ou seja, temos que repensar a escolha de cultivares.
•••
Qual sua opinião sobre soja agrupada?
A unidade de produção de soja é uma planta. Em plantio agrupado uma
planta fará sombra sobre a outra, além de que 3 plantas juntas compe-
tem por água e nutrientes. A distribuição das plantas de soja tem que ser
equidistantes e de acordo com arquitetura de cada cultivar.
•••
Qual é a área foliar ideal de soja e como fazer essa medição?
A área foliar ideal é 4:1, ou seja, 4m² de área foliar para cada m². Para me-
dir isso, tenha o comprimento e largura da folha. O ajuste para formato da
folha é feito descontando 30% do comprimento multiplicado pela largura.
Multiplique esse valor pelo número de folíolos, no caso da soja são três
folíolos. Multiplique pelo n° de folhas por planta e número de plantas por
m², resultando na área foliar em 1 m².
•••
•••
Qual a importância do enxofre para alcançar alta produtividade?
Precisamos de uma nutrição equilibrada, com macro e micronutrientes.
Devemos disponibilizar todos esses nutrientes para alta produção da soja
por meio de uma boa estrutura de solo e matéria orgânica.
•••
O fornecimento de muito fósforo via
sulco de semeadura pode favorecer o
crescimento vegetativo?
Estudos indicam que vale a pena apli-
car fósforo e enxofre no sulco de seme-
adura para o arranque inicial da planta
de soja e estabelecimento de rizóbios,
os quais fixam nitrogênio.
•••
A aplicação de nutrientes via foliar é
viável?
É viável, mas o solo é a base da nutri-
ção. Adubações foliares são para es-
tratégias de estímulo para crescimen-
to da planta.
•••
•••
Qual relação entre clima e crescimento excessivo de soja?
O clima afeta o crescimento, mas com mesmo clima temos variedades
que crescem demais e que crescem menos. A principal variável que in-
fluencia um crescimento exagerado é a variável genética. O clima é uma
variável sem controle e difícil de prever, por isso precisamos eleger as
variedades adequadas em distribuição correta.
•••
Como melhorar o manejo para descompactação do solo no milho para si-
lagem?
O problema da compactação de solos em área para milho silagem é o
trânsito de máquinas para colher essa silagem. É importante tentar re-
duzir o que puder no trânsito de máquinas, e não transitar quando o solo
estiver molhado.
•••
Quais espécies usar para adubação verde a fim de descompactar o solo?
Espécies que crescem bem na sua região, porque estão totalmente adap-
tadas a esse tipo de solo, clima, pragas, etc. Mas sempre é importante
alternar as espécies, até mesmo fazer a mistura de 5 espécies em cada
área, o que vai preparar o solo para cultura principal de geração de renda.
•••
WEBINAR
Semana da Pré-Safra:
MANEJO DE
PLANTAS
DANINHAS
Dessecação
Na dessecação podem ser utilizados herbicidas dessecantes associados
a herbicidas residuais.
Dessa forma, em uma única operação, são feitas a dessecação e a aplica-
ção do herbicida residual (ou pré-emergente), que terá o papel de manter
a cultura sem invasoras durante a parte inicial do seu ciclo.
Por isso, é importante ter conhecimento do seu campo e fazer o planeja-
mento agrícola. Assim, essas estratégias podem ser pensadas anterior-
mente, contribuindo para economia de recursos sem perda de produção.
V2 V7
% da produção potencial (testemunha)
120
10
80
% da produção
potencial 60
(testemunha)
40
20
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
DAE
DAE
pré-emergência pós-emergência
A atrazina é um excelente produto É claro que o glifosato é o herbicida
para plantas daninhas de folhas lar- mais utilizado em pós-emergência
gas e gramíneas na cultura do milho, em milho tolerante a esse herbicida.
além de ótimo efeito residual, garan- Mas a associação com outros her-
tindo o controle por pelo menos dois bicidas é essencial para não sele-
meses nas doses adequadas. cionar biótipos de plantas daninhas
resistentes ao glifosato.
