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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CESSÃO DE DIREITOS
ITA
iv
Agradecimentos
estrangeira, me privilegiaram com educação de excelência, à Profa. Ligia, que sempre foi luz
nos dias difíceis, ao Prof. Cabral por me abrir as portas desta instituição, ao meu orientador o
Prof. Geilson Loureiro por seu olhar crítico sempre visando a qualidade do trabalho e à banca
examinadora: Profa. Ligia, Prof. Gonzaga e ao Dr. Lourenção pelas contribuições que
ajudaram a melhorar esta tese. Agradeço também ao LIT/INPE por permitir e fornecer o
ambiente ideal para a pesquisa e experimentação, a Susan Teves, Denio Lemos, Marcio
Bueno e Durval Zandonadi pela disposição para participar da pesquisa, aos meus
companheiros do LSIS Karina Zanta, Renato Calado e Carlos Lino, porque eles também
foram grandes contribuidores para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho com seus
conhecimentos, conselhos e pela força brindada, a Raquel Dias pelo apoio e orientação
brindados no inicio deste trabalho. Agradeço especialmente aos meus compadres Dinho e
Paula por seu apoio e suporte incondicional durante dias de trabalho. Agradeço a Deus, que
me colocou aqui e agora, e por todo o aprendizado que deixou este processo de descobertas,
Resumo
necessidade raiz, utilizando o processo cognitivo por meio dos repetidos questionamento até
sua própria necessidade e/ou problema, também com a ajuda do processo cognitivo utilizado
na criação dos mapas. De esta maneira obtendo como resultado informações relevantes
elicitadas junto com seu rationale e o entendimento do problema. O processo proposto foi
aplicado num estudo piloto dentro do Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto
Mapas Cognitivos pode ser considerado como uma opção válida na hora de decidir a
uma ferramenta iterativa e interativa que incita à reflexão tanto para o stakeholder expressar
suas necessidades quanto para que o engenheiro de sistemas possa gerar questionamentos e
solução.
vii
Abstract
The objective of this work is to propose a stakeholder analysis process using cognitive
mapping, aiming to support the process to elicit root needs. The proposed process encompass
the context study up to the identification of the relevant needs and its rationale, which would
be transformed into requirements, besides the problem structuring from the stakeholder’s
point of view. The motivation comes from the difficulty in understanding the stakeholder’s
needs during the system development process, where the system can be considered as product,
process or service. The proposed process has its foundations on the Systems Engineering
concepts and cognition and its Cognitive Mapping concepts. This work has three main
contributions, the first is the exhaustive elicitation with the stakeholder until getting the root
need, making use of the cognitive process, thru repeated questioning until getting to the root
of the issue. The second contribution is the graphic capture of the relevant needs rationale.
The third contribution is to help the stakeholder to understand its own needs and/or problem,
also aided with the cognitive process used during the mapping. Obtaining as results, the
elicited relevant information and its rationale and the comprehension of the problem. The
proposed process was applied in a pilot study at the Laboratory of Integration and Testing
(LIT) of the Brazilian Institute for Space Research (INPE). The Stakeholder Analysis Process
Using Cognitive Mapping can be considered as an option at the time to formulate the strategy
for the Stakeholder Analysis. It enables the approach to be used with the stakeholder and
provides an interactive and iterative tool that incite reflection for the stakeholder to express
his needs and to the systems engineer to create questions, thus, both of them construct the
conclusions of the problem and its context, giving space for the solution conception.
viii
Sumário
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................12
1.4 OBJETIVOS.................................................................................................................................... 18
5 COGNIÇÃO ...............................................................................................................................40
6.2 LADDERING................................................................................................................................... 51
7.1.2 Objetivos.......................................................................................................................... 60
7.6 SUBPROCESSO 3.0 ELICITAÇÃO DAS INFORMAÇÕES DOS STAKEHOLDERS COM MAPAS COGNITIVOS ............... 74
9 DISCUSSÃO ............................................................................................................................151
xi
9.2 A UTILIZAÇÃO DOS MAPAS COGNITIVOS PARA A ANÁLISE DE STAKEHOLDERS ........................................... 153
10 CONCLUSÃO ...........................................................................................................................164
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................169
COGNITIVOS. ................................................................................................................................................179
1 Introdução
Utilização, Suporte e Descarte (INCOSE, 2011). A fase de concepção se inicia com a Análise
de Stakeholders, a qual faz parte do Processo de Engenharia de Requisitos, é o elo entre a fase
de Concepção e a de Desenvolvimento.
de Sistemas.
ao longo dos diferentes níveis de abstração da concepção, desde a definição da missão até o
13
dos mesmos. Esta tese propõe um processo que suporte e auxilie esta análise.
abstração.
1.2 Problema
essas necessidades. Se estas não são entendidas corretamente pelos engenheiros de sistemas,
pelos projetistas e até pelos próprios stakeholders, será inviável chegar numa solução
adequada.
stakeholder quais são suas necessidades. O engenheiro de sistemas busca a visão do todo. Ele
problema.
14
No ano 2010, este trabalho se iniciou com uma pesquisa para conhecer as principais
como uma técnica para apoio à Engenharia de Requisitos” (Dias, López & Belderrain, 2012)
foram identificados alguns dos problemas enfrentados no trabalho do dia a dia dos
minimizá-los.
Quadro 1 - Problemas abordados pelo Processo de Análise de Stakeholders Utilizando Mapas Cognitivos.
Problemáticas da Engenharia de Requisitos / Suporte que se espera que o processo proposto
Análise de Stakeholders: forneça:
Elicitação de requisitos deficiente Amplo escopo de informações extraídas como:
informações para requisitos de stakeholders e para
requisitos de sistema, como: necessidades essenciais,
restrições, medidas de efetividade (métricas), desejos,
alternativas de solução, suposições, entre outras.
Requisitos subjetivos Identificação da raiz das necessidades subjetivas dos
stakeholders.
Dificuldade dos stakeholders em identificar e Dados extraídos de maneira estruturada em clusters,
entender suas necessidades para a melhor análise do problema.
Dificuldade dos desenvolvedores em Linha de raciocínio até um dado relevante
entenderem as necessidades dos stakeholders Justificativa de um dado relevante; e
Visualização gráfica das informações extraídas.
Rastreabilidade deficiente dos requisitos e seu Linha de raciocínio até um dado relevante;
rationale. Visualização gráfica da cognição das informações
extraídas.
1.3 Motivação
envolvidas com o sistema, sua percepção e seu relacionamento com este. Partindo da premissa
maneira de perceber, estruturar e resolver um problema é única para cada um deles. Ainda que
o stakeholder seja uma organização, esta é representada por pessoas que refletem a sua cultura
e seus valores.
resolvem os problemas depende de suas vivências passadas, experiências e valores, além das
apresenta.
enfatiza seu caráter multidisciplinar, poucas vezes é levado em consideração o fator humano
de expressá-los, estruturá-los e resolvê-los. Nos últimos anos, está sendo abordado o tema da
na fase inicial devido a que as necessidades nascem do stakeholder, um ser humano com
necessidades que serão satisfeitas pelo sistema. O claro entendimento do stakeholder no início
e/ou de difícil expressão. É um processo rico em informações e entrelinhas que requerem mais
necessidades raiz e entender se realmente a necessidade pode ser resolvida com um sistema
complexo, se realmente quem é responsável por dar uma solução, é capaz de propô-la,
questionar para levar ao stakeholder até sua necessidade raiz, ou real necessidade. Elicitação
o stakeholder a transmitir informações que ele não tinha pensado nem refletido, ajudar na
estruturação dessas ideias para definir claramente o problema, o escopo do problema e suas
restrições. Lembrando que essas informações podem ser ambíguas e sem estrutura.
cognitivos.
17
A motivação desta pesquisa iniciou-se com o trabalho realizado em Dias, R; Lopez &
Ensslin, Montibeller & Noronha (2001), com uma série de adaptações para este propósito.
Utilizando Mapas Cognitivos. A primeira premissa é que alguns dos desafios da Engenharia
como lidar com requisitos subjetivos. A segunda premissa é que a Ferramenta de Mapas
Cognitivos é utilizada para lidar com dados subjetivos na estruturação de problemas. Assume-
se que utilizar a ferramenta de estruturação de problemas com dados subjetivos pode atender
estruturadas, documentos existentes, técnicas de focus groups, work shops, entre outras, para
proposto é um método específico, detalhado e com uma aplicação sistêmica para elicitar
1.4 Objetivos
uma ferramenta de mapas cognitivos customizada, para que auxilie na fase de Análise de
1.5 Metodologia
Natureza da Pesquisa
Abordagem do problema
Objetivos da Pesquisa
aplicação da proposta.
Procedimentos técnicos
20
Stakeholders.
maneira cooperativa para a solução do problema em estudo. Esta cooperação acontece dentro
trabalho.
O capítulo cinco aborda a cognição e suas representações mentais, para depois entrar
de requisitos que também utilizam a abordagem da cognição, as quais são comparadas com o
Cognitivos, objeto desta tese. O processo e seu contexto são modelados com um fluxograma e
com a modelagem IDEF0, respectivamente; para depois detalhar as atividades dentro de cada
desenvolvimento.
(INPE).
Por último, o capítulo dez conclui o trabalho realizado retomando os objetivos iniciais
2 Engenharia de Sistemas
O texto extraído do artigo de Ryschkewitsch, Schaible & Larson (2009) The art and
de sistemas proposta pela empresa J-CDS Concurrent Design Services and Solutions na
De modo similar, Kossiakoff, Sweet, Seymour & Biemer (2011, p.4) definem que:
Assim, pode-se concluir que, a Engenharia de Sistemas foca em três visões básicas de
um sistema, a primeira é a visão do sistema como um todo formado de partes que juntas
atingem um objetivo; a segunda é uma visão interna, como suas partes se inter-relacionam e
se integram; e finalmente uma visão externa, de como o sistema interage com seu contexto e
seu ambiente. Essas três visões devem ser levadas em consideração em todo o ciclo de vida do
desenvolvimento e sempre olhando a partir dessas três visões o ciclo de vida do produto. A
internamente e com seu ambiente em cada fase de sua vida. Entenda-se por ciclo de vida do
produto, proposto pelo INCOSE (2011), como as grandes fases de pesquisa exploratória,
solução. Tudo isto a fim de gerar as propriedades emergentes que melhor solucionem e
O INCOSE (2011) aborda os processos que suportam a Engenharia de Sistemas. Ele os divide
b. Análise de requisitos
c. Projeto de arquitetura
d. Implementação
e. Integração
f. Verificação
g. Transição
h. Validação
i. Operação
j. Manutenção
k. Descarte
desenvolvimento.
dois grandes blocos suportados por um bloco de processos de gestão técnica, aos que chama
c. Decomposição lógica
e. Implementação do produto
f. Integração do produto
g. Verificação do produto
h. Validação do produto
i. Transição do produto
cada processo, as entradas e saídas de cada um deles, a maneira de representar como eles se
materialização.
26
refere à visão dos stakeholders do que o sistema deve fornecer. Com essas informações se
requisitos dos stakeholders para a linguagem dos engenheiros de sistemas. De esta maneira o
sistema vai tomando forma em arquitetura, por meio dos requisitos até as especificações
técnicas para assim poder materializar o sistema aos poucos, integrando suas partes e
verificando contra seus respectivos requisitos em cada nível, até a validação do sistema por
3 Engenharia de Requisitos
3.1 Requisitos
transformados em requisitos técnicos que descrevem o que o sistema deve fazer e são
Por outro lado, o INCOSE (2011, p. 362) define o requisito como: “Um enunciado que
Finalmente Bahill & Dean (2009, p. 209) definem requisito da seguinte maneira:
concepção. O sistema é concebido em termos dos requisitos e são esses requisitos que vão se
fundamenta a criação do sistema, são eles que levam as informações e a transformação dessas
A palavra rationale não tem tradução oficial para a língua portuguesa, porém, é muito
utilizada no jargão da Engenharia de Sistemas, e para fins deste trabalho será utilizada em
inglês.
daquele requisito (NASA, 2007), justifica sua existência. O rationale faz parte dos atributos
realizarem os trade-offs e decidir por uma ou outra implementação de solução com base no
rationale.
informações:
Assim, o rationale, faz parte do requisito e deve ser elicitado e capturado junto ao
memória do desenvolvimento.
