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P e r i t o s A s s o c i a d o s
Engo L. R. Charnaux Sertã Jr.
MATERIAL DE AULA :
A AÇÃO JUDICIAL
A ação pode ser movida por pessoa física, pessoa jurídica ou pelo Poder Público,
sempre representado por profissional competente, o advogado.
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Todavia, como o Meio Ambiente é matéria comum a todos, vê-se com frequência
que potencialmente o tema pode ser abordado em todas as Ações que tramitam no
Judiciário. Sendo assim, listamos abaixo as mais freqüentes Ações Judiciais :
- Renovatória
- Revisional
- Reintegração de Posse
- Usucapião
- Demarcatória
- Divisão
- Retificação de Registro de Imóveis
- Desapropriação
- Instituição de Servidão Administrativa
- Medida Cautelar
- Nunciação de Obra Nova
- Civil Pública
- Reparação de Danos
- Condenatória
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A PROVA PERICIAL
Conforme o Art. 130 do Código de Processo Civil (CPC) , cabe ao Juiz determinar
as provas necessárias à instrução do processo, de acordo com sua leitura :
A nova redação do Art. 427 do CPC, dada pela Lei no 8.455 , de 24/8/1992 ,
possibilita a dispensa da prova pericial, quando houver acostamento aos Autos de
Parecer Técnico prévio, que convença o Juízo neste sentido, como se verifica pela
redação abaixo transcrita :
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A Prova Pericial é uma peça jurídica importante, posto que auxilia o entendimento
do Juiz, em determinada questão técnica. A “expertise” necessária à compreensão destas
questões, é obtida através da manifestação de um “expert” na matéria específica de que
trata a questão, dentro do Processo Judicial. Esta manifestação é feita por um Perito do
Juízo, nomeado no Processo, através de um Laudo Pericial.
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Honorário Pericial
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Inicialmente quando nomeado, o Perito vem aos Autos para formular seu pedido de
honorários. Após formulado o Pedido de Honorários, o Juiz dá ciência às Partes para
concordarem ou impugnarem os valores pretendidos. Havendo concordância segue o
processo. Caso não haja consenso, haverá um arbitramento pelo Juiz do valor dos
Honorários Periciais. Em caso de recusa do Perito à realização da Perícia pelo valor
arbitrado pelo Juiz, poderá ser nomeado novo Perito que formulará novo Pedido de
Honorários.
A requisição da prova pericial pode ser feita pelas Partes ou determinada pelo Juiz,
sendo em regra custeada por quem solicitar a prova. Em caso de Autor e Réu,
requisitarem a prova, quem deverá arcar com o custo da prova será o Autor. Ao final, a
Parte vencida será onerada nas custas da prova pericial.
Conforme o Art.427 do CPC, o Juiz pode dispensar a prova pericial caso alcance
convicção para julgamento da lide pela análise de Pareceres Técnicos de Instrução,
eventualmente acostados pelas Partes na fase inicial do processo.
Os prazos a serem cumpridos pelos profissionais que atuam numa Ação, são
definidos por Lei, sendo 30 dias para entrega do Laudo, a partir do depósito de honorários
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Este pedido deve ser justificado na petição, com explanação de motivos relevantes e
fixação de prazo factível à formação da prova pericial.
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Juiz e Perito
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Nomeação e ciência
A nomeação do Perito para atuar num processo, se faz por um ato do Juiz, que ao
deferir a prova pericial, aproveita para nomear pessoa da sua confiança que será intimado
por cartório através do correio, por edital, por oficial de justiça, ou ainda por via telefônica,
para que tome ciência e apresente em prazo determinado seu Pedido de Honorários.
Vista do processo
É a solicitação feita ao cartório por advogados e pelo Perito, para manusear os Autos,
afim de analisá-los e tomar ciência dos atos processuais.
A carga do processo
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O LAUDO PERICIAL
Os tipos de Laudo
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Elaboração de Laudos
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conveniente que venha escrito com boa apresentação, assinado por seus autores em
todas as folhas, inclusive anexos fotográficos, plantas, e tudo que compuser o Laudo.
. Folha de apresentação ;
. Folha com endereço do imóvel ou do local da vistoria, e data ;
. Corpo do Laudo contendo :
1- Objeto
2- Técnicas adotadas
3- Ressalvas e princípios
4- Descrição do imóvel ou do “sítio” que se quer avaliar
5- Dados disponíveis
6- Cálculos avaliatórios
7- Conclusões
. Folha com encerramento ;
. Anexos (fotográficos , documentais, gráficos, ou plantas).
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A precisão da avaliação pode ser definida como o rigor do método adotado para o
desenvolvimento do trabalho. São vários os níveis de precisão estabelecidos na NB-
14.653. A diferença entre os métodos reside na diferença de rigor das pesquisas de
mercado realizadas, relativas à quantidade, confiabilidade e ao tratamento estatístico
dado aos elementos pesquisados. O tratamento estatístico adotado em perícias de
engenharia, quando necessária a pesquisa de mercado, visa unicamente tornar mais
exata a avaliação diminuindo o valor empírico atribuído a elementos de difícil
mensuração.
Com isto, percebe-se com clareza que a avaliação de bens ou danos necessita
amparo na definição de parâmetros, para obtenção de cálculo preciso do que se pretende
avaliar.
Notamos que a maior parte dos litígios jurídicos, pretende alcançar uma avaliação de
dano para reparação do meio ambiente. Nesta hora atua o Perito, com obrigação de
definir ou mensurar qual o dano percebido. Esta definição, enquanto descritiva ou na fase
de diagnose não oferece obstáculos intransponíveis. Contudo, quando se fala em
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Sendo assim, o Laudo Judicial para área de meio ambiente, deve buscar sempre além
da resposta obrigatória aos quesitos formulados, uma definição do dano percebido na
questão. E quando perquirido na quesitação, quanto à avaliação monetária do dano
apontado, deve o Perito, buscar uma correlação entre dano ambiental e valor deste dano
para a avaliação de eventual indenização. Para tanto, ainda que pouco estudada esta
área da avaliação, existem alguns métodos para este fim, que poderão nortear os cálculos
avaliatórios. Neste caso, os cálculos, os parâmetros estabelecidos e a descrição da
metodologia aplicada devem compor o Laudo Pericial.
Nestes casos, deve o Perito fazer constar na folha de apresentação de seu Laudo o
nome dos profissionais de sua equipe a serem utilizados, com seus respectivos registros
dos órgãos de suas categorias.
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Na maior parte das Ações Judiciais relacionadas com o meio ambiente, percebemos
claramente a demanda concentrada em dois pontos : constatação e quantificação
monetária do dano.
O dano ambiental percebido antes de sua ocorrência pode ser evitado ou ter seus
efeitos minimizados através de adequações de projeto, como adoção de medidas
mitigatórias ou ações compensatórias.
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Nem sempre a prova pericial pode ser formada através de análise instantânea, ou
mesmo, através de análise de elementos presentes. Não raro, ocorrem situações em
Perícias Judiciais onde se pretende comprovação de atos ocorridos no passado com
conseqüências no presente. Nestes casos, cabe ao Perito estabelecer padrões de época
anterior para comprovar o dano. Pode então, se valer de “indicadores” da natureza, que
comprovem a ocorrência do dano, desde que a conseqüência ainda se faça presente.
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A degradação dos solos hidromórficos por drenagem profunda, por exemplo, pode ser
comprovada como dano ambiental. Neste caso, como indicador de solo, poderia ser
utilizada a classificação dos estudos de edafologia, que estipulam padrões e
características de uso para cada classe de solo.
A PERÍCIA AMBIENTAL
Na área do meio ambiente, muitos processos podem encerrar mais cedo seus
procedimentos, em função de estabelecimento de acordo entre o agente causador do
dano e o órgão fiscalizador. A reparação do dano ambiental, no todo ou em parte, pode
ser negociada pela diminuição da multa aplicada.
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Por vezes estes Termos (TACs) podem ser originados dentro de uma Ação
Judicial, sendo o Laudo Pericial a origem técnica para o estabelecimento dos termos
deste acordo (TAC).
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Como já dissemos o assunto de que trata o meio ambiente, por vezes é matéria
de avaliação incomensurável.
A Perícia Ambiental visa na maioria das vezes, dar valor aos danos causados ao
meio ambiente, seja para quantificação e instrução dos Autos seja para fins de avaliação
de indenização. É portanto imprescindível, que a forma de cálculo para valoração do
dano ambiental, seja formatada para uma análise de estabelecimento de padrões e
parâmetros ambientais correlacionados com um elemento de reparação,
preferencialmente monetário.
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Já os conceitos do método do custo de reprodução, são de grande valia para a
Perícia Ambiental. Tal qual na avaliação de imóveis, aqui a partir da definição do dano e
dos procedimentos para sua reparação podemos estabelecer tarefas orçáveis alcançando
um valor para indenização.
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A busca pela fórmula que melhor expresse, numa escala ampla de valores, o
prejuízo de cada dano ambiental na forma monetária, ainda não foi consagrada de
sucesso. Não se conhece um único modelo matemático que faça esta tradução na
plenitude da perfeição. Existem sim, teorias econômicas, estudos e métodos analíticos
que buscam o mesmo objetivo. Alguns dos mais conhecidos são, o método de
produtividade marginal, o método de mercado de bens substitutos , o método de
mercados de bens complementares, o método dos preços hedônicos, o método do custo
de viagem, e o método da valoração contingente .
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A hierarquia das principais normas guarda a seguinte estrutura, onde :
Lei, é norma criada e votada pelo Poder Legislativo Federal, Estadual e Municipal.
Decreto, é o instrumento pelo qual o Poder Executivo Federal, Estadual e Municipal, na
pessoa de seu chefe, expede normas gerais, regulamentos e outros. Só compete ao
chefe do Poder.
Resoluções, são atos administrativos expedidos pelo alto escalão do Executivo ou pelos
Presidentes dos Tribunais e Órgãos Legislativos para disciplinar matérias específicas.
Portarias, são instrumentos pelos quais autoridades menores do Executivo impõe
decisões internas relativas às suas atividades, utilizadas ainda para abertura de inquéritos
e processos administrativos.
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Abordaremos agora a estrutura judiciária e os tipos de ação que influenciam a vida
do Perito que atue na área ambiental. Essa estrutura distribui as ações em que o Perito
atua :
PODER
Esfera Administrativa fiscalização e multas pelos órgãos ambientais
EXECUTIVO
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Lei Federal 6.938 , de 1981, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente , e
constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente e institui o Cadastro de Defesa Ambiental.
“O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação
de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente” .
A Constituição Federal, no Art. 129, III , determina que o Ministério Público (MP)
pode promover inquérito civil e ação civil pública, para proteção do patrimônio público e
social do meio ambiente e de interesses difusos e coletivos.
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A Lei Federal 7.347, de 1985, disciplina a Ação Civil Pública . Criou este
instrumento legal para viabilizar ações do Poder Público e de associações civis contra
causadores de danos ao meio ambiente. Abriu as portas do Judiciário e arrecadou fundos
(indenizações) para reparação de danos ambientais. As dificuldades ainda encontradas
são o cumprimento da obrigação de fazer e/ou a condenação em dinheiro.
Os artigos de maior interesse para o Perito Judicial com atuação na área do meio
ambiente encontram-se resumidos abaixo :
Art. 1o – regem-se as ações de responsabilidade por danos
I - ao meio ambiente
II – ao consumidor
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico
IV – a qualquer interesse difuso ou coletivo
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Art. 10o – constitui crime punido com pena de reclusão de 1 a 3 anos, mais multas
de 10 – 1000 ORTNs , a recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos
indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitado pelo MP
Art. 13o - toda condenação em dinheiro por dano causado reverterá a um fundo,
destinado à reconstituição dos bens lesados
Art. 17o – em caso de litigância de má fé do agente autor da ação, estes serão
condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos
Art. 18o – nestas ações, especificamente, não haverá adiantamento de custas,
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da autora em
honorários advocatícios e despesas processuais, salvo comprovação de má fé
A Lei Federal 9.605, de 1998, é conhecida como a Lei dos Crimes Ambientais,
pois dispõe sobre estes crimes, sendo de importância capital para a área de meio
ambiente. Deve ser observada em sua totalidade. Contudo, de especial interesse ao
Perito podemos destacar os artigos abaixo :
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EXEMPLOS DE LAUDOS :
ESTUDOS DE CASO :
BIBLIOGRAFIA :
REBELLO, W.F., Guia Prático de Direito Ambiental, LUMEN/JURIS, 2a Edição, RJ, 1999