A dose de atrazina é por volta de 3
L/ha , com o máximo de 4 L/ha para Assim temos novamente a atrazina,
solos mais argilosos. especialmente no controle de plan-
tas com folhas largas, a aplicação de
Para aplicação em pré-emergência mesotrione+atrazina no estádio V2
no milho é recomendado a atrazina dessa cultura (pós-emergência ini-
+ s-metolachlor. O s-metolachlor em cial), mostra eficiência no controle.
associação com atrazina asseguram
o controle de gramíneas na área. Se atente para a mistura da atrazi-
na com glifosato, já que a atrazina
A aplicação de amicarbazone em interfere negativamente na ação
pré-emergente é muito eficaz, in- do glifosato. Por isso, incremente a
clusive em plantio direto, se na sua dose do glifosato em pelo menos 3
área o problema é com corda-de- a 3,5L quando associado a atrazina.
viola, ou outras plantas daninhas de
folhas largas e sementes grandes. No manejo outonal (de entressafra)
de buva com 2,4D é importante fi-
O isoxaflutole tem boa ação em car atento ao fato de que, nesse pe-
gramíneas, e algumas espécies da- ríodo, o 2,4 D não transloca muito
ninhas de folhas largas, mesmo so- e a planta daninha irá rebrotar, sen-
bre palha e com alguma estiagem. do necessário fazer controle com
Agora vamos para o controle após algum herbicida de contato em se-
a emergência da cultura e das plan- quência.
tas daninhas:
Pedro Christoffoleti
responde
•••
Qual melhor forma de manejar o banco de sementes e qual sua importân-
cia?
O banco de sementes é resultante do balanço da entrada e saída de se-
mentes do solo e é extremamente importante. Em geral, parte significa-
tiva da infestação da área é proveniente de sementes do solo (banco de
sementes).
Para manejá-lo corretamente, devemos minimizar as entradas de semen-
tes no solo por “chuva de sementes” das plantas não controladas na área
e sementes trazidas pelas operações e insumos e sementes. Ou seja,
precisamos controle eficiente de todas as plantas daninhas da proprieda-
de, fazer limpeza rigorosa dos maquinários e comprar sementes de boa
qualidade.
Também podemos maximizar as retiradas de sementes do solo, estimu-
lando a germinação/emergência do banco de sementes.
O sistema de plantio direto é outra forma de manejar o banco de semen-
tes, já que a palha causa falha de germinação/emergência por fatores
físicos, alelopáticos e biológicos.
•••
Como fazer controle de amargoso em milho e em soja?
Na cultura da soja, em pré-plantio e com o amargoso antes da pereniza-
ção, é recomendado uma aplicação de inibidor da ACCase. Se o capim
-amargoso já estiver perenizado, faça aplicação sequencial, com a pri-
meira com inibidor da ACCase e a segunda com um produto de contato,
como o paraquat. Após a implantação da soja, pode utilizar herbicidas
pré-emergentes (como Spider ou Dual Gold) e pós-emergentes também
inibidores da ACCase.
No milho, o manejo em pré-plantio é o mesmo da cultura da soja, porém
com intervalo de 15 dias entre o graminicida e plantio de milho. Após a
implantação da cultura, uso de Soberan ou Callisto associados a atrazina
podem ser utilizados, enquanto que o nicosulfuron não tem boa eficácia
para capim-amargoso.
•••
Como fazer controle de caruru?
O Amaranthus palmeri é um caruru resistente ao glifosato e aos inibido-
res da ALS que foi introduzido no Mato Grosso. Na cultura da soja o uso
de herbicidas auxínicos e inibidores da protox em pré-plantio e pós-emer-
gência é com certeza uma excelente alternativa
Em pré-plantio é recomendado o uso de herbicidas auxínicos (como 2,4D),
inibidores da protox (como flumioxazin e sulfentrazone), inibidores do fo-
tossistema II (Sencor), além dos herbicidas Dual Gold e trifluralina tam-
bém apresentarem boa eficácia.
Após a implantação da soja, inibidores da protox, como o lactofen e o fo-
mesafen, são os mais utilizados.
Há outras espécies de caruru de ocorrência natural no Brasil, sendo o
controle feito por aplicação de glifosato e inibidores da ALS, no entanto
para este último há diferenciação de controle entre as espécies.
•••
Em relação ao nicosulfuron, quantos dias se deve esperar para evitar a in-
toxicação das plantas por adubação nitrogenada no milho?
Para a adubação nitrogenada e aplicação de nicosulfuron os resultados
são bastante variáveis, desde sem efeitos na produtividade até efeitos
significativos.
Essa interação depende também do híbrido ou variedade e das condi-
ções climáticas. Assim, é prudente aguardar sete dias entre a adubação
nitrogenada e a aplicação de nicosulfuron
•••
Quais as principais dicas para manejar a WEBINAR
braquiária em consórcio durante e logo
após a cultura do milho?
Semana da Pré-Safra:
Durante o desenvolvimento da cultura
Veja aqui essas e ou-
pode ser utilizado subdoses de Callisto + tras perguntas, além
atrazina. O nicosulfuron associado com a de um bate papo incrí-
atrazina também pode ser utilizado, porém vel com o Prof. Dr. Pe-
em doses mais baixas que para o controle dro Christoffoleti.
convencional.
O Soberan não é recomendado porque pre-
judica muito o desenvolvimento da braquiária.
Após a colheita do milho, o pastejo é a alternativa mais barata, podendo
também ser dessecado com glifosato para formação de palhada.
•••
Controle fazer o controle do capim-rabo-de-burro?
É uma planta daninha que tem causado problemas no Sul. Pode ser con-
trolada por glifosato, mas pelo fato de que sua folha é fina, a retenção
desse herbicida é dificultada, sendo necessário trabalhar com doses al-
tas de glifosato. Os herbicidas graminicidas, como cletodim, fluazifop,
entre outros também são recomendados.
Manejo de
Pragas
Manejo Integrado
de Pragas (MIP)
Manejo Integrado de Pragas (MIP) surgiu na década de 1940 e voltou a
tona com as infestações intensas da lagarta Helicoverpa spp., demons-
trando que uma única ferramenta de controle não é sustentável ao longo
do tempo e pode até agravar a situação com o desenvolvimento de resis-
tência a inseticidas.
Devemos nos atentar ao MIP para que as Se você ainda não
perturbações agroecológicas sejam diminu-
ídas. Se você ainda não se convenceu sobre
se convenceu so-
a importância do MIP, pense nele como um bre a importân-
mecanismo para evitar a seleção de insetos cia do MIP, pense
resistentes.
nele como um
Atualmente não são muitas as opções para mecanismo para
as principais pragas das lavouras brasilei-
ras. Com o desenvolvimento da resistência, evitar a seleção
perdemos mais opções e o controle dessas de insetos resis-
pragas se torna difícil e ainda mais caro. tentes.
Lagarta-do-cartucho
(Spodoptera frugiperda)
A lagarta-do-cartucho é um inseto polífago, ou Temos uma boa
seja, ataca inúmeras culturas. Mas no milho
e sorgo, é uma das principais pragas e pode opção de ma-
causar grandes prejuízos aos produtores, che- nejo que são as
gando até a 60% de perdas. variedades resis-
Hoje essa lagarta não age somente no cartu- tências a essa la-
cho do milho, mas também corta a base das garta, como a tec-
plantas e ataca a espiga do milho.
nologia Bt., mas
Temos uma boa opção de manejo que são as lembre-se que de-
variedades resistentes a essa lagarta, como
a tecnologia Bt., mas lembre-se que devemos vemos sempre fa-
sempre fazer área de refúgio para plantas Bt. zer área de refúgio
Se você não conhece muito bem sobre essa
prática clique aqui.
para plantas Bt.
Ovos
As fêmeas vivem de 10 a 12 dias (3 - 5 dias)
e podem produzir 1000 ovos
Pupa
(7 - 13 dias)
Lagarta-do-cartucho
(Spodoptera frugiperda)
Larva Larvas
(14 - 22 dias) recém-nascidas
Ataque
ao milho
Nem sempre essa medida sozinha é suficiente. Por isso temos que pen-
sar no manejo do sistema como um todo, inclusive no manejo da entres-
safra, até porque essa praga é polífaga, o que permite sua sobrevivência
na área o ano todo.
Manejo: além das variedade resistentes, a principal forma de contro-
le da lagarta-do-cartucho é através da aplicação de inseticidas, po-
rém existe um importante inimigo natural dessa praga, a “tesourinha”
(Doru luteipes), que preda ovos e lagartas pequenas.
Lagarta-da-espiga
(Helicoverpa zea)
A lagarta-da-espiga do milho (Helicoverpa zea) é outra importante praga
do milho que também ataca o sorgo.
Manejo: o controle químico através de inseticidas para o manejo de
lagarta-da-espiga não é muito eficiente, já que a larva está protegida
na espiga. Uma das alternativas para o manejo é o controle biológi-
co, com o uso de parasitóides e predadores, como a tesourinha (Doru
luteipes) ou com Trichogramma que parasita os ovos da lagarta.
Cigarrinha-do-milho
(Dalbulus maidis)
Aspectos biológicos
da Praga Período ninfal
Dalbulus Maidis 15 a 17 dias
Adulto
Helicoverpa armigera
Por fim, não podemos deixar de falar da Helicoverpa armigera. Essa
praga causou grande preocupação entre os produtores de soja, milho e
algodão.
Webinar: Agrometeoro-
logia de precisão
Pedro Yamamoto
responde
•••
Qual é o melhor manejo de percevejo no milho?
Não existe receita pronta. No milho temos maiores problemas com per-
cevejo na 2ª safra, sendo importante fazer dessecação precoce do plan-
tio de cobertura para ir eliminando a praga. É importante também fazer
tratamento de sementes e aplicação de inseticidas quando necessário.
•••
Qual é o melhor manejo para lagarta-do-cartucho?
Tecnologia Bt ajuda bastante, diminuindo a incidência da praga. É essen-
cial fazer área de refúgio e manejar essa área, com monitoramentos, apli-
cação de inseticidas logo no começo de visualização de folhas raspadas,
além uso de Trichogramma spp. (controle biológico).
•••
•••
O consórcio milho e braquiária favorece a lagarta-do-cartucho?
As duas plantas são hospedeiras da praga, então pode ser que sim, já que
aumentamos o número de hospedeiros. Porém, tudo depende de um bom
manejo.
•••
Atualmente, os pousios são eficientes para quebrar o ciclo das pragas?
É muito relativo. Qual praga e qual a composição de plantas em sua re-
gião? Se pensarmos em pragas específicas (que atacam somente algu-
mas culturas) o pousio é uma prática efetiva. Se pensarmos em pragas
polífagas (como mosca-branca, lagarta-do-cartucho, etc.) o pousio não
será eficaz, já que as plantas da área, como áreas de preservação e plan-
tas daninhas, também podem ser hospedeiras desses insetos.
•••
Como fazer manejo da entressafra para reduzir a infestação das pragas na
lavoura?
Tem que ser feito levantamento populacional, com dessecação anteci-
pada e progressiva (com várias aplicações). Se a área estiver com alta
população de pragas, pode fazer a dessecação com inseticida. Existem
correntes que acreditam que nessa aplicação deveria ser utilizado inseti-
cidas de largo espectro, enquanto outras correntes acreditam que o ideal
é aplicação de inseticida de contato, para proteger os inimigos naturais.
Tudo isso vai depender da sua situação na propriedade.
•••
•••
As geadas têm efeito de controle para mos- WEBINAR
ca branca na região Sul do país?
Todas as pragas que ocorrem na nature- Semana da Pré-Safra:
za, em um período mais frio reduzem sua Falamos aqui sobre
população, mas não somem. o manejo de pragas
com o Prof. Dr. Pedro
Yamamoto, onde ele
•••
também tirou dúvidas
Em áreas com ocorrência de viroses trans- dos espectadores.
mitidas por insetos vetores, a tolerância
quanto à população desses insetos deve
ser menor?
Sim, a tolerância deve ser quase zero.
Manejo de
DOENÇAS
TRIÂNGULO DA DOENÇA
AGENTE AMBIENTE
PATOGÊNICO Condições que
Infecciosidade, favorecem a doença
abundância etc
PLANTA
Condições que favorecem
a susceptabilidade à doença
Uma planta doente resulta em danos, que variam pelo patógeno ambien-
te e planta atacada, mas pode chegar até perda total: 100% da lavoura
pode ser perdida por doenças.
Para você evitar essas perdas, conheça as principais doenças de milho,
sorgo e feijão:
Ferrugens na
cultura do milho
Há três ferrugens que podem atacar a cultura do milho:
Ferrugem comum (Puccinia sorghi);
Ferrugem polysora (Puccinia polysora);
Ferrugem tropical ou branca (Physopella zeae).
Dessas três, a ferrugem polysora pode ser considerada a mais agressiva
e destrutiva, podendo ter perdas de até 65%.
A principal medida de controle para as ferrugens no milho é o plantio de
híbridos resistentes.
Temperaturas mais
Manchas pequenas, circu- elevadas, e menos
Ferrugem
lares a elípticas, com cor dependente da umi-
Polysora
amarelo dourado dade do ar que a fer-
rugem comum
Ferrugem do sorgo
(Puccinia purpura)
Enfezamento
(Candidatus Phytoplasma asteris)
•••
Quais as principais dicas de como fazer controle preventivo de doenças
em milho?
A escolha do cultivar adequado para uma região é muito importante tan-
to a primeira como na segunda safra. Conheça o histórico de doenças,
buscando materiais que tenham bons níveis de resistência a maior parte
dessas doenças de maior frequência na sua propriedade. Outro aspecto
essencial é o tratamento de semente com produtos corretos, além de se
fazer um estande com número de plantas por hectare adequado para que
não haja um microclima favorável para o desenvolvimento de doenças.
•••
A antracnose afeta até que estádio da cultura de milho?
Nós devemos tomar cuidado durante todo ciclo porque esse é um pató-
geno que além de se estabelecer nas folhas, onde os sintomas são mais
evidentes, pode se estabelecer no colmo, causando a queda um tomba-
mento de plantas, e também nas espigas.
•••
Qual o melhor manejo para combater fer-
rugem-asiática da soja?
Nós devemos fazer o manejo integrado,
sempre procurando realizar a semeadura
o mais cedo possível, evitando uma se-
meadura tardia, quando há uma grande
quantidade de inóculo proveniente das
culturas que foram plantadas mais cedo.
Fazer o vazio sanitário é uma das manei-
ras mais eficientes para baixar o potencial
de inóculo, além de cuidar da eliminação
dos hospedeiros alternativos. Uma das
medidas mais importantes é a escolha de
cultivares, procurando cultivares menos
suscetíveis, embora infelizmente nós não
tenhamos muitos cultivares com bom ní-
vel de resistência.
•••
Em regiões com grande período de chuvas frequentes como fazer o mane-
jo de doenças?
Com o excesso de chuva temos pelo menos dois problemas muito sé-
rios. O primeiro é que isso cria uma condição extremamente favorável ao
desenvolvimento dos patógenos que, via de regra, precisam de água livre
para sua infecção.
O outro problema das chuvas frequentes é a retirada (lavagem) de produ-
tos produtos fungicidas que são aplicados. Então, se o agricultor estiver
em um período de muita chuva, ele deve acompanhar com bastante rigor
as previsões das condições climáticas.
WEBINAR
Semana da Pré-Safra:
COMPRA DE
INSUMOS
Calagem:
como fazer o cálculo
Uma boa correção do solo faz muita diferença. Na cultura do milho, por
exemplo, a produtividade pode aumentar em até 50% com correção ade-
quada do solo.
A partir dos resultados da análise química do solo determina-se a quanti-
dade de calcário necessária para se elevar a saturação por bases (V%) a
um valor considerado ideal.
Em geral o V deve ser elevado para em torno de 60%, porém, este valor
pode variar em função da cultura e da região do Brasil. Para o cerrado,
pensando em uma lavoura de soja, o valor de V deve ser elevado por volta
de 60%. Para lavouras do Paraná e São Paulo, entre 60 e 70%.
A Necessidade de Calagem (NC) pode ser calculada levando em conta as
análises de solo. Confira como fazer na imagem a seguir:
NC = _________________
[ (V2-V1) x T x f ]
100
EXEMPLO:
NC = [ (60-25) x 15 x (100/80) ]
_________________________
100
NC = 6,6 t/ha de calcário
O que é PRNT?
Esta é a sigla para Poder Relativo de Neutralização Total, do calcário a
ser utilizado. O PRNT é uma medida de qualidade dos corretivos. Quanto
maior o PRNT, mais rápida é a reação do calcário no solo.
Contudo as recomendações de calagem são baseadas em PRNT 100%,
a dose a ser aplicada deve ser corrigida com base no PRNT do material
disponível.
Dose a ser aplicada (t/ha) = Recomendação (t/ha) x 100/PRNT
Gessagem
O gesso agrícola é um subproduto da fabricação de fertilizantes fosfata-
dos, constituído por cálcio, enxofre, fósforo e flúor.
Pode ser utilizado como um melhorador do
ambiente radicular no perfil do solo, mas é
importante lembrar que o gesso não corrige O gesso fornece
acidez!
principalmente
O gesso fornece principalmente cálcio e en- cálcio e enxofre, e
xofre, além de reduzir a quantidade de alu-
mínio tóxico das camadas mais profundas reduz a quantida-
do solo. Mas quando você deve realizar a de de alumínio tó-
gessagem? xico das camadas
Em geral, esse insumo deve ser aplicado mais profundas
quando análise de solo indicar, na camada
de 20-40 cm, saturação por alumínio maior
do solo.
que 20%. Também deve ser aplicado quando
o teor de cálcio for menor que 0,5 cmolcdm-3.
A aplicação ainda possui efeito residual, cerca de 5 anos! A gessagem
vai proporcionar um maior desenvolvimento radicular das plantas de soja
ou milho, e assim uma maior absorção de água e nutrientes.
Outro ponto importante aplicação de gesso pode ser realizada de manei-
ra simultânea com a calagem, sem interferências negativas na correção
da acidez.
Saiba mais
Carlos Eduardo *
responde
•••
Qual o melhor manejo para solos salino-sódicos?
A melhor estratégia para diminuir o sódio no solo é lavar o solo, mas co-
mercialmente não é viável fazer isso. Assim, podemos utilizar o gesso
agrícola que vai diminuir o sódio e ainda fornecer cálcio, o que favorece a
CTC do solo.
•••
Como fazer adubação de origem animal na soja?
A adubação de origem animal é uma linha da adubação orgânica, em que
precisamos saber a quantidade de nutrientes, matéria seca e índices de
conversão. Isso porque, cada adubo de origem animal tem suas caracte-
rísticas a depender do tipo de animal e qual foi sua alimentação. Sabendo
esses parâmetros e do que o solo precisa, podemos conhecer a dose a
ser aplicada desse adubo.
•••
* Farmer’s Consultoria
•••
Com quantos meses de antecedência é preciso fazer a calagem para que
essa prática seja efetiva na safra?
Para a prática ser efetiva na safra devemos entender melhor alguns fa-
tores do calcário, especialmente o PRNT e seu poder residual. Quanto
maior o valor de PRNT, mais rápida será a correção do solo. Se o efeito
residual for longo, o efeito da calagem irá demorar mais a aparecer, mas
será mais duradouro.
••• WEBINAR
Qual o melhor grid de amostragem?
Semana da Pré-Safra:
O grid de amostragem será definido pe-
los fatores que queremos levantar no A Farmer’s consultoria
nosso solo. Por exemplo, o fósforo tem conversou com a gen-
uma baixa repetibilidade, ou seja, o va- te sobre a compra de
lor dele varia muito de um ponto para insumos e você pode
conferir esse bate
outro. Assim, para o fósforo, o grid tem
papo aqui.
que melhorar nossa precisão, fazendo
maior número de amostras.
•••
Agricultura
Digital
Saiba mais
Webinar: Comprei um
drone e agora?
Pedro Dusso e *
Ricardo Nardon **
responde
•••
Quero trabalhar com tecnologia na minha plantação e não sei por onde
começar. Qual o primeiro passo?
Quando me perguntam sobre isso sempre penso no caso da aspirina:
ninguém vai tomar uma aspirina se não tiver dor de cabeça. A tecnologia
veio para resolver uma “dor” (problema) dentro do processo produtivo.
Conheça sua propriedade e encontre os principais problemas, para então
escolher a tecnologia que realmente irá te ajudar.
•••
Em tipo de tecnologia devo direcionar meus próximos investimentos como
produtor rural?
Uma das principais tecnologias que podemos investir hoje na lavoura e
uma das necessidade mais básicas é um sistema de gestão agrícola. To-
* AEGRO
** InCeres
•••
Como a agricultura digital pode de fato ajudar a aumentar minha produti-
vidade?
Com a agricultura digital podemos ter uma visão muito mais inteligente
da fazenda, sabendo quais talhões precisam de mais insumos, os proble-
mas específicos de cada área, com todos os dados facilmente acessíveis,
etc. Além do mais, tudo isso agiliza as decisões triviais e o produtor fica
com mais tempo para as decisões mais complexas e estratégicas.
•••
Como a Agricultura de Precisão pode ajudar minha lavoura e meus negó-
cios?
A Agricultura de Precisão é um sistema de manejo que auxilia o produtor
a minimizar riscos da atividade agrícola, facilitando a tomada de decisão,
sendo possível visualizar a resposta real da cultura frente ao manejo utili-
zado, identificação de zonas mais produtivas e as áreas limitantes a pro-
dução. Todos esses fatores colaboram com o produtor na gestão mais
eficiente da fazenda.
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Sou recém-formado e presto consultoria para alguns clientes. O que a tec-
nologia pode agregar para meu empreendimento?
A tecnologia pode ajudar a você a poupar tempo e aumentar a lucrativi-
dade, isso porque otimiza a capacidade de processamento de dados, tor-
nando seus dados mais acessíveis e de fácil compreensão, o que resulta
em maior qualidade dos seus serviços prestados.
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