29
Por outro lado, Hull, Jackson & Dick (2005) definem o escopo do processo de
verificam os componentes, subsistemas e o sistema integrado até sua aceitação por parte dos
dos requisitos desde o baixo nível até o nível mais alto de abstração, os requisitos de
stakeholder; e as setas azuis representam a ligação das atividades de testes aos requisitos. O
ciclo de vida do desenvolvimento é sempre suportado pelos requisitos, nos diferentes níveis
de abstração do sistema.
32
4 Análise de Stakeholders
stakeholder. A palavra stakeholder não tem uma tradução bem definida para a língua
portuguesa e que capture o conceito total, por tal motivo se utilizará o anglicismo stakeholder.
que afeta ou pode ser afetada pelo sistema de interesse. Os stakeholders são os donos do
descarte, enfim, em todas as fases do ciclo de vida do sistema: sejam estes envolvidos direta
Bahill & Deam (2009, p. 207) descrevem os tipos de stakeholders como segue:
Stakeholders ativos
Stakeholders passivos
33
Patrocinadores
problema específico, sua visão e como eles se relacionam com o problema. A definição do
problema a ser resolvido e seu escopo é um dos primeiros passos na Engenharia de Sistemas
como esclarecido por Verma (2009, p. 37) “A prioridade de cada novo programa ou projeto é
stakeholder”, sendo que esta atividade requer um esforço significativo que deve ser
As necessidades são dados subjetivos que utilizam uma linguagem livre e pertencem
Bahill & Dean (2009) recomendam não acreditar nas primeiras necessidades do
cliente. É necessário iterar o procedimento várias vezes junto com o cliente para verificar a
eles, pois geralmente o stakeholder não percebe suas necessidades. Eles muitas vezes não
Cada stakeholder tem sua própria visão do sistema ou do problema, mas sempre há
mais de um stakeholder, e essas várias visões do problema têm que convergir numa só. Essa
“Em muitos casos a integração das visões do usuário, o qual pode não ser
necessariamente harmonioso, é realizado pelo “comitê de ação”. No entanto, isto
pode levar à confusão e a uma tomada de decisão insatisfatória. Durante a aplicação
do processo de Engenharia de Sistemas, pode ser criado um paradigma comum para
examinar e priorizar informações disponíveis e determinar o valor das informações
agregadas. Cada uma das visões dos usuários dos sistemas requeridos pode ser
traduzida numa descrição comum de alto nível do programa e do sistema, que seja
entendida por todos os participantes, com todas as atividades de tomada de decisão
registradas para futuras análises”.
stakeholders:
entendimento do problema a ser resolvido e seu contexto. Essas informações vão se refinando
materializado.
drivers do desenvolvimento para que o sistema atinja o objetivo para o qual está sendo
projetado.
Loureiro (1999, p. 199), falando sobre a transformação dos requisitos descreve essa
gradualmente e sempre tendo ambas as partes presentes, mas uma delas de maneira mais
O domínio do problema se refere ao problema que deve ser resolvido, seu contexto, as
é representado pelos requisitos de sistema que se referem à solução a ser implementada e são
stakeholder, para assim ser transformados nas especificações do sistema que implementam a
solução.
técnica estruturada que ajudará aos projetistas da solução a entenderem as necessidades dos
requisitos. Em alguns casos essas técnicas elicitam necessidades e em outros, de fato, extraem
requisitos.
diretamente com o stakeholder e trabalhar com dados subjetivos. As ferramentas que extraem
requisitos geralmente têm como principal característica a de serem tipos de modelagem que
Algumas das técnicas mais utilizadas para elicitação de necessidades são detalhadas
Entrevista: É o meio mais comum para obter informações, a entrevista pode ser
do tipo brainstorming e acontece com grupos de stakeholders aos quais se pergunta o que
informações nos produtos, qual é a organização de informações que mais vai satisfazer o
cliente. Utilizam-se cartões onde os clientes escrevem os itens ou objetos que fazem parte do
38
produto e pede-se para que o cliente organize os cartões em grupos que fazem mais sentido
para ele.
desenvolvem seu trabalho a partir do ponto de vista físico e a partir do ponto de vista
realizar um trabalho.
como realiza seu trabalho ou quais são as necessidades. As visitas podem incluir observação,
entrevista ou assumir o papel do usuário a maneira de aprendiz, para entender melhor suas
necessidades.
Alexander & Stevens (2002, p. 19) listam uma série de técnicas muito similares às
a. Entrevistas
b. Workshops
f. Protótipos
g. Reporte de problemas
h. Helpdesk
39
i. Consultores e treinadores
Alexander & Stevens (2002) também enfatizam a importância de ter contato direto
expressar. Também ressaltam como o questionamento “por que?” pode levar à raiz do
requisito. Eles o ilustram com o seguinte exemplo (ALEXANDER & STEVENS, 2002, p.
21):
Usuário: Porque a jarra é de uso comum entre muitas pessoas, que somente
passam, e o aquecedor não desliga quando a jarra esta vazia.
5 Cognição
Fodor apud Goel (1995, p.1) descrevendo o processo cognitivo, afirma que:
como o processamento das informações e representações realizadas pela mente. (GOEL, 1995
e WIKIPEDIA, 2012)
entendimento.
Os relacionamentos de conceitos também são abordados por Glenn & Chignell (1992)
Na solução de problemas, Goel (1995, p.4) descreve sua relação com o cognitivismo
da seguinte maneira:
desde sua estruturação até a geração de alternativas para uma possível solução.
visões, sentimentos, desejos; e as mais comuns são de maneira oral, escrita e gráfica. Cada
uma delas têm suas vantagens e desvantagens, mas todas elas ajudam na transmissão de
nossa mente. Elas se complementam entre si, nenhuma delas tem a capacidade total de
comunicação, pois nem o conjunto delas consegue transmitir fielmente o que o indivíduo quer
transmitir e mais difícil ainda, conseguir que o receptor das informações entenda o que se
deseja transmitir.
Para que exista comunicação tem que existir um emissor e um receptor, o emissor
pode se auxiliar de diferentes técnicas de comunicação, mas não pode controlar o contexto do
receptor e a sua interpretação. Pode existir uma infinidade de interpretações, pois a mente de
Kelly (1955), apud Fischler & Firschein (1987, p.68) defende essa teoria de percepção
As linguagens oral e escrita são as mais utilizadas para transmitir pensamentos, visões
estruturá-las e a entender melhor como elas são percebidas. Oslon (1994, p.xv) descreve a
escrita como “... uma função epistemológica importante. Escrever não somente nos ajuda a
lembrar o que foi pensado e dito como também nos convida a ver o que foi pensado e dito de
uma nova maneira”. Oslon (1994, p. xvii) ainda afirma “... não é de todo irracional aspirar a
uma teoria de como escrever contribui não somente para o nosso entendimento do mundo,
Russell, apud Langer (1942, p. 82), apud Goel (1995, p. 8) dá uma explicação de
porque é tão difícil expressar, com palavras, assuntos que não são físicos, não são do mundo
físico que nos rodeia, e considera o texto com uma estrutura do mundo físico:
Pode bem ser que há fatos que não se prestam a este esquema muito
simples; se for, eles não podem ser expressos em linguagem. Nossa confiança na
linguagem se deve ao fato de que isso... compartilha a estrutura do mundo físico, e
portanto pode expressar essa estrutura. Mas se há um mundo que não é físico, ou não
no espaço do tempo, deve haver uma estrutura que não podemos pensar ou expressar
ou conhecer. Talvez seja por isso que sabemos muito de física e muito pouco do
resto.
43
Todos já escutaram a frase “uma imagem fala mais que mil palavras”. A linguagem
gráfica esclarece aspectos difíceis de explicar com palavras. As palavras podem ser
simplificam e são efetivas quando existe uma quantidade suficiente de interações entre
problemas onde as soluções são difíceis de enxergar sem o auxílio dessas representações
As imagens são uma das formas mais básicas de comunicar que inclusive, além do ser
humano, no reino animal também são reconhecidas e guardadas na memória. Por exemplo,
Fischler & Firschein (1987, p.222) mencionam “... abelhas e formigas utilizam pontos de
Mas não é possível generalizar, qualquer informação como imagens, texto e discursos
podem ser interpretados de diferentes maneiras. O contexto do indivíduo que está recebendo
fenômeno descreve como a percepção também tem um papel importante nas representações
gráficas devido a fatores culturais, i.e., os fatores culturais influenciam na percepção das
imagens. O segundo fenômeno é a memória visual, a qual utiliza imagens que nos ajuda a
pensamento visual o qual Fischler e Firschein (1987) descrevem como o uso de imagens no
Firschein (1987) esclarecem este exemplo com a descoberta do químico Friedrich Kekule
para representar a estrutura do benzeno como um anel formado por uma cobra devorando seu
Os mapas cognitivos podem ser considerados como uma ferramenta híbrida para
raciocínio naquele momento de sua criação. Os mapas cognitivos são uma fotografia do
cognitivo de mapeamento.
Okada (2006) apud Okada (2008, p.27) esclarece os benefícios da utilização dos
mapas cognitivos:
Mapas são interfaces úteis não apenas para visualizar o mundo concreto
físico – elementos geográficos e suas relações – como também o território
abstrato: mundo digital (ciberespaço) e o mundo mental (o pensamento humano).
A cartografia cognitiva pode facilitar a construção de novos conhecimentos. Eis
porque ela permite a visualização das diversas conexões, de vários ângulos e
níveis. Isso favorece a observação de trajetórias percorridas e caminhos a
percorrer. (Grifo da autora)
Existe uma ampla variedade de mapas cognitivos, mapas que representam uma visão
A ferramenta de Mapas Conceituais foi criada por Joseph D. Novak e sua equipe em
1972. Novak (2006) adotou três ideias principais da Teoria de Assimilação de Ausbel,
foram adotadas foram descritas por Novak e Cañas (2006, p.4) da seguinte maneira:
caixas contendo conceitos; os conceitos são formados por uma ou duas palavras. Esses
conceitos são conectados com linhas contendo palavras com a função de criar as ligações
De acordo com Josassen, et. al. (1993) apud Siau & Tan (2005, p.277) “...o
mapeamento conceitual é útil para gerar ideias, projetar uma estrutura complexa de ideias, e
Os mapas causais nascem da Teoria dos Construtos Pessoais. Essa teoria foi
desenvolvida por George Kelly na década de 1950. Ele trata da cognição humana partindo do
ponto de vista psicológico. O próprio Kelly criou, a partir dessa teoria, a técnica de entrevista
Kelly (1955) apud Siau & Tan (2005, p.276-277) propõe que: “… uma série de
Existem algumas técnicas utilizando mapas causais, entre elas a desenvolvida por
Colin Eden no final da década de 1980 e início da década de 1990 chamada SODA: Análise e
Ackermann, Eden & Cropper (1992) listam alguns dos benefícios, como a estruturação
está percebendo o problema. Os mesmos autores esclarecem que os mapas causais podem
explicação das ideias e como elas se integram, começam a ganhar um melhor entendimento
do problema”.
metodologia SODA, está a metodologia proposta por Ensslin, Montibeller e Noronha (2001),
a qual é detalhada em seu livro Apoio à Decisão. Eles desenvolveram uma metodologia para a
mapa tanto do facilitador quanto do dono do problema (que eles chamam de decisor). A
Figura 9 captura esse comportamento no tempo. O decisor está inserido num contexto onde a
decisão deve ser tomada. Nesse contexto e nesse tempo (t1) o decisor tem representações
mentais, as quais servirão de fonte para gerar as representações discursivas no momento t2.
