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Senhora da
Guia
Nossa Mãe
clemente
**** Protegei ****
Loriga
Iluminai sua
gente.
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-A devoção a Nossa Senhora da Guia começou a ter uma maior implantação em Loriga,
nos anos antecedentes a 1884, ano da construção da primeira capela.
-Os negociantes Loricenses de lã, nas suas viagens pelo Minho, viram junto à Foz de um
rio uma ermida em honra dessa Virgem e desde logo pensaram também poderem ter na
sua terra uma capela em sua honra.
-O local onde está situada a capela de Nossa Senhora da Guia, era outrora conhecido
pelo monte de "Gemuro"
-A primeira festa em honra de N.S.da Guia foi realizada em 6 de Outubro do ano 1884, e
desde então passou a ser realizada todos os anos no 1º. Domingo de Agôsto.
-Apenas no ano de 1939 a festa não foi realizada, por motivo de um contencioso
existente entre o Pároco da época e os seus paroquianos.
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Coro
Ó Padroeira amorosa
Clara estrela Mãe Pia
Dai-nos a Benção
bondoso
Virgem Senhora da Guia
Verso 7
E lá da Celeste altura
De vosso Trono e luz
Dai-nos Paz e ventura
Do vosso Amado Jesus
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O cântico
"Ó
Padroeira
Amorosa"
cantava-se
e ainda
hoje se
canta à
Senhora da
Nazaré na
cidade de
Belém-Pará
-Brasil.
A história
da
introdução
do cântico
"Ó
Padroeira
Amorosa"
na Festa da
Nossa
Senhora da
Guia em
Loriga
remota ao
ano de
1950.
Nesse ano
e de visita à
sua terra, o
loriguense
Sr. António
Nunes
Brito,
emigrado
na cidade
de Belém
-Pará, em
conversa
com o
Senhor
António
Pinto
Ascensão,
então
maestro da
Banda
Filarmónica
de Loriga,
falou no
referido
cântico, e
desde logo
surgiu a
ideia de o
adaptar à
Nossa
Senhora da
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Avé, Avé, doce Mãe Avé, Avé, doce Mãe Avé, Avé, doce Mãe
Agora que estamos Vós sois alegria e a bonança Aqui juntos à profia
Convosco A Santa Mãe de Jesus Escutai a nossa mensagem
Unidos na Procissão Nossa guia e nossa Neste dia de festa e
Nós seguimos-te com esperança romagem
devoção
Ave, Avé, doce Mãe Avé, Avé, doce Mãe Avé, Avé, doce Mãe
Que a Vossa estrela Dai-nos um coração p´ra É tempo de testemunhar
brilhante amar Que somos todos irmãos
Ilumine o nosso povo Saúde e sabedoria E a todos unir nossa mãos.
E também os nossos E o pão nosso de cada dia.
emigrantes.
Versos do Loricense Carlos. A. Pinto (Agosto 1988) - Adaptados à música da canção "Joana" de Marco
Paulo
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Verso a Nossa
Senhora da Guia*
Antes de adormecer
Louvo-te em sons
musicais
Como canto de
pardais
Que oiço ao
amanhecer
É em ti que me
protejo
Se me sinto sem
abrigo
Sei que estás
sempre comigo
Dás a mão quando
fraquejo
Loriga 1884-1984
Orestes Gomes Aparício; António Ferreira Penas; Carlos José Brito Moura; José Simões
Moura; Emílio Lopes Brito; José Jorge Romano; José Mendes Dias Aparício; António
Ferreira da Silva; Joaquim Lemos Pinto; Adelino Manuel Martins de Pina e Carlos Lucas
Antunes Fernandes.
