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COLÉGIO PEDRO II
CAMPUS CENTRO 8º ano
ARTES VISUAIS
COORDENADORA: GREICE COHN
PROFESSORA: TATIANA CALDEIRA DE OLIVEIRA
BREVE HISTÓRICO
Na história de nosso país, nem sempre houve a noção de que seria importante se
preservar a memória cultural. Estas idéias de preservação só foram surgir na década de 30,
quando foi criado um órgão que ficaria encarregado de preservar nosso patrimônio
cultural – o IPHAN.
O IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, hoje vinculado
ao Ministério da Cultura, foi criado em 13 de janeiro de 1937, no governo de Getúlio
Vargas.
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Foi o escritor Mário de Andrade que, em 1936, elaborou o anteprojeto que resultou
na criação do Instituto. Outros brasileiros ilustres também colaboraram, como Manuel
Bandeira, Afonso Arinos, Lúcio Costa e Carlos Drummond de Andrade.
4 - O Tombamento preserva?
Sim. O Tombamento é a primeira ação a ser tomada para a preservação dos bens culturais,
na medida que impede legalmente a sua destruição. A preservação somente se torna visível
para todos quando um bem cultural se encontra em bom estado de conservação,
propiciando sua plena utilização.
5 - O que é “ENTORNO” de imóvel tombado?
É a área localizada na vizinhança dos imóveis tombados, que é delimitada para preservar a
sua ambiência e impedir que novos elementos obstruam ou reduzam sua visibilidade.
Compete ao órgão que efetuou o Tombamento estabelecer os limites do entorno.
CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÔNIO
Os bens culturais, chamados em conjunto de “patrimônio”, são classificados em dois tipos,
conforme suas características: patrimônio material e patrimônio imaterial.
PATRIMÔNIO MATERIAL
Patrimônio material, como o próprio nome já indica, refere-se aos bens físicos,
concretos, e que poderão ser preservados com base nestas características.
O patrimônio material protegido pelo IPHAN é composto por um conjunto de bens
culturais classificados segundo sua natureza:
- arqueológico, paisagístico e etnográfico;
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- histórico;
- belas artes;
- artes aplicadas.
Eles estão divididos em bens imóveis como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e
paisagísticos e bens individuais; e móveis como coleções arqueológicas, acervos
museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e
cinematográficos.
* Patrimônio Mundial
Em 1972, a Organização das Nações Unidas para a Ciência e a Cultura (UNESCO) criou a
Convenção do Patrimônio Mundial, para incentivar a preservação de bens culturais e
naturais considerados significativos para a humanidade, para que possam ser considerados
patrimônio de todos os povos.
Os países signatários dessa Convenção podem indicar bens culturais e naturais a serem
inscritos na Lista do Patrimônio Mundial. As informações sobre cada candidatura são
avaliadas por comissões técnicas e a aprovação final é feita anualmente pelo Comitê do
Patrimônio Mundial, integrado por representantes de 21 países.
* Museus
Desde que o homem surgiu, ele vem criando utensílios, instrumentos, armas,
tecnologias e desenvolvendo mitos, crenças e comportamentos, gerando conhecimento e
cultura.
Muito do que se sabe hoje, sobre culturas pré-históricas e antigas, foi reconhecido
através das edificações, dos objetos e dos vestígios deixados por essas culturas.
É na seleção, aquisição, conservação e divulgação de referências culturais, que entra
o Museu. Os primeiros museus, concebidos e criados pelos poderosos da época
(colecionadores, grandes senhores e soberanos), tinham a mesma inspiração: reunir o maior
número possível de objetos e obras raras, curiosas, ricas e memoráveis e, por intermédio
destes, reafirmar seu poder. Criado pelos reis da França, para deleite dos nobres da corte, o
Louvre foi a primeira instituição designada como Museu.
Durante muito tempo os museus voltaram-se, quase que exclusivamente, para a
preservação do passado, dos interesses e da memória das classes dominantes. A concepção
e a atuação dos museus só começaram a mudar nas primeiras décadas do século XX.
O atual conceito de museus, mundialmente aceito, foi elaborado na década de 70
pelo ICOM – Conselho Internacional de Museus – organismo ligado à UNESCO, que trata
dos Museus:
“O museu é uma instituição permanente, aberta ao público, sem fins lucrativos, a
serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, que adquire, conserva, pesquisa, expõe e
divulga as evidências materiais e os bens representativos do homem e da natureza, com a
finalidade de promover o conhecimento, a educação e o lazer.”
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* Núcleos históricos
São regiões protegidas pelo IPHAN pelo valor histórico que guardam para a sociedade.
Alguns exemplos:
Manaus (Amazonas); Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália, Salvador (Bahia); Fortaleza,
Sobral (Ceará); Brasília (Distrito Federal); São Luís, Alcântara (Maranhão); Belo
Horizonte, Diamantina, Congonhas, Ouro Preto, Sabará (Minas Gerais); Nova Friburgo,
Petrópolis, Paraty (Rio de Janeiro), etc.
* Fortes e fortalezas
Abrange diversas construções de importância histórica e/ou arquitetônica, realizadas
especialmente durante o período colonial, situadas ao longo do litoral brasileiro, com o
objetivo de defesa militar.
* Patrimônio arqueológico
PATRIMÔNIO IMATERIAL
mais 28 itens foram acrescentados à lista das Obras-primas da Humanidade, entre eles a Arte
Kusiwa – Pintura corporal e Arte gráfica Wajãpi, candidatura preparada pelo Museu do Índio,
que retrata a cosmologia e a linguagem gráfica dos índios Wajãpi, do Amapá. A terceira
proclamação ocorreu em novembro de 2005, com mais 43 integrantes da lista do patrimônio
oral e imaterial. Mais uma vez o Brasil é contemplado, com a inclusão do Samba de Roda no
Recôncavo Baiano.
2) A Arte Kusiwa
A Arte Kusiwa é uma técnica de pintura e arte gráfica própria da população
indígena Wajãpi, do Amapá.
Os grafismos podem ter como suporte o corpo humano, mas também cestos, cuias,
tecelagem, bordunas e objetos de madeira.
Os padrões Kusiwa representam animais, partes do corpo ou objetos e estão
carregados de significados e simbolismo. Constituem um sistema de comunicação e uma
linguagem gráfica que remete à cosmologia e visão de mundo dos Wajãpi. Para a
elaboração das tintas são utilizadas sementes de urucum, gordura de macaco, suco de
jenipapo e resinas perfumadas.
O apoio à continuidade dessa forma de expressão está sendo feito por meio de
diversas ações: campanhas de sensibilização e informação, implantação de um Centro de
Referências da Cultura Wajãpi, e, finalmente, a formação de professores indígenas,
responsáveis pela alfabetização das crianças em sua língua materna e pela elaboração de
materiais didáticos de interesse da comunidade.
3) O Círio de Nazaré
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O Círio de Nazaré é uma celebração religiosa de Belém do Pará, cujo ápice ocorre
na segunda semana do mês de outubro. Para os paraenses, é o grande momento anual de
demonstração de devoção e solidariedade, de reiteração de laços familiares, assim como de
manifestação social e política.
Essas práticas têm desdobramentos regionais e congregam, anualmente, no segundo
domingo de outubro, em torno de um milhão e meio de pessoas na cidade de Belém.
Grande parte dessa massa humana vem pagar promessas ou agradecer pedidos realizados.
O Círio de Nazaré reúne devotos, romeiros ou promesseiros do Pará, da Amazônia e das
demais regiões do país. Além dessa mobilização humana decorrente da devoção popular, os
festejos religiosos e profanos em torno do Círio atraem também turistas e curiosos de todas
as partes do Brasil e até de países estrangeiros.
A festa, que foi instituída em 1793, é marcada pelo sentido da rememoração. O
Círio de Nazaré reconta, por meio de seu cerimonial religioso, a lenda que envolve o
achado, em 1700, da imagem de Nossa Senhora de Nazaré por um caboclo denominado
Plácido. Sua duração temporal está associada à permanência da participação popular e à
disseminação regional dos devotos, o que torna Belém, todos os anos, um lugar de
peregrinação.
Caetano Veloso, assim como na ala das baianas das escolas de samba e nas letras de
inúmeros compositores de todo o país.
* Veja abaixo outros exemplos de bens tombados como patrimônio imaterial – você
conhece alguma destas práticas culturais?
- Modo de fazer viola-de-cocho;
- Jongo da região Sudeste;
- Cachoeira de Iauaretê – lugar sagrado dos povos indígenas dos rios Uaupés e Papuri;
- Feira de Caruaru;
- Tambor de Crioula;
- Modo artesanal de fazer o queijo de Minas, nas regiões do Serro e das serras da Canastra e
do Salitre;
- Roda de capoeira e ofício dos mestres de capoeira;
- O modo de fazer renda irlandesa produzida em Divina Pastora (SE).
Além do conteúdo desta apostila e do que já discutimos em sala, uma visita ao site
do IPHAN (http://portal.iphan.gov.br ) irá ajudá-lo a responder estas questões:
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1 – O samba do Rio de Janeiro, das escolas de samba, é considerado um bem tombado pelo
IPHAN? E o frevo, de Pernambuco?
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2 – Qual a importância de se preservar um núcleo urbano (os centros históricos, etc.)? Qual
seria a diferença, caso fosse realizado o tombamento de apenas algumas de suas casas e
ruas?
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3 - Releia a questão 4 do item “tombamento” e responda: uma vez que um bem seja
tombado, nenhuma alteração poderá ser feita nele? Ele poderá ser utilizado para alguma
atividade econômica? Ao sair do colégio, observe as construções do “entorno” e reflita
sobre este tema, procurando exemplificar na sua resposta.
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4 - O IPHAN existe há mais de 70 anos. Você acha que as pessoas, de um modo geral, têm
consciência da importância da preservação dos bens culturais? Por que?
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5 - Você acha que o patrimônio público é respeitado? Você poderia citar exemplos de ações
positivas e de ações negativas em relação a este assunto?
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7 – Qual a diferença entre um bem tombado pelo IPHAN e outro reconhecido como
patrimônio da humanidade pela UNESCO?
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