48
indicado pela seta L1. O discurso do decisor irá gerar representações mentais no facilitador a
respeito do problema no momento t3. O facilitador irá mapear essas representações mentais de
maneira gráfica no momento t4 para assim criar o mapa cognitivo. A visualização gráfica do
mapa, por sua vez, irá influenciar novamente as representações mentais do decisor no
A metodologia desses autores, que servirá como base para a proposta deste trabalho,
NORONHA, 2001).
d. Identificação de clusters
existem algumas que extraem necessidades e outras que, de fato, extraem requisitos.
diretamente com o stakeholder e trabalhar com dados subjetivos. As ferramentas que extraem
requisitos geralmente têm como principal característica a de serem tipos de modelagem que
cenário em estudo.
o processo proposto, objeto deste trabalho. É importante salientar que neste capítulo listam-se
três dos casos mais representativos encontrados na literatura e todos eles utilizados na área de
Tecnologias da Informação.
elicitação de necessidades e requisitos dos usuários do sistema. Siau & Tan (2005) utilizam o
Siau & Tan (2005) sugerem a utilização de três diferentes técnicas de mapas
cognitivos para fins específicos na elicitação das necessidades dos usuários da seguinte
maneira:
decisões.
conhecimento.
6.2 Laddering
O método de Laddering foi criado por Dennis Hinkle em 1965. Bourne & Jenkins
(2005) utilizaram os fundamentos da Teoria dos Construtos Pessoais de George Kelly para o
...um método para elicitar abstrações de alto nível dos conceitos que as
pessoas utilizam para organizar seu mundo... No mais alto nível de explicação – o
mais alto nível dos conceitos pessoais – se colocam as prioridades de valor pessoal
individuais... O método Laddering se baseia na suposição de que deve ser possível
encontrar pontos de entrada no template da pessoa ou sistema de construtos e seguir
o caminho hierárquico até os construtos de mais alto nível.
52
que ajuda a elicitar as abstrações do mais alto ou mais baixo nível dos conceitos que as
Segundo Bourne e Jenckins (2005) esta metodologia tem sido utilizada em diferentes
a partir de que ponto de vista dois colegas eram similares. Primeiro foi desenvolvida a linha
de argumentação do lado esquerdo da imagem, para depois identificar os polos opostos dos
53
conceitos extraídos. Os autores também relatam que se sabe que chegaram ao topo da escada
Bourne & Jenkins (2005) utilizam uma adaptação da abordagem do Laddering como
Bourne e Jenkins é com foco nas diferenças dos valores e não nas similaridades como
Do mesmo modo, Kjaergaard & Jensen (2008) realizaram um estudo de caso na área
de saúde. O objetivo era elicitar dos usuários informações que fazem sentido (sensemaking)
dos usuários, i.e., a equipe médica para aprimorar um sistema de informação chamado EPR
Histórico Eletrônico de Pacientes, por sua sigla em inglês (Electronic Patient Record).
com significado, com razão de ser, com propósito definido, ou seja, que fazem sentido. (neste
metodologias e técnicas incluindo os mapas cognitivos propostos por Colin Eden e a técnica
Analise prévia
a ser analisado.
Abordagem individual
54
4. Relato de histórias dos entrevistados com relação aos cartões como forma de
Médico: observação 1
Médico: observação 2
Médico: Observação 3
Abordagem em grupo
intervenção.
55
suporte para tomada de decisões. Utiliza como fundamentos os mapas cognitivos e a Teoria
dos Construtos Pessoais de Kelly. A metodologia pertence ao campo dos Sistemas de Apoio à
Eden (1998, p.8) define os objetivos da metodologia SODA como “...ajudar a equipe a
‘definir’ a natureza de seu assunto, i.e., identificar questões chave dentro do problema e sua
relação entre elas, e estabelecer a natureza das metas do sistema dentro do qual os assuntos
estão definidos”.
maneira gráfica.
falado pelo decisor, i.e. o desejo oposto, o valor oposto, ao contrario de.
relacionamentos meios-fins.
publicado por Bryant (1997). O foco da aplicação foi em processos, para identificar metas dos
56
processos alinhados com a estratégia da organização. A metodologia foi utilizada para elicitar
perspectivas pessoais dos executivos e gerar debate, além de ajudar a integrar usuários do
Abordagem individual
3. Integração e revisão dos diferentes mapas gerados para poder identificar temas
mapa integrado.
6. Identificação das metas e não metas para o mapa de cada assunto e representá-
las numa tabela para criar pacotes de trabalho na sessão em grupo contendo
essas informações geradas pelos analistas com base nas entrevistas individuais
Abordagem em grupo
8. Construção dos mapas a partir dos pacotes do assunto para gerar mais ideias e
debate.
11. Organização das ideias de maneira hierárquica em: alto nível, atividades,
12. Para cada item desta tabela, os participantes definem: requisitos funcionais,
7.1.1 Escopo
O processo pode ser utilizado sempre que seja necessária uma Análise de Stakeholders
para a definição e estruturação de um problema a ser resolvido, esteja este em qualquer nível
genérico e de alto nível e, dependendo da complexidade do sistema, este pode ser aplicado ao
Stakeholders pode ser utilizado para a elicitação de informações durante a definição da missão
mostra na Figura 13. As caixas pretas são as que estão totalmente dentro do escopo do
processo, já a caixa cinza é abordada de maneira parcial, pois não se chega até a definição dos
requisitos, mas existe uma análise e seleção de informações que serão transformadas em
requisitos.
O processo pode ser utilizado sempre que seja necessário elicitar informações de um
stakeholder para entender o ponto de vista dele e suas necessidades. O processo pode ser
60
iniciado a partir de uma simples frase ou desejo para o desenvolvimento de um novo sistema
ou até mesmo com a estruturação de informações precedendo a escrita formal dos requisitos.
requisitos, com léxico semântico definido, claros o suficiente para serem implementados pelos
desenvolvedores no projeto.
entrada para aplicar a técnica QFD (Quality Function Deployment) para converter as
7.1.2 Objetivos
mais relevantes.
estruturar o problema.
seja, a nível de processo, para depois descrever cada subprocesso junto com suas atividades.
processo, a qual é feitas nos primeiros dois níveis do processo, no qual se identificam as
atividades e tarefas.
detalhamento do processo completo, com suas vinte e uma atividades, e não por subprocesso
do mesmo pode-se voltar a qualquer atividade anterior, à raiz de novas descobertas que não
tinham sido levadas em consideração para a análise do problema. Também se pode reformular
necessidade, o que formará parte do rationale sobre o requisito para ajudar na tomada de
todas as informações que estejam disponíveis para a análise inicial da necessidade, sejam
documentos ou conversas. Essas entradas são processadas com dois tipos de recursos e três
referem à validação dos engenheiros de sistemas, que também são os recursos do processo, a
subprocessos, e sua sequência. O processo se inicia com a entrada da necessidade inicial, que
pode ser um ativador do processo. Com essa necessidade se inicia a análise do contexto dessa
se lista nas entradas da Figura 14. Após analisar o contexto e ter uma visão mais detalhada da
de uma estratégia de intervenção (subprocesso 2.0), pois em cada caso serão requeridas ações
que mais se adaptem à situação em estudo. Após a elaboração da estratégia, se parte para a
64
implementação dessa estratégia, que tem como finalidade a elicitação das informações dos
stakeholders por meio da criação dos mapas cognitivos (subprocesso 3.0). Assim que se
mapas, caso aplicável para depois complementar e validar os mapas analisados com os
stakeholders. Finalmente, após a validação dos mapas por parte dos stakeholders e dos
inicial para que os engenheiros de sistema tenham informações suficientes e assim poder
elicitação de informações.
com no mínimo dois engenheiros de sistemas como recursos e como mecanismo de controle,
a validação dos próprios engenheiros de sistemas e dos stakeholders iniciais acessíveis até
esta etapa do processo. Assim, o subprocesso gera, como resultados, o contexto detalhado da
necessidade, uma lista de stakeholders do problema e, caso aplicável, uma lista de cenários da
situação.
65
inicia a análise do contexto da situação (atividade 1.1). Assim que o contexto foi analisado,
apresenta-se um fluxo com condições complexas representado pelo asterisco dentro dum
losango. Isso quer dizer que as três atividades a seguir são iterativas, sem sequência definida,
cenários (atividade 1.4) e a análise de informações (atividade 1.3) podem levar à identificação
de novos stakeholders (atividade 1.2) e vice-versa, além do que a análise de informações pode
sistema deve ser criado ou deve ter uma melhoria para atender melhor alguma necessidade ou
1.1.2 Conhecer o contexto da necessidade inicial, a organização e sua cultura por meio
A continuação se descrevem três atividades que são iterativas no processo (1.2, 1.3 e
1.4), elas se retroalimentam e geram informações relevantes entre si. Não existe
stakeholders que, com as informações que se têm até o momento e com a ajuda do
stakeholder inicial que deu a entrada no processo, são os mais relevantes para definir o
problema ou a missão.
válida, sempre que exista uma versão anterior do sistema, dado que se o
a. Acessíveis pessoalmente
c. Com disposição
d. Sem disposição
e. Com disponibilidade
f. Sem disponibilidade
g. Substitutos
Iteração com a atividade 1.4: a análise de informações pode ajudar a identificar novos
inicial, tem capacidade para conduzir o processo de elicitação de informações, o que levará a
1.3.1 Procurar informações referentes à necessidade e/ou aos cenários de interesse. Ex.
considerado essencial.
problema.
informações suficientes.
Iteração com a atividade 1.3: a análise de informações pode ajudar a identificar novos
Sistema
Sistemas. O fato de olhar para todos esses cenários é o que vai garantir uma solução sistêmica
e integral; do contrário, a solução será projetada somente para uma parte do problema o que
70
não garante a solução do problema total, e inclusive pode trazer novos problemas pela falta da
partir do nível de sistema. Quando se está no nível da missão, ainda não se está lidando com
conceitos de solução para poder assim definir um ciclo de vida. No nível de missão, apenas se
subprocesso gera a estratégia de intervenção. Esta estratégia descreve que stakeholders serão
71
questions, que são a base para obter um mapa cognitivo rico em informações.
cooperação com a análise, além da disponibilidade para participar das sessões (atividade 2.1).
estratégia para gerar os mapas cognitivos (atividade 2.2). Dependendo dos tipos de
stakeholders que resultarem, são geradas as trigger questions (atividade 2.3) adequadas para
(subprocesso 3.0).
72
sistema.
maneira separada.
73
2.2.2 Definir que documentos existentes serão utilizados como texto fonte para a
criação do mapa.
2.2.3 Identificar que trigger questions serão aplicadas para quais stakeholders.
informações extraídas durante o processo. São elas que desencadeiam o inicio do processo de
elicitação. Se elas não são bem formuladas, a intervenção com o stakeholder pode não obter
bom resultados, ou pode-se obter resultados com poucas informações relevantes, a ponto de
2.3.4 Derivar trigger questions a partir da análise. As trigger questions devem ser
7.6 Subprocesso 3.0 Elicitação das Informações dos Stakeholders com Mapas
Cognitivos
COGNITIVOS
cumprir com a função principal que é a construção dos mapas cognitivos com os stakeholders
Figura 20 IDEF1 3.0 Elicitar Informações dos Stakeholders com Mapas Cognitivos
suporte para a geração dos mapas como recursos e como mecanismo de controle, a validação
Figura 21 Subprocesso 3.0 Elicitar Informações dos Stakeholders com Mapas Cognitivos
de intervenção, na qual se pode ter três tipos de situações. A primeira é que os stakeholders
participar interagindo diretamente, mas que disponibilize textos (atividade 3.2) respondendo
às trigger questions, que não sendo a melhor opção, ainda assim podem ser elicitadas
informações relevantes. A terceira alternativa é que o stakeholder não esteja acessível, seja
qual for o motivo, e se utilizem documentos que possam ter informações do ponto de vista
daquele stakeholder (atividade 3.3) para que sirvam como fonte para a construção do mapa.