Viva a festa, viva a festa Todo o mundo vem para a Na praça está tudo cheio
De Nossa Senhora da Guia rua Nem sequer há um lugar
Para a gente de Loriga Há foguetes a estoirar São muitos os emigrantes
Não há melhor romaria A Banda já está no adro A procissão vai passar
Os sinos estão a tocar
Estas quadras foram elaboradas para o Primeiro Centenário da Festa de Nossa Senhora da
Guia (1984)
Emigrantes no Brasil
Grandes beneméritos para N.S. da Guia
A Comunidade Loricense em Pará do Brasil, que se foi formando ainda antes de meados
do século XIX foi, desde sempre, de um grande bairrismo, sendo bem visíveis os vários
contributos em prol da sua terra e que ficarão, para sempre registados na história de
Loriga.
Esses contributos traduzem-se em obras edificadas um pouco por toda a Vila,
nomeadamente os fontanários, sendo ainda impulsionadores de muitas iniciativas
bastantes significativas. A benemerência desta comunidade Loricense no Pará, Brasil,
que apesar da distância, não esqueceu a sua Vila e a sua Padroeira, é sobretudo dirigida
a favor de Nossa Senhora da Guia, onde vamos encontrar muitas dessas obras e
contributos, das quais me apraz aqui registar algumas:
Guião vermelho
Oferecido em 1888, tendo um pau muito alto que seria depois cortado quando da
inauguração da electricidade em Loriga.
(É desconhecida a Lista dos nomes que contribuíram nesta iniciativa)
Sempre com um verdadeiro sentimento religioso, era grande a devoção dos emigrantes
Loricenses no norte do Brasil pela sua igreja em Loriga e pela Nossa Senhora da Guia
que era Padroeira dos navegantes e que passaram a chamar também a sua Padroeira
por quem tinha verdadeira fé e sempre presente nas suas orações.
Esta oferta foi uma ideia surgida em 1905, de imediato levada em prática, que consistia
na aquisição da Cruz e uma Caldeirinha, para o Santíssimo Sacramento, não só para ser
usada na procissão da Nossa Senhora da Guia, como também em todas as outras
procissões a realizar em Loriga. Assim no ano seguinte (1906) foi possível tornar-se em
realidade essa ideia, que passou depois a ser muito admirada nas procissões,
Como registo aqui se mencionam os nomes de todos aqueles que contribuíram para a
respectiva aquisição e que constam de um mapa, impresso na cidade do Pará orlado de
vinheta e encimado com a Coroa (Escudo) nacional e que diz: "Relação dos Benfeitores
que concorreram para o beneficio de uma Cruz de Prata, oferecida ao S.
Sacramento pela Colónia Loricense residente no Pará em 1905": Oferecida em 1906
pelos loricenses sediados em Manaus, sendo benzida oito dias antes da festa da N.S.
da Guia.
"Francisco Aparício Pereira; Manuel Ferreira da Silva; José Jorge de Abreu; Manuel
Gomes Aparício; António Gouveia; Manuel Nunes Ferreira; José Martins; António
Gonçalves de Pina; Joaquim de Brito Prata; António Alves Ano Bom; José dos Santos
Moura; Albano Mendes Ribeiro; António Pinto de Moura; Augusto de Moura Galvão; José
Macedo Junior; José Gomes Aleixo; João dos Santos Manulito; José Nunes Amaro;
José de Brito Antunes; José Mendes Cardoso; Manuela Lopes; José Aparício de Brito;
António de Brito Macedo; Joaquim Fernandes Conde; José Elias Correia Júnior; António
Cardoso de Moura; José Paixão; José Mateus-Fontão; José Gomes de Abreu; Fernando
Lucas; António Pinto Luiz; José Pinto Luiz; António Oliveira; Emidio dos Santos
Manulito; José Luiz Amaro; Emidio Gomes Lages; António Lopes Vide; José Lopes de
Pina; António de Moura Pina; José dos Santos Ferrito; José de Brito Lourenço; António
Gomes de Melo; João Aparício Carvalho; António Luiz dos Santos; Sebastião
Fernandes; José Fernandes Prata; António Gomes Lages; António Pinto Caçapo Junior;
João Gomes Francisco; Augusto Ribeiro; Francisco Gonçalves Pina; Plácido da Cruz
Arrifana; António Duarte Gouveia; Manuel Fernandes Caçamelho; Pedro António Calado;
Augusto Cardoso de Pina; José Cardoso de Pina; António João Luiz; Joaquim João;
António de Brito Crisóstomo; Augusto Fernandes Conde; António Aparício de Brito;
António Ramalho da Costa Brito; José Duarte Pina; Plácido Gomes Aparício; António
Luiz do Banco; Plácido dos Santos Ferrito; António de Brito Braga; José Lemos de
Moura; Augusto Duarte dos Santos; António Duarte dos Santos; Emidio Gomes Cazalho;
António da Silva Sampaio; João Diogo Gouveia; José da Costa Serralheiro; Manuel dos
Santos; António Alves Ferreira; António Nunes de Pina; Luciano dos Santos Aparício;
José Lopes de Brito Antunes; Augusto Pinto e Francisco Martins da Mota"
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Altar da Capela
Mandado edificar em 1953 este belo altar a retábulo de mármore com motivos alegóricos
à Ladainha da Virgem .
É digno de realce e digno de admirar este belo altar em honra de Nossa Senhora da
Guia, obra valiosa e artística. Toda uma fachada de parede da capela feita em mármore
com oito painéis onde destaca aquele belíssimo altar.
Iniciativa a cargo do Centro Loricense em Belém do Pará. Sendo extensa a Lista de
oferta desta briosa e bairrista Colónia de Loricenses residentes no norte do Brasil, onde
todos quiseram contribuir com o seu donativo para a colocação de um altar na capela da
sua padroeira.
Bandeira Processional
Foi de verdadeira devoção, a oferta desta rica e artística Bandeira Processional para a N.
S. da Guia, cuja imagem foi pintada com grande fidelidade no estandarte. Esta doação
foi feita em 1960 quando de uma das suas visitas à sua terra, por Sr. Joaquim Dias da
Silva e sua esposa D. Carolina Mendes da Silva, emigrantes Loricenses em Belém-Pará.
Tinham sido também estes Loricenses que numa das suas anteriores visitas a Loriga,
tinham oferecido uma linda toalha pintada, para o altar da N. S. de Fátima na igreja
matriz.
"Desculpa, Virgem-Mãe , Nossa Senhora, que te escreva, esta carta, em que te diga o que
mais quer dizer-te, nesta hora, o filho mais humilde de Loriga.
Da minha terra vim para o deserto, porque é sempre deserto a terra alheia. Mas, se te
lembro, sinto-me tão perto, como se fosse ver-te à minha aldeia.
Sei que, ao longo da vida, não me esqueces. Sei que não me abandonas um só dia. Ouves,
no céu, a voz das minhas preces. Mesmo a distância, O teu olhar me Guia.
Não me larga a saudade. Quando penso no velho lar beirão em que nasci, Logo molho de
lágrimas o lenço, como posto a chorar ao pé de ti.
Porque faz bem chorar na dor sofrida. Porque faz bem chorar na solidão, recordando o altar
da tua ermida a que nos anda preso no coração.
Daqui te evoco à sombra do pinhal, saindo à rua sobre o teu andor, ou eu já não trouxesse
Portugal a cantar-me no sangue, em teu Louvor.
Mas o que o berço deu, jamais se apaga. O que aprendemos a rezar outrora é que nos cura
o mal de cada chaga que se nos rasga pelo mundo fora.
O trabalho não custa. O que nos pesa, o que mais cá por dentro nos arrasa é comermos o
pão da nossa mesa, sem que seja ao calor da nossa casa
Mas tu não faltas. É contigo apenas que nos juntamos em família amiga, como nas claras
tarde das novenas, ao replicar dos sinos de Loriga.
Faz, Senhora, que um dia volte a ver-te, como nos tempos em que minha mãe me levava a
teus pés, para dizer-te o que não te diria mais ninguém.
Se longe estou, que seja passagem e depressa regresse ao teu pinhal, para florir de novo a
tua imagem, e nunca mais sair de Portugal".
11.VII.82
P. Moreira das Neves
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- Ano de 1935 - Uma controvérsia comissão
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Neste ano e pela primeira vez, surge um grupo de pessoas intitulando-se como comissão
para organizar a Festa de N. S. da Guia, contrariando como até então se procedia, em
que as festas religiosas estavam a cargo do Pároco local
Foram mesmo espalhadas em Loriga e freguesias vizinhas uma publicação com a
programação seguinte:
"Tradicionais e grandiosos festejos em honra da Virgem N.S. da Guia pela comissão das
festas da Vila de Loriga. Realisam-se nos dias 3 e 4 de Agosto as importantes Festas
da Vila à Virgem N. S. da Guia, padroeira dos Loricenses ausentes, indubitavelmente
uma das mais concorridas deste distrito, constando o seguinte programa:
Dia 4 - Diversos divertimentos mundanos, bem como várias surpresas que acabam de
movimentar a festa." *
Escusado será dizer que perante isto, surgiu um contencioso entre o Padre Lages, na
altura Pároco de Loriga e os membros dessa comissão e também alguma população,
sendo dado conhecimento e mesmo enviado o respectivo programa ao Senhor Bispo da
Guarda, que por sua vez enviou ao Pároco de Loriga a seguinte Portaria:
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- Ano 1939 - O Ano em que não houve Festa
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Desde à quatro anos atrás que continuava a existir um certo contencioso, entre o Padre
Lages e alguma população, com esta a não conformar-se pela proibição existente de não
ser permitido arraiais populares nas festas de cariz religioso.
Este contencioso teve maior proporção, neste ano de 1939, que levou a não ser realizada
a Festa em honra de Nossa Senhora da Guia.
Consta que na noite anterior à Festa da N.S. da Guia, por volta da meia-noite, alguns
populares dirigiram-se para o recinto da festa deitando alguns foguetes, chamando a
atenção da população, para que ouvissem os seus protestos.
Foi dado disso conhecimento ao Senhor Bispo da Guarda, que por sua vez fez chegar ao
Senhor padre Lages o seguinte comunicado:
"Revm. Sr.
Queira dizer-nos:
1º. O que se passou na noite de Sábado último?
2º. O que resolveram fazer: fizeram ou não a festa religiosa?
3º. Justifiquem o que tiverem feito.
4º. Será preciso interditar os promotores do que se fez? Houve realmente promotores? E
quantos?
Deus guarde Va. Reva.
Guarda, 7 de Agosto de 1939
Assinado) José Bispo da Guarda" *
Nota:- Consta no entanto que 15 dias depois houve uma celebração na capela, ao que
parece, em substituição da festa.
Nossa Senhora
da Guia
Tem um Menino
na mão
Tem um Menino
a que, um dia
Deu todo o seu
coração.
Nossa Senhora
da Guia
Mostra ao seu
povo uma
estrela.
Causa da
nossa alegria
Não há
Senhora mais
bela.
Nossa Senhora
da Guia
Foi num pinhal
que se ergueu.
E no pinhal, à
porfia
Cantam as
aves no Céu.
Nossa Senhora
da Guia
Jamais
esquece
ninguém.
Trás sempre o
olhar de vigia
A quem lhe
reza do Além...
Reza-lhe tu,
emigrante
Reza-lhe tu e
confia.
Nunca te larga
um instante
Nossa Senhora
da Guia
Loriga
Fernando Luis Silva Mendes Fernandes
Joaquim Antunes Pina
Pedro Nuno Brito Mendes
Manuel Carlos Santos Ferreira
Eduardo José Pereira Pina
Fernando Marques da Silva
Lisboa
Fernando Brito Calado
Gabriel Alves Gouveia
Aveiro
José Manuel Almeida Ribeiro
Gouveia
Rogério Marque Figueiredo
Europa
Jorge Vicente Pina Gouveia