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Cessão de mão-de-obra
O Regulamento da Previdência Social define cessão de mão-de-obra como a colocação à
disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que
realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade fim da empresa,
independentemente da natureza e da forma de contratação, inclusive por meio de trabalho
temporário na forma da lei nº 6.019/74.
Enquadram-se como serviços realizados mediante cessão de mão-de-obra:
• construção civil;
• serviços rurais;
• cobrança;
• copa e hotelaria;
• distribuição;
• treinamento e ensino;
• montagem;
• secretaria e expediente;
• saúde; e
• vigilância e segurança;
• construção civil;
• serviços rurais; e
Dispensa da retenção
A contratante estará dispensada de efetuar a retenção quando:
I - o valor a ser retido por nota fiscal, fatura ou recibo for inferior ao limite mínimo
permitido para recolhimento em GPS - hoje de R$ 29,00.
II - a contratada não possuir empregados, o serviço for prestado pessoalmente pelo titular
ou sócio e quando o faturamento do mês anterior for igual ou inferior a 2 (duas) vezes o
limite máximo do salário-de-contribuição, cumulativamente.
III - a contratação envolver somente serviços profissionais relativos ao exercício de
profissão regulamentada por legislação federal, ou serviços de treinamento e ensino ,
desde que prestados pessoalmente pelos sócios, sem o concurso de empregados ou outros
contribuintes individuais.
Cooperativa de trabalho
As cooperativas de trabalho estão sujeitas à retenção em decorrência de contrato de
prestação de serviços com pessoas jurídicas, no período de fevereiro de 1999 a fevereiro
de 2000. A partir de março de 2000 passa a vigorar a lei nº 9.876/99 que altera a forma de
contribuição sobre esta prestação específica, ou seja, a empresa contratante deverá a seu
cargo, contribuir com 15% sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo emitida
pela cooperativa, relativamente aos serviços prestados por cooperados. (Permitida
também a dedução de valores correspondentes a material e/ou equipamentos) De acordo
com a Lei nº 10.666 de 08 de maio de 2003 a empresa tomadora de serviços de
cooperado filiado à cooperativa de trabalho deverá acrescer, a sua contribuição, o
adicional de 9%,7% ou 5% conforme a atividade exercida pelo cooperado permita a
concessão de aposentadoria especial após 15,20 ou 25 anos de contribuição,
respectivamente.
Observação:
Cabe à empresa tomadora de serviço informar, mensalmente, à cooperativa de trabalho
a relação dos cooperados, a seu serviço, que exercem atividades em condições especiais
prejudiciais à saúde ou à integridade física.
A cooperativa de trabalho deverá arrecadar a contribuição social dos seus associados,
como contribuinte individual, e recolher o valor arrecadado no dia quinze do mês
seguinte ao da competência. Além disso, a mesma é obrigada a efetuar a iinscrição no
INSS dos seus cooperados como contribuinte individual, se ainda não inscritos.
Cooperativa de produção
A cooperativa de produção é aquela em que os associados contribuem com serviços
laborativos ou profissionais para a produção em comum de bens, quando a cooperativa
detenha por qualquer forma os meios de produção. Neste caso, a empresa contratante
deverá contribuir, também, com 15% incidente sobre a remuneração paga, devida ou
creditada ao cooperados filiados, relativamente aos serviços prestados por eles,
acrescidos do adicional de 12%,9% ou 6%, quando os mesmos estiverem sujeitos à
concessão de aposentadoria especial após 15,20 e 25 anos de contribuição,
respectivamente.
(Lei nº 10.666 de 08 de maio de 2003).
NOTA:
Com a possibilidade de concessão de aposentadoria especial aos cooperados filiados às
cooperativa de trabalho e produção, ficam as cooperativas responsáveis pela emissão do
PPP- Perfil Profissiográfico Previdenciário, atualizando-o anualmente e entregar ao
cooperado cópia autêntica quando do desligamento da empresa.
Presunção da retenção
A retenção sempre se presumirá feita pela contratante, não lhe sendo lícito alegar
qualquer omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pelas
importâncias que deixar de reter ou tiver retido em desacordo com a legislação.
Ainda que a atividade principal da contratada não seja, especificamente, de execução de
serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, a sua contratação nessa forma
estará sujeita à retenção.
Importante:
A contratada deverá elaborar folha de pagamento e GFIP distintas para cada
estabelecimento ou obra de construção civil da empresa contratante do serviço.
Legislação Específica
Art. 29. Sujeitam-se ao desconto do imposto de renda, à alíquota de 1,5% (um inteiro e
cinco décimos por cento), que será deduzido do apurado no encerramento do período de
apuração, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a título de prestação
de serviços a outras pessoas jurídicas que explorem as atividades de prestação de serviços
de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração
de contas a pagar e a receber.
Art. 30. Os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de
direito privado, pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção,
segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão-de-obra, pela prestação de
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos,
administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços
profissionais, estão sujeitos a retenção na fonte da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido - CSLL, da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP.
§ 1o O disposto neste artigo aplica-se inclusive aos pagamentos efetuados por:
I - associações, inclusive entidades sindicais, federações, confederações, centrais
sindicais e serviços sociais autônomos;
II - sociedades simples, inclusive sociedades cooperativas;
III - fundações de direito privado; ou
IV - condomínios edilícios.
§ 2o Não estão obrigadas a efetuar a retenção a que se refere o caput as pessoas jurídicas
optantes pelo SIMPLES.
§ 3o As retenções de que trata o caput serão efetuadas sem prejuízo da retenção do
imposto de renda na fonte das pessoas jurídicas sujeitas a alíquotas específicas previstas
na legislação do imposto de renda.
Art. 31. O valor da CSLL, da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP, de que trata
o art. 30, será determinado mediante a aplicação, sobre o montante a ser pago, do
percentual de 4,65% (quatro inteiros e sessenta e cinco centésimos por cento),
correspondente à soma das alíquotas de 1% (um por cento), 3% (três por cento) e 0,65%
(sessenta e cinco centésimos por cento), respectivamente.
§ 1o As alíquotas de 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento) e 3% (três por cento)
aplicam-se inclusive na hipótese de a prestadora do serviço enquadrar-se no regime de
não-cumulatividade na cobrança da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS.
§ 2o No caso de pessoa jurídica beneficiária de isenção, na forma da legislação
específica, de uma ou mais das contribuições de que trata este artigo, a retenção dar-se-á
mediante a aplicação da alíquota específica correspondente às contribuições não
alcançadas pela isenção.
Art. 32. A retenção de que trata o art. 30 não será exigida na hipótese de pagamentos
efetuados a:
I - Itaipu Binacional;
II - empresas estrangeiras de transporte de cargas ou passageiros;
III - pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES.
Parágrafo único. A retenção da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP não será
exigida, cabendo, somente, a retenção da CSLL nos pagamentos:
I - a título de transporte internacional de cargas ou de passageiros efetuados por empresas
nacionais;
II - aos estaleiros navais brasileiros nas atividades de conservação, modernização,
conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial
Brasileiro - REB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997.
Art. 33. A União, por intermédio da Secretaria da Receita Federal, poderá celebrar
convênios com os Estados, Distrito Federal e Municípios, para estabelecer a
responsabilidade pela retenção na fonte da CSLL, da COFINS e da contribuição para o
PIS/PASEP, mediante a aplicação das alíquotas previstas no art. 31, nos pagamentos
efetuados por órgãos, autarquias e fundações dessas administrações públicas às pessoas
jurídicas de direito privado, pelo fornecimento de bens ou pela prestação de serviços em
geral.
Art. 34. Ficam obrigadas a efetuar as retenções na fonte do imposto de renda, da CSLL,
da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP, a que se refere o art. 64 da Lei no
9.430, de 27 de dezembro de 1996, as seguintes entidades da administração pública
federal:
I - empresas públicas;
II - sociedades de economia mista; e
III - demais entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
capital social com direito a voto, e que dela recebam recursos do Tesouro Nacional e
estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira na modalidade total
no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI.
Art. 35. Os valores retidos na forma dos arts. 30, 33 e 34 deverão ser recolhidos ao
Tesouro Nacional pelo órgão público que efetuar a retenção ou, de forma centralizada,
pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica, até o 3o (terceiro) dia útil da semana
subseqüente àquela em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica fornecedora dos
bens ou prestadora do serviço.
Art. 36. Os valores retidos na forma dos arts. 30, 33 e 34 serão considerados como
antecipação do que for devido pelo contribuinte que sofreu a retenção, em relação ao
imposto de renda e às respectivas contribuições.
SEGUNDO ALERTA: exatamente por decorrência disso, o fato de uma empresa já ser
titular de liminar em mandado de segurança excluindo-a da contribuição à COFINS com
fundamento na Súmula 276 revela que não haverá retenção, na fonte, dessa contribuição,
de que tratam a MP 135/03 e Lei 10.833/03, certo? Resposta: certo; é assim pelo menos
que dispõe a IN 381/03.
Explicamos porque pode ser um indício: é que análise cautelosa das situações que exigem
retenção vem sendo, desde 1986, reclamada sem sucesso das empresas. Muitas, por
absoluta negligência, não sabem que os serviços por elas prestados não se sujeitam à
retenção do IR-Fonte. A incidência desse imposto, de apenas 1,5% e compensável na
média em 45 dias (lucro real) ou 105 dias (lucro presumido), parece pouco, justificando
daí o descaso. Doravante, contudo, tudo pode mudar já que a retenção adicional de 4,65%
totalizando, pois, 6,15%, provoca impacto considerável no capital de giro, cujo efeito não
é nada desprezível.
É que a partir de fevereiro 1% adicionais (CSLL) estarão financiando o governo a juros
zero por até 105 dias em média, enquanto o contribuinte estará pagando juros do fim-do-
mundo para financiar seu próprio capital de giro. E, adicionalmente, 3,65% (PIS +
COFINS) passarão a financiar o governo, por 30 dias, em média, também a juros zero.
As empresas que prestam serviços de engenharia, por exemplo, não se dão ao trabalho de
analisar se os serviços por elas prestados estão excluídos da incidência do IR-Fonte e,
doravante, por conseqüência, do PIS, COFINS e CSLL. Conforme contratados os
serviços, poderão ser excluídos dessas retenções totalizando 6,15% - muitas vezes maior
que a própria margem de lucro.
Isso, apenas para citar uma das hipóteses não sujeitas à retenção. Existem outras que
deverão ser analisadas em cada caso concreto.
CONCLUSÃO: agora, mais que nunca, justifica-se, como única solução possível, o
ajuizamento de ação visando o afastamento da exigência da COFINS, inclusive na sua
nova modalidade retenção. Se não isso, pelo menos devem as empresas dar-se ao trabalho
de analisar se a receita bruta da prestação dos serviços sujeita-se, efetivamente, à retenção
na fonte (IR, PIS, COFINS e CSLL).
As providências aqui indicadas são efetivamente muito mais eficazes que lamentar viver
num País em que os governantes, federal, estaduais e municipais, por suas absolutas e
incontestáveis incompetências, não conseguem administrar a economia via redução do
tamanho do Estado, aproximando despesas das receitas - o que os empresários são
obrigados a fazer para sobreviver num ambiente competitivo, seja investindo em seus
próprios negócios obtendo aumentos efetivos de produtividade, ou simplesmente
cortando custos, inclusive por redução de suas folhas de salários, etc., e até as donas-de-
casa, administrando o orçamento doméstico sabem equalizar as despesas com as receitas
familiares. Ao invés disso, optam eles por continuar aumentando os tributos, persistente e
insuportavelmente.
Contra a incompetência dos governantes, só mesmo medidas concretas como essas aqui
sugeridas. E, claro, não se esquecer de rezar para conseguir encontrar, pela frente, um
juiz com juízo, sensível à realidade da vida que, fazendo uma releitura da supremacia do
interesse público, inconfundível com o interesse estatal, tenha a percepção de que não é
possível persistir sufocando a fonte porque ela seca!
Pior mesmo é ter que tolerar a ironia do governo que vem sistematicamente defendendo o
aumento da empregabilidade! Como?!? Só se o setor público prosseguir contratando,
aumentando ainda mais o tamanho do Estado!
Atenciosamente,
A Lei 10925/04 (DOU de 26.7.04) veio introduzir novas alterações na legislação que
determina retenção do PIS/COFINS/CSLL na fonte (Lei 10833/03, art. 30).
Absolutamente relevante saber que a partir de 26.7.04 não mais haverá retenção na fonte
dessas referidas contribuições toda vez que o valor dos pagamentos efetuados pela pessoa
jurídica tomadora dos serviços (contratante) à mesma pessoa jurídica prestadora
(contratada) for igual ou inferior a R$ 5.000,00 (Lei 10.833/03, art. 31, §§ 3º e 4º
introduzidos pela Lei 10925, art. 5º).
Notar que enquanto o limite de R$ 5.000,00 é controlado por mês, as retenções deverão
ser recolhidas quinzenalmente.
(3) Apesar do valor pago (base-de-cálculo) ser inferior a R$ 5.000,00, está sendo
computado para efeito de recolhimento tributário porque no mês suplanta ao referido
limite.
Os valores que, retidos pela fonte pagadora (tomadora dos serviços) eram recolhidos ao
Tesouro até o 3º dia útil da semana subseqüente àquela em que ocorrido o pagamento ao
prestador dos serviços (Lei 10833/03, art. 35), deverão agora ser recolhidos até o último
dia útil da semana subseqüente à quinzena em que verificado referido pagamento.
Desse modo, o prazo de recolhimento que tinha lugar no máximo em 9 dias após o
pagamento realizado ao prestador dos serviços, agora será recolhido no máximo em 18
dias após dito evento.
A Lei 10925/04 acresceu à Lei 10865/04 o art. 14-A, determinando assim que a partir de
26.7.04 as importações de matérias-prima, produtos intermediários e materiais de
embalagem utilizados na industrialização na ZFM não mais se sujeitarão ao pagamento
do PIS/COFINS-Importação.
Nesse caso a legislação concedeu suspensão dessas contribuições, o que vale dizer que
também não gerarão créditos abatíveis do PIS/COFINS (interno) devidos sobre o
faturamento da empresa que tenha realizado a importação.
1. INTRODUÇÃO
As importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras
pessoas jurídicas, civis ou mercantis, pela prestação de serviços
caracterizadamente de natureza profissional (constantes da lista
estampada no item 2 adiante) estão sujeitas à incidência do Imposto
de Renda na Fonte, que deve ser retido no momento do pagamento ou do
crédito do rendimento (o que ocorrer primeiro).
Neste trabalho vamos abordar aspectos gerais sobre essa modalidade
de tributação na fonte.
2. ALÍQUOTA E LISTA DE SERVIÇOS ABRANGIDOS
Sujeitam-se ao desconto do Imposto de Renda na Fonte, à alíquota de
1,5%, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a
outras pessoas jurídicas pela prestação dos seguintes serviços:
administração de bens ou negócios em geral (exceto consórcios ou
fundos mútuos para aquisição de bens);
advocacia;
análise clínica laboratorial;
análises técnicas;
arquitetura;
assessoria e consultoria técnica (exceto o serviço de
assistência técnica prestado a terceiros concernente a ramo de
indústria ou comércio explorado pelo prestador de serviço);
assistência social;
auditoria;
avaliação e perícia;
biologia e biomedicina;
cálculo em geral;
consultoria;
contabilidade;
desenho técnico;
economia;
elaboração de projetos;
engenharia (exceto construção de estradas, pontes, prédios e
obras assemelhadas);
ensino e treinamento;
estatística;
fisioterapia;
fonoaudiologia;
geologia;
leilão;
medicina (exceto a prestada por ambulatório, banco de sangue,
casa de saúde, casa de recuperação ou repouso sobre orientação
médica, hospital e pronto-socorro);
nutricionismo e dietética;
odontologia;
organização de feiras de amostras, congressos, seminários,
simpósios e congêneres;
pesquisa em geral;
planejamento;
programação;
prótese;
psicologia e psicanálise;
química;
raio X e radioterapia;
relações públicas;
serviço de despachante;
terapêutica ocupacional;
tradução ou interpretação comercial;
urbanismo;
veterinária.
Importa salientar que o IR Fonte incide sobre as importâncias pagas
ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas pela
prestação dos serviços constantes da lista anterior
independentemente:
a) da qualificação profissional dos sócios da empresa beneficiária e
do fato de esta auferir receitas de quaisquer outras atividades,
seja qual for o valor dos serviços em relação à receita bruta;
b) da natureza jurídica civil ou comercial da prestadora do serviço;
c) de os serviços se referirem ao exercício de profissão legalmente
regulamentada ou não.
Ainda sobre o alcance da incidência, na Decisão nº 3/97 a
Superintendência Regional da Receita Federal da 8ª Região Fiscal
esclareceu que os rendimentos correspondentes a serviços que, por
sua natureza, revelem-se inerentes ao exercício de qualquer
profissão enumerada na relação transcrita estarão sujeitas à
retenção do imposto e é irrelevante a forma pessoal ou impessoal de
disponibilizá-los.
2.1 Contrato que englobe várias etapas indissociáveis
A hipótese de incidência do imposto só ocorre em relação aos
serviços prestados isoladamente na área das profissões arroladas na
lista.
Assim, não será exigida a retenção quando o serviço contratado
englobar, cumulativamente, várias etapas indissociáveis dentro do
objetivo pactuado, como, por exemplo, no caso de um único contrato
que, seqüencialmente, abranja estudos preliminares, elaboração de
projetos, execução e acompanhamento do trabalho.
2.2 Serviços de engenharia
O imposto na fonte incide somente sobre remunerações relativas ao
desempenho dos serviços pessoais da profissão, prestados por meio de
sociedades civis ou explorados empresarialmente por intermédio de
sociedades mercantis. Assim, por exemplo, é devido o imposto sobre
as importâncias pagas ou creditadas a título de remuneração dos
seguintes serviços, prestados isoladamente:
a) estudos geofísicos;
b) fiscalização de obras de engenharia em geral (construção,
derrocamento, estrutura, inspeção, proteção, medições, testes etc.);
c) elaboração de projetos de engenharia em geral;
d) administração de obras;
e) gerenciamento de obras;
f) serviços de engenharia consultiva;
g) serviços de engenharia informática (desenvolvimento e implantação
de software e elaboração de projetos de hardware);
h) planejamento de empreendimentos rurais e urbanos;
i) prestação de orientação técnica;
j) perícias técnicas.
2.3 Medicina e serviços correlatos
A lista estampada no item 2 refere-se, no seu item 24, à categoria
profissional de medicina de forma genérica, mas com exclusão
expressa da "prestada por ambulatório, banco de sangue, casa de
saúde, casa de recuperação ou repouso sob orientação médica,
hospital e pronto-socorro" .
Estão fora do campo de incidência do Imposto de Renda na Fonte
abordado neste texto os serviços inerentes ao desempenho das
atividades profissionais da medicina, quando executados dentro do
ambiente físico dos estabelecimentos de saúde mencionados, prestados
sob subordinação técnica e administrativa da pessoa jurídica do
empreendimento.
Dentro do mesmo critério, também não será exigida a retenção na
fonte em relação a rendimentos decorrentes da prestação de serviços
correlatos ao exercício da medicina, tais como análise clínica
laboratorial, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, psicanálise,
raio X e radioterapia.
Também não estão abrangidos pela tributação os rendimentos
provenientes da execução de contratos de prestação de serviços
médicos pactuados com pessoas jurídicas, que visam à assistência
médica de empregados e seus dependentes em ambulatório, casa de
saúde, pronto-socorro, hospital e estabelecimentos assemelhados,
desde que a prestação de serviços seja realizada nesses
estabelecimentos de saúde próprios ou de terceiros.
2.4 Assessoria e consultoria técnica
Tratando-se de assessoria e de consultoria técnica, o Fisco entende
que o Imposto de Renda na Fonte incide somente em relação aos
serviços que configurem alto grau de especialização, obtido por meio
de estabelecimentos de nível superior e técnico, vinculados
diretamente à capacidade intelectual do indivíduo.
Em face desse entendimento, os serviços de assessoria e consultoria
técnica alcançados pela tributação restringem-se àqueles resultantes
da engenhosidade humana, tais como:
a) especificação técnica para fabricação de aparelhos e equipamentos
em geral;
b) assessoria administrativa organizacional;
c) consultoria jurídica etc.
Portanto, estão excluídos da tributação quaisquer serviços de reparo
e manutenção de aparelhos e equipamentos (domésticos ou
industriais), uma vez que não evidenciam o grau de
profissionalização enunciado anteriormente.
3. SOCIEDADE CIVIL LIGADA À FONTE PAGADORA - CÁLCULO DO IMPOSTO COM
BASE NA TABELA PROGRESSIVA
O imposto de Renda na Fonte deverá ser calculado pela aplicação,
sobre os rendimentos brutos auferidos no item 2, da tabela
progressiva aplicável aos rendimentos percebidos por pessoas físicas
(e não pela alíquota de 1,5%) quando a beneficiária for a sociedade
civil prestadora de serviços relativos ao exercício de profissão
legalmente regulamentada, controlada direta ou indiretamente:
a) por pessoas físicas que sejam diretores, gerentes ou
controladores da pessoa jurídica que houver pago ou creditado os
rendimentos; ou
b) pelo cônjuge, ou parente de 1º grau, das pessoas físicas
mencionadas em "a".
No cálculo do imposto, nesse caso, deve ser utilizada a tabela
progressiva vigente no mês em que ocorrer o pagamento ou o crédito
dos rendimentos.
3.1 Controle Acionário - caracterização para fins de obrigatoriedade
de aplicação da tabela progressiva
Para efeito de obrigatoriedade de aplicação da tabela progressiva,
em lugar da alíquota de 1,5%, no cálculo do Imposto de Renda na
Fonte, deve ser levado em conta que, de acordo com o Parecer
Normativo CST nº 27/83:
a) tratando-se de sociedade não constituída sob a forma de sociedade
anônima (S/A), o controle estará caracterizado, para efeito da
tributação, sempre que a pessoa física (ou o grupo de pessoas
físicas, neste incluídos o cônjuge e parentes de 1º grau) detiver
parcela do capital social suficiente para assegurar o efetivo
controle da empresa;
b) se a beneficiária dos rendimentos for constituída sob a forma de
S/A terá natureza mercantil, por força do disposto no § 1º do art.
2º da Lei nº 6.404/76 ("qualquer que seja o objeto, a companhia é
mercantil e se rege pelas leis e uso do comércio") e, desse modo,
não cabe a tributação pela tabela progressiva e sim a aplicação da
alíquota de 1,5% para o cálculo do imposto (obviamente, desde que o
serviço prestado esteja entre os relacionados na lista constante do
item 2 deste trabalho);
c) se a pessoa jurídica que efetuar o pagamento dos rendimentos for
sociedade anônima, aplicar-se-á para caracterizar o controle, o
conceito dado pelo art. 116 da Lei nº 6.404/76, que se classifica
como acionista controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo
de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum,
que:
c.1) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo
permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia
geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da
companhia; e
c.2) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais
e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.
No caso considerado na letra "c" estará caracterizado o controle se
a pessoa física (ou o grupo de pessoas físicas) preencher
cumulativamente, as condições estipuladas em "c.1" e "c.2".
4. BASE DE CÁLCULO
O Imposto de Renda na Fonte na modalidade abordada neste texto
incide sobre a importância paga ou creditada pela pessoa jurídica a
outra pessoa jurídica pela prestação de serviços caracterizadamente
de natureza profissional constantes na lista estampada no item 2.
Não é admitida a exclusão do valor correspondente ao Imposto Sobre
Serviços (ISS) porventura incidente, ainda que destacado no
documento fiscal emitido pela pessoa jurídica beneficiária do
rendimento.
5. OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR
O fato gerador do imposto ocorre na data em que o rendimento for
pago ou creditado à pessoa jurídica beneficiária, observando-se que: