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Bacteriologia - 2º/2014 21 e 28/08/2014

Aulas Teóricas:

• 5ª feira, 14:00 às 16:00 – sala 03-A

Aulas práticas :

• 6ª feria, 13:00 às 15:00 ou 15 às 17:00 – Laboratório de aulas práticas: ICB,


prédio branco, entrada pelo piso térreo, no corredor à direita

Dia Hora Local Assunto Professor


21/08 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Apresentação do curso/ Morfologia e citologia bacteriana Cláudio
22/08 – 6ª feira ----------------- ----------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------
28/08 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Fisiologia e crescimento bacteriano Cláudio
13 às 15 (A) Normas e materiais no laboratório de microbiologia
29/08 – 6ª feira Laboratório* Juliana/Vanessa
15 às 17 (B) Ubiquidade microbiana
04/09 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Organização do genoma bacteriano e variabilidade genética Cláudio
13 às 15 (A) Ubiquidade microbiana – leitura e discussão
05/09 – 6ª feira Laboratório* Juliana/Vanessa
15 às 17 (B) Coloração de Gram
11/09 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Biofilmes bacterianos e sua ecologia Cláudio
13 às 15 (A)
12/09 – 6ª feira Sala 03 – A Bactérias de estrutura atípica I - Mycobacteium e Nocardia Juliana/Vanessa
15 às 17 (B)
18/09 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A 1° TVC Cláudio
13 às 15 (A)
19/09 – 6ª feira Sala 03 – A Bactérias de estrutura atípica II - Bactérias espiraladas Juliana/Vanessa
15 às 17 (B)
25/09 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Relação bactéria-hospedeiro Vânia
13 às 15 (A)
26/09 – 6ª feira Sala 03 – A Bactérias de estrutura atípica III – Clamidias, riquétsias, micoplasmas e ureaplasmas Juliana/Vanessa
15 às 17 (B)
02/10 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Controle de população microbiana Vânia
13 às 15 (A)
03/10 – 6ª feira Laboratório* Controle da população microbiana Juliana/Vanessa
15 às 17 (B)
09/10 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Diagnóstico microbiológico Vânia
13 às 15 (A) Controle da população microbiana – Leitura
10/10 – 6ª feira Laboratório* Juliana/Vanessa
15 às 17 (B) Reservatórios humanos de patógenos putativos
16/10 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Bastonetes Gram negativos e outras bactérias de importância no TGI Vânia
13 às 15 (A) Reservatórios humanos de patógenos putativos – Leitura
17/10 – 6ª feira Laboratório* Juliana/Vanessa
15 às 17 (B) Modelo de estudo de Gram positivos e Gram negativos
23/10 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A 2° TVC Vânia
13 às 15 (A) Modelo de estudo de Gram positivos e Gram negativos - Leitura
24/10 – 6ª feira Laboratório* Juliana/Vanessa
15 às 17 (B) Quantificação bacteriana
30/10 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Cocos Gram-positivos Aline
13 às 15 (A)
31/10 – 6ª feira Laboratório* Quantificação bacteriana – Leitura Juliana/Vanessa
15 às 17 (B)
06/11 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Bactérias anaeróbias Aline
13 às 15 (A)
07/11 – 6ª feira Sala 03 – A Neisseria, Haemophilus e Bordetella Juliana/Vanessa
15 às 17 (B)
13/11 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Aspectos ecológicos, farmacológicos e clínicos da antibioticoterapia Aline
13 às 15 (A)
14/11 – 6ª feira Laboratório* Antibiograma – montagem Juliana/Vanessa
15 às 17 (B)
20/11 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A Aspectos biológicos, ecológicos e clínicos da resistência bacteriana a drogas Aline
13 às 15 (A)
21/11 – 6ª feira Laboratório* Antibiograma – leitura Juliana/Vanessa
15 às 17 (B)
27/11 – 5ª feira 14 às 16 Sala 03 – A 3º TVC Aline
12/12 – 6ª feira A definir A definir 2a CHAMADA GERAL A definir

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Aproveitamento mínimo: 60%

1º TVC: 30 pts; 2º TVC: 30 pts; 3º TVC: 30 pts.

Participação nas aulas práticas: 10 pts.

Frequência mínima: 75%.

Bibliografia:

• TRABULSI, L.R. Microbiologia, 5ª Ed., Atheneu, 2008.


• JAWETZ, E.; MELNICK, J.L. & ADELBERG, E. Microbiologia Médica. 22ª Ed. McGraw-Hill
Interamericana do Brasil, 2001.
• MURRAY, PATRICK R.; PFALLER, MICHAEL A.; ROSENTHAL, KEN S. Microbiologia Médica.
5 ed. Ed. Elsevier, 2006.
• TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R. & CASE, C.L. Microbiologia, 6ª edição, Editora Artmed, Porto
Alegre, 2003.
• PELCZAR, M.J.; CHAN, E.C.S.; KRIEG, N.R. Microbiologia – Conceitos e Aplicações.
Volumes 1 e 2. Ed. Makron Books, 1996.

Introdução à Bacteriologia

Morfologia, citologia e
fisiologia da célula bacteriana

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Procariontes
Ausência de compartimentos dentro da célula - metabólitos dispersos no citoplasma
Ausência de núcleo verdadeiro - cromossomo bacteriano disperso no citoplasma

Essenciais na biosfera, como componentes


indispensáveis dos ecossistemas, e que torna
possível o funcionamento da vida

Bactéria Arqueia

• Diferentemente dos animais e plantas, os procariotos são unidades autônomas


de matéria viva, capazes de crescer e interagir com o ambiente com grande
versatilidade genética.

• Os procariotos são ubíquos e coexistem entre si e com outros seres vivos nos
ambientes aquáticos e terrestres mesofílicos;

• Crescimento em ambientes extremos e complexos:

 ambientes glaciais,
 fontes termais,
 Crateras vulcânicas e fendas rochosas profundas;
 grandes profundidades em oceanos,
 condições de extrema salinidade
 Superfícies externas e internas do corpo humano e de outros animais

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Agentes causadores
de doenças
Meio ambiente Biotecnologia

Energia Indústria
química
Microrganismos
Indústria de
alimentos Agricultura

Indústria Recuperação ambiental


farmacêutica biorremediação

 Robert Hooke (1665): microscópio rudimentar – plantas e fungos.

 Antonie van Leewenhoek (1674): mundo microbiano

• 1683 – publicação da primeira representação de uma bactéria.

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O progresso da Microbiologia ficou vinculado ao desenvolvimento


de instrumentos e técnicas pertinentes ao seu estudo:

 microscópios com maior poder de resolução;

 técnicas de cultivo;

 técnicas de coloração de estruturas celulares.

 Século XIX: o químico francês Louis Pasteur e o médico alemão


Robert Koch desenvolveram estudos que estabeleceram as bases da
Microbiologia como ciência experimental estruturada e
especializada.

Postulados de Koch:

1. O mesmo patógeno deve estar presente em todos os casos da doença;


2. O patógeno deve ser isolado do hospedeiro doente e crescer em cultura pura;
3. O patógeno deve causar a doença quando inoculado em animal saudável;
4. O patógeno deve ser isolado do animal inoculado e deve ser o organismo original.

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 Ignaz Philipp Semmelweis - médico húngaro eternizado como


"salvador das mães“ – Hospital Geral de Viena

 1847: redução na incidência de febre puerperal pela prática


da anti-sepsia das mãos. Os médicos matavam 3x mais que as
parteiras naquela região.

 Florence Nightingale – 1854 - Guerra da Crimeia

(Conflito nos Bálcãs envolvendo o Império Russo e, uma coligação integrada pelo UK, França,
Itália, Império Turco-Otomano e o Império Austríaco)

 Alta mortalidade entre os soldados Britânicos. Associação entre


higiene e diminuição da mortalidade – sanitarismo

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 Joseph Lister - médico cirurgião e pesquisador inglês

 1865: o fenol era um efetivo agente anti-séptico que podia


auxiliar na redução das mortes humanas por infecções pós-
operatórias

Microbiologia no século XXI


Fatores que contribuem para a emergência de doenças infecciosas

 Alterações ecológicas;

 Comportamento e informação (educação);

 Globalização;

 Produção/manipulação de alimentos em larga escala;

 Auto medicação e erros de prescrição médica – resistência;

 Planejamento urbano – infra-estrutura sanitária.

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Microbiologia Médica e Diagnóstica:


• Descrição dos agentes etiológicos;
• Vias de transmissão;
• Medidas de tratamento e prevenção das doenças;
• Desenvolvimento de estratégias terapêuticas.

Microbiologia Ambiental:
• Estudo dos papéis dos microrganismos nos ecossistemas;
• Descrição de fenômenos naturais;
• Prospecção da diversidade microbiana

Microbiologia Industrial, Biotecnologia e de Alimentos:


• Otimização de processos microbianos;
• Transformação de substratos pela ação de microrganismos;
• Purificação de produtos microbianos;
• Biorremediação e biolixiviação.

OMS - Desafios do século XXI na área de saúde

Desdobramento da Microbiologia:

Bacteriologia

Micologia
Virologia

Parasitologia (protozoologia)
Imunologia

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Organização taxonômica dos seres vivos

Desenvolvimento da microscopia e técnicas bioquímicas – 1969


(Robert H. Whittaker)

Cinco reinos relacionados com estrutura celular e forma de obtenção de nutrientes

Animália (animais) Plantae (plantas)

Protista (algas e protozoários) Fungi (fungos)

Monera (procariotas)

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Organização taxonômica atual


Sistema de classificação fundamentado no argumento de que a divisão
dos microrganismos em procariotos e eucariotos era insuficiente –
1991 (Carl R. Woese)

Divisão dos procariotos em Archae e Bacteria - seqüência do RNAr 16S e 18S

Archaea (procariotas) Bacteria (procariotas)

Eukarya (eucariotas: fungos, algas, protozoários, plantas e animais)

As archaea são procariotas porque não possuem núcleo envolvido por


membrana, mas possuem lipídios e ácidos nucléicos ribossomais diferentes
das bactérias e dos eucariotos

(Flavobacter)

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Morfologia bacteriana

Bactérias de importância em saúde humana


Caracterizadas morfologicamente pelo seu tamanho, forma e arranjo

- Cocos (formas esféricas): grupo homogêneo em relação a tamanho

• Tétrades: agrupamentos de quatro cocos


• Diplococos: cocos agrupados aos
• Sarcinas: agrupamento de oito cocos em
pares. Ex.: Neisseria (meningococo)
forma cúbica. Ex.: Sarcina

• Estreptococos: cocos agrupados • Estafilococos: cocos em grupos


em cadeias. Ex.: Streptococcus irregulares, lembrando cachos de uvas.
Ex.: Staphylococcus

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- Bacilos ou bastonetes: cilíndricos, forma de bastão, podendo ser


longos ou delgados, pequenos e grossos, extremidade reta, afilada,
convexa ou arredondada.

• Diplobacilos: bastonetes agrupados aos


pares.

• Estreptobacilos: bastonetes agrupados em


cadeias.

• Paliçada: bastonetes agrupados lado a lado


como palitos de fósforos.

- Formas helicoidais ou espiraladas: células de forma espiral.

Helicobacter pylori
• Espirilos: possuem corpo rígido e se
movem às custas de flagelos
externos, dando uma ou mais voltas
espirais em torno do próprio eixo.

• Espiroquetas: são flexíveis e locomovem-


se provavelmente às custas de contrações
do citoplasma, podendo das várias voltas
completas em torno do próprio eixo. Ex.:
Gênero Treponema

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- Formas de transição

• Bacilos muito curtos: cocobacilos.


Ex.: Prevotella

• Espirilos muito curtos, assumindo formas


de vírgula: vibriões. Ex.: Vibrio cholerae

A CÉLULA BACTERIANA

A observação interna das estruturas celulares dá-nos uma idéia de


como a bactéria funciona no ambiente. A figura a seguir representa as
diversas estruturas bacterianas:

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ESTRUTURAS CELULARES EXTERNAS

Flagelos

Estruturas especiais de locomoção, constituídas de proteína, que formam longos


filamentos que partem do corpo da bactéria e se estendem externamente à parede celular.

Fímbrias

Estruturas filamentosas mais curtas e delicadas que os flagelos, semelhantes a pêlos,


que se originam da membrana plasmática, e são usados para fixação, e não para
motilidade.

Estão relacionadas com a aderência às superfícies mucosas (fímbrias comuns) e com a


transferencia de material genético durante a conjugação bacteriana (fímbrias ou pili
sexual).

Cápsula

Camada que circunda a célula bacteriana externamente a parede celular, de consistência


viscosa e de natureza polissacarídica (polissacarídeo extracelular) ou polipeptídica.

Funções: proteção da célula bacteriana contra desidratação, permitir a fixação da bactéria


em várias superfícies, evitar a adsorção de bacteriófagos na célula bacteriana.

Relacionada à virulência da bactéria, pois confere resistência à fagocitose pelas células de


defesa do corpo – em uma mesma espécie, amostras encapsuladas são mais virulentas
que as não-encapsuladas - AUMENTA A CHANCE DE INFECÇÃO.

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Parede Celular

Estrutura rígida que pode recobrir ou não a membrana citoplasmática e dá forma às células,
além de proteção, mantendo a pressão osmótica intrabacteriana e prevenindo expansão e
eventual rompimento da célula.

Funciona também como suporte de antígenos bacterianos.

Bactéria Parede celular

Parede celular Parede celular


típica atípica
Bactérias sem
parede celular
Gram + Gram -
• Micobactérias
• Espiralados
• Micoplasmas • Clamidias
• Ureaplasmas • Maioria das bactérias • Riquétsias
de importância médica

Parede Celular

Composição: peptidioglicano (mucopeptídeo ou mureína) – estrutura rígida da parede:

- N-acetilglicosamina (NAG) - ácido N-acetilmurâmico (NAM) - tetrapeptídeo (4 aminoácidos)

Bactérias de parede celular atípica podem apresentar estruturas dos tipos:

Mais complexas com a presença de ceras e carboidratos


Menos complexas camada de petídeoglicano muito delgada
Menos complexas com ausência de algum componente do peptideoglicano
Com a presença de bainha de carboidratos complexos (glicosaminaglicana)

Gram +

Gram - Gram -

Micobacterias

Gram -

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Lipopolissacarídeo das bactérias Gram negativas

• 3 segmentos ligados covalentemente: lipídio A, cerne do polissacarídeo e antígenos O.

• A porção lipídica do LPS é também


chamada de ENDOTOXINA.

O LPS tem um papel protetor (bactérias


entéricas), mas também podem atuar como
veneno, causando febre, diarréia, destruição
de hemácias e um choque potencialmente
fatal.

Gram -

Implicação da estrutura da parede celular bacteriana - COLORAÇÃO DE GRAM


Baseado nas propriedades da parede celular (substâncias lipídicas na camada externa)

• 1884 – Hans Christian Joachin Gram

Experimentos com pneumococos – corantes seletivos para


bactérias

Desenvolvimento de um protocolo de coloração de esfregaços


bacterianos

Permitiu a divisão destes organismos em 2 grandes grupos -


visualização por microscopia óptica

 Revolução no diagnóstico das doenças infecciosas.

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Membrana Citoplasmática

Desempenha importante papel na permeabilidade seletiva da célula –


funciona como barreira osmótica.

Difere da membrana citoplasmática dos eucariotos por: não apresentar


esteróis em sua composição; ser sede de numerosas enzimas do metabolismo
respiratório; controlar a divisão bacteriana através do mesossomo.

Mesossomos

Invaginações da membrana citoplasmática (dobras). Podem estar ligados


próximos à membrana ou aprofundar-se no citoplasma.

Os mesossomos profundos e centrais parecem estar ligados ao material


nuclear da célula estando envolvidos na replicação de DNA e na divisão celular.

Papel na respiração bacteriana

ESTRUTURAS CELULARES INTERNAS

 Área citoplasmática

- Citoplasma: 80 % de água, ácidos nucléicos, proteínas, carboidratos, compostos


de baixo peso molecular, lipídios, íons inorgânicos. Sítio de reações químicas.

- Ribossomos: ligados a uma molécula de mRNA, são chamados de


poliribossomos. Presentes em grande número nas células bacterianas.

- Grânulos de reserva (inclusões): os procariotos podem acumular no citoplasma


substâncias sob a forma de grânulos, constituídos de polímeros insolúveis (ex.:
grânulos de glicogênio, amido, lipídios, polifosfato, enxofre e óxido de ferro) .

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 Área nuclear

- Nucleóide: cromossomo bacteriano, constituído por uma única molécula dupla


fita circular de DNA não delimitado por membrana nuclear e sem a presença de
histonas.

- Contém as informações necessárias à sobrevivência da célula, capaz de


replicação.

- Moléculas de DNA extracromossomal: plasmídios, transposons e integrons

- Moléculas menores de DNA, cujos genes não codificam características


essenciais, mas podem conferir vantagens seletivas para as bactérias que os
possuem (ex.: genes de resistência a antibióticos, virulência, resistência a
metais tóxicos).

- Envolvidos nos processos de recombinação genética bacteriana.

 Esporos
=> Também chamados de endósporos (porque se formam dentro da célula).

Função: proteção da célula vegetativa das adversidades do meio ambiente


(limitação de nutrientes, temperatura, e dessecação).

Sua formação leva em torno de 6 horas.

Têm pouca atividade metabólica, pode permanecer latente por longos períodos
- forma de sobrevivência, e não de reprodução. Ex. Bacillus e Clostridium.

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NUTRIÇÃO DOS MICRORGANISMOS


Os microrganismos necessitam de um ambiente propício com todos
os constituintes físicos e químicos necessários para seu crescimento.

As substâncias ou elementos retirados do ambiente são utilizadas como blocos


para a construção da célula.

NUTRIENTES

Os nutrientes podem ser de vários tipos, dispostos em três categorias, de acordo


com a sua concentração e importância na célula bacteriana: macronutrientes,
micronutrientes e fatores de crescimento.

MACRONUTRIENTES
Macronutrientes Funções
gramas
Carbono (Compostos orgânicos, CO2)
Oxigênio (O2, H2O, comp. orgânicos)

Nitrogênio (NH4, NO3, N2, comp. org.)


Constituintes de carboidratos, lipídeos,
Hidrogênio (H2, H2O, compostos
orgânicos) proteínas e ácidos nucléicos
Fósforo (PO4)
Enxofre (SO4, HS, S, comp. enxofre)

mg
Potássio (K+) Atividade enzimática
Cálcio (Ca2+) Resistência ao calor do endosporo
Magnésio (Mg2+) Cofator de enzimas, complexos com ATP,
estabiliza ribossomos e membranas
Ferro (Fe2+/Fe3+) Constituição de citocromos, cofator de
enzimas, cofator de proteínas
transportadores de elétrons

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MICRONUTRIENTES

FATORES DE CRESCIMENTO

São compostos que alguns tipos celulares necessitam em quantidades muito


pequenas.

Embora a maioria dos microrganismos seja capaz de sintetizá-los, alguns


microrganismos necessitam que eles sejam adicionados ao meio de cultura.

Estes compostos entram na composição das células ou de precursores dos


constituintes celulares.

• Aminoácidos
• Purinas e pirimidinas
• Colesterol
• Heme
• Vitaminas

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Vitaminas requeridas pelos


microrganismos e suas funções

ENERGIA E CARBONO

Todas as células necessitam de energia, que pode


ser obtida de 3 maneiras:

• Compostos químicos orgânicos;

• Compostos químicos inorgânicos;

• Energia luminosa.

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• Vários compostos químicos orgânicos e


inorgânicos presentes na Terra podem ser
utilizados pelos procariotos na obtenção de
energia.

• A energia é obtida a partir da oxidação dos


compostos, sendo conservada na célula na
forma de ATP.

ENERGIA

FOTOTRÓFICOS QUIMIOTRÓFICOS

Microrganismos que utilizam Microrganismos que utilizam energia


energia radiante (luz) química (compostos químicos)

Compostos Compostos
orgânicos inorgânicos

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Todas as células necessitam de carbono


(C) como um dos principais nutrientes.
• Heterotróficos: requerem compostos orgânicos como fonte de C;

• Autotróficos: o CO2 corresponde à fonte de carbono para a célula.

CARBONO

HETEROTRÓFICOS AUTOTRÓFICOS

Microrganismos que utilizam Microrganismos que utilizam


carbono orgânico carbono inorgânico (CO2)

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OXIGÊNIO
O oxigênio pode ser inócuo, indispensável ou letal para as bactérias, o que
permite classificá-las em:

OXIBIÔNTICAS ANOXIBIÔNTICAS

Aeróbios Anaeróbios
obrigatórios

Aeróbios Extremamente
obrigatórios sensíveis
Microaerófilos Aerotolerantes

Anaeróbios
facultativos

FORMAS DE OBTENÇÃO DE ENERGIA


I – Fermentação: processo no qual os compostos orgânicos são
parcialmente degradados

Lática ácido lático

Alcoólica etanol

Aceto-butírica ácido butírico e acetona

Acética ácido acético (vinagre)

Propiônica ácido propiônico

=> Libera energia de açúcares (2 ATP)


ou moléculas orgânicas;
=> Não requer oxigênio (mas pode
ocorrer na presença deste);
=> Não requer o uso do ciclo de Krebs
ou cadeia de transporte de elétrons;
=> Utiliza uma molécula orgânica
como aceptor final de elétrons

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II - Respiração

a) RESPIRAÇÃO AERÓBICA:
processo onde os compostos
orgânicos são completamente
degradados, e o O2 é o aceptor
final dos elétrons.

b) RESPIRAÇÃO ANAERÓBICA: processo no qual os compostos


orgânicos são completamente degradados, e uma molécula diferente
do O2 é o aceptor final dos elétrons (SO4, CO3, NO3, fumarato, etc)

A quantidade de ATP gerada na respiração anaeróbica varia de acordo


com o microrganismo e a via.

Devido a somente uma parte do ciclo de Krebs funcionar sob


condições anaeróbias, o rendimento de ATP nunca é tão alto
quanto o da respiração aeróbica.

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TOLERÂNCIA AOS AMBIENTES EXTREMOS

Outro aspecto envolvendo a diversidade fisiológica dos


procariotos refere-se à habilidade de sobrevivência em
habitats caracterizados por condições ambientais
extremas.

Microrganismos podem ser encontrados em fontes termais


ferventes, no gelo, em solos com extremos de pH ácido ou
básico, ou em corpos de água extremente salgados.

Temperatura

Cada tipo de bactéria apresenta uma temperatura ótima de crescimento. Acima


do limite, ocorre desnaturação proteica e consequente morte celular.
Temperaturas inferiores levam a uma desaceleração das atividades metabólicas.

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pH

A maioria das bactérias cresce melhor dentro de variações pequenas de pH, sempre perto
da neutralidade, entre pH 6,5 e 7,5.

Pressão Osmótica

A capacidade dos microrganismos se adaptar a pressões osmóticas chama-se


OSMOADAPTAÇÃO.

Os microrganismos são frequentemente encontrados em ambientes onde a


concentração do soluto é igual o seu citoplasma (meio isotônico).

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• Halotolerantes: toleram altas concentrações de sais-10% NaCl

• Halofílicos: requerem altos níveis de NaCl (Vibrio cholerae).

REPRODUÇÃO BACTERIANA
As bactérias se multiplicam por CISSIPARIDADE, FISSÃO ou DIVISÃO BINÁRIA, um
processo devido à formação de septos na região do mesossomo, que se dirigem da
superfície para o interior da célula, dividindo a bactéria em duas células filhas.

A fissão é precedida pela replicação do DNA, que se processa de modo


semiconservativo, e cada célula filha recebe uma cópia do cromossomo da célula-mãe. O
período da divisão celular depende do tempo de geração de cada bactéria

Prof. Cláudio 29
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CURVA DE CRESCIMENTO A – Fase LAG: pouca divisão celular,


os microrganismos estão se
BACTERIANO adaptando ao meio em que estão
crescendo. As células aumentam de
volume, mas não se dividem.

B – Fase exponencial (log):


crescimento exponencial, divisões
celulares sucessivas, grande atividade
metabólica.

C – Fase estacionária: decréscimo na


taxa de divisão celular, onde a
velocidade de crescimento =
velocidade de morte

D – Fase de declínio ou morte:


condições impróprias para o
crescimento, meio deficiente em
nutrientes e rico em toxinas, onde as
células mortas excedem o número de
células vivas

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