Nas últimas duas alternativas, após ter acesso aos textos, elicitam-se os textos elaborando os
mapas (atividade 3.4). Assim que os mapas cognitivos foram construídos, prossegue-se com a
O objetivo desta atividade é elicitar todo tipo de informações que possam vir do
vontades, objetivos, suposições, entre outras, e ajudar ao stakeholder a colocar em ordem sua
visão do problema e ser mais analítico com a situação ajuda na estruturação do problema.
A construção do mapa pode ser realizada tanto com a utilização de software quanto
manualmente.
ele esta sendo considerado como tal; quais são os objetivos da entrevista com ele e explicar
como será o processo a ser seguido. Isto, para que ele não se sinta acuado, constrangido ou
Cabe também explicar a ele que o processo é altamente iterativo, que o mapa
realizadas por ele, após a visualização gráfica de suas próprias expressões. Nos casos em que
a elicitação ocorre em grupo, o fato de conhecer a visão do problema sob outro ponto de vista,
também gera reorganização das ideias o que leva a novas considerações por parte dos outros
membros do grupo.
3.1.2 Escrever as “trigger questions” na parte inferior da área onde será gerado o
sentido superior e associando as respostas às perguntas por meio de setas como mostra a
Figura 23. Todas as informações que o stakeholder expresse em frases, serão consideradas
como conceitos.
78
3.1.4 A partir das respostas dadas pelo stakeholder desdobrar no nível seguinte aquela
resposta por meio das perguntas “Por que?”, “Como?”, “Quando?” ou qualquer outra
pergunta que o engenheiro de sistemas queira fazer. Na seta se escreve a pergunta que foi
realizada. Quando não se tem um questionamento específico, a pergunta “Por que?” ou “Por
que isso é importante?” ajuda a elicitar novos conceitos como se mostra na Figura 24.
A pergunta “por quê?”, é a pergunta padrão e que deve ser realizada para incentivar
mais a elicitação. É o andamento do mapa que vai indicar com qual pergunta continuar.
elicitação.
setas, sempre mantendo representada na seta a pergunta que levou ao próximo conceito para
O objetivo desta atividade é de capturar qualquer informação que possa ser valiosa
para a análise dos stakeholders e não se limitar às intervenções presenciais. Durante a Análise
de Stakeholders é comum que alguns stakeholders não estejam acessíveis pessoalmente, seja
solicitação de textos, a maneira de não excluir informações valiosas destes stakheolders que
Esta maneira de abordagem ao stakeholder pode não ser tão enriquecedora em termos
informações de um stakeholder ainda mais se este for essencial para o problema em estudo.
Nestes casos também se pode optar pela ajuda do software. Atualmente o software
livre Cmap Tools (http://cmap.ihmc.us/) dá essa oportunidade. Os mapas podem ser criados
80
iterativamente por meio da internet e várias pessoas participam em tempo real na elaboração
colaborativa de um mapa cognitivo. Isto pode ser aplicado sempre que o stakeholder tenha
vontade e disponibilidade.
3.2.3 Enviar trigger questions e solicitar responder a no mínimo três por que’s? após
stakeholder substituto.
cenário.
Para este ponto podem ser levados em consideração os documentos identificados na atividade
stakeholder e, assim, dar mais fundamentos para questionar e encontrar gaps nas informações
fornecidas que, para o stakeholder podem parecer óbvias, mas, para a análise e entendimento
Outro dos objetivos desta atividade é resgatar informações que possam não ser
aproveitadas, além de focar a análise de documentos que foram gerados por outras pessoas
que não estejam mais em contato e que tenham deixado conhecimento valioso nesses
ponto de partida para novas considerações ou detalhamento de informações. Será uma espécie
existe a opção de criar o mapa cognitivo a partir de documentos existentes, onde possam ser
3.4.1 Representar as trigger questions na área inferior onde será desenvolvido o mapa.
dentro do texto.
etapas. A primeira etapa é identificar clusters de assuntos nos mapas, sejam estes individuais
ou em grupo. A segunda etapa acontece no caso de haver vários mapas individuais a respeito
da mesma necessidade, assunto ou cenário; os mapas individuais são integrados num mesmo
mapa que represente a visão dos vários stakeholders o que também funciona como ferramenta
de consenso.
sistemas e um software de suporte para a geração dos mapas como recursos e como
83
pelos stakeholders participantes da geração dos mapas. Assim, o subprocesso gera como
informações referentes a um assunto em específico; para depois levar essa análise aos
stakeholders para sua validação (atividade 4.2) e no caso, para completar os mapas com novas
84
individuais num só mapa (atividade 4.4) para depois validar com os stakeholders autores dos
mapas que foram integrados (atividade 4.5) e realizar modificações ou complementar o mapa
com novas informações emergentes após a integração dos mapas (atividade 4.6). Assim que
5.0).
stakeholder(s).
mesmo assunto.
85
4.1.6 Realizar com o resto do mapa até ter todos os conceitos inseridos num cluster.
É possível haver conceitos que possam pertencer a mais de um cluster; para esse caso,
com os outros conceitos. O rearranjo do mapa em clusters não deve eliminar nenhuma seta de
foi expresso, que fique claro para ele, pois será ele que trabalhará com esses dados na frente
mais linhas de pensamento do stakeholder. Essas linhas muitas vezes estarão focadas num
o que simplificará a análise do mapa individualmente e, por outro lado, a integração dos
diferentes mapas individuais, já que é mais simples integrar clusters inteiros do que atividades
isoladas.
stakeholder para que valide que o mapa realmente represente o que ele transmitiu. Quando o
confronta novas inferências sobre o assunto, muda de ideia e chega à conclusão que dois
conceitos não têm mais relação ou, ao contrário, que dois conceitos que acreditava que não
tinham relação, agora o relacionamento entre eles é muito claro. Pode acontecer que, na
realidade, não exista problema ou se identifique uma solução tão simples que não se requeira
um sistema para dar solução ao problema identificado. A atividade 4.2 permite que o
stakeholder repense nos conceitos e reformule conclusões ou que crie conclusões que antes de
4.2.1 Fornecer total ou parcialmente os mapas aos stakeholders para que estes tenham
No caso de ser via texto, enviar ao stakeholder o mapa extraído do texto gerado por
ele e pedir para validar o mapa, se este representa fielmente o que ele expressou textualmente.
4.2.2 Modificar os mapas com as indicações dos stakeholders e se for o caso, agir
Esta atividade pode ser feita num intervalo da sessão com stakeholders ou no final de
uma sessão, para continuar na sessão seguinte ou enviar de maneira eletrônica. O cenário
ideal é que aconteça numa sessão com os stakeholders presentes, pois ajuda na solução de
conflitos.
informações que considere relevantes e/ou responda questões que possam ter surgido ao
engenheiro de sistemas.
4.2.3 Identificar conceitos que geram conflitos e documentar os acordos feitos durante
percepção do stakeholder respeito do problema, tenha mudado após rever expresso no papel a
Pressupõe-se que esta atividade aconteça pelo menos uma vez, pois é o processo
do stakeholder. Ele tem que ser reformulado para que melhor represente a situação real.
diferentes stakeholders numa estrutura só. Isto provavelmente levará a conceitos conflitantes,
mas o objetivo é resolver estas contradições utilizando o mapa. Como resultado se obtém a
documento de requisitos na forma de atributo do requisito dando uma estrutura desde o ponto
individual. Nesta atividade se aproveitam estes clusters previamente identificados para serem
integrados num só mapa. Ou seja, os clusters existentes em mais de um mapa são integrados
Na coluna do lado esquerdo listam-se todos os clusters que resultaram de todos os mapas
individuais.
4.4.3. Identificar clusters iguais ou com o mesmo significado e propor um nome que
represente ambos.
4.4.4. Identificar clusters que possam ser absorvidos ou absorver um ao outro cluster.
4.4.5. Identificar clusters que devam ser divididos para a melhor análise do problema.
89
Também se pode observar que o Cluster II foi reincidente nos três stakeholders e o
4.4.7 Manter aquele conceito que mais represente o que os stakeholders tentaram
externar.
aquele conceito que foi expresso por mais de um stakeholder seja transcendente para a
Quadro 4. O conceito número 18 é muito provável que tenha um peso maior em relação aos
outros devido ao fato de que três stakeholders identificaram essa mesma necessidade. Os
conceitos 4 e 19 também devem ser levados em consideração por sua incidência. Este é um
Quadro 4 - Tabela de relacionamento de conceitos dos diferentes mapas individuais dos stakeholders.
Id. Descrição do Stakeholder A Stakeholder B Stakeholder C
Conceito conceito
23 Conceito 23 X
15 Conceito 15 X
4 Conceito 4 X X
6 Conceito 6 X
7 Conceito 7 X
18 Conceito 18 X X X
19 Conceito 19 X X
Assim que os conceitos forem integrados, é possível integrar os clusters por meio dos
conceitos. Aqueles conceitos que foram reincidentes em vários mapas podem nos ajudar nesta
tarefa para poder conectar os clusters dos diferentes stakeholders. Assim, evita-se uma
Também pode acontecer que os diferentes clusters estejam relacionados entre si.
91
contrário, a integração resultará em um mapa com uma grande quantidade de conceitos com
mapas cognitivos junto aos stakeholders que participaram dos mapas individuais. Já que é o
engenheiro de sistemas o responsável pela integração do mapa, tem que ser validado que a
integração dos mapas seja fiel à situação analisada, que tenha sido coerente com o
pensamento dos stakeholders. Os stakeholders têm que validar que ainda na integração dos
mapas se respeitem suas visões e concordem com o mapa inteiro; o que pode levar a conflitos,
mas que também pode ser uma ferramenta para negociações e consenso.
diferentes pontos de vista dos outros stakeholders que participaram da elicitação, ver como os
outros enxergam o problema e conhecer aspectos que não tinham levado em consideração.
stakeholders.
presencialmente, numa sessão em grupo. Se isso não for possível, é tarefa do engenheiro de
sistemas resolver esses conflitos conversando com os envolvidos iterativamente, até chegar a
um consenso do mapa.
resultados deste processo foram suficientes para o projeto do sistema. Assim, o subprocesso
gera como resultados a descrição do problema com sua descrição gráfica dos mapas
os engenheiros de sistemas.
de sistemas identificam as informações relevantes (atividade 5.1) que serão a fonte para criar
os requisitos, e identificarão seu rationale (atividade 5.2) o qual também faz parte dos
94
essas informações relevantes e seu rationale (atividade 5.4) e gera-se um documento com a
descrição do problema e resultados da análise (atividade 5.3) Assim que o problema for
requisitos
relevantes para a criação dos requisitos, estabelecimento de MoE’s dos requisitos e restrições,
esse requisito foi documentado, porque o stakeholder pensou nessa necessidade, nessa
restrição, por exemplo. O rationale pode ser considerado como o nascimento e justificativa do
96
sucedem o requisito. Esta sequência de conceitos representa a linha que o stakeholder seguiu
O rationale pode ser referenciado com os números dos conceitos que o conformam.
para que informe às próximas fases do projeto o problema que deve ser resolvido e seu
contexto.
nível de missão, nível de sistema, nível de subsistema e assim por diante na estrutura
hierárquica de um sistema.
apresentar esta descrição; o mais comum é o ConOps: Conceito de Operações, o qual tem
A descrição proposta nesta atividade pode ocorrer para qualquer cenário do sistema e
para qualquer nível hierárquico do sistema. É por isso que não se recomenda nenhum
seu rationale
rationale pode ser feita textualmente, desde a trigger question até o conceito relevante,
incluindo as perguntas representadas nas setas. Também pode ser feita graficamente, criando
um relacionamento entre o conceito relevante e o mapa onde está inserido o conceito; isto
pode ser feito manualmente ou pela ajuda de um software de requisitos que permite o
Pesquisa Operacional. A metodologia proposta por Ensslin, Montibeller & Noronha (2001) da
Análise de Stakeholders.
Pesquisa de Campo no cluster aeroespacial de São José dos Campos (Dias, López e
trabalhou com Mapas Cognitivos, mas com o objetivo de estruturar os problemas na área.
99
Esta pesquisa resultou numa adaptação à metodologia de Mapas Cognitivos proposta posta
por Ensslin, Montibeller & Noronha (2001), a qual também contribuiu para o processo
proposto.
atividades que deveriam ter sido feitos ou que foi necessário realizar durante a aplicação de
O Quadro 5 descreve para cada atividade do subprocesso 1.0 sua raiz e como estas
Quadro 5 – Raízes e Contribuições das atividades do subprocesso 1.0 Analisar o Contexto (continuação)
Contribuições ao Processo de Engenharia de Requisitos e
Processo Proposto Raiz
de Análise de Stakeholders
O entendimento da necessidade inicial. É na fase preliminar
1.1 Analisar o
da aplicação da ferramenta que é necessário conhecer o
contexto da Exemplo de Aplicação
contexto para poder definir a abordagem mais apropriada ao
necessidade
estudo do problema.
101
Quadro 5 – Raízes e Contribuições das atividades do subprocesso 1.0 Analisar o Contexto (conclusão)
Contribuições ao Processo de Engenharia de Requisitos e
Processo Proposto Raiz
de Análise de Stakeholders
É indispensável para análise, a análise é feita a partir dos
1.2 Identificar Engenharia de
stakeholders, portanto, a qualidade é influência dos
stakeholders Requisitos
stakeholders fundamentarão o sucesso da análise.
É fundamental o entendimento pelo engenheiro de sistemas
1.3 Analisar referente à necessidade inicial e seu entorno para assim
informações Engenharia de poder abordar a problemática. Se ele tem o conhecimento,
existentes da Requisitos tem capacidade para conduzir o processo de elicitação de
necessidade inicial informações, o que levará a requisitos de qualidade no que
se refere a conteúdo.
1.4 Identificar Esta atividade é importante para a delimitação de pequenas
cenários relevantes Engenharia de análises e agrupamento de stakeholders e assuntos a serem
nas fases do ciclo de Requisitos abordados. São as partes do problema separadas para sua
vida do sistema análise.
2.1
O Quadro 6 descreve para cada atividade do subprocesso 2.0 sua raiz e como estas
Quadro 6 – Raízes e Contribuições das atividades do subprocesso 2.0 Elaborar Estratégia de Intervenção
Contribuições ao Processo de Engenharia de Requisitos e
Processo Proposto Raiz
de Análise de Stakeholders
2.1 Contatar
Engenharia de
stakeholders
Requisitos
identificados
A elaboração da estratégia ajuda a delimitar o escopo da
2.2 Estabelecer
análise e agrupar aos stakeholders por classe ou cenário para
estratégia de Exemplo de Aplicação
que as informações a serem elicitadas sejam dentro do
intervenção
mesmo escopo ou contexto.
Para que a elicitação de informações seja efetiva depende
2.3 Construir trigger diretamente da estruturação das trigger questions. São essas
Exemplo de Aplicação
questions perguntas que terão o poder de elicitar as informações
necessárias para a estruturação do problema do stakeholder.
103
Figura 34 Raízes do subprocesso 3.0 Elicitar Informações dos Stakeholders com Mapas Cognitivos
104
O Quadro 7 descreve para cada atividade do subprocesso 3.0 sua raiz e como estas
Quadro 7 – Raízes e Contribuições das atividades do subprocesso 3.0 Elicitar Informações dos Stakeholders
com Mapas Cognitivos
Contribuições ao Processo de Engenharia de Requisitos e
Processo Proposto Raiz
de Análise de Stakeholders
Elicitar todo tipo de informações que possam vir do
3.1 Elicitar stakeholder como necessidaes, expectativas, MoE’s,
Adaptação da
informações dos restrições, sentimentos, valores, vontades, objetivos,
metodologia de
stakeholders suposições, entre outras. Ajudar o stakeholder a colocar em
Ensslin, Montibeller &
construindo mapas ordem sua visão do problema e ser mais analítico com a
Noronha (2001).
cognitivos situação. Ajuda na estruturação do problema. Este começa a
ser destrinchado para sua análise.
3.2 Solicitar texto aos Utilizando uma técnica comum para a elicitação de
Pesquisa de Campo
stakeholders requisitos mais incorporada e processada com a ferramenta
(Dias, López e
inacessíveis proposta. A contribuição são as informações elicitadas por
Belderrain, 2012)
pessoalmente do questionário.
3.3 Identificar
Pesquisa de informações relevantes para o estudo do
documentos existentes Exemplo de Aplicação
problema.
relacionados à análise
Documentos gerados pelos stakeholders: Elicitar
informações valiosas de um stakeholder que poderia não ser
entrevistado a raiz de sua disponibilidade. O mapa permitirá
analisar e compreender o ponto de vista do stakeholder e
assim dar mais fundamentos para questionar e encontrar
gaps nas informações fornecidas que para o stakeholder
3.4 Elicitar sejam óbvias, mas para a análise e entendimento do
informações dos Pesquisa de Campo problema não sejam tão óbvias.
documentos (Dias, López e Documentos existentes: Resgatar informações que possam
construindo mapas Belderrain, 2012) não ser aproveitadas, além de voltar a análise de documentos
cognitivos que foram geradas por outras pessoas que não estejam mais
em contato e que tenham deixado conhecimento valioso
nesses documentos. O mapa cognitivo ajudará na
organização daquelas informações e poderá ser ponto de
partida para novas considerações ou detalhamento de
informações. Será uma espécie de gestão e análise do
conhecimento.
105
O Quadro 8 descreve para cada atividade do subprocesso 4.0 sua raiz e como estas
Quadro 8 – Raízes e Contribuições das atividades do subprocesso 4.0 Analisar Mapas Cognitivos
Contribuições ao Processo de Engenharia de Requisitos e
Processo Proposto Raiz
de Análise de Stakeholders
Adaptação da Analisar clusters de necessidades de maneira isolada ajuda
4.1 Analisar mapas metodologia de no entendimento e na identificação de tópicos importantes
cognitivos Ensslin, Montibeller & dentro do problema, ou seja, quebrar o problema em partes
Noronha (2001). para sua análise.
É aqui onde acontecem as propriedades emergentes da
ferramenta, quando o stakeholder vê graficamente seu
pensamento e raciocínio de um assunto em específico, se
depara com novas inferências referentes ao assunto, pode
Adaptação da
4.2 Validar mapas mudar de ideia e chegar à conclusão de que dois conceitos
metodologia de
cognitivos com os não tem mais relação ou ao contrario, dois conceitos que
Ensslin, Montibeller &
stakeholders acreditava não tinham relação, agora o relacionamento entre
Noronha (2001).
eles é muito claro. Pode acontecer que, na realidade, não
exista problema ou se identifique uma solução tão simples
que não se requeira de um sistema para dar solução ao
problema identificado.
4.3 Reformular e
Metodologia de Permite que o stakeholder repense nos conceitos e reformule
analisar mapas
Ensslin, Montibeller & conclusões ou que crie conclusões que antes de gerar o mapa
cognitivos com os
Noronha (2001). não teria condições de visualizar.
stakeholders
Integrar os diferentes pontos de vista do problema dos
4.4 Integrar mapas Pesquisa de Campo diferentes stakeholders numa estrutura só. Isto
cognitivos (Dias, López e provavelmente levará a conceitos conflitantes, mas o
individuais Belderrain, 2012) objetivo é resolver estas contradições utilizando o mapa. O
resultado é a integração do problema.
Na validação do mapa integrado os stakeholders têm
4.5 Validar mapa Metodologia de oportunidade de conhecer os diferentes pontos de vista dos
cognitivo integrado Ensslin, Montibeller & outros stakeholders que participaram da elicitação, ver como
com os stakeholders Noronha (2001). os outros enxergam o problema e conhecer aspectos que não
tinham levado em consideração.
4.6 Reformular e Durante a reformulação se obtém o nivelamento do
Metodologia de
analisar mapa conhecimento entre os stakeholders alem de servir como
Ensslin, Montibeller &
cognitivo integrado ferramenta para a resolução de conflitos entre conceitos e
Noronha (2001).
com os stakeholders visões dos stakeolders.
107
O Quadro 9 descreve para cada atividade do subprocesso 5.0 sua raiz e como estas
Quadro 9 – Raízes e Contribuições das atividades do subprocesso 5.0 Identificar Necessidades e Analisar o
Problema
Contribuições ao Processo de Engenharia de Requisitos e
Processo Proposto Raiz
de Análise de Stakeholders
Ajuda na identificação estruturada de informações relevantes
para a criação dos requisitos, estabelecimento de MoE’s dos
5.1 Identificar requisitos e restrições, entre outras. Mantem documentado
informações ou graficamente o rationale do requisito e a visão do
Exemplo de Aplicação
conceitos relevantes stakeholder em relação ao assunto em análise, podendo ser
para gerar requisitos este um cenário, um problema dentro do cenário ou um
problema específico. É basicamente a elicitação e/ou
elicitação do conhecimento e necessidades do stakeholder
A representação textual e gráfica do rationale. Estas
informações ajudaram na tomada de decisões dos
5.2 Identificar o desenvolvedores para entenderem porque esse requisito foi
rationale das documentado, porque o stakeholder pensou nessa
Exemplo de Aplicação
informações necessidade, nessa restrição, etc. É o nascimento e
relevantes justificativa do requisito. Dessa maneira o desenvolvedor
conhecerá o real desejo do stakeholder para melhor atendê-
lo
5.3 Descrever e Esta é uma das principais contribuições do processo. O
documentar o entendimento do problema o mais detalhado possível e
Exemplo de Aplicação
problema e/ou próximo da realidade. O documento deve delimitar o
missão do sistema problema, suas interações e restrições.
5.4 Documentar
informações Esta é um dos fins do processo proposto, as informações
relevantes para a Exemplo de Aplicação elicitadas e analisadas se resumem na lista de necessidades e
geração de requisitos seu rationale para serem convertidas em requisitos.
e seu rationale
109
8.1 Contexto
cidade de São José dos Campos, SP. O projeto piloto é descrito mais detalhadamente na seção
8.2.
que se refere à integração e testes tanto de satélites quanto de suas partes, além de ser
sejam estes da indústria aeroespacial, médica, automotiva ou qualquer que exija alto grau de
confiabilidade.
Suporte em Solo, GSE’s (Ground Support Equipment) para Montagem, Integração e Testes
Ground Support Equipment). Foi desenvolvida para fazer interface entre as fontes de potência
e a Câmara de Termo Vácuo durante os Testes de Balanço Térmico (TBT) do Satélite Sino-
stakeholder inicial, já que foi delegado pelo stakeholder 1 para representá-lo durante o
A análise do contexto foi por meio de reuniões com pessoas que não tinham
envolvimento direto com a Shunt Box nem com a área térmica, a principal cliente, mas que
sistemas não conhecia fisicamente a Shunt Box e seu contexto, iniciou-se com a elaboração de
iniciais.
111
stakeholder 4.
10. Desta maneira a lista final de stakeholders se mostra no Quadro 12 com a descrição do
É importante ressaltar que a lista de stakeholders gerada foi com foco na necessidade
inicial. Ao final da análise, se identificou um sistema maior, para o qual a análise não foi
concluída, por tanto a lista de stakeholders elicitada inicialmente como mostra a Quadro 12, é
Esta atividade não foi aplicada. Solicitou-se material, mas no momento não se
identificou algum material descritivo que pudesse ser disponibilizado para análise. Toda
mostra na Figura 40, que representa o contexto e pode ser usado como material de apoio na
115
transformações durante o contato com os stakeholders até chegar à sua versão 4. A evolução
stakeholder 10, o responsável pelo planejamento dos testes do satélite, já que sua
identificação aconteceu no final desta análise e por questões de tempo, não foi abordado. Nem
A estratégia de intervenção, por ser um projeto pequeno foi a de abordar todos aqueles
stakeholders que tiveram a disponibilidade para realizá-lo e foi na ordem em que surgiam,
pois a identificação, como descrito na atividade 1.2, foi por etapas. O Quadro 13 apresenta os
Técnico de
2 Desenvolvedor Desenvolvimento de Hardware e Manutenção de Sistemas
desenvolvimento A
Usuário –
5 Técnico A Desenvolvimento de Hardware e Manutenção de Sistemas
Configurador
razões:
stakeholder forneceria.
e. Esta atividade ainda não estava definida no processo até depois da aplicação.
(Conceito de Operações), e propõe na sua seção 4.4.2 a “Descrição das Mudanças Desejadas”.
Nesta seção da norma se apresentam oito tipos de mudanças que poderiam ser consideradas
seguinte maneira:
ser o entendimento do contexto dos testes de balanço térmico que a Shunt Box devia atender.
Por tal motivo as trigger questions foram focadas para este entendimento. Desta maneira as
5. Quando utilizam o perfil de testes com placas aquecedoras com skin heaters?
6. Por que utilizam o perfil de testes com placas aquecedoras com skin heaters?
diferentes.
abordagem não se fez distinção de papéis. Para fins práticos, sempre é chamada de
stakeholder 2.
conceber uma nova Shunt Box após a análise. Também foi detalhado o processo de
elaboração dos mapas cognitivos com contínuos questionamentos, para que eles não se
contexto.
também teve explicações verbais fora dos questionamentos e adaptações na Figura 40.
Stakeholder 2
forma natural e como esperado. A participação dela sempre foi aberta e cooperativa.
Tiveram-se duas intervenções de 90 minutos cada uma para a realização dos mapas.
Stakeholder 3
e dedicar tempo na intervenção, não foi possível a criação dos mapas. O perfil do stakeholder
era de explicar com detalhes técnicos, sem pausas que facilitassem a captura do que estava
sendo elicitado. De uma trigger question resultavam relatos longos e não respostas curtas, o
que dificultava a criação de conceitos e seus relacionamentos. Por ser uma linguagem muito
técnica não foi possível acompanhar as explicações do stakeholder. Neste caso não foram
Stakeholder 9
foco foi em entender o contexto no qual a Shunt Box estava inserida. O propósito foi entender
os diferentes perfis de testes que podem ser adotados um Teste de Balanço Térmico e em
Os mapas elicitados do stakeholder 9 são apresentados nas Figuras 44, 45, 46, 47, 48 e
49.
124
Figura 48 Mapa Perfil Testes Placas Aquecedoras com Skin heaters – Stakeholder 9
129
Stakeholders 7 e 8
estratégia inicial.
Não se obtiveram resultados com a elicitação dos stakeholders a partir das trigger
questions para a criação do mapa. Não foi possível elicitar nenhum só conceito, apesar de ter
informações.
O resultado da utilização dos mapas pode ter diferentes motivos, desde o desinteresse
Esta atividade não foi aplicada, pois todos os stakeholders identificados estavam
acessíveis pessoalmente.
problema em análise.
Esta atividade não foi aplicada, em função da inexistência de documentos para elicitar.
Stakeholder 2
Cmap Tools, devido à construção dos mapas ter sido feita em papel. Essas dúvidas se
mapa e os conceitos referentes a esse assunto. Realizou-se a delimitação dos conceitos dentro
desses assuntos para assim formar os clusters como se mostra nas Figuras 50, 51 e 52.
2. Monitoramento
4. Programação
5. Interface Elétrica
6. Desarme de disjuntor
7. Sobrecarga no circuito
Stakeholder 9
Nos mapas do stakeholder 9 não foram identificados clusters. Devido à criação dos 5
cluster para cada tipo de perfil de teste. Os cinco clusters resultantes foram:
Stakeholder 2
validação, o stakeholder gostou de continuar o mapa, mas por questões de prazo, no projeto
piloto do LSIS, não foi possível dar continuidade. A stakeholder expressou que o mapa a fez
refletir com relação aos assuntos analisados e teria gerado novas ideias sobre o assunto.
Stakeholder 9
Stakeholder 2
correções no texto.
Stakeholder 9
Esta atividade não foi aplicada porque se abordaram dois assuntos diferentes com cada
stakeholder. Com o stakeholder 2 se focaram nas necessidades e nas possíveis mudanças para
uma melhoria incremental à Shunt Box, enquanto com o stakeholder 9 foram questões
referentes aos cenários que existiam no sistema de alto nível (Teste de Balanço Térmico) para
entender o contexto e os cenários nos quais a Shunt Box poderia ter uma função. A partir da
136
estratégia de intervenção se esperava que esta atividade fosse desenvolvida, pois o objetivo
era realizar as mesmas perguntas aos diferentes stakeholders, mas o estudo da necessidade
problema.
De esta maneira, se obtiveram mapas que tratavam assuntos diferentes, portanto, não
Esta atividade não foi aplicada, pois não teve mapa integrado.
Esta atividade não foi aplicada, pois não teve mapa integrado.
PROBLEMA
requisitos foram identificados graficamente no mapa com uma linha mais grossa para
diferenciá-los dos demais conceitos e facilitar sua identificação, à primeira vista, no mapa.
vezes, durante a construção do mapa não é possível perceber, mas depois da análise isto fica
muito claro. Estes pontos se representam com setas com destino a um signo de interrogação
(?).
Stakeholder 2
137
M1 ao conceito M5, como mostra a Figura 53. O stakeholder iniciou com a necessidade de
necessidade raiz que é a de “Suportar maiores cargas de corrente nas trilhas” (M5).
Stakeholder 9
e no qual a Shunt Box participaria somente em dois cenários: no perfil de testes com skin
Figura 55 Mapa com Conceitos Relevantes das Necessidades por Tipo de Mudança 1/2 – Stakeholder 2
140
Figura 56 Mapa com Conceitos Relevantes das Necessidades por Tipo de Mudança 2/2 – Stakeholder 2
141
Na Figura 57, o rationale da necessidade raiz N13 se representa pela linha desde a
trigger question até o conceito N13, desta maneira pode-se concluir que o rationale pode ser
da seguinte maneira: “Prover sinais de dados, para poder monitorar a tensão e corrente
transferidas para poder manter as tolerâncias”. Isso quer dizer que a necessidade raiz é a de
“Manter as tolerâncias”.
caminho da pergunta inicial até o conceito relevante, como mostram as Figuras 58, 59 e 60.
O rationale nem sempre é representado de baixo para cima, este pode emergir após ou
Stakeholder 9
Figura 58 Mapa A: Mapa das Necessidades Essenciais com seu Rationale – Stakeholder 2
143
Figura 59 Mapa B: Mapa das Necessidades por tipo de Mudança com seu Rationale – Stakeholder 2
144
Figura 60 Mapa C: Mapa das Necessidades por tipo de Mudança com seu Rationale – Stakeholder 2
145
A necessidade inicial foi definida como: “Possibilitar o teste do modelo térmico dos
satélites CBERS 3&4 com filosofia ou perfil de teste de skin heaters e resistências tubulares
A filosofia ou perfil de teste se refere à estratégia para o teste, que tipo de aquecedores
são utilizados e em quais seções do satélite. No caso do satélite CBERS 3&4 foram películas
aquecedoras e resistências tubulares, mas para cada satélite ou algum outro sistema são
situações diferentes.
A Shunt Box tinha seu papel na parte de teste com as películas aquecedoras devido à
desenvolvida porque era necessário um número elevado de ramos de alimentação para testes
na câmara de termo – vácuo, o número de ramos das fontes era insuficiente e se viu a
necessidade de criar um EGSE que pudesse distribuir o número de ramos a partir das fontes
disponíveis.
Analisando o problema que a Shunt Box visa resolver, deparou-se com o fato do
contexto do problema ser maior e a Shunt Box ser somente uma parte da solução.
limitação dentro deste modelo para ser levada em consideração na análise e estudo do
problema.
146
onde a Shunt Box é necessária. A análise evoluiu durante o estudo do contexto da Shunt Box
para o melhor entendimento do Teste de Balanço Térmico, que representava o sistema maior
somente foi com base nos mapas cognitivos, já que com outros stakeholders com os quais não
se teve a oportunidade de realizar mapas, e até com os próprios stakeholders que participaram
dos mapas, também forneceram informações relevantes nas conversas e apoios visuais para o
entendimento do problema.
É importante ressaltar que a análise do problema inicial não foi concluída. O objetivo
inicial que era analisar a Shunt Box existente para uma melhoria incremental, mudou após a
Análise de Stakeholders. O problema inicial mudou de escopo para o sistema de alto nível,
Sistema Teste de Balanço Térmico, que precisa ser entendido, pois é ele quem imporá as
necessidades para a Shunt Box ou para um novo produto diferente da Shunt Box que satisfaça
as necessidades para o mesmo. Desta maneira, é necessário realizar uma nova Análise de
rationale
piloto. Durante o projeto piloto, tinha-se uma noção do que devia ser feito, mas
constantes questionamentos.
preciso continuar lembrando que deve ter foco no problema e não em como
pode ser resolvido. Observou-se que, às vezes é difícil para o stakeholder parar
4. No caso da Shunt Box, teve-se acesso a pessoal muito técnico. E era muito
comum que eles tivessem sempre uma tendência para o detalhamento técnico
150
exemplo de aplicação.
para ele compreender o problema como um todo e não somente o que a ele
concerne.
explicações dos stakeholders, que era muito voltada para duas áreas em
específico, a área térmica que era o sistema de alto nível e a área de eletrônica,
problema maior, o que demanda uma nova Análise de Stakeholders para esse
9 Discussão
especial para a Engenharia de Requisitos, pois oferece uma nova alternativa para o esforço de
elicitação de stakeholders. Ainda que sendo uma alternativa diferente, existem outras
pesquisas e aplicações que fazem parte de uma abordagem maior que é o estudo da cognição
percebem; como o entendem e estruturam. Isto não significa que é a melhor maneira de
representar o problema, ou ainda, se é o problema real que deve ser analisado. O que dará a
objetividade necessária para saber se é o problema real para ser estudado e resolvido, é o
dentro da análise.
stakeholders raramente sabem o que querem. Por isso, é essencial que o engenheiro de
ponto de vista do stakeholder, de seu contexto e suas experiências. Após esta análise do
abstração maior, no contexto do todo. O stakeholder somente enxerga uma parte do problema.
É necessário juntar as diferentes partes do problema para entender o problema como um todo
do sistema e são um fator essencial para futuramente definir ou esclarecer o escopo do projeto
questionamento ao stakeholder, até ele não ter mais resposta para os questionamentos. Mas é
elicitação seja exaustiva não somente depende do processo e sim de uma série de fatores que
formulação das trigger questions; o prévio conhecimento do contexto por parte do engenheiro
informações por meio do processo da criação dos clusters e a visualização gráfica dos
Com a pesquisa-ação pode se estruturar partes do problema, mas não se teve uma
estruturação total do mesmo, pois se requeria uma maior participação dos stakeholders para
análise. Foram enfrentados problemas reais de falta de interesse de alguns stakeholders e falta
de conhecimento ao respeito do problema de outros, e sem dúvida, pelo fato se trabalhar com
153
a abordagem pela primeira vez tanto dos stakeholders quanto do facilitador do processo, neste
caso, a autora.
rastreabilidade do requisito, o que auxilia no momento dos trade-offs que levam à solução a
ser implementada: O objetivo se cumpriu, durante a pesquisa ação foi interessante observar
como este rationale ficava claro e como podia acompanhar a transição de uma necessidade
Porém, nem todas as informações resultaram na mesma evolução. Além do que, não
foi possível saber se as informações realmente ajudarão nas decisões dos trade-offs já que o
processo gerou conhecimento para o engenheiro de sistemas, apesar deste não ter
concluir que foi satisfatório, mas não o suficiente para afirmar que o nivelamento do
A Análise de Stakeholders lida com a mente humana, como esta enxerga e estrutura
muitas vezes de difícil expressão, para uns mais que para outros. É aqui que nascem os
154
problemas de comunicação, o que um quis dizer, ou que um disse, o que o outro escutou ou
De esta maneira a cognição humana e sua rede de relacionamentos devem ser levadas
Ensslin & Montibeller (2001) descrevem como este processo acontece como foi
mostrado na Figura 9.
O processo é iterativo por natureza, uma vez que os mapas cognitivos guiam o
de sistemas. Assim que a descrição verbal é feita, o mesmo stakeholder reflete o que está
situação;
problema, o que o leva a uma nova reflexão para criar um novo modelo mental da situação em
análise. Para voltar a retroalimentar o mapa até este ficar mais próximo da realidade do
stakeholder.
algumas alternativas de solução, ainda que a aplicação do processo sempre com o objetivo de
A pesquisa bibliográfica para este trabalho foi feita paulatinamente desde que foi
stakeholder. Durante os estudos e a pesquisa se descobriam novas formas de chamar este tipo
de abordagem assim como novos autores a serem pesquisados. O que no começo foi uma
pesquisa com resultados quase nulos foi dando melhores resultados com as novas descobertas
durante a pesquisa. No início, a pesquisa era feita somente com as palavras chave “mapas
chave começaram a aumentar e a pesquisa foi mais bem sucedida com palavras como SODA,
Durante a pesquisa bibliográfica não foi possível identificar alguma abordagem similar
Os autores Keng Siau e Xin Tan iniciaram suas publicações na área entre os anos de
2002 e 2003 pelo que podem ser considerados como os que têm a maior trajetória no assunto
Nenhuma dessas três abordagens de mapas cognitivos se assemelha à proposta pelo Processo
questionamentos até chegar à necessidade raiz e são utilizados para outros fins.
tomada de decisões.
ideias.
9.3.2 Laddering
têm vários trabalhos publicados na área de sensemaking e métodos cognitivos a partir do ano
2008 aproximadamente.
identificar aquelas necessidades que realmente façam sentido para o stakeholder, que sejam
verdadeiras e que tenham propósito definido para que ajudem na definição do sistema de
informações.
A linha de pesquisa deles é muito parecida com a abordagem proposta neste trabalho.
Eles estressam o questionamento para chegar nessa necessidade raiz, mas eles não utilizam o
depois criar o mapa cognitivo com os conceitos mais relevantes, mas sem a participação do
stakeholder.
9.3.3 SODA
foi o único trabalho abordando mapas cognitivos similares aos utilizados neste trabalho, para
a elicitação de requisitos.
158
década de 1990 e até o momento não se identificou nenhuma outra aplicação do SODA nessa
mesma linha. O autor do artigo foi contatado via email em 25 de julho 2012 (Anexo A) para
validar a utilização dessa abordagem em outras ocasiões. Ele desconhecia outras utilizações
da ferramenta com o mesmo propósito. Ele continua atuando na área de tomada de decisões
em grupo, mas não aplicou a abordagem de elicitação de requisitos em nenhum outro estudo
de caso.
Apesar de sua principal linha de pesquisa ser na utilização de teoria dos jogos para
gerenciar situações conflitantes, segundo conversa com ele por correio eletrônico (Anexo A);
o trabalho de Bryant (2012) é um dos mais antigos na abordagem, mas acredita-se que não
teve uma grande repercussão devido à utilização do termo SODA, o que é difícil de relacionar
com mapas cognitivos, ainda que se explicitem as siglas. No entanto, pode-se considerar esta
A diferença com o processo proposto neste trabalho, é que a metodologia SODA foca
conceitos tipo meios ficam na base da pirâmide. O mapa representa o relacionamento desses
conceitos e seus polos opostos que ajudam a reforçar os conceitos. O mapa ajuda a criar
meios e fins ou não. O objetivo não é identificar metas e os meios para consegui-las. O
objetivo é elicitar necessidades raiz, sem importar onde estejam localizadas no mapa nem com
um relacionamento meio-fin.
159
Geração de Conhecimento
Nivelamento do conhecimento
claro entendimento das necessidades reais devido a seu papel de facilitador para que o
participantes entendam e conheçam o problema desde outro ponto de vista. Também para que
que o engenheiro de sistemas capture a visão do stakeholder para poder analisar o problema.
Exaustividade
assuntos não concluídos durante a construção do mapa, por exemplo, se uma trigger question
seja, um de cada vez. O desdobramento resulta numa árvore de conceitos difíceis para
desdobrar todos seus galhos. Se o processo de captura de informações extraídas fosse somente
textual, seria impossível retomar e desdobrar assuntos que foram também identificados. Com
o mapa cognitivo é fácil identificar aqueles finais de galho que podem ser explorados com
160
mais detalhe ou que simplesmente ainda não foram explorados. Dificilmente se escutarão
expressões do tipo: “Por que eu estava falando isto?”, “O que mais que eu tinha falado?”.
ferramenta é exaustiva por natureza, ela leva o questionamento ao limite, até a pessoa não ter
mais resposta. E é essa exaustividade que ajuda o stakeholder a chegar à necessidade de fundo
ou necessidade raiz. Ele começa a se questionar por que realmente necessita de aquilo, por
Captura do rationale
necessidade relevante identificada no mapa, podem ser traçados, uma vez que o mapa captura
o caminho do pensamento até aquele ponto. Esse caminho pode ser enfatizado graficamente e
fins ou causa-efeito, o que contribui com a captura do rationale daquela informação relevante
desdobrados das informações dos stakeholderes. Nesse momento, é vital ter documentado o
rationale do requisito para ter bases na tomada de decisões. Com os mapas cognitivos, este
Estruturação do problema
161
aconteça primeiro a definição do problema para partir para a solução. Na prática, não é tão
simples quanto parece. É da natureza humana partir para a solução, e na menos grave das
na solução.
solução.
Trigger questions
cognitivo é a correta formulação das trigger questions. Deve existir um entendimento prévio
disso.
162
Cañas & Novak (2006), criadores da teoria de mapas conceituais, descrevem a mesma
dificuldade como uma das três dificuldades que prevalecem nos mapas conceituais entre as
diferentes disciplinas. Ainda que os mapas conceituais tenham uma abordagem diferente dos
Na pesquisa-ação foi notado que quando a trigger question não representa nada para o
observou em várias ocasiões. Isto poderia ser ocasionado por vários motivos ou uma
combinação desses:
sistemas;
parte do stakeholder;
construção do mapa.
conhecimento e visão adquiridos pelo engenheiro de sistemas durante a construção dos mapas
163
individuais para poder criar uma estrutura lógica do problema como um todo e ainda obter a
Além do que o processo oferece uma abordagem exaustiva, sempre será necessário
processo oferece esta maneira de elicitar necessidades e informações relevantes, mas nem
construção do mapa, não dando tempo para o engenheiro de sistemas escrever as informações
informações.
164
10 Conclusão
Para concluir este trabalho, retomam-se os objetivos para assim avaliar e concluir cada
um deles. Inicia-se com os objetivos específicos para depois finalizar com o objetivo geral do
trabalho realizado.
O objetivo foi cumprido sob três pontos de vista. O primeiro foi sob o ponto de vista
da literatura sobre o assunto, como pode ser observado nas seções 4.2 e 4.4. O segundo foi
enfrentavam no dia a dia, trabalhados por Dias, López e Belderrain (2012). E o terceiro foi a
partir da experiência da autora na aplicação do processo num caso piloto, como apresentado
na seção 8.4.
Dias, López e Belderrain (2012) e do exemplo de aplicação, como se mostra nas seções 7.9 e
7.10.
aplicação foi feita num caso piloto e não num projeto real, mas ainda assim, pode-se realizar
165
processo.
O objetivo foi cumprido quase em sua totalidade, a avaliação dos resultados por parte
dos stakeholders foi de maneira informal, durante as aplicações, como apresentado na seção
8.3. Também teve a avaliação da autora deste trabalho tomando o papel do engenheiro de
sistemas. Finalmente faltou a avaliação pelos desenvolvedores, pois como o estudo foi num
caso piloto onde o produto já tinha sido desenvolvido, os dados gerados não seguiram o fluxo
do desenvolvimento.
do processo proposto com abordagens similares que estão sendo propostas por outros autores,
utilizando uma ferramenta de mapas cognitivos customizada para que auxilie na fase de
dar detalhamento ao nível de descrição de atividade. O que foi conclusivo deste objetivo geral
166
foi a relevância das informações extraídas nas fases seguintes do ciclo de desenvolvimento da
decisões de projeto.
Também se conclui que é uma abordagem nova, apesar de ter abordagens similares
como se mostrou na revisão da literatura do Capítulo 3. As técnicas, ainda que similares, não
não se limitando a um tipo de pergunta como proposto pela metodologia SODA que se limita
desvantagens apresentadas no Seção 9.6, pode ser considerado como uma opção válida na
stakeholder e fornece uma ferramenta iterativa e interativa que incita à reflexão tanto para o
à concepção da solução.
parte do processo. Os fatores críticos para obter sucesso nesta abordagem são: o completo
Aplicação do processo proposto num projeto real, aonde aconteça a transformação das
fatores humanos. Essa abordagem reconhece o ser humano como elemento de um sistema
ser humano. Leveson (2009) propõe uma abordagem para escrever especificações de
segurança).
É com foco na área da Engenharia Cognitiva que se pretende continuar com esta
aviação.
artificial.
Durante a definição da solução a ser implementada, seja no nível que for dentro do
necessário que essas decisões e seu rationale sejam documentadas, para que num futuro, no
O processo proposto pode ser customizado para que em vez de entrevistar aos
para poder documentar a maneira de mapa cognitivo, o rationale dessas decisões de projeto.
169
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172
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<http://en.wikipedia.org/wiki/Feynman_diagram>. Acesso em: 21 jul. 2012.
173
Proposto
seguir:
problema e o descobrimento do problema real no caso deste não ter sido esclarecido desde o
stakeholders, mas os stakeholders poderão ter esse nivelamento somente quando o mapa
Estratégia de Intervenção:
classe, que serão entrevistados, quais deles participarão em grupo e quais deles
174
stakeholder.
formato de mapa cognitivo. Podem ser mapas cognitivos individuais ou mapas de um grupo
de stakeholders.
requisitos que serão entregues aos desenvolvedores. Os tipos de informações podem ser:
missão do sistema já foi definida, e se tem os dados suficientes para definir os cenários do
necessidade inicial, dentro do contexto. A partir dessas listas são identificados aqueles que
cenário em análise.
empresa desenvolvedora ou algum outro stakeholder do sistema. Pode vir de maneira formal
Fluxos de controle
informações sempre será a validação do stakeholder, dado que ele é a fonte de informação. É
ele quem vai validar se a informação capturada representa sua visão do problema e suas
necessidades.
projeto.
implementa a solução.
Na elicitação das informações dos stakeholders com mapas cognitivos, eles analisam
se realmente o mapa está com suficientes informações para continuar com a análise do
Na análise dos mapas cognitivos, eles analisam se as informações são suficientes para
criar requisitos de qualidade, cumprindo com características como completude, clareza, entre
problema.
Fluxos de recursos
177
sistema e suas fases do ciclo de vida. Conhecem o funcionamento do sistema no alto nível, e
não são especialistas em alguma área em especifico, i.e. mecânica, elétrica, estruturas, etc.
estratégia de intervenção
Na análise dos mapas cognitivos, ambos são responsáveis pela análise dos dados do
mapa. Sempre é importante ter mais de uma opinião na análise, além do que, as informações
são muitas e é difícil que um engenheiro de sistemas tenha o entendimento total do que foi
extraído.
Software de suporte para gerar mapas: Existem vários softwares livres e comerciais
que oferecem meios para a criação dos mapas. Para este trabalho foi utilizado o software livre
178
Cmap Tools, desenvolvido pelo criador dos mapas conceituais Joseph Novak e sua equipe de
grupo e documento fonte. Isso dependerá da situação em específico para cada tipo de
flexibilidade suficiente para se adaptar às situações variadas, porém, os resultados podem ser
mais produtivos para uns casos, mais do que para outros. Também pode ser aplicado de
Aplicação Individual
sistemas integrar os mapas individuais num único mapa e validar o resultado com todos os
stakeholders participantes.
Aplicação em grupo
Documentos fonte
pessoal ou simplesmente não se tenha acesso a ele. Em caso de não ter acesso a um encontro
181
stakeholder onde ele possa expressar a problemática e suas opiniões a respeito, e tentar guiar
Esses podem ser relatórios, minutas, reclamações dos usuários do sistema, documentos de
Aplicação combinada
Figura D6 Contexto gráfico do Teste de Termo Vácuo sem as funções da Shunt Box
185
A necessidade inicial
A necessidade inicial era possibilitar o teste do modelo térmico dos satélites CBERS 3&4 com
filosofia de teste de skin heaters e resistências tubulares com um numero de até 300 cargas.
Stakeholders identificados
O problema
Analisando o problema que a Shunt Box visa resolver, deparou-se com o fato de que o
limitante dentro deste modelo para ser levada em consideração na análise e estudo do
problema.
onde a Shunt Box é necessária. A análise evoluiu durante o estudo do contexto da Shunt Box
Missão
O sistema deve capacitar a área Térmica do LIT para realizar o teste de diferentes
Antecedentes
Perfil A: Lâmpadas
No ano de 2009 seriam testados os satélites CBERS 3&4 e era necessário recriar o
ambiente térmico do espaço dentro da câmara de vácuo térmica 6x8m do LIT. O ambiente
térmico seria simulado com lâmpadas para que estas gerassem o calor dentro da câmara; com
base nessa premissa foram especificadas e compradas 20 fontes com capacidade para 100.000
Após a compra das fontes, houve uma mudança na filosofia do teste. O novo perfil ou
filosofia era que o satélite seria aquecido por meio de skin heaters e resistências tubulares, o
pequenos fluxos.
do ambiente no espaço.
Térmico e o satélite.
potência, mas num teste de satélite de grande porte, o máximo a ser utilizado
fornecimento e para um teste de porte grande são necessários até (300 ou 600)
A Shunt Box dá suporte ao Teste de Modelo Térmico. Inicialmente, a Shunt Box foi
desenvolvida porque era necessário um número elevado de ramos de alimentação para testes
na câmara de termo – vácuo, o número de ramos das fontes era insuficiente e se viu a
necessidade de criar um EGSE que pudesse distribuir o número de ramos a partir das fontes
disponíveis.
Descrição do Sistema
Árvore do Sistema
Teste de
Balanço
Térmico
Sub-sistema a Câmara de
EGSE MGSE
ser testado Têrmo-Vácuo
as-is
Propósito
O rack de Shunt Boxes foi desenvolvido para atender a demanda do teste do CBERS
no ano 2009
Função
1. A Shunt Box pode fornecer tensão e corrente para diferentes propósitos, mas
2. Os sinais que fornece são enviados para os scanners que ficam dentro do
3. A Shunt Box é utilizável em qualquer das 5 câmaras de termo vácuo (6x8, 3x3,
1x1 e 2 de 250lt) porque tanto as entradas das câmeras quanto as saídas das
são os que demandam mais cargas. Para sistemas menores, da indústria, por
Capacidade
1. Cada Shunt Box é capaz de distribuir as fontes em até 5 ramos por fonte
2. Cada Shunt Box tem capacidade para receber (n) número de fontes
a. Skinheaters
b. Radiômetros
Interface
Estrutura Física
Frequência de utilização
As restrições iniciais do sistema de interesse são as que atualmente são impostas pela
1. Câmara de Vácuo-Térmica
2. Potência
3. Entradas
4. Filosofia do Teste
5. Tipos de Aquecedores
6. Tipos de Espécime
191
Hi Brenda
Anyway AMAZINGLY I just went into my study here at home and the first files
I found related to the ICW (Integrated Cooperative Workplace) Project
within which the work on which we've been corresponding was carried out.
In what I write below I've gone back to these documents rather than to the
published paper (I hope there aren't too many contradictions!)
I see to my surprise that the initial meeting for this Demonstrator project
was in early October 1993 (!!). By the end of the month we'd agreed to
focus on the Health Circulars process as our pilot application, and it was
early December when I and a colleague carried out the first 6 interviews
with senior staff. (I'm afraid it was my own enthusiasm for SODA that made
us use the approach - other people were happy to let me get on with it!)
From these we realised that it would be important also to talk with more of
the middle-level staff who were the ones who would have to respond to the
Circulars and so we interviewed 6 more people in January 1994. The
Workshop session was held as soon as possible after these interviews (so it
was all fresh in participants' minds) on 11 February. It was a half-day
event at my University - we wanted to take people off-site - concluding
with lunch.
The interviews were mostly held in respondents' own offices and each was
allowed 45 minutes. We began by introducing the project and then invited
their comments on the collaborative processes in which the interviewee was
involved. We didn't record the interviews (not as a matter of principle,
but there were two of us available anyway and we shared the questioning and
both recorded what was said). The two of us facilitators created a map
from our notes as soon as we could after the interviews. We didn't return
these maps to people for their elaboration/confirmation (as we 'should'
have done) mainly through lack of time. The hand-drawn maps were initially
hand drawn and then transcribed first into a spreadsheet package and later
(when Graphics COPE software finally became available just before the
Workshop) into cognitive mapping software. Each map had about 30
constructs. We did some rough head/tail analysis but couldn't do much more
because of the absence of software. [Obviously if we'd been able to repeat
the project we'd have done the confirmatory sessions and used (today)
Decision Explorer from the very start.
I went through the maps and identified themes (again, in many circumstances
this is something I'd prefer to do WITH the participant group) and grabbed
all the fragments of argumentation that related to each one, pulling these
into 9 Issue Sheets and 9 Issue Maps which we provided to the workshop
attendees.
193
So the process you've set down in your initial note to me seems to capture
it all pretty well.
Just one comment. Like any such process, what we designed and carried out
was a process that was shaped to a considerable extent by the circumstances
(e.g. the elapsed time available, the presence/absence of software, the
skills/training of the interviewers, the physical accommodation available,
etc.) and was in no sense an 'ideal' template. Even if we'd repeated it a
few months later we'd have done things differently, and today of course we
would probably have had fresh opportunities available (e.g. notably the
technology for creating/working with cognitive maps 'on the hoof' and at-a-
distance). So while it's interesting in a nostalgic sort of way to look
back at the project, if one were going to do something similar now one
should really be familiar with how mapping-based approaches are being used
(which is why I suggested contacting Fran Ackermann - and at the very least
being familiar with the book that she and Colin Eden produced now over 10
years ago called 'Making Strategy').
I've no problem with you citing things I've said in these exchanges if you
think anyone else would be interested! As a complete aside, while I still
love cog. maps, my main field of work remains in the area of conflict and
collaboration management and I've been working on software support for a
specific approach there for years: the principal audience for this happens
to be in South America!
Good luck with what you're doing. If you have any further queries/comments
on the things we've been discussing please don't hesitate to get in touch.
Best wishes,
Jim
________________________________________
Hi Jim,
> 9. Identify the critical concepts and generate the hard and soft
objectives for each of them
>
> 10. Refine the emerging objectives
>
> 11. Organize the ideas in a hierarchical manner in a table format with
the following labels: Top level, Activities, information, People & Roles,
and General
>
> 12. For each item of the table, the participants define the following
information: Functional Requirements, Metrics and Evaluation Methods.
>
> Thank you very much for your disposition.
> Sincerely,
>
> Brenda
>
>
> Em 25/07/2012 21:30, Bryant, James escreveu:
>
> Hi Brenda
>
> How nice to have your message! I can remember few follow up enquiries
after that paper which I therefore assumed had vanished without trace as
they say!
> I used cognitive mapping because it's a technique that I particularly
like and I persuaded the others in the team that it was the right thing
for us to employ and it worked well enough.
> I'm not by trade a systems engineer - my principal research is in the use
of game-theory models to manage conflict situations - so I cannot comment
on other work in requirements elicitation.
> My best suggestion s that you contact Fran Ackermann at Strathclyde
University as she will probably know (or know someone who knows) whether
SODA has been used in this way elsewhere.
>
> All the best with your own work. If I can provide any more information
(including details of what we did all those years ago) just get in touch.
>
> Jim
>
> ________________________________________
> From: Brenda
[brenda.villafranca@lit.inpe.br<mailto:brenda.villafranca@lit.inpe.br>]
> Sent: 25 July 2012 23:12
> To: j.w.bryant@shu.ac.uk<mailto:j.w.bryant@shu.ac.uk>
> Subject: Requirements capture using SODA
>
> Dear Mr. Bryant,
>
> I'm a MSc. student at the Technological Institute of Aeronautics (ITA-
Brazil) My research work is on the Systems Engineering field. We are
proposing a method to elicit requirements using cognitive mapping. The
focus of the method is on product development.
>
> The approach we are proposing is similar to your work on "Requirements
capture using SODA" (1997). Yours was the only work I found, using this
kind of maps.
>
> I was wondering if there were more works on requirements elicitation
using SODA and if it weren't, I was wondering the reasons for that, since I
find it very appropriate for that purpose.
196
> Sincerely,
>
>
>
> --
> Brenda C. Lopez Villafranca
>
> LSIS - Concurrent Systems Engineering Laboratory
> LIT- Laboratory of Integration and Testing
> INPE -The Brazilian Institute for Space Research
>
www.lit.inpe.br<http://www.lit.inpe.br><http://www.lit.inpe.br><http://www.
lit.inpe.br>
> Tel. +55 12 3208-6346
FOLHA DE REGISTRO DO DOCUMENTO
1. 2. 3. 4.
CLASSIFICAÇÃO/TIPO DATA REGISTRO N° N° DE PÁGINAS
Objetivo do trabalho é propor um processo para a Análise de Stakeholders utilizando mapas cognitivos a fim
de auxiliar no processo da elicitação de necessidades raiz. O processo proposto aborda desde o estudo do
contexto até a identificação das necessidades e informações relevantes para serem transformadas em requisitos
e a estruturação do problema a partir do ponto de vista do stakeholder. A motivação do trabalho vem da
dificuldade no entendimento das necessidades dos stakeholders no desenvolvimento de sistemas, sejam eles
produto, processo ou serviço. O processo proposto se fundamenta nos conceitos da Engenharia de Sistemas e
da Cognição e seus Mapas Cognitivos. O trabalho aporta três principais contribuições, a primeira é a
elicitação exaustiva com o stakeholder até chegar à necessidade raiz, utilizando o processo cognitivo por meio
dos repetidos questionamento até chegar à raiz do assunto. A segunda contribuição é na captura gráfica do
rationale das necessidades mais relevantes. A terceira contribuição é a de ajudar ao stakeholder a entender
sua própria necessidade e/ou problema, também com a ajuda do processo cognitivo utilizado na criação dos
mapas. De esta maneira obtendo como resultado informações relevantes elicitadas junto com seu rationale e o
entendimento do problema. O processo proposto foi aplicado num estudo piloto dentro do Laboratório de
Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O Processo de Análise de
Stakeholders Utilizando Mapas Cognitivos pode ser considerado como uma opção válida na hora de decidir a
estratégia da Análise de Stakeholders; ele facilita a aproximação com o stakeholder e fornece uma ferramenta
iterativa e interativa que incita à reflexão tanto para o stakeholder expressar suas necessidades quanto para
que o engenheiro de sistemas possa gerar questionamentos e ambos construírem conclusões do problema e seu
contexto dando partida à concepção da solução.
12.
GRAU DE SIGILO: