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Higiene do Trabalho

Fernando Duque Barros


Histórico

Fernando Duque Barros


Histórico
• Platão e Lucrécio
– Descrição de doenças associadas à extração mineira.

• Hipócrates e Galeno
– Patologia do chumbo ligada à extração mineira.

• Plínio (Século I)
– Descreve doenças ligadas ao trabalho com zinco e enxofre.

• Avicena (médico árabe – Século X)


– Estudo de pinturas com chumbo.

• Georgius Agricola (1556) – De re metallica


– Descreve doenças dos mineiros (silicose) e medidas preventivas;
– Sugere ventilação e proteção individual.

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Histórico
• Ramazzini (1690) – De Morbis Artificum Diatriba
– Criador da medicina do trabalho
• as doenças devem ser estudadas no local de trabalho e não no
hospital
– Usa o termo higiene
– Descreve os riscos associados a 54 profissões

• Ellenberg (1743)
– Escreveu sobre as doenças nas minas de ouro e sobre a
toxicidade de vários produtos
• Monóxido de carbono
• Mercúrio
• Chumbo
• ácido nítrico

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Histórico
• 1802 (Inglaterra)
– Proibido o trabalho em minas a menores de 9 anos

• English factory acts (1833)


– Primeira lei efetiva sobre segurança
– Estabelece a compensação em vez do controlo das causas

• 1873 (Espanha)
– Proibido a trabalho em minas e fábricas a menores de 10 anos

• 1896
– Associação para a prevenção de fogos – aparecem os primeiros
códigos e normas.

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Histórico
• O início do século XX
– caracterizou-se pela generalização do conceito da
compensação

• 1913 (NY)
– primeiro programa de higiene industrial

• 1918 – American Standard Association

• 1919 – OIT (Organização Internacional do Trabalho)

• 1970 – OSH (Occupational, Safety and Health Act)

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Introdução

Fernando Duque Barros


Introdução
• Até meados do século 20, as condições de trabalho
nunca foram levadas em conta, sendo importante a
produtividade, mesmo que tal implicasse riscos de
doença ou mesmo à morte dos trabalhadores.
– Para tal contribuíam dois fatores:
• uma mentalidade em que o valor da vida humana era pouco mais
que desprezível e
• uma total ausência por parte dos Estados de leis que protegessem
o trabalhador.

• Apenas a partir da década de 50 / 60, surgem as


primeiras tentativas sérias de integrar os trabalhadores
em atividades devidamente adequadas às suas
capacidades.

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Introdução
• O trabalho é essencial para a vida, o
desenvolvimento e a satisfação.

• Infelizmente, atividades indispensáveis como a


produção de alimentos, a extração de matérias
primas, o fabrico de bens, a produção de
energia e a prestação de serviços implicam
processos, operações e materiais que em maior
ou menor medida, criam riscos para a saúde
dos trabalhadores, as comunidades locais e o
meio ambiente em geral.

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Introdução
• Na atualidade, em que certificações de
Sistemas de Garantia da Qualidade e
Ambientais ganham tanta importância, as
medidas relativas à Higiene e Segurança no
Trabalho tardam em ser implementados, sendo
que o despertar de consciências é fundamental.

• É precisamente este o objetivo principal deste


curso, o de alertar para as questões da Higiene
e Segurança no Trabalho.

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Conceitos
Fundamentais

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• A higiene e a segurança são duas atividades
que estão intimamente relacionadas com o
objetivo de garantir condições de trabalho
capazes de manter um nível de saúde dos
colaboradores e trabalhadores de uma
Empresa.

• Segundo a O.M.S., a verificação de condições


de Higiene e Segurança consiste "num estado
de bem-estar físico, mental e social e não
somente a ausência de doença e enfermidade ".

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Segurança do trabalho

• A segurança do trabalho combate, de


um ponto de vista não médico, os
acidentes de trabalho, quer eliminando as
condições inseguras do ambiente, quer
educando os trabalhadores a utilizarem
medidas preventivas.

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Higiene do trabalho
• A higiene do trabalho combate, de um
ponto de vista não médico, as doenças
profissionais, identificando os fatores que
podem afetar o ambiente do trabalho e o
trabalhador, visando eliminar ou reduzir os
riscos profissionais (condições inseguras
de trabalho que podem afetar a saúde,
segurança e bem estar do trabalhador).

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Segurança X Higiene
• De modo simplificado:

– A SEGURANÇA do trabalho lida com a prevenção e


o controle dos riscos de operação laboral.
• Palavra chave: acidente

– A HIGIENE do trabalho lida com os riscos de


ambiente, que podem originar doenças profissionais.
• Palavra chave: doenças

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Higiene Ocupacional

• Ciência e arte dedicada ao reconhecimento,


avaliação e controle daqueles fatores ou
tensões ambientais, que surjam no ou do
trabalho, e que podem causar doenças,
prejuízos à saúde ou ao bem-estar, ou
desconforto significativos entre os cidadãos
da comunidade.

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Fundamentos para prevenção de
riscos profissionais

• As condições de segurança, higiene e


saúde no trabalho constituem o
fundamento material de qualquer
programa de prevenção de riscos
profissionais e contribuem para o
aumento da competitividade com
diminuição da sinistralidade.
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• Os acidentes, em geral, são o resultado de uma
combinação de fatores, entre os quais se
destacam:
– falhas humanas
– falhas materiais

• Vale a pena lembrar que os acidentes não


escolhem hora nem lugar.
– Podem acontecer em casa, no ambiente de trabalho
e nas inúmeras locomoções diárias.

• Quanto aos acidentes do trabalho:


– o que se pode dizer é que grande parte deles ocorre
porque os trabalhadores se encontram mal
preparados para enfrentar certos riscos.
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Objetivos da Higiene do Trabalho
• A higiene do trabalho tem caráter eminentemente
preventivo, pois objetiva a saúde e o conforto do
trabalhador, evitando que adoeça e se ausente provisória
ou definitivamente do trabalho.

• Os principais objetivos são:


– Eliminação das causas das doenças profissionais;
– Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em
pessoas doentes ou portadoras de defeitos físicos;
– Prevenção de agravamento de doenças e de lesões;
– Manutenção da saúde dos trabalhadores; e
– Aumento da produtividade por meio de controle do ambiente de
trabalho.

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O que envolve a higiene no
trabalho?
• O programa de higiene no trabalho envolve:
– Ambiente físico de trabalho:
• a iluminação, ventilação, temperatura e ruídos

– Ambiente psicológico:
• os relacionamentos humanos agradáveis, tipos de atividade
agradável e motivadora, estilo de gerência democrático e
participativo e eliminação de possíveis fontes de estresse

– Aplicação de princípios de ergonomia:


• máquinas e equipamentos adequados às características humanas,
mesas e instalações ajustadas ao tamanho das pessoas e
ferramentas que reduzam a necessidade de esforço físico humano

– Saúde ocupacional:
• ausência de doenças por meio da assistência médica preventiva.

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As empresas são obrigadas a
investir em higiene e segurança no
trabalho?

• Nas Normas Regulamentadoras (NRs), a


segurança, a higiene e a medicina do
trabalho são de observância obrigatória pelas
empresas privadas e públicas.

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Por que se deve investir em higiene do
trabalho?
• Algumas pessoas menos esclarecidas sobre o assunto,
procuram em determinadas circunstâncias, justificar de
várias maneiras a ausência da segurança em algumas
indústrias, ou o pouco interesse de outras para a
prevenção de acidentes.

• No entanto, nada justifica tal omissão. Entre pessoas,


algumas costumam afirmar: “Sem acidentes ou com
acidentes o trabalho é realizado”.

• Não importa quem diz isso ou pensa dessa maneira.


Trata-se de uma afirmação ou de um pensamento
infeliz, embora não possa ser integralmente contestado.
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Por que se deve investir em higiene do
trabalho?
• Realmente, o trabalho poderá ser executado
mesmo que ocorram acidentes. Porém, nesses
casos, jamais a sua realização poderá ser
considerada satisfatória.

• A dor e a infelicidade de quem sofre ferimentos


somam-se a muitos outros fatores danosos ao
trabalho, tanto sob o aspecto técnico como
econômico. Isso nem sempre é percebido por
quem não entende e não interpreta os acidentes
do trabalho em toda a sua extensão e
profundidade.
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Funções da Higiene Industrial
• Antecipar, identificar e avaliar as condições e as
práticas de trabalho de risco.

• Desenvolver metodologias, procedimentos e


programas de controle.

• Implementar, administrar e informar sobre riscos


e programas de controle.

• Medir, auditar e avaliar a eficácia das medidas


tomadas nos programas de controle.
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Análise de campo
1. Quais os riscos potenciais?
– Químicos / Físicos / Biológicos / Ergonómicos

2. Qual a prioridade das medidas?


– Medidas de engenharia
– Substituição ou modificação de processos
– Confinamento de operações ou operadores
– Ventilação
– Medidas de gestão
– Controle da rotina de trabalho
– Rotação de funções e/ou tempo por tarefa
– Medidas de proteção pessoal - última linha de ação
• Luvas, óculos, capacete, botas, batas, respiradores
• Adaptadas à pessoa, devidamente usados, verificados e
substituídos com regularidade

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Visão do sistema

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Riscos ambientais

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Riscos ambientais
• São considerados riscos ou agentes
agressivos químicos, físicos, biológicos,
ergonômicos e de acidentes, os que
possam trazer ou ocasionar danos à
saúde do trabalhador, nos AMBIENTES
DE TRABALHO, em função da sua
natureza, concentração, intensidade e
tempo de exposição ao agente.

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Riscos Físicos
• Ruídos;
• Vibrações;
• Radiações;
• Frio;
• Calor;
• Pressões anormais;
• Umidade.

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Riscos Químicos
• Poeiras;
• Fumos;
• Névoas;
• Neblinas;
• Gases;
• Vapores;
• Produtos químicos em geral.

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Riscos Biológicos
• Vírus;
• Bactérias;
• Protozoários;
• Fungos;
• Parasitas;
• Bacilos.

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Riscos Ergonômicos
• Esforço físico intenso
• Levantamento e transporte manual de peso
• Exigência de postura inadequada
• Controle rígido de produtividade
• Imposição de ritmos excessivos
• Trabalho em turno e noturno
• Jornadas de trabalho prolongadas
• Monotonia e repetitividade
• Outras situações causadoras de “stress” físico
ou psíquico

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Riscos de acidente
• Arranjo físico inadequado
• Máquinas e equipamentos sem proteção
• Ferramentas inadequadas e defeituosas
• Iluminação inadequada
• Eletricidade
• Probabilidade de incêndio ou explosão
• Armazenamento inadequado
• Animais peçonhentos
• Outras situações de risco que poderão contribuir
para a ocorrência de acidentes

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Etapas do PPRA
• O Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:
– antecipação e reconhecimentos dos riscos;
– estabelecimento de prioridades e metas de avaliação
e controle;
– avaliação dos riscos e da exposição dos
trabalhadores;
– implantação de medidas de controle e avaliação de
sua eficácia;
– monitoramento da exposição aos riscos;
– registro e divulgação dos dados.

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Reconhecimento dos riscos
• O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter
os seguintes itens, quando aplicáveis:
– a sua identificação;
– a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
– a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de
propagação dos agentes no ambiente de trabalho;
– a identificação das funções e determinação do número de
trabalhadores expostos;
– a caracterização das atividades e do tipo da exposição;
– a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de
possível comprometimento da saúde decorrente do trabalho;
– os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos
identificados, disponíveis na literatura técnica;
– a descrição das medidas de controle já existentes.

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Avaliação dos Riscos
• Elaborar relatórios técnicos, para cada agente,
contendo, no mínimo, os seguintes itens:
– Introdução
– Objetivo
– Antecedentes Legais
– Antecedentes Técnicos
– Metodologia de Avaliação
– Resultados Obtidos
– Conclusões
– Recomendações Gerais e Específicas
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Controle dos riscos
• Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a
eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais
sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes
situações:

– identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;


– constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à saúde;
– quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos
trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15
• ou, na ausência destes, os valores limites de exposição ocupacional
adotados pela ACGIH (American Conference of Governmental Industrial
Higyenists), ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação
coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-
legais estabelecidos;
– quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o
nexo causal entre danos observados na saúde dos trabalhadores e a
situação de trabalho a que eles ficam expostos.

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Hierarquia das medidas de controle
• O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas
de proteção coletiva deverá obedecer à seguinte
hierarquia:
1. eliminar a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à
saúde;
2. prevenir a disseminação desses agentes no ambiente de
trabalho;
3. reduzir os níveis ou a concentração desses agentes no
ambiente de trabalho.

• A implantação de medidas de caráter coletivo deverá


ser acompanhada de treinamento dos trabalhadores
quanto a:
– procedimentos que assegurem a sua eficiência, e
– limitações de proteção que ofereçam.
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Inviabilidade técnica de medidas
de proteção coletiva
• Quando comprovado pelo empregador ou instituição deverão ser adotadas
outras medidas, obedecendo-se à seguinte hierarquia:
– medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
– utilização de equipamento de proteção individual - EPI.

• A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar as Normas


Legais e Administrativas em vigor e envolver no mínimo:
– seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está
exposto e à atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o
controle da exposição ao risco e o conforto oferecido segundo avaliação do
trabalhador usuário;
– programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização e
orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece;
– estabelecimento de normas ou procedimento para promover o fornecimento, o
uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do
EPI, visando garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas;
– caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva
identificação dos EPI’s utilizados para os riscos ambientais.

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Níveis de ação
• Considera-se nível de ação o valor acima do qual devem
ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposições a agentes
ambientais ultrapassem os limites de exposição.
• As ações devem incluir o monitoramento periódico da
exposição, a informação aos trabalhadores e o controle
médico.
• Deverão ser objeto de controle sistemático as situações
que apresentem exposição ocupacional acima dos
níveis de ação, conforme indicado:
– para agentes químicos, a metade dos limites de exposição
ocupacional
– para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme
critério estabelecido na NR-15, Anexo I, item 6.

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Registro de dados
• Deverá ser mantido pelo empregador ou instituição um
registro de dados, estruturado de forma a constituir um
histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do
PPRA.

• Os dados deverão ser mantidos por um período mínimo


de 20 anos.

• O registro de dados deverá estar sempre disponível aos


trabalhadores interessados ou seus representantes e
para as autoridades competentes.

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GRUPOS HOMOGÊNEOS DE
EXPOSIÇÃO
• Um grupo é homogêneo em relação a um dado ambiental,
quando o avaliador, sem o recurso de equipamentos de
medição, não é capaz de identificar os trabalhadores com
maior ou menor exposição ao agente.
• Um grupo homogêneo de exposição é um grupo de
trabalhadores com idênticas probabilidades de exposição
ao um determinado agente.
• O grupo é homogêneo no sentido em que a distribuição de
probabilidades de exposição é a mesma para todos os
seus membros.
• Dada a homogeneidade estatística, um pequeno número
de amostras aleatórias pode ser usado para definir as
exposições e tendências dentro do grupo.
• Os grupos homogêneos de exposição são a base da
Higiene quantitativa.
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Insalubridade
(NR--15)
(NR

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• 15.1 São consideradas atividades ou operações
insalubres as que se desenvolvem:
– 15.1.1 Acima dos limites de tolerância previstos nos
Anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12;
– 15.1.3 Nas atividades mencionadas nos Anexos n.º 6,
13 e 14;
– 15.1.4 Comprovadas através de laudo de inspeção
do local de trabalho, constantes dos Anexos n.º 7, 8,
9 e 10.
– 15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os
fins desta Norma, a concentração ou intensidade
máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o
tempo de exposição ao agente, que não causará
dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida
laboral.
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• 15.2 O exercício de trabalho em
condições de insalubridade, de acordo
com os subitens do item anterior,
assegura ao trabalhador a percepção de
adicional, incidente sobre o salário mínimo
da região, equivalente a:
– 15.2.1 40% (quarenta por cento), para
insalubridade de grau máximo;
– 15.2.2 20% (vinte por cento), para
insalubridade de grau médio;
– 15.2.3 10% (dez por cento), para
insalubridade de grau mínimo;

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• 15.3 No caso de incidência de mais de um
fator de insalubridade, será apenas
considerado o de grau mais elevado, para
efeito de acréscimo salarial, sendo vedada
a percepção cumulativa.

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• 15.4 A eliminação ou neutralização da insalubridade
determinará a cessação do pagamento do adicional
respectivo.
– 15.4.1 A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá
ocorrer:
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o
ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
– 15.4.1.1 Cabe à autoridade regional competente em matéria de
segurança e saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade
por laudo técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou
médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional
devido aos empregados expostos à insalubridade quando
impraticável sua eliminação ou neutralização.
– 15.4.1.2 A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará
caracterizada através de avaliação pericial por órgão
competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do
trabalhador.

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• 15.5 É facultado às empresas e aos sindicatos das
categorias profissionais interessadas requererem ao
Ministério do Trabalho, através das DRTs, a realização
de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o
objetivo de caracterizar e classificar ou determinar
atividade insalubre.
– 15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do
Trabalho, desde que comprovada a insalubridade, o perito do
Ministério do Trabalho indicará o adicional devido.
• 15.6 O perito descreverá no laudo a técnica e a
aparelhagem utilizadas.
• 15.7 O disposto no item 15.5. não prejudica a ação
fiscalizadora do MTE nem a realização ex-officio da
perícia, quando solicitado pela Justiça, nas localidades
onde não houver perito.

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Ruído

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Conceitos sobre Ruído
• De maneira subjetiva é toda sensação
auditiva desagradável,

ou

• Fisicamente, é todo fenômeno acústico


não periódico, sem componentes
harmônicos definidos.
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De um modo geral, os ruídos
podem ser classificados em 3
tipos:
• Ruídos contínuos : são aqueles cuja variação
de nível de intensidade sonora é muito pequena
em função do tempo. São ruídos característicos
de bombas de líquidos, motores elétricos,
engrenagens, etc.
– Exemplos : chuva, geladeiras, compressores,
ventiladores.

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• Ruídos flutuantes : são aqueles que
apresentam grandes variações de nível
em função do tempo.
– São geradores desse tipo de ruído os
trabalhos manuais, afiação de ferramentas,
soldagem, o trânsito de veículos, etc.
– São os ruídos mais comuns nos sons diários.

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• Ruídos impulsivos, ou de impacto :
apresentam altos níveis de intensidade
sonora, num intervalo de tempo muito
pequeno. São os ruídos provenientes de
explosões e impactos.
– São ruídos característicos de rebitadeiras,
impressoras automáticas, britadeiras, prensas,
etc..

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Métodos de medição de ruídos
• Os métodos de medição do ruído e a avaliação
dos seus danos auditivos fixados pela C.L.T.
são os únicos no Brasil com força de lei.
• Portanto, se uma empresa for multada por
atividades insalubres causadas por excesso de
ruído, a fiscalização estará fundamentada nos
métodos da C.L.T.
• Esses métodos estão na Norma
Regulamentadora Nº 15 (NR15) da Portaria
3.214.

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Anexo 1 – Ruído Contínuo ou
Intermitente
• 1. Entende-se por Ruído Contínuo ou
Intermitente, para os fins de aplicação
de Limites de Tolerância, o ruído que
não seja ruído de impacto.
• 2. Os níveis de ruído contínuo ou
intermitente devem ser medidos em
decibéis (dB) com instrumento de nível
de pressão sonora operando no circuito
de compensação "A" e circuito de
resposta lenta (SLOW). As leituras
devem ser feitas próximas ao ouvido do
trabalhador.
• 3. Os tempos de exposição aos níveis
de ruído não devem exceder os limites
de tolerância fixados no Quadro anexo.
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Anexo 1 – Ruído Contínuo ou
Intermitente
• 4. Para os valores encontrados
de nível de ruído intermediário
será considerada a máxima
exposição diária permissível
relativa ao nível imediatamente
mais elevado.
• 5. Não é permitida exposição a
níveis de ruído acima de 115
dB(A) para indivíduos que não
estejam adequadamente
protegidos.
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Anexo 1 – Ruído Contínuo ou
Intermitente
• 6. Se durante a jornada de trabalho
ocorrerem dois ou mais períodos de
exposição a ruído de diferentes níveis,
devem ser considerados os seus
efeitos combinados, de forma que, se a
soma das seguintes frações:
C1 + C2 + C3 _ + Cn
T1 T2 T3 Tn
exceder a unidade, a exposição estará
acima do limite de tolerância. Na equação
acima, Cn indica o tempo total que o
trabalhador fica exposto a um nível de ruído
específico, e Tn indica a máxima exposição
diária permissível a este nível, segundo o
Quadro Anexo.

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Anexo 1 – Ruído Contínuo ou
Intermitente
Exemplo de cálculo de efeito combinado:
Exposição
MEDP 35 + 10 + 7 =
dB efetiva
(Tn) (Cn) 60 15 8
= 0,58 + 0,67 + 0,88
100 1h 35 min = 2,13
110 15 min 10 min
Portanto, acima do
LT.
114 8 min 7 min
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Anexo 1 – Ruído Contínuo ou
Intermitente
• 7. As atividades ou
operações que exponham os
trabalhadores a níveis de
ruído, contínuo ou
intermitente, superiores a
115 dB(A), sem proteção
adequada, oferecerão risco
grave e iminente.

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Anexo 1 – Ruído Contínuo ou
Intermitente

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Anexo 2 – Ruídos de Impacto
1. Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de
energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos
superiores a 1 (um) segundo.
2. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com
medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear e
circuito de resposta para impacto. As leituras devem ser feitas
próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para
ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os
picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo.
3. Em caso de não se dispor de medidor do nível de pressão sonora
com circuito de resposta para impacto, será válida a leitura feita no
circuito de resposta rápida (FAST) e circuito de compensação "C".
Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C).
4. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores,
sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto
superiores a 140 dB(LINEAR), medidos no circuito de resposta
para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medidos no circuito
de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente.

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Exercício
1. Segundo a NR-9, considera-se atingido o nível de ação,
valor acima do qual devem ser iniciadas ações
preventivas, que incluem monitoramento periódico da
exposição, a informação aos trabalhadores, e o controle
médico, para ruído contínuo ou intermitente, quando a
intensidade sonora:

a) ultrapassar 85 dB(A) para 8 horas de exposição.


b) ultrapassar 50 % da dose unitária, o que equivale a 80 dB(A) para 8
horas de exposição.
c) ultrapassar a dose unitária.
d) ultrapassar 75 % da dose unitária, o que equivale a 63,75 dB(A)
para 8 horas de exposição.
e) ultrapassar 50 % da dose unitária, o que equivale a 42,50 dB(A)
para 8 horas de exposição.

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Nível equivalente de ruído
LEQ ou NE
• Quando ocorrem variações de níveis de ruído
durante a jornada de trabalho, deve-se utilizar o
audiodosímetro, no sentido de se determinar
com maior exatidão a exposição ao ruído.

• Esse instrumento fornece, no período avaliado,


a dose ou efeitos combinados ( Σ Cn / Tn ) e o
nível equivalente de ruído ( LEQ ou NE).

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Avaliação do Ruído
Ambiente de trabalho
• Para fator de multiplicação: q
• Nível crítico: Lcrit

Leq = 10xq x LOG Dx8 + Lcrit


3 Te

Onde: D = dose em fração decimal


Te = tempo de exposição
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Avaliação do Ruído Ambiente de
trabalho – NR15
• Para fator de multiplicação: q = 5
• Nível crítico: Lcrit = 85 dB

Leq = 16,7 x LOG Dx8 + 85


Te

Onde: D = dose em fração decimal


Te = tempo de exposição
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Avaliação do Ruído Ambiente de
trabalho – NHO-01
• Para fator de multiplicação: q = 3
• Nível crítico: Lcrit = 85 dB

NE = 10 x LOG Dx8 + 85
Te

Onde: D = dose em fração decimal


Te = tempo de exposição
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Avaliação do Ruído
Nível de exposição normalizado

NEN = (Leq ou NE) + 10 x LOG Te


To

Onde: To = período de normalização = 8h


Te = tempo de exposição

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Avaliação do Ruído
Exposição semanal - NENm

NENm = 10 x LOG 1 x ∑ 10 NEN/10


k

Onde: k = 5 dias da semana.

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Avaliação do Ruído de Impacto
Np = 160 - 10 x LOG n

Onde:
Np = nível de pico máximo admissível em dB (lin)
n = número de impactos ou impulsos ocorridos
durante a jornada diária de trabalho.

Obs.: comparar valores obtidos com a tabela 2 da


NHO-01
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Ruído para efeito de conforto
17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam
solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de
controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise
de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições
de conforto:
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma
brasileira registrada no INMETRO;

– 17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características


definidas no subitem 17.5.2, mas não apresentam equivalência ou
correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de
ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a
curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.

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PLANO DE CONSERVAÇÃO
AUDITIVA - PCA
Baseado nas recomendações da OSHA e NIOSH

 Avaliação e monitoramento da exposição a ruído


 Medidas de controle ambiental e organizativos
 Avaliação e monitoramento audiológico
 Uso de protetores auriculares
 Aspectos educativos
 Avaliação da eficácia do programa

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O simples fornecimento de EPI exime o
empregador do pagamento do adicional de
insalubridade?
As posições divergentes foram dirimidas no incidente de uniformização de
jurisprudência em recurso de Revista nº TST-IUJ-RR 4016/86.5 - Revista
LTr, v.53, nº 5, página 582, motivador do enunciado nº 289 do Egrégio
Tribunal Superior do Trabalho:

– Insalubridade - adicional - fornecimento do aparelho


de proteção - Efeito.
• O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo
empregador não o exime do pagamento de adicional de
insalubridade, cabendo-lhe tomar as medidas que
conduzam à diminuição da nocividade, dentre as quais
as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo
empregado.
– Referências: artigos 8º. 9º, 157, 158, 191 e 192 da CLT, 476 do
Código de Processo Civil e 179 do Regimento Interno do
Tribunal Superior do Trabalho ( DJU de 28/03/88).

Fernando Duque Barros


Ruído de fundo
Medidas de Controle
• Controle na fonte
– Diferença entre ruído total e fundo < 2
• Ruído de fundo é a fonte nesse caso.
– Isolar barulho externo

• Controle no trajeto
– Diferença entre ruído total e fundo entre 2 e 10
• Máquina e equipamento colaboram para a insalubridade
– Isolar barulho externo e atuar na máquina.

• Controle no Homem
– Uso de EPIs quando Diferença maior que 10 e Dose
maior que 1 (LEQ>85 dB)
Fernando Duque Barros
Fator de atenuação de EPIs
1. Noise Redution Rating – NRR
– É obtido por meio de tabelas dos fabricantes
de protetores auriculares ou por meio de CA,
expedido pela SST.
• OSHA
– Utiliza apenas 50% do NRR fornecido pelo laboratório
• NIOSH
– Protetor concha: subtrair 25% do NRR
– Protetor inserção moldável: subtrair 50% do NRR
– Outros de inserção: subtrair 70% do NRR

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Cálculo da atenuação (NIOSH)
• NPSc = NPSdb(A) – (NRR*f - 7)

NPSc : nível de pressão sonora com proteção.


f pode ser:
0,75 para protetor concha
0,5 para protetor de inserção moldável
0,3 para outros protetores de inserção

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2. Nível de Redução de Ruído subject fit
NRRsf
– Calcula a atenuação por meio de valor único.
– Obtido por meio de ensaios em laboratório.
– O MTE adota esse critério para certificar os
protetores auditivos (Portaria 48 de 23/03/03)
– Cálculo:
• NPSc = NPSdB(A) – NRRsf

– Exemplo:
» NPSc = 96 – 15 = 81 dB(A)

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Medidas de Controle
1. Controle na fonte
1. Substituir equipamento
2. Balancear e equilibrar partes móveis
3. Lubrificar rolamentos e mancais
4. Reduzir impactos na medida do possível
5. Alterar processos
6. Planejar processos para minimizar máquinas
7. Aplicar materiais de atenuação
8. Regular motores
9. Reapertar as estruturas
10. Substituir peças metálicas por plásticos
Fernando Duque Barros
Medidas de Controle
2. Controle no meio
1. Evitar propagação por meio de isolamento
2. Obter perdas por absorção
3. Isolar a fonte
4. Isolar o receptor

3. Controle no homem
1. Limitar tempo de exposição
2. Protetores auriculares
3. Exames médicos

Fernando Duque Barros


Exercícios
1. Um operário fica exposto a 5 máquinas em um mesmo ambiente.
Cada máquina emite respectivamente os seguintes NPS: 90 dB, 95
dB, 92 dB, 85 dB e 80 dB. Calcule o NPS total a que o operário fica
exposto.

2. Calcule o ruído do equipamento na seguinte situação:


# NPS do equipamento funcionando: 100 dB
# NPS do equipamento desligado: 95 dB

3. Numa funilaria pretende-se avaliar o barulho produzido pelos


impactos das marteladas. Encontram-se, com um equipamento que
tem circuito de resposta rápida, valores de 115 dB medidos na curva
C. São realizadas 900 batidas por dia. O limite de tolerância foi
excedido?

Fernando Duque Barros


4. Quais são as medidas de controle que devem ser
adotadas para o agente físico ruído? A partir de que nível
de NPS se devem tomar ações para proteger os
trabalhadores quanto ao ruído contínuo ou intermitente?

5. Um trabalhador foi monitorado durante 4 horas quanto ao


agente físico ruído contínuo. Utilizou-se um
audiodosímetro que obteve o valor de 0,80 para a dose.
Este trabalhador se encontra em insalubridade? Caso a
resposta seja sim, qual o nível de insalubridade e qual
seria o EPI mais adequado (faça uma recomendação
técnica)?

Fernando Duque Barros


6. Estimar o nível médio de exposição diária semanal
(NENm) para as condições abaixo:
# semana de 5 dias
# utilizar parâmetros da NR15
# dados obtidos:
segunda-feira: D=129%, Te=7,5h
terça-feira: D=156%, Te=7,5h
quarta-feira: D=143%, Te=7,5h
quinta-feira: D=138%, Te=7,5h
sexta-feira: D=111%, Te=7,0h

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Calor
e
Frio
Fernando Duque Barros
Conceitos
• Transferência de Calor

– Condução

– Convecção

– Irradiação

• Dilatação
Fernando Duque Barros
Anexo 3 – Exposição ao Calor
1. A exposição ao calor deve ser avaliada através
do "Índice de Bulbo Úmido Termômetro de
Globo" - IBUTG definido pelas equações que se
seguem:
– Ambientes internos ou externos sem carga solar:
• IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
– Ambientes externos com carga solar:
• IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
– onde:
– tbn = temperatura de bulbo úmido natural
– tg = temperatura de globo
– tbs = temperatura de bulbo seco.

Fernando Duque Barros


Exposição ao Calor

2. Os aparelhos que devem ser usados


nesta avaliação são: termômetro de bulbo
úmido natural, termômetro de globo e
termômetro de mercúrio comum.

3. As medições devem ser efetuadas no


local onde permanece o trabalhador, à
altura da região do corpo mais atingida.

Fernando Duque Barros


Exposição ao Calor

• Limites de Tolerância para exposição ao calor,


em regime de trabalho intermitente com
períodos de descanso no próprio local de
prestação de serviço.
1. Em função do índice obtido, o regime de trabalho
intermitente será definido no Quadro N.º 1.
2. Os períodos de descanso serão considerados tempo
de serviço para todos os efeitos legais.
3. A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada
ou Pesada) é feita consultando-se o Quadro n.º 3.

Fernando Duque Barros


Fernando Duque Barros
Exposição ao Calor

• Limites de Tolerância para exposição ao


calor, em regime de trabalho intermitente
com período de descanso em outro local
(local de descanso).
1. Para os fins deste item, considera-se como
local de descanso ambiente termicamente mais
ameno, com o trabalhador em repouso ou
exercendo atividade leve.
2. Os limites de tolerância são dados segundo o
Quadro n.º 2.
Fernando Duque Barros
Fernando Duque Barros
Exposição ao Calor

Fernando Duque Barros


ANEXO N.º 9 FRIO
1. As atividades ou operações executadas
no interior de câmaras frigoríficas, ou em
locais que apresentem condições
similares, que exponham os trabalhadores
ao frio, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres em decorrência
de laudo de inspeção realizada no local de
trabalho.

Fernando Duque Barros


Ação do frio no corpo humano
• Conforme o frio aumenta ou o período de exposição se prolonga, a
sensação de frio e dor tende a diminuir por causa da perda de
sensibilidade que o frio causa.
• Em seguida, o trabalhador sente fraqueza muscular e
adormecimento.
• Isto é chamado de hipotermia e normalmente ocorre quando a
temperatura central do corpo cai abaixo de 33°C.
• Outros sintomas de hipotermia incluem a percepção reduzida e
pupilas dilatadas. Quando a temperatura do corpo atinge 27°C, o
trabalhador entra em coma.
• A atividade do coração pára ao redor de 20°C e, a cerebral, a 17°C.
• A vítima de hipotermia deve ser aquecida imediatamente, sendo
removida para ambientes quentes ou por meio de cobertores.
• O reaquecimento em água a 40-42°C é recomendado em casos
onde a hipotermia ocorre após o corpo ter sido imerso em água fria.

Fernando Duque Barros


Ação do frio no corpo humano
• A temperatura do ar é medida com um termômetro de bulbo seco comum
em graus celsius com graduação negativa suficiente para a temperatura
utilizada (preferencialmente -50°C).

• A velocidade do vento deve ser medida por meio de anemômetros, que


devem medir na escala de quilômetro por hora (km/h). Os exemplos a
seguir demonstram uma forma prática de verificar a velocidade do vento,
sem muita precisão, quando não contamos com um anemômetro:
– 8 km/h: movimenta uma bandeirola;
– 16 km/h: a bandeirola fica totalmente estendida;
– 24 km/h: levanta uma folha de jornal;
– 32 km/h: uma ventania.

• A atividade física não é fácil de ser medida. É medida pelo calor produzido
pelo corpo (taxa metabólica). Existem tabelas que mostram as taxas de
metabolismo para uma infinidade de atividades. A produção do calor é
medida em quilocalorias (kcal) por hora.

Fernando Duque Barros


Ação do frio no corpo humano
• O local de trabalho deve ser monitorado da seguinte forma:
– a) todo local de trabalho com temperatura ambiente inferior a 16°C
deverá dispor de termômetro adequado para permitir total cumprimento
dos limites estabelecidos;

– b) sempre que a temperatura do ar no local de trabalho cair abaixo de


-1°C a temperatura deve ser medida e registrada a cada quatro horas;

– c) sempre que a velocidade do vento exceder a 2 m/s em ambientes


fechados, deve ser medida e registrada a cada quatro horas;

– d) em situações de trabalho a céu aberto, a velocidade do vento deve


ser medida e registrada juntamente à temperatura do ar quando esta
for inferior a -1°C;

– e) em todas as situações que forem necessárias, a medição de


movimentação do ar e a temperatura equivalente de resfriamento (TER)
devem ser obtidas por meio da Tabela 1, e registrada com outros dados
sempre que a resultante for inferior a -7°C.

Fernando Duque Barros


Fernando Duque Barros
Fonte: CLT, art. 253; ACGIH; Fundacentro.

Fernando Duque Barros


SEÇÃO VII da CLT
Dos Serviços Frigoríficos
Art. 253. Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para
os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-
versa, depois de uma hora e quarenta minutos de trabalho contínuo será assegurado
um período de vinte minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho
efetivo.
Parágrafo único. Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que
for inferior, na primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do
Ministério do Trabalho, a 15 º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e na
quinta, sexta e sétima zonas 10º (dez graus).
NOTA
1) Empregado que trabalha em câmara frigorífica tem direito ao adicional de insalubridade
de grau médio (20% do salário mínimo regional), “ex vi” do disposto na Portaria n.
3.214, do MTE, de 8.6.78.
2) V. Portaria n. 21, de 26.12.94, in DOU 27.12.94, da Secretaria de Segurança e Saúde
no Trabalho, do MTE, estabelecendo que o mapa oficial do MTE, a que se refere o
artigo supra a ser considerado, é o mapa “Brasil Climas” da Fundação IBGE,
publicado no ano de 1978 e que define as zonas climáticas brasileiras de acordo com
a temperatura média anual, a média anual de meses secos e o tipo da vegetação
natural.

Fernando Duque Barros


Índice de Termômetro de
globo úmido – TGU
• É obtido através do Termômetro de Globo
Úmido ou Botsball (B).

• Utilizado como parâmetro em câmaras


hiperbáricas (NR15, anexo 6).

• Correlação:
IBUTG = 0,0212.B2 + 0,192.B + 9,5
Fernando Duque Barros
Temperatura efetiva – Te
• É aquela que produz a sensação térmica
equivalente a uma temperatura medida
com o ar saturado (100% UR) e
praticamente parado (sem vento).

• Combina:
– Temperatura do ar (bulbo úmido e seco)
– Umidade relativa (UR)
– Velocidade do ar
Fernando Duque Barros
Escala de temperatura efetiva normal
(para pessoas normalmente vestidas).

Temperaturas em °F
Fernando Duque Barros
Escala de temperatura efetiva
normal (para pessoas
normalmente vestidas).

Fernando Duque Barros


Escala de temperatura
efetiva básica ( para
homens despidos da
cintura para cima).

Fernando Duque Barros


Carta
Psicrométrica

Fernando Duque Barros


Exemplo :
Características: homens despidos da cintura
para cima.

Temperatura de Bulbo Seco (TBS) = 28°C


Temperatura de Bulbo Úmido (TBN) = 21°C
Velocidade do Ar = 0,5 m/s

Temperatura Efetiva (TE) = 22 °C

Fernando Duque Barros


Escala de temperatura
efetiva básica ( para
homens despidos da
cintura para cima).

22ºC

Fernando Duque Barros


Conforto térmico – NR17
17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas
atividades que exijam solicitação intelectual e atenção
constantes, tais como: salas de controle, laboratórios,
escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de
projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes
condições de conforto:

b) índice de temperatura efetiva entre 20°C e 23°C;


c) velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 %.

Fernando Duque Barros


NR15 X NR17
• A NR-15 determina que as medições dos
parâmetros envolvidos no cálculo do IBUTG
sejam feitas no local onde permanece o
trabalhador, à altura da região do corpo mais
atingida.

• A NR-17 ressalta que os parâmetros que tratam


das condições de conforto devam ser medidos
nos postos de trabalho, na altura do tórax do
trabalhador.
Fernando Duque Barros
Medidas de Controle
• Calor
– Medidas relativas ao ambiente
• Aclimatização
• Ventilação
• Barreiras
– Medidas relativas ao Homem
• Regime de trabalho
• Vestimentas de trabalho e EPI
• Exames médicos
• Educação e treinamento

Fernando Duque Barros


Medidas de Controle

• Frio
– Aclimatização
– Regime de trabalho
– Vestimentas de trabalho e EPI
– Exames médicos
– Educação e treinamento

Fernando Duque Barros


Exercícios
Um padeiro possui a seguinte rotina de trabalho: carrega
os pães no forno durante 6 minutos, em seguida
descansa sentado numa sala com temperatura mais
amena por 20 minutos enquanto os pães assam e,
então, retorna ao forno para retirar os pães, levando
mais 4 minutos.
Considere a taxa de metabolismo para a atividade de
carregar e retirar os pães do forno como moderada (300
Kcal/h) e a taxa de metabolismo para o repouso sentado
de 100 Kcal/h. As medições de temperatura
apresentaram os seguintes valores:
(i) na sala de descanso:
temperatura de globo = 28 ºC e
temperatura de bulbo úmido natural = 20 ºC;
(ii) no local de trabalho:
temperatura de globo = 54 ºC e
temperatura de bulbo úmido natural = 22 ºC.
Fernando Duque Barros
1.Calcule, em Kcal/h, o valor da taxa de
metabolismo média ponderada para uma hora
(M) e assinale a opção que corresponde ao
valor correto, desprezando-se a parte
fracionária.

2. Com referência às normas regulamentadoras,


calcule o valor do índice de bulbo úmido –
termômetro de globo (IBUTG) médio ponderado
para uma hora e assinale a opção que
corresponde ao valor correto.

Fernando Duque Barros


3. Suponha que o descanso do padeiro seja no próprio local de
trabalho (ambiente do forno). Nesse caso, considerando o quadro 1,
que faz parte do anexo n.º 3 da NR-15, assinale a opção
correspondente ao regime de trabalho intermitente.

(A) Trabalho contínuo.

(B) 45 minutos de trabalho por 15 minutos de descanso.

(C) 30 minutos de trabalho por 30 minutos de descanso.

(D) 15 minutos de trabalho por 15 minutos de descanso.

(E) Não é permitido o trabalho sem a adoção de medidas adequadas


de controle.

Fernando Duque Barros


4. Considerando, além do texto, o anexo 3 da NR- 15, quanto à
exposição ao calor, é correto afirmar que

(A) a exposição ao calor deve ser avaliada por meio do índice de bulbo
úmido – termômetro de globo (IBUTG).

(B) as medidas devem ser efetuadas no local onde permanece o


trabalhador, à altura do teto.

(C) os aparelhos usados na medição são anemômetro, barômetro,


termômetro de mercúrio comum e termômetro de globo.

(D) os períodos de descanso não serão considerados tempo de


serviço, para efeitos legais.

(E) trabalhar em pé carregando sacos de farinha de 50 kg é


considerado atividade leve.

Fernando Duque Barros


5. Em um ambiente externo de trabalho com carga solar
foram realizadas medições de temperatura e foram
obtidos os seguintes resultados:
– temperatura de bulbo úmido natural: 33,1º C
– temperatura de bulbo seco: 42,0º C
– temperatura de globo: 33,4º C
Diante dos valores anteriores, o valor do IBUTG é de:
(A) 34,05º C;
(B) 33,19º C;
(C) 34,91º C;
(D) 35,77º C;
(E) 36,01º C.

Fernando Duque Barros


6. Um trabalhador realiza suas atividades laborais
frente a um forno e descansa realizando
relatórios em outra sala. Os dados abaixo
representam o ciclo de trabalho deste
colaborador. O trabalhador se encontra em
insalubridade?

Atividade Tg (°C) Tb (°C) Tempo (min) M (kcal/h)


Trabalho frente ao forno 30 25 30 440
Trabalho realizando relatórios 25 20 30 125

Fernando Duque Barros


7. Um trabalhador realiza suas atividades laborais
frente a um forno e descansa realizando
relatórios em outra sala. Os dados abaixo
representam o ciclo de trabalho deste
colaborador. O trabalhador se encontra em
insalubridade? Considerando os dados acima,
caso o trabalhador descansasse na mesma sala
estaria em insalubridade? Neste caso qual seria
a recomendação técnica?
Atividade Tg (°C) Tb (°C) Tempo (min) M (kcal/h)
Trabalho frente ao forno 35 25 20 500
Trabalho realizando relatórios 27 22 40 125

Fernando Duque Barros


Radiação
Ionizante
e
Não--ionizante
Não
Fernando Duque Barros
Radioatividade
É a propriedade que os núcleos atômicos instáveis
possuem de emitir partículas e radiações
eletromagnéticas, para se transformarem em
outros núcleos mais estáveis.

Natureza das radiações


As emissões radioativas, quando submetidas a um
campo elétrico ou magnético, apresentam 3
comportamentos distintos:
- emissões α
- emissões β
- emissões γ
Emissões α
• Partículas formadas por 2 prótons e 2
nêutrons, que são atirados do núcleo com
velocidade de 20.000 km/s

• α4
2

• Apresentam:
– Maior inércia
– Menor poder penetrante nos corpos
– Maior poder ionizante sobre o ar
Emissões β
• São elétrons atirados em altíssima
velocidade, entre 70.000 e 290.000 km/s.
• -1β0
• As emissões β são mais penetrantes que as
emissões α, chegando a atravessar lâminas
de Alumínio de 1 cm de espessura

β neutrino

nêutron P
e-
Emissões γ
• Não são partículas, mas sim ondas
eletromagnéticas semelhantes à luz, com
velocidade próximo a 300.000 km/s.
• Atravessa 20 cm no aço ou 5 cm no
chumbo.
• Não possui nem carga e nem massa
• Do ponto de vista fisiológico, estas
emissões representam o perigo máximo.
ANEXO N.º 5
RADIAÇÕES IONIZANTES
• Nas atividades ou operações onde
trabalhadores possam ser expostos a radiações
ionizantes, os limites de tolerância, os
princípios, as obrigações e controles básicos
para a proteção do homem e do seu meio
ambiente contra possíveis efeitos indevidos
causados pela radiação ionizante, são os
constantes da Norma CNEN-NE-3.01(1):
"Diretrizes Básicas de Radioproteção", de julho
de 1988, aprovada, em caráter experimental,
pela Resolução CNEN n.º 12/88, ou daquela
que venha a substituí-la.
(1) http://www.cnen.gov.br/seguranca/normas/mostra-norma.asp?op=301#

Fernando Duque Barros


ANEXO N.º 5
RADIAÇÕES IONIZANTES
• Portaria/MS/SVS nº 453, de 01 de junho
de 1998
– Aprova o Regulamento Técnico que
estabelece as diretrizes básicas de proteção
radiológica em radiodiagnóstico médico e
odontológico, dispõe sobre o uso dos raios-x
diagnósticos em todo território nacional e dá
outras providências.

Fernando Duque Barros


ANEXO N.º 5
RADIAÇÕES IONIZANTES
• Portaria/MS/SVS nº 453, de 01 de junho de
1998
– 2.12 Os limites de dose:
• a) Incidem sobre o indivíduo, considerando a totalidade das
exposições decorrentes de todas as práticas a que ele possa
estar exposto.
• b) Não se aplicam às exposições médicas.
• c) Não devem ser considerados como uma fronteira entre
"seguro" e "perigoso".
• d) Não devem ser utilizados como objetivo nos projetos de
blindagem ou para avaliação de conformidade em
levantamentos radiométricos.
• e) Não são relevantes para as exposições potenciais.

Fernando Duque Barros


ANEXO N.º 5
RADIAÇÕES IONIZANTES
• Portaria/MS/SVS nº 453, de 01 de junho de 1998
– 2.13 Exposições ocupacionais
a) As exposições ocupacionais normais de cada indivíduo,
decorrentes de todas as práticas, devem ser controladas de
modo que os valores dos limites estabelecidos na Resolução-
CNEN n.º 12/88 não sejam excedidos. Nas práticas abrangidas
por este Regulamento, o controle deve ser realizado da
seguinte forma:
– (i) a dose efetiva média anual não deve exceder 20 mSv em
qualquer período de 5 anos consecutivos, não podendo exceder
50 mSv em nenhum ano.
– (ii) a dose equivalente anual não deve exceder 500 mSv para
extremidades e 150 mSv para o cristalino.
b) Para mulheres grávidas devem ser observados os seguintes
requisitos adicionais, de modo a proteger o embrião ou feto:
– (i) a gravidez deve ser notificada ao titular do serviço tão logo seja
constatada;
– (ii) as condições de trabalho devem ser revistas para garantir que
a dose na superfície do abdômen não exceda 2 mSv durante todo
o período restante da gravidez, tornando pouco provável que a
dose adicional no embrião ou feto exceda cerca de 1 mSv neste
período.
Fernando Duque Barros
ANEXO N.º 5
RADIAÇÕES IONIZANTES
• Portaria/MS/SVS nº 453, de 01 de junho de 1998
– 2.13 Exposições ocupacionais
c) Menores de 18 anos não podem trabalhar com raios-x
diagnósticos, exceto em treinamentos.
d) Para estudantes com idade entre 16 e 18 anos, em estágio de
treinamento profissional, as exposições devem ser
controladas de modo que os seguintes valores não sejam
excedidos:
– (i) dose efetiva anual de 6 mSv ;
– (ii) dose equivalente anual de 150 mSv para extremidades e 50
mSv para o cristalino.
e) É proibida a exposição ocupacional de menores de 16 anos.
– 2.14 As exposições normais de indivíduos do público
decorrentes de todas as práticas devem ser restringidas de
modo que a dose efetiva anual não exceda 1 mSv.

Fernando Duque Barros


Dose equivalente (H)
• É a grandeza que apresenta a relação
entre a dose absorvida (D) e o tipo de
radiação ionizante envolvida, que está
associado a características das radiações
e sua capacidade de ionização da matéria
( fator Q).
• H=DxQ
• Expressa o efeito biológico oriundo da
exposição à radiação.
Fernando Duque Barros
Dose equivalente (H)

• Equação:
H=DxQ

• Unidade:
J/kg = Sv (Sivert)

Fernando Duque Barros


Medidas de controle
• Controle da distância entre fonte e
trabalhador;
• Blindagem da fonte;
• Limitação do tempo de exposição;
• Uso de barreiras;
• Limpeza adequada do local de trabalho;
• Sinalização;
• Controle médico.
Fernando Duque Barros
ANEXO N.º 7
RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES
1. Para os efeitos desta norma, são radiações
não-ionizantes as microondas, ultravioletas e
laser.
2. As operações ou atividades que exponham os
trabalhadores às radiações não-ionizantes, sem
a proteção adequada, serão consideradas
insalubres, em decorrência de laudo de
inspeção realizada no local de trabalho.
3. As atividades ou operações que exponham os
trabalhadores às radiações da luz negra
(ultravioleta na faixa - 400-320 nanômetros) não
serão consideradas insalubres.
Fernando Duque Barros
Fernando Duque Barros
Medidas de controle

• Microondas
– Enclausuramento das fontes
– Uso de barreiras
– Sinalização
– Exames médicos

Fernando Duque Barros


Medidas de controle

• Radiação ultravioleta
– Uso de barreiras
– EPI
– Sinalização
– Exames médicos

Fernando Duque Barros


Medidas de controle

• Laser
– Uso de barreiras
– EPI
– Sinalização
– Treinamento

Fernando Duque Barros


Alguns aspectos legais
• Lei 7.923/89: gratificação de raios X

• Portaria 518/2003: Periculosidade –


NR16, anexo

• Orientações jurisprudenciais da Seção de


Dissídios Individuais 1 (SDI-1) do tribunal
Superior do Trabalho – nr. 173
Fernando Duque Barros
NR-17 – Iluminamento
antigo anexo 4 / NR15
17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação
adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à
natureza da Atividade.

17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída


e difusa.

17.5.3.2.A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e


instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos,
sombras e contrastes excessivos.

17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados


nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos
na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.
LEGISLAÇÃO

17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no


subítem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se
realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com
fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em
função do ângulo de incidência.

17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho


previsto no subitem 17.5.3.4 este será um plano horizontal a
0,75 m do piso.
TÉCNICA DE MEDIÇÃO

• Equipamento calibrado
• Evitar temperaturas e umidades elevadas
• Expor fotocélula à luz de 5 a 15 min, para estabilizar.
• Medição deve ser feita no campo de trabalho (0,75 m
do solo se não definido o plano)
• Fotocélula deve ficar paralela à superfície de trabalho
• Evitar fazer sombras
• Não usar roupas claras
• Procurar realizar leituras nos piores casos
• Lâmpada de vapor de sódio ou mercúrio - corrigir
leitura de acordo com catálogo do fabricante
NBR 5413
Tabela 1 - Iluminâncias por classe de tarefas visuais

Iluminância
Classe Tipo de Atividade
(lux)
A 20 - 30 - 50 Áreas públicas com arredores escuros
Iluminação geral 50 - 75 - 100 Orientação simples para permanência curta.
para áreas usadas 100 - 150 - 200 Recintos não usados para trabalho contínuo;
ininterruptamente ou depósitos.
com tarefas visuais 200 - 300 - 500 Tarefas com requisitos visuais limitados,
simples trabalho bruto de maquinaria, auditórios.
500 - 750 - 1000 Tarefas com requisitos visuais normais,
B
trabalho médio de maquinaria, escritórios.
Iluminação geral
1000 - 1500 - 2000 Tarefas com requisitos especiais, gravação
para área de trabalho
manual, inspeção, indústria de roupas.
2000 - 3000 - 5000 Tarefas visuais exatas e prolongadas,
C
eletrônica de tamanho pequeno.
Iluminação adicional
5000 - 7500 - 10000 Tarefas visuais muito exatas, montagem de
para tarefas visuais
microeletrônica.
difíceis
10000 - 15000 - 20000 Tarefas visuais muito especiais, cirurgia
NBR 5413

Tabela 2 - Fatores determinantes da iluminância adequada

Características da Peso
tarefa e do -1 0 +1
observador
Idade inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos
Velocidade e Sem importância Importante Crítica
precisão
Refletância do fundo Superior a 70% 30 a 70% Inferior a 30%
da tarefa
NBR 5413
5.3. Iluminâncias em lux, por tipo de atividade (valores médios em serviço)

5.3.1. Acondicionamento
 engradamento, encaixotamento e empacotamento ………………. 100 - 150 - 200

5.3.2. Auditórios e anfiteatros


 tribuna ……………………………………………………………. 300 - 500 - 750
 platéia ……………………………………………………………. 100 - 150 - 200
 sala de espera .……………………………………………………. 100 - 150 - 200
 bilheterias…………………………………………………………. 300 - 150 - 750

5.3.3. Bancos
 atendimento ao público……………………………………………. 300 - 500 - 750
 máquinas de contabilidade..………………………………………. 300 - 500 - 750
 estatística e contabilidade …..……………………………………. 100 - 150 - 200
 bilheterias…………………………………………………………. 300 - 150 - 750
NBR 5413
Seleção do valor iluminância por classe de tarefa visual - Tabela 1 e 2

• analisar cada característica para determinar o seu peso


(-1, 0 ou +1);

• somar os três valores encontrados algebricamente,


considerando o sinal;

• usar a iluminância inferior do grupo, quando o valor total


for igual a -2 ou -3; a iluminância superior quando a
soma for +2 ou +3; e a iluminância média nos outros
casos.
NBR 5413
Seleção do Valor Recomendado - Ítem 5.3
• Considerar o valor do meio na maioria dos casos.
• Usar o valor mais alto quando:
a) a tarefa se apresenta com refletâncias e contrastes bastante
baixos;
b) erros são de difícil correção;
c) o trabalho visual é crítico;
d) alta produtividade ou precisão são de grande importância;
e) a capacidade visual do observador está abaixo da médica.
• Usar o valor mais baixo quando:
a) refletâncias ou contrastes são relativamente altos;
b) a velocidade e/ou precisão não são importantes;
c) a tarefa é executada ocasionalmente.
Trabalhos
em
ambientes
pressurizados
Fernando Duque Barros
TRABALHO SOB CONDIÇÕES
HIPERBÁRICAS
• TRABALHOS SOB AR COMPRIMIDO
– Trabalhos sob ar comprimido são os efetuados em ambientes
onde o trabalhador é obrigado a suportar pressões maiores que
a atmosférica e onde se exige cuidadosa descompressão.

• A atividade é considerada insalubre.

• Limite superior de pressão: 3,4 kgf/cm2

Fernando Duque Barros


TRABALHO SOB CONDIÇÕES
HIPERBÁRICAS
Períodos máximos de trabalhos sob pressão:

Pressão de trabalho kgf/cm2 Período máximo em horas

0 – 1,0 8

1,1 – 2,5 6

2,6 – 3,4 4

Fernando Duque Barros


TRABALHO SOB CONDIÇÕES
HIPERBÁRICAS
Compressão:
1°minuto: 0,3 atm
Depois: seguir uma taxa de 0,7 atm/min

Descompressão:
Seguir as paradas conforme as tabelas do anexo 6/NR15
Taxa de descompressão: 0,4 atm/min

Qualidade do ar de adução: anexo 6/NR15

Fernando Duque Barros


Fernando Duque Barros
Fernando Duque Barros
CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS
Medidas de controle
Relativas ao ambiente:
Ventilação contínua min. 30 ft3/min/homem
TGU = 27 ºC
Sistema de comunicação
Pressão máxima = 3,4 atm

Relativas ao pessoal
Uma compressão a cada 24h
Idade entre 18 e 45 anos
Exame médico
Plaqueta de identificação
Fernando Duque Barros
Vibração

Fernando Duque Barros


ANEXO N.º 8 VIBRAÇÕES
• 1. As atividades e operações que exponham os
trabalhadores, sem a proteção adequada, às
vibrações localizadas ou de corpo inteiro, serão
caracterizadas como insalubres, através de
perícia realizada no local de trabalho.

• 2. A perícia, visando à comprovação ou não da


exposição, deve tomar por base os limites de
tolerância definidos pela Organização
Internacional para a Normalização - ISO, em
suas normas ISO 2631 e ISO/DIS 5349 ou suas
substitutas.
Fernando Duque Barros
ANEXO N.º 8 VIBRAÇÕES

Fernando Duque Barros


Exposição do Corpo Humano à
vibração
• O corpo humano é um sistema (física e
biologicamente) extremamente complexo.
Quando estudado como um sistema
mecânico, contém um grande número de
‘elementos’ lineares e não lineares com
propriedades mecânicas diferentes de pessoa
para pessoa.

• Biologicamente a situação é mais complexa,


especialmente quando efeitos psicológicos
são incluídos. Em consideração à resposta do
homem para vibrações e choques é
necessário levar em conta, porém, efeitos
mecânicos e psicológicos.

Fernando Duque Barros


Exposição do Corpo Humano à
vibração
• Os conhecimentos sobre conforto, fadiga e diminuição da
eficiência, são baseados em dados estatísticos coletados na
prática e em condições experimentais.

• Em função da dificuldade em realizar ensaios experimentais


com seres humanos, do tempo consumido e por problemas
éticos, muitos conhecimentos sobre efeitos danosos são
obtidos em experimentos com animais.

• Assim, não é sempre possível obter uma escala de


resultados em experimentos com animais correlacionada com
o homem, mas apenas informações aproximadas.

• Considerando o corpo humano como um sistema mecânico,


pode-se (a baixas freqüências e baixos níveis de vibração)
obter aproximadamente um sistema de parâmetros.
Fernando Duque Barros
Exposição do Corpo Humano à
vibração
• Uma das mais importantes partes desse sistema diz respeito ao
efeito da vibração e choque do sistema tórax-abdomen. Isso é
devido a um efeito distinto de ressonância que ocorre na faixa entre
3 e 6 Hertz que produz uma maior amplitude no movimento para
pessoas sentadas ou em pé.

• Outro efeito de ressonância é encontrado entre 20 e 30 Hz, que é


causada pela ressonância do sistema cabeça-pescoço-ombro.
cabeça-pescoço-ombro

• Também na região de 60 a 90 Hz são sentidos distúrbios pela


ressonância do globo ocular.

• O mesmo efeito é sentido no sistema crânio-maxila, que acontece


entre 100 e 200 Hz.

• Acima de 100 Hz as partes do corpo absorvem a vibração, não


ocorrendo ressonâncias.
Fernando Duque Barros
Exposição do Corpo Humano à
vibração
SINTOMAS FREQÜÊNCIA
Sensação geral de desconforto 4-9
Sintomas na cabeça 13-20
Maxilar 6-8
Influência na linguagem 13-20
Garganta 12-19
Dor no peito 5-7
Dor abdominal 4-10
Desejo de urinar 10-18
Aumento do tonus muscular 13-20
Influência nos movimentos respiratórios 4-8
Contrações musculares 4-9

Fernando Duque Barros


• Há, basicamente, três tipos de exposição
humana à vibração:
– Vibrações transmitidas simultaneamente
à superfície total do corpo e/ou a partes
substanciais dele.
• Isto acontece quando o corpo está imerso em
um meio vibratório.
• Há circunstâncias em que isto é de interesse
prático, por exemplo, quando ruídos de alta
intensidade no ar ou na água excitam vibrações
no corpo.
Fernando Duque Barros
– Vibrações transmitidas ao corpo como
um todo através de superfícies de
sustentação, como os pés de um homem
em pé, ou as nádegas de um homem
sentado, ou a área de sustentação de um
homem recostado.

• Este tipo de vibração é comum em veículos, em


construções em movimento vibratório e nas
proximidades de maquinário de trabalho.

Fernando Duque Barros


– Vibrações aplicadas a partes específicas
do corpo, como cabeça e membros.

• Exemplos destas vibrações ocorrem por meio de


cabos, pedais ou suportes de cabeça, ou por
grande variedade de ferramentas e instrumentos
manuais

Fernando Duque Barros


• O equipamento de medida de vibração,
geralmente consiste nas seguintes partes:
– um transdutor ou “pick-up”,
– um dispositivo amplificador (elétrico,
mecânico ou óptico) e
– um indicador de nível ou registrador.

Fernando Duque Barros


• Na avaliação prática de qualquer vibração, cuja
descrição física pode ser dada em termos
destes fatores, três critérios humanos principais
podem ser distinguidos. São eles:
– a) A preservação da eficiência de trabalho (“Nível de
eficiência reduzido (fadiga)”);
– b) A preservação da saúde ou segurança (“Limite de
exposição”) ;
– c) A preservação do conforto (“nível de conforto
reduzido”).

Fernando Duque Barros


Avaliação de vibração para fins
de insalubridade
• A perícia deve ser feita com base nas
normas
– ISO 2631: vibração de corpo inteiro
– ISO 5349: vibração localizada ou mão e braço

• A NR9 estabelece que os resultados da


avaliação quantitativa devem ser
comparados com os limites da ACGIH
quando não houver definição por parte da
NR15.
Fernando Duque Barros
Avaliação de vibração para fins
de insalubridade
• limites da ACGIH: vibração localizada -
mãos

Exposição diária AEQ em m/s2


4h – 8h 4
2h – 4h 6
1h – 2h 8
Menos de 1h 12

Se um dos eixos de vibração exceder à exposição total diária,


então o TLV estará excedido.

Fernando Duque Barros


Avaliação de vibração para fins
de insalubridade
• A CE estabelece os limites:
– Vibração de corpo inteiro
• 1,15 m/s2 para 8h
– (ISO 2631 / Diretiva 2002-44-EC)

– Vibração localizada (mão e braço)


• 5,00 m/s2 para 8h
– (ISO 5349 / Diretiva 2002-44-EC)

• Nenhuma norma legal autoriza a utilização


desses limites para fins de caracterização de
insalubridade, PPRA ou aposentadoria especial.
Fernando Duque Barros
Fator W para avaliação de vibração
Posição Aplicação Local Medição Eixo Fator K
X 1,4
Saúde Assento Y 1,4
Z 1

Assento X, Y, Z 1

X 0,8
Sentado Assento-encosto Y 0,5
Conforto
Z 0,4
X 0,25
Piso Y 0,25
Z 0,4

Percepção Assento X, Y, Z 1

Em pé ou Conforto e Abaixo da bacia


ou Piso X, Y, Z 1
deitado Percepção
Fernando Duque Barros
Procedimento de avaliação
• Aceleração Soma vetorial (At)

At = ((kx x ax)2 + (ky x ay)2 + (kz x az)2)1/2

a = aceleração em cada eixo em m/s2


k = fator para cada eixo
Fator k:
Corpo inteiro: kx = ky = 1,4; kz = 1
Localizado: kx = ky = kz = 1
Fernando Duque Barros
Procedimento de avaliação
• Aceleração equivalente ponderada
(AEQ)
AEQ = ((a12 x t1 + an2 x tn)/T)1/2
a = aceleração em m/s2
T = tempo total
t = tempo parcial de cada aceleração

• Aceleração normalizada para a Jornada


de 8h (A8)
A8 = AEQ x (T/8)1/2
Fernando Duque Barros
Duração total da exposição do grupo em
anos, necessária para a ocorrência dos
episódios de branqueamento nos dedos em
10% dos expostos (DY)

DY = 31,8 x (A8)-1,06

– A8 = exposição diária normalizada para um período de 8 horas.

– Dy em anos.

Fernando Duque Barros


Medidas de controle
• Preferencialmente são tomadas na fonte e
em seguida na trajetória.

1. Evitar contato entre o trabalhador e a


ferramenta.
Ex.: braços articulados

2. Tratamento das máquinas: ação direta


com redução das vibrações.

Fernando Duque Barros


Medidas de controle
3. Ação sobre a transmissão e propagação:

• Suprimir o meio transmissor;

• Montagens antivibratórias;

• Aumentar inércia de um equipamento.


Ex.: Aumentar a massa de um eixo do mancal
de um britador
Fernando Duque Barros
Exercício
1. Foram medidas as acelerações ponderadas
em freqüência na exposição de um operador
de moto serra cortando diferentes tipos de
madeira, com os tempos e respectivas
acelerações:
1h: 15 m/s2
3h: 12 m/s2
5h: 10 m/s2
Pede-se, calcular a aceleração equivalente.
Fernando Duque Barros
Exercício
2. Calcular no exercício anterior a Aceleração
normalizada para a Jornada de 8h (A8)

3. Calcular o tempo da exposição do grupo em


anos, necessária para a ocorrência dos
episódios de branqueamento nos dedos em
10% dos expostos, para o exercício 1.

Fernando Duque Barros


Exercício
4. Calcular a aceleração vetorial para uma
vibração localizada (mãos), para os dados
abaixo:
ax: 2,4 m/s2
ay: 2,2 m/s2
az: 1,2 m/s2

Fernando Duque Barros


Umidade

Fernando Duque Barros


ANEXO N.º 10 UMIDADE

1. As atividades ou operações executadas


em locais alagados ou encharcados, com
umidade excessiva, capazes de produzir
danos à saúde dos trabalhadores, serão
consideradas insalubres em decorrência
de laudo de inspeção realizada no local de
trabalho.

Fernando Duque Barros


Agentes
Químicos

Fernando Duque Barros


ANEXO N.º 11
AGENTES QUÍMICOS CUJA INSALUBRIDADE É
CARACTERIZADA POR LIMITE DE
TOLERÂNCIA E INSPEÇÃO NO LOCAL DE
TRABALHO

• 1. Nas atividades ou operações nas quais


os trabalhadores ficam expostos a
agentes químicos, a caracterização de
insalubridade ocorrerá quando forem
ultrapassados os limites de tolerância
constantes do Quadro n.o 1 deste Anexo.
Fernando Duque Barros
• 2. Todos os valores fixados no Quadro nº 1 - Tabela de Limites
de Tolerância são válidos para absorção apenas por via
respiratória.

• 3. Todos os valores fixados no Quadro nº 1 como "Asfixiantes


Simples" determinam que nos ambientes de trabalho, em
presença destas substâncias, a concentração mínima de
oxigênio deverá ser 18 (dezoito) por cento em volume. As
situações nas quais a concentração de oxigênio estiver abaixo
deste valor serão consideradas de risco grave e iminente.

• 4. Na coluna "VALOR TETO" estão assinalados os agentes


químicos cujos limites de tolerância não podem ser
ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho.

• 5. Na coluna "ABSORÇÃO TAMBÉM PELA PELE" estão


assinalados os agentes químicos que podem ser absorvidos, por
via cutânea, e portanto exigindo na sua manipulação o uso da
luvas adequadas, além do EPI necessário à proteção de outras
partes do corpo.
Fernando Duque Barros
• 6. A avaliação das concentrações dos agentes químicos
através de métodos de amostragem instantânea, de leitura
direta ou não, deverá ser feita pelo menos em 10 (dez)
amostragens, para cada ponto - ao nível respiratório do
trabalhador. Entre cada uma das amostragens deverá
haver um intervalo de, no mínimo, 20 (vinte) minutos.

• 7. Cada uma das concentrações obtidas nas referidas


amostragens não deverá ultrapassar os valores obtidos na
equação que segue, sob pena de ser considerada situação
de risco grave e iminente.
– Valor máximo = L.T. x F. D.
• Onde:
L.T. = limite de tolerância para o agente químico, segundo o Quadro n.°1.
F.D. = fator de desvio, segundo definido no Quadro n.°2.

Fernando Duque Barros


Fernando Duque Barros
• 8. O limite de tolerância será considerado excedido
quando a média aritmética das concentrações
ultrapassar os valores fixados no Quadro n.°1.

• 9. Para os agentes químicos que tenham "VALOR


TETO" assinalado no Quadro n.° 1 (Tabela de Limites
de Tolerância) considerar-se-á excedido o limite de
tolerância, quando qualquer uma das concentrações
obtidas nas amostragens ultrapassar os valores fixados
no mesmo quadro.

Fernando Duque Barros


• 10. Os limites de tolerância fixados no Quadro n.° 1 são
válidos para jornadas de trabalho de até 48 (quarenta e
oito) horas por semana, inclusive.
– 10.1 Para jornadas de trabalho que excedam as 48 (quarenta e
oito) horas semanais dever-se-á cumprir o disposto no art. 60 da
CLT.

• Para adequar dados da ACGIH


utilizar a fórmula de Brief & Scala:

FR = 40 x (168 – h)
h 128

Fernando Duque Barros


Bombas e Tubos Colorimétricos

Fernando Duque Barros


ANEXO N.º 12
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA POEIRAS MINERAIS

• ASBESTO
– 12. O limite de tolerância para fibras respiráveis de asbesto
crisotila é de 2,0 f/cm3.
– 12.1. Entende-se por "fibras respiráveis de asbesto" aquelas
com diâmetro inferior a 3 micrômetros, comprimento maior que
5 micrômetros e relação entre comprimento e diâmetro
superior a 3:1.
– 13. A avaliação ambiental será realizada pelo método do filtro
de membrana, utilizando-se aumentos de 400 a 500x, com
iluminação de contraste de fase.
– 13.1. Serão contadas as fibras respiráveis conforme subitem
12.1 independentemente de estarem ou não ligadas ou
agregadas a outras partículas.

Fernando Duque Barros


ANEXO N.º 12
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA POEIRAS MINERAIS
• MANGANÊS E SEUS COMPOSTOS
– 1. O limite de tolerância para as operações com manganês e seus
compostos referente à extração, tratamento, moagem, transporte do
minério, ou ainda a outras operações com exposição a poeiras do
manganês ou de seus compostos é de até 5mg/m3 no ar, para jornada
de até 8 (oito) horas por dia.

– 2. O limite de tolerância para as operações com manganês e seus


compostos referente à metalurgia de minerais de manganês, fabricação
de compostos de manganês, fabricação de baterias e pilhas secas,
fabricação de vidros especiais e cerâmicas, fabricação e uso de
eletrodos de solda, fabricação de produtos químicos, tintas e
fertilizantes, ou ainda outras operações com exposição a fumos de
manganês ou de seus compostos é de até 1mg/m3 no ar, para jornada
de até 8 (oito) horas por dia.

– 3. Sempre que os limites de tolerância forem ultrapassados, as


atividades e operações com o manganês e seus compostos serão
consideradas como insalubres no grau máximo.
ANEXO N.º 12
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA POEIRAS MINERAIS

• SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA


• SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA
ANEXO N.º 13 AGENTES QUÍMICOS

Relação das atividades e operações


envolvendo agentes químicos,
consideradas, insalubres em decorrência
de inspeção realizada no local de trabalho.

Excluam-se desta relação as atividades ou


operações com os agentes químicos
constantes dos Anexos 11 e 12.

Fernando Duque Barros


ANEXO N.º 13 AGENTES QUÍMICOS
• Agentes controlados:
– Arsênico
– Carvão
– Chumbo
– Cromo
– Fósforo
– Hidrocarbonetos
– Mercúrio
– Silicatos
– Substâncias cancerígenas
– Benzeno
– Outros.
Fernando Duque Barros
Classificação,
estudo e
exposição dos
contaminantes
Fernando Duque Barros
1. Contaminantes
• É sabido que os produtos químicos integram
praticamente a totalidade dos materiais fabricados
atualmente.

• Existem mais de 3 milhões de compostos químicos.

• Existem normas referentes à exposição a mais de 500


compostos químicos.
– National Institute of Occupational Safety and Helth (NIOSH)
• Mais de 5.000 produtos químicos podem ser prejudiciais à saúde.

Fernando Duque Barros


Contaminantes
• Na consideração dos riscos provenientes dos
produtos químicos, deve-se analisar os
seguintes aspectos:
– Os compostos que são considerados perigosos
podem não sê-lo quando se encontram em baixas
concentrações.
– Os compostos considerados usualmente como não
perigosos, podem sê-lo para determinados usos.
– Alguns tipos de compostos podem tornar-se
perigosos.

Fernando Duque Barros


Ambientes internos e externos
• Ambientes internos:
– Existem normas para o manuseio e exposição a
contaminantes em ambientes internos. Levam em
consideração:
• Ventilação, exaustão, temperatura e etc.

• Ambientes externos:
– Existem determinadas leis e regulamentações que
tratam das qualidades que devem ser exigidas da
água e do ar, assim como as referentes à
movimentação e distribuição de materiais perigosos.

Fernando Duque Barros


Materiais Perigosos
• No ato emitido no ano de 1972, o Federal
Insecticide, Funguicide and Rodenticide Act,
estabeleceu o registro de todas os pesticidas,
exigindo dos fabricantes documentação
comprobatória dos seus ingredientes, bem
como as instruções pertinentes ao uso seguro.
• Em 1976, The resource conservation and
recovery Act (RCRA) determinou normas quanto
à geração, tratamento, estocagem e distribuição
de resíduos considerados perigosos à saúde.
Fernando Duque Barros
• Divisão dos resíduos industriais
– Classe I
• Resíduos perigosos
– Pode apresentar riscos à saúde pública e ao meio
ambiente por causa de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e
patogenicidade.
– Classe II
• Resíduos não-inertes
– Resíduos potencialmente biodegradáveis ou
combustíveis.
– Classe III
• Resíduos inertes
– Resíduos inertes e não combustíveis.

Fernando Duque Barros


Resíduos

• Os conceitos de resíduos e lixo são


bastante próximos e muitas vezes
entende-se que ambos sejam sinônimos.

• No dicionário é quase impossível


diferenciá-los.

• A norma NBR 10.004/97 define resíduo


sólido
Fernando Duque Barros
DEFINIÇÃO NBR10004
“Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que
resultam de atividades da comunidade, de origem:
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços e de varrição.

Consideram-se também resíduos sólidos os lodos


provenientes de sistemas de tratamento de água,
aqueles gerados em equipamentos e instalações de
controle de poluição, bem como determinados líquidos,
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento
na rede pública de esgotos ou corpo d´água, ou exijam
para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis
em face da melhor tecnologia dispónível.”

Fernando Duque Barros


RESÍDUO E REJEITO
• Rejeito
– algo inservível, cuja única aplicação é a disposição final

• Resíduo
– tudo que serve para um processo produtivo próprio ou de terceiros

• Sub-produto
– algo que forneça uma remuneração ao negócio menor que a
atividade principal

• Co-produto
– algo de valor compatível com o produto da atividade fim do negócio

• Produto
– atividade fim de um negócio
Fernando Duque Barros
Aerossóis
• São partículas em suspensão no ar, em forma
sólida ou líquida.

• O uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo)


e a queima da vegetação são algumas das
causas de formação dos aerossóis.

• Os aerossóis contribuem para o resfriamento da


superfície da Terra, por produzirem
espalhamento e reflexão da luz solar incidente.
Fernando Duque Barros
Poeiras
• São partículas sólidas produzidas por manipulação,
esmagamento, trituração, impacto rápido, explosão e
desintegração de substâncias orgânicas ou inorgânicas,
tais como rochas, minérios, metais, madeira ou cereais.
As poeiras não tendem a flocular, a não ser sob a ação
de forças eletrostáticas; não se difundem no ar, porém
sedimentam sob a ação da gravidade.

• Exemplo: poeira de sílica, poeira de asbesto, poeira de


algodão.

• Observação: 1 micron ( µm ) equivale a 1/1000 de


milímetro ou 1 milionésimo do metro. A menor partícula
visível ao olho humano mede, aproximadamente, 1/10 de
milímetro.
Fernando Duque Barros
Fumos
• São partículas sólidas resultantes da condensação ou
sublimação de gases, geralmente após volatilização de
metais fundidos, que se acompanha amiúde de reação
química, como oxidação. Os fumos floculam e as vezes
coalescem. Partículas < 0,5 µm diâmetro.

• Exemplos: fumos metálicos em geral (chumbo, alumínio,


zinco e etc.) e fumos de cloreto de amônio.

• Fumaça: fumo resultante da combustão incompleta de


materiais orgânicos (combustíveis em geral). Se a
combustão for completa e o combustível não tiver cinzas,
não teremos fumaça. São constituídas por partículas com
diâmetros inferiores a 1 µm.
Fernando Duque Barros
Névoas

• São gotículas líquidas em suspensão, produzidas


pela condensação de gases e vapores ou pela
passagem de um líquido a estado de dispersão,
por respingo, formação de espumas e
atomização. Partículas < 0,5 µm diâmetro.

• Exemplo: névoas de ácido sulfúrico, névoas de


tinta e névoas de óleo.

Fernando Duque Barros


Vapores
• Forma gasosa de substâncias normalmente
sólidas ou líquidas (ou seja, a 25°C e 760mmHg),
que podem voltar a estes estados ou por aumento
de pressão, ou por diminuição de temperatura.

– Os vapores são difusíveis.

– Os vapores são substâncias que existem no estado


sólido ou líquido nas condições usuais do ambiente.

– O seu tamanho é o molecular.


Fernando Duque Barros
Gases
• São normalmente fluídos sem forma que ocupam o espaço
que os contém e só podem liquefazer-se ou solidificar-se
sob a ação combinada de aumento de pressão e diminuição
de temperatura.

• Em outras palavras, os gases verdadeiros não estão


presentes na forma líquida ou sólida nas condições usuais
do ambiente em termos de temperatura e pressão.

– O seu tamanho logicamente é o molecular.

– Os gases são difusíveis, não sedimentam nem se aglomeram,


chegando a sua divisão ao nível molecular, permanecendo, portanto,
intimamente misturados com o ar, sem se separarem por si mesmos.
Fernando Duque Barros
2. Generalidades e definições
utilizadas em Toxicologia
• Dose
• Agente Tóxico
– Veneno
– Droga
– Antídoto
– Ação tóxica
– Xenobiótico
• Tempo de exposição
Fernando Duque Barros
Dose

Paracelsus: O que diferencia um remédio de


um veneno é a dose.

É a quantidade exposta a um agente em um


período de tempo.

Dose = ∫ (Concentração do poluente) x d(tempo)

Fernando Duque Barros


Agente Tóxico: Veneno

Tóxico causador de graves efeitos, por


vezes mortais.

Todas as substâncias são venenos. Não


existe nenhuma que não o seja. É a dose
que diferencia o veneno do remédio.
Paracelsus

Fernando Duque Barros


Agente Tóxico: Droga
É toda a substância química de origem sintética ou natural
que afete o funcionamento do ser vivo com vista a
atingir as funções do SNC e, no caso de psicoativos
como a cocaína, modificar o estado anímico, inibir a dor
ou alterar a percepção sensorial.

Os psicoativos podem classificar-se pelo seu grau de


pureza, dose, acessibilidade e efeitos.

Frequentemente se diferencia um fármaco de uma droga


apenas pelas circunstâncias do seu uso.

Fernando Duque Barros


Agente Tóxico: Antídoto

Agente capaz de antagonizar os efeitos


tóxicos de substâncias.

Fernando Duque Barros


Agente Tóxico: Ação tóxica
Concentração
– Quanto maior a concentração, mais rapidamente
seus efeitos nocivos manifestar-se-ão no organismo.

Índice respiratório
– Representa a quantidade de ar inalado pelo
trabalhador durante a jornada de trabalho.

Sensibilidade individual
– O nível tóxico da substância no organismo.
Fernando Duque Barros
Agente Tóxico: Xenobiótico

Substância estranha, capaz de induzir


efeitos deletérios sobre os organismos.

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Tempo de exposição

É o período de tempo que o organismo fica


exposto ao contaminante.

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3. Toxicologia Ocupacional
• Toxidade é a capacidade relativa de uma substância provocar um dano a
um sistema biológico.

• Já a toxicologia é o estudo dos efeitos nocivos de substâncias estranhas


sobre os seres vivos.

• A toxidade de uma substância é determinada por meio de exaustivos


estudos envolvendo organismos biológicos e não pode ser determinada
diretamente utilizando-se os recursos típicos de laboratórios químicos.

• Em geral, os efeitos toxicológicos são estudados mediante a


administração oral ou injeção das substâncias em animais, observando-se
como a saúde deles é afetada.

• Estudos epidemiológicos são diferentes. Eles derivam de pesquisas realizadas


com grupos de indivíduos específicos expostos a determinados poluentes, em
função de seu local de moradia ou seus hábitos de consumo.

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Categorias de compostos tóxicos

Asfixiantes: compostos que diminuem a absorção de oxigênio pelo


organismo. (nitrogênio, monóxido de carbono, cianetos);
Irritantes: materiais que causam inflamação nas membranas
mucosas (ácido sulfúrico, sulfeto de hidrogênio, HCs aromáticos);
Carcinogênicos: provocam câncer (benzeno, aromáticos
policíclicos);
Neurotóxicos: danos ao sistema nervoso (compostos
organometálicos);
Mutagênicos: causam mutações genéticas;
Teratogênicos: provocam malformações congênitas;
Hepatotóxicos: danos ao fígado (tetracloreto de carbono);
Fitotóxicos: danos a flora.
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4. Monitorização Ambiental
• O toxicologia ambiental estuda os danos provocados
aos organismos pela exposição a xenobióticos
presentes no meio ambiente.
• O objetivo principal da toxicologia ambiental é avaliar os
impactos na saúde pública decorrentes da exposição de
uma população a um local contaminado.
• É conveniente enfatizar que os efeitos são estudados
sobre os seres humanos, embora eles possam ser
provocados também aos microorganismos, plantas,
animais, etc.
• Um xenobiótico é qualquer substância que não foi
produzida pelo biota, tal como os produtos industriais,
drogas terapêuticas, conservantes alimentícios,
produtos inorgânicos, etc.
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5. Limites de Exposição Ambiental
(LEO)
• Exposições crônicas- São as que duram entre
10% a 100% do período de vida do ser. Para os
seres humanos entre 7 e 70 anos.

• Exposições subcrônicas – São aquelas de


curta duração, menores do que 10% do período
vital.

• Exposições agudas.- São exposições de um


dia ou menos e que ocorrem em um único
evento.

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5. Limites de Exposição Ambiental
(LEO)
• Dose Letal (DL50) para a toxidade oral aguda corresponde à dose
da substância que, administrada oralmente, tem a maior
probabilidade de provocar a morte, num prazo de 14 dias, de 50%
dos ratos albinos submetidos ao teste.

• Dose Letal (DL50) para a toxidade dérmica aguda corresponde à


dose administrada por contato contínuo com a pele nua de coelhos
albinos, por 24 horas, que tem a maior probabilidade de provocar a
morte de metade dos animais testados, em até 14 dias.

• Concentração Letal (CL50) para a toxidade aguda por inalação


corresponde à concentração de vapor, neblina ou pó que,
administrada por inalação contínua a ratos albinos por uma hora,
tem a maior probabilidade de provocar, num prazo de 14 dias, a
morte de 50% dos animais testados.

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5. Limites de Exposição Ambiental
(LEO)
Toxidade Crônica e Sub-Crônica

• Para a toxidade sub-crônica, os testes são realizados durante 30 a


90 dias e para a crônica, normalmente os estudos levam de 18 a 24
meses.

• Os níveis de dose ou concentração obtidos são normalmente,


menores do que para a toxidade crônica.

• O propósito destes testes é determinar as doses ou as


concentrações em que:
– B1) Não se observam quaisquer efeitos ou o NENO - Nível de Efeito
Não Observado, (No Observed Effects Level - NOEL);

– B2) Se observam os menores efeitos, como o NEMBO - Nível mais


Baixo de Efeito Observado, (Lowest Observed Level - LOEL).

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6. Toxicocinética
• Inclui todos os processos envolvidos na relação entre a
disponibilidade química e a concentração do fármaco
nos diferente tecidos do organismo.

• Intervêm nesta fase a absorção, a distribuição, o


armazenamento, a biotransformação e a excreção das
substâncias químicas.

• As propriedades físico-químicas dos toxicantes


determinam o grau de acesso aos órgãos-alvos, assim
como a velocidade de sua eliminação do organismo.

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Glossário de Termos
ACGIH (American Conference of Governmental Industrial
Hygienist) – Conferência Norte Americana de
Higienistas Industriais Governamentais.

OSHA (Occupational Safety and Health Administration) –


Departamento de Segurança e Saúde Ocupacional
Norte Americana.

NIOSH (National Institute for Occupational Safety and


Health) – Instituto Nacional para Segurança e Saúde
Ocupacional dos Estados Unidos.

AIHA (American Industrial Hygiene Association) –


Associação Americana de Higiene Industrial.
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Glossário de Termos
TLV (Threshold Limit Values) – Limite de Tolerância ACGIH.

TWA (Time Weighted Average) – Concentração Média


Ponderada Diária.

TLVs – Valores Tetos (Ceiling) – valor máximo da


concentração instantânea.

Fator de Proteção Requerida (FPR) – é a relação da


concentração de uma substância presente no ar
atmosférico com o TLV (ou LT).
obs.: o respirador selecionado deve possuir um fator de
proteção maior ou igual ao FPR
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Glossário de Termos
PEL (Permissible Exposure Level) – Nível de
Exposição Permitida pela OSHA.

WEEL (Workplace Environmental Exposure Level) –


Nível de Exposição Ambiental Permitida – NIOSH.

STEL (Short – Term Exposure Limit) – Limite de


Exposição Para Períodos Curtos.

IPVS – Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde


(IDHL – Immediately Dangerous to Health and
Life).

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Nível IPVS
• Refere-se especificamente à exposição
respiratória aguda que supõe uma
ameaça direta de morte ou conseqüências
adversas irreversíveis à saúde, imediata
ou retardada, ou exposições agudas aos
olhos, que impeçam a fuga da atmosfera
perigosa.

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Limiar de Odor
• Indica a margem do limite de odor dos
compostos químicos para os quais essa
informação encontra-se disponível, tendo-se
como referência principal a publicação da AIHA.

• Os limiares de odor foram estabelecidos para


cada composto separadamente, sem a
presença de contaminantes.

• Essa situação raramente ocorre em um


ambiente de trabalho e, portanto, cuidados
especiais são necessários ao utilizar esses
valores.
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TLV
• Os limites de exposição apresentados são
os da ACGIH Threshold Limit Values.

• As concentrações são expressas em ppm,


a menos que especificado como mg/m3 ou
alguma outra unidade.

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TWA
• Limites de Exposição referente a
Concentração Média Diária por 8 horas de
trabalho, 40 horas semanais.

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TLVs
• Valores tetos referem-se a concentrações
que não poderão ser excedidas durante
qualquer período de exposição do
trabalhador.

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STEL
• Limite de Exposição para Períodos Curtos
é uma média ponderada para 15 minutos,
a qual não deverá ser excedida a qualquer
tempo, durante o período de trabalho.

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Meios de Absorção
dos Agentes Nocivos

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As vias de exposição
• Os efeitos tóxicos podem ser provocados por
meios químicos, por radiação ou até por ruído e
dependem das vias de exposição.

• Elas indicam como as substâncias penetram


nos organismos.

• Para o ser humano as principais vias são por:


– Cutânea: contato com a pele;
– Respiratória: inalação;
– Digestiva: ingestão.

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Absorção
• É a passagem de substâncias do local de
contato para a circulação sanguínea.
• Nessa passagem, os agentes atravessam
várias barreiras, como:
– epitélio estratificado da pele,
– pulmões,
– trato gastrintestinal e
– endotélios capilares.

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Absorção

• Os xenobióticos atravessam as
membranas por diferentes
mecanismos, dependendo de suas
propriedades físico-químicas.

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Absorção pela pele e mucosas
• Gases
– Os gases e vapores liberados pelos produtos podem
causar lesões à pele e mucosas da boca, nos olhos e
no nariz.
• Sólidos
– Alguns produtos químicos apresentam maior
facilidade de penetração no organismo pela pele.
• Líquidos
– Os líquidos, como os ácidos, álcalis e solventes, ao
atingirem a pele, podem ser absorvidos ou
provocarem graves lesões.
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Absorção pela via respiratória
• Gases
– Os fumos, fumaças, gases, vapores e névoas
penetram facilmente no organismo, atingindo os
pulmões, passando para a corrente sanguínea.
• Sólidos
– São os mais comuns, sendo que partículas muito
finas podem vencer as barreiras naturais das vias
respiratórias atingindo os pulmões.
• Líquidos
– Através da evaporação de líquidos, os vapores
atingem as vias respiratórias.

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Absorção pelo trato digestivo
• Gases
– Embora em menor proporção, a contaminação por esta via é
possível. O hábito de respirar pela boca facilita a penetração.
• Sólidos
– Embora em menor proporção, a contaminação por esta via é
possível. Hábitos inadequados como alimentar-se ou ingerir
líquidos no local de trabalho, umedecer os lábios com a língua,
fumar, usar as mãos para beber água e falta de higiene
contribuem para a ingestão de substâncias nocivas.
• Líquidos
– Embora seja mais difícil de ocorrer, há casos de ingestão
acidental ou proposital. Conforme o tipo de produto ingerido,
podem ocorrer lesões. Se não forem ministrados socorros de
urgência, o envenenamento pode ser fatal.

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Excreção
• Podem ocorrer:

– Fezes

– Urina

– Suor

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Principais efeitos deletérios
1. Alterações cardiovasculares e respiratórias;
2. Alterações do sistema nervoso;
3. Lesões orgânicas:
4. Lesões carcinogênicas / tumorigênicas;
5. Lesões teratogênicas (malformações do feto);
6. Alterações genéticas:
aneuploidização - ganho ou perda de um cromossomo inteiro.
clastogênese - aberrações cromossômicas com adições, falhas, re-arranjos de
partes de cromossomos.
mutagênese - alterações hereditárias produzidas na informação genética
armazenada no DNA (ex. radiações ionizantes).

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7. Infertilidade - masculina, feminina ou mista.
teratogênese - provocada por agentes infecciosos ou drogas.
aborto - precoce ou tardio

8. Alterações da capacidade reprodutora

9- Alguns exemplos:
Vitamina A - Atraso mental; cérebro e coração.
Talidomida - Coração e membros.
Fenobarbital - Palato; coração; atraso mental.
Álcool - Defeitos faciais; atraso mental.
Cloranfenicol - Aplasia medular

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Comparação de risco da
exposição aos carcinogênicos
% HERP1 Agente de Risco
0,0003 Carbaril (inseticida) 2,6 µg/dia
0,002 DDT, 14 µg/dia
0,03 Suco de laranja, 140g/dia (4,3 mg d-limoneno)
0,1 Café, 13,3 g/dia (24mg ácido caféico)
0,5 Vinho, 28g/dia
2,1 Cerveja, 260g/dia
6,8 Butadiena, 66mg/dia
14 Fenobarbitol, 60mg/dia (1 pílula para dormir)
1Exposição humana que gera tumores em roedores. Risco de câncer com
base na exposição diária média de uma pessoa normal às substâncias no
decorrer de uma vida.
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Interações entre substâncias
A exposição simultânea a várias substâncias pode alterar uma série de
fatores (absorção, ligação protéica, metabolização e excreção) que
influem na toxicidade de cada uma delas em separado.
Assim, a resposta final a tóxicos combinados pode ser maior ou menor
que a soma dos efeitos de cada um deles, podendo-se ter:
Efeito Aditivo - efeito final igual à soma dos efeitos de cada um dos
agentes envolvidos;
Efeito Sinérgico - efeito maior que a soma dos efeitos de cada agente
em separado;
Potencialização - o efeito de um agente é aumentado quando em
combinação com outro agente;
Antagonismo - o efeito de um agente é diminuído, inativado ou
eliminado quando se combina com outro agente.

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Produtos químicos e seus riscos

Rotulagem
inflamável oxidante

tóxico nocivo ou
irritante

corrosivo explosivo

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SIMBOLOGIAS E TERMINOLOGIAS DE RISCO
A SEREM UTILIZADAS NOS RÓTULOS
PREVENTIVOS
• INSTRUÇÃO NORMATIVA N°16 / 2004
– ROTULAGEM PREVENTIVA DE PRODUTOS QUÍMICOS
• 6.1.1. Simbologia internacional (ONU) de risco constando de losangos com
figuras e cores padronizadas, de acordo com a seguinte classificação dos
produtos.
– Classe 1 – Explosivos
– Classe 2 – Gases
– Classe 3 – Líquidos Inflamáveis
– Classe 4 – Sólidos Inflamáveis
– Classe 5 – Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos
– Classe 6 – Substâncias Venenosas, Tóxicas ou Infectantes
– Classe 7 – Substâncias Radioativas
– Classe 8 – Corrosivos
– Classe 9 – Substâncias Perigosas Diversas

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Exercícios
• O NOEL de um produto químico é 0,01
mg/kg/dia. Qual será seu valor de IDA
determinado para adultos? Qual a massa
máxima de composto que uma mulher de
55 kg pode ingerir diariamente?
– Obs.:
• NOEL = Nível de efeito não-observáveis
• IDA = Ingestão diária aceitável

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Exercícios
• Considera-se a cafeína segura sob consumo em
condições normais. Supondo-se que os seres
humanos e os ratos sejam igualmente sensíveis
aos efeitos tóxico da cafeína, quantas xícaras
de café tomadas consecutivas seriam letais a
50% de um grupo de indivíduos com 70kg de
massa? Suponha que a xícara de café contenha
aproximadamente 140mg de cafeína. A DL50 em
mg/kg da cafeína é 130.

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Agentes
Biológicos

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ANEXO N.º 14 AGENTES BIOLÓGICOS

• Insalubridade de grau máximo


– Trabalho ou operações, em contato permanente com:
• pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas,
bem como objetos de seu uso, não previamente
esterilizados;

• carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e


dejeções de animais portadores de doenças infecto-
contagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose);

• esgotos (galerias e tanques); e

• lixo urbano (coleta e industrialização).

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• Insalubridade de grau médio
– Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes,
animais ou com material infecto-contagiante, em:
• hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios,
postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos
cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal
que tenha contato com os pacientes, bem como aos que
manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente
esterilizados);
• hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros
estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de
animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com
tais animais);
• contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de
soro, vacinas e outros produtos;
• laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão só
ao pessoal técnico);
• gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia
(aplica-se somente ao pessoal técnico);
• cemitérios (exumação de corpos);
• estábulos e cavalariças; e
• resíduos de animais deteriorados.

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Porcentagem de Insalubridade

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