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P e r i t o s A s s o c i a d o s
Engo L. R. Charnaux Sertã Jr.

MATERIAL DE AULA :

A AÇÃO JUDICIAL

É um procedimento que visa a solução de determinado conflito de interesses, em


que as Partes no processo (autor e réu) não alcançando solução amigável, buscam o
Poder Judiciário para esclarecimento do “direito” de cada qual.

A ação pode ser movida por pessoa física, pessoa jurídica ou pelo Poder Público,
sempre representado por profissional competente, o advogado.

Normalmente, pretendem-se ver julgadas questões divergentes entre interesses


de pessoas distintas. Pode-se também buscar a interrupção de atitudes ou posturas
potencialmente prejudiciais a outrem.

Os tipos de ação judicial

São diversos os tipos de ação judicial.


As que demandam a realização de Perícia Judicial de Engenharia comumente se
desenrolam nas Varas Cíveis.

As Ações que comportam Perícias Ambientais se desenrolam com mais freqüência


nas Varas de Fazenda Pública, ou Varas Federais, posto que, não raro, há envolvimento
do Poder Público seja como Autor ou como Réu. As Ações Penais de crimes ligados ao
Meio Ambiente, em sua maioria, também demandam Perícias Ambientais.

Perícias Judicias de Engenharia , Ambientais e Agronômicas Avaliação de Imóveis


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Av. Treze de Maio , 13 - Grupo 2003 - Centro , Rio de Janeiro - CEP 20031-000
Tels.: 2532-3171 / 2532-1371 Cel.: 9974 – 5772 e-mail : joserta@peritosassociados.com
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Todavia, como o Meio Ambiente é matéria comum a todos, vê-se com frequência
que potencialmente o tema pode ser abordado em todas as Ações que tramitam no
Judiciário. Sendo assim, listamos abaixo as mais freqüentes Ações Judiciais :
- Renovatória
- Revisional
- Reintegração de Posse
- Usucapião
- Demarcatória
- Divisão
- Retificação de Registro de Imóveis
- Desapropriação
- Instituição de Servidão Administrativa
- Medida Cautelar
- Nunciação de Obra Nova
- Civil Pública
- Reparação de Danos
- Condenatória

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A PROVA PERICIAL

Conforme o Art. 130 do Código de Processo Civil (CPC) , cabe ao Juiz determinar
as provas necessárias à instrução do processo, de acordo com sua leitura :

“ de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à


instrumentação do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente
protelatórias “.

Pode o Juiz negar a perícia requerida pelas partes, quando entender


desnecessária a apresentação de parecer por técnico especializado, ou quando delinear-
se inviável a realização da perícia, ou ainda, quando entender como suficientes outras
provas apresentadas, de acordo com o Art. 420 do CPC .

A nova redação do Art. 427 do CPC, dada pela Lei no 8.455 , de 24/8/1992 ,
possibilita a dispensa da prova pericial, quando houver acostamento aos Autos de
Parecer Técnico prévio, que convença o Juízo neste sentido, como se verifica pela
redação abaixo transcrita :

“O Juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial ou na


contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos
elucidativos que considerar suficientes”.

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Os meios de prova utilizados numa Ação Judicial, podem ser :

Depoimento Pessoal (Arts. 342 a 347)


Confissão (Arts. 348 a 354)
Exibição de Documentos ou Coisa (Arts. 355 a 363)
Prova Documental (Arts. 364 a 391)
Prova Testemunhal (Arts. 400 419)
Prova Pericial (Arts. 420 a 429 ; 432 a 439 ; Lei no 8.455, de 24/08/1992)
Inspeção Judicial (Arts. 440 a 443)

A Prova Pericial é uma peça jurídica importante, posto que auxilia o entendimento
do Juiz, em determinada questão técnica. A “expertise” necessária à compreensão destas
questões, é obtida através da manifestação de um “expert” na matéria específica de que
trata a questão, dentro do Processo Judicial. Esta manifestação é feita por um Perito do
Juízo, nomeado no Processo, através de um Laudo Pericial.

O Art. 420 do CPC , diz “ A prova pericial consiste em exame, vistoria ou


avaliação”.

O exame é praticado nas perícias médicas, contábeis, autenticidade de


documentos ou objetos e outros.

A vistoria se restringe a imóveis ou a reparação de danos causados a local ou


coisa determinada, incluindo dano ambiental.

A avaliação é o procedimento técnico, devidamente embasado e justificado, para


obtenção de justo valor, seja para inventários, indenizações, desapropriações, obtenção
de valores reparatórios a danos ambientais e outros.

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Tipos de perícia judicial


Os tipos de Perícia Judicial são diversos, podendo existir em diversas áreas, sendo as
mais comuns as de : engenharia , agronomia, médica, de acidentes de trânsito, contábil,
grafotécnica, ambiental, ... Cada uma versa sobre sua área específica, guardando porém
características comuns, entendidas na busca dos fatos que auxiliem na formação da
convicção do Juiz.

Importância da prova pericial no processo judicial


A Prova Pericial objetiva a formação da convicção do Juiz, sendo importante por trazer
subsídios técnicos ao Processo, permitindo a comprovação de situações de fato
ocorridas, através de testes, cálculos, medições, avaliações, ponderações, sempre
justificado pelo Perito, que sendo pessoa da confiança do Juiz guarda a imparcialidade
necessária à justiça e ao deslinde da questão.

A inspeção judicial para formação da convicção do Juiz


A inspeção judicial é uma providência processual em que o Juiz faz uma diligência
pessoal, normalmente ao local aonde se desenvolveria a vistoria pericial, seja o local do
dano ambiental, ou o objeto de vistoria, buscando um melhor entendimento dos fatos que
suscitam a lide. Por vezes, com este procedimento, o Magistrado pode alcançar a
convicção necessária ao julgamento, possibilitando a melhor compreensão do Laudo
Pericial que será apresentado. Em alguns casos, a inspeção pode ser tão elucidativa que
dispense a produção da prova técnica.

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A função do Perito do Juízo


O Perito do Juízo tem a função de esclarecer os fatos e dúvidas técnicas relacionadas
com a lide. A forma de esclarecimento se dá pela resposta aos quesitos formulados.
Normalmente os quesitos são formulados pelas partes, apresentados no Processo e
respondidos pelo Perito no Laudo Pericial. O Perito deve estar imbuído do espírito de
neutralidade, no ato de descrever e responder os quesitos. Deve atuar de acordo com a
ética profissional de sua área, indicando valores, tendências, sempre com imparcialidade
tendo em mente que o julgamento é atribuição do Juiz. Deve ater-se apenas aos
parâmetros técnicos, às respostas aos quesitos, e tudo que complemente a questão.

O papel do Assistente Técnico


O Assistente Técnico é o profissional técnico da área de que trata a Perícia, que
responderá pela parte que o contratou, acompanhando os trabalhos periciais do Perito do
Juízo, apresentando Laudo em separado (Parecer Técnico). O Assistente Técnico é peça
importantísssima para as Partes, posto que virá fiscalizar o trabalho do Perito do Juízo.
Prestará auxílio técnico, e poderá evitar possíveis equívocos ou omissões por parte do
“Expert” do Juízo. Outra função primordial do Assistente Técnico, é a formulação dos
quesitos a serem oferecidos para resposta do Perito do Juízo, que deverão ser
formulados de maneira a fazê-lo responder o que se pretende grifar aos olhos do
Magistrado Julgador.

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Qual a função dos quesitos ?


Os quesitos são perguntas formuladas ao Perito do Juízo pelos advogados das partes
no processo, auxiliados por seus Assistentes Técnicos, com a intenção de, ao vê-los
respondidos, comprovar ao Juízo seus direitos, assim entendidos. As respostas aos
quesitos trarão elucidações importantes ao julgamento da Ação.

Qual a importância da vistoria ?


A vistoria é um procedimento integrante do trabalho pericial, onde normalmente o
Perito toma ciência dos fatos que suscitam a lide. É desenvolvida após a análise dos
Autos, e normalmente é acompanhada pelos Assistentes Técnicos. Nela normalmente o
Perito cientifica os Assistentes, a respeito da metodologia que será adotada para a
elaboração do Laudo Pericial. Na vistoria podem ser tiradas fotografias, medidas de
campo, tomados depoimentos de pessoas ligadas ou não ao caso, enfim colhidos os
dados que melhor elucidarem as questões ali tratadas. São normalmente procedidas após
a formulação de quesitos.

O trâmite processual para a formação da prova pericial (fluxograma)


O trâmite processual para a formação da prova pericial, pode ser melhor entendido
pela análise do fluxograma que segue :

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O PERITO DO JUÍZO E OS ASSISTENTES TÉCNICOS DAS PARTES

Perito e Laudo Pericial

O Perito do Juízo desenvolve e apresenta o Laudo Pericial. Como trata-se de


profissional técnico, guarda compromisso com a verdade técnica e com o Juiz que o
nomeou. Posto que tem obrigação com a verdade e com a imparcialidade, deve
apresentar Laudo Pericial com características pertinentes a um Laudo elucidativo e não
tendencioso. Tem também a obrigação de responder os quesitos.

Assistente Técnico e Parecer Técnico

O Assistente Técnico desenvolve e apresenta o Parecer Técnico. Pode apresentar um


Parecer Concordante ou Discordante. Como trata-se de um profissional, guarda
compromisso com a verdade técnica e com a Parte que o contratou. O Assistente Técnico
deve estudar o Laudo do Perito, para concordar ou criticar o Laudo. Então, através do
Parecer Técnico, deve apresentar suas discordâncias justificadas apontando os erros
técnicos porventura cometidos pelo colega, não estando obrigado a responder os
quesitos. Não pode porém, faltar com a verdade técnica mesmo que em defesa de seu
cliente. Saliente-se que a defesa é atribuição do advogado e não do Assistente.

Honorário Pericial

É um valor monetário, pago em moeda corrente, para remuneração da prestação


profissional exercida pelo Perito do Juízo.

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Inicialmente quando nomeado, o Perito vem aos Autos para formular seu pedido de
honorários. Após formulado o Pedido de Honorários, o Juiz dá ciência às Partes para
concordarem ou impugnarem os valores pretendidos. Havendo concordância segue o
processo. Caso não haja consenso, haverá um arbitramento pelo Juiz do valor dos
Honorários Periciais. Em caso de recusa do Perito à realização da Perícia pelo valor
arbitrado pelo Juiz, poderá ser nomeado novo Perito que formulará novo Pedido de
Honorários.

Após o Pedido de Honorários, vem o depósito dos mesmos em conta do Judiciário.


Deste ponto, realiza-se a Perícia e entrega-se o Laudo. Após a entrega do Laudo, o Perito
do Juízo está apto a solicitar ao Juízo o levantamento de seus honorários. Todo este
contato com o processo é feito por escrito através de petições ao Juiz.

A requisição da prova pericial pode ser feita pelas Partes ou determinada pelo Juiz,
sendo em regra custeada por quem solicitar a prova. Em caso de Autor e Réu,
requisitarem a prova, quem deverá arcar com o custo da prova será o Autor. Ao final, a
Parte vencida será onerada nas custas da prova pericial.

Conforme o Art.427 do CPC, o Juiz pode dispensar a prova pericial caso alcance
convicção para julgamento da lide pela análise de Pareceres Técnicos de Instrução,
eventualmente acostados pelas Partes na fase inicial do processo.

Prazos do Perito e dos Assistentes

Os prazos a serem cumpridos pelos profissionais que atuam numa Ação, são
definidos por Lei, sendo 30 dias para entrega do Laudo, a partir do depósito de honorários

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e 10 dias para os Assistentes a partir da entrega do Laudo do Perito, devendo tudo


ser entregue até 20 dias antes da audiência de instrução e julgamento..

Quando houver necessidade de dilatação do prazo para realização da perícia, deve o


Perito dirigir-se ao Juízo, normalmente através de petição, solicitando novo prazo.

Este pedido deve ser justificado na petição, com explanação de motivos relevantes e
fixação de prazo factível à formação da prova pericial.

Remuneração do Perito e do Assistente e a Justiça Gratuita

A remuneração do Perito é estimada com base em diversos parâmetros, levando em


conta os seguintes elementos : prazo disponível para realização do trabalho, tempo
estimado para o desenvolvimento do Laudo, responsabilidade envolvida, dificuldade e
complexidade da matéria envolvida, a experiência e “curriculum” do profissional,
periculosidade, dificuldade de acesso e necessidade de vistoria fora da Comarca por onde
foi nomeado.

O trabalho pericial se inicia na nomeação e finda somente após a apreciação do


Laudo pelas Partes, podendo o Perito ser chamado a prestar esclarecimentos nos Autos
ou em audiência. Para tanto deve-se levar em consideração para a formulação dos
honorários o tempo envolvido, e a necessidade de múltiplos comparecimentos ao cartório
para manifestação nos Autos. Deve-se também levar em consideração, o longo tempo
que decorre entre a nomeação e a data do depósito de honorários, quando então, o Perito
iniciará seu trabalho.

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Outro aspecto importante a ser considerado, sobretudo nas Perícias Ambientais, é


a necessidade de contratação de serviços de terceiros. Sendo o Meio Ambiente matéria
multidisciplinar, não raro, o Perito contratará exames laboratoriais, fará consultas a
especialistas, sejam biólogos, geólogos, engenheiros sanitaristas, engenheiros
agrônomos ou florestais, e tantos outros profissionais específicos de acordo com a
matéria a ser tratada, tal qual se faz necessário na realização de estudos de impacto
ambiental nas suas mais variadas formas.

Sendo assim, face às dificuldades de avaliação prévia das necessidades de um


trabalho pericial, é comum que os honorários não sejam formulados com base em tabela
de honorários. Nestes casos devem ser feitos orçamentos específicos para cada trabalho.
Todavia, a Tabela de Honorários do Instituto de Engenharia Legal, serve como norteador
aos profissionais ligados à área, devendo-se fazer as adequações e acréscimos
pertinentes a cada trabalho, sobretudo os trabalhos na área ambiental.

O trabalho do Assistente normalmente é avaliado pelo próprio e acertado


diretamente com a parte que o contrata. Ocorre no entanto uma prática, em que se estima
o trabalho do Assistente em valor equivalente a 80% dos honorários cobrados pelo Perito
do Juízo. Muitas vezes este valor pode ser reduzido, em função de adoção comum de
testes ou trabalhos de terceiros, como exames laboratoriais por exemplo. Isto só ocorre
quando a entidade contratada é conhecida como referência de mercado, considerada
idônea, sem colocar em risco a análise e a avaliação em questão.

É importante ressaltar a existência da Perícia não remunerada. Ocorre quando a parte


Autora ou a parte Ré é beneficiária de Justiça Gratuita. Nestes casos, como a parte não pode
pagar as custas da Ação, não deverá também pagar a perícia. Deve ocorrer então, uma
contrapartida do Perito para com o Juiz que habitualmente o nomeia, onde seria ofertada a perícia
sem custo para a Parte . Quando ocorrer a inexistência de Perito disponível para tal concessão, o
Juiz poderá solicitar ao órgão profissional da categoria envolvida, a indicação de profissional com
disposição para realização da perícia, nos moldes pretendidos.

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A RELAÇÃO DO JUIZ COM O PERITO

Juiz e Perito

O princípio básico da relação entre o Perito do Juízo e o Juiz que o nomeou é a


confiança. O Juiz no uso das suas atribuições deve nomear um profissional da sua
confiança para atuar como “expert” . O Perito quando nomeado deve ser entendido como
a “longa manus” do Juiz, ou os olhos do Juiz, porém com visão técnica da situação a ser
analisada. Todavia, não cabe ao Perito o julgamento. Deve sim, entender a lide de forma
imparcial na ótica técnica, para então com poder analítico e explanação sintética, colocar
ao Magistrado sua avaliação. Em outras palavras o Perito é um auxiliador na formação da
convicção do Juiz.

O Art.421 , parágrafo 2o , do CPC , prevê que quando a natureza do fato permitir, a


perícia poderá consistir simplesmente em esclarecimentos do Perito e dos Assistentes
Técnicos, em audiência de instrução e julgamento.

O dever de formar a base para a convicção do Juiz


e a Obrigação de resposta aos quesitos

O Perito tem o dever de auxiliar o Juízo, de forma técnica, com obrigação de


responder os quesitos apresentados pelas Partes, inclusive os quesitos complementares,
e os eventualmente formulados pelo Magistrado (Art.426). Ainda está obrigado quando
solicitado, a comparecer em audiência para dirimir dúvidas, que deverão ser
apresentadas previamente por escrito. Os quesitos que o Perito considere impertinentes

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ao entendimento da questão, poderão deixar de ser respondidos, podendo o Juiz em


sendo o caso determinar que novos esclarecimentos sejam prestados.

Toda resposta de quesitos deve necessariamente ser justificada, com embasamento


técnico, para que seja melhor entendida pelos envolvidos e para que o Laudo seja menos
vulnerável ao ataque dos Assistentes Técnicos, que em defesa de seus contratantes
buscarão falhas no embasamento dos argumentos utilizados.

Atribuições e Responsabilidades do Perito

As atribuições do Perito englobam dentre todas as suas funções, o direito de ouvir


testemunhas, solicitar documentos das partes ou de órgãos públicos, além de instruir o
Laudo com plantas, fotografias, croquis e tudo mais que julgar necessário para o deslinde
da questão, conforme define o Art. 429 do CPC.

A principal responsabilidade do Perito Judicial, é o compromisso com a verdade


técnica. Para tanto o Art. 147 do CPC , prevê que o Perito que por dolo ou culpa, prestar
informações que não se alinhem com a verdade, responderá com os prejuízos que
advierem às partes, sendo inabilitado por dois anos para atuação em outras perícias,
além de ficar sujeito às sanções penais cabíveis.

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A PRÁTICA FORENSE - A relação do Perito e os procedimentos de cartório

Nomeação e ciência

A nomeação do Perito para atuar num processo, se faz por um ato do Juiz, que ao
deferir a prova pericial, aproveita para nomear pessoa da sua confiança que será intimado
por cartório através do correio, por edital, por oficial de justiça, ou ainda por via telefônica,
para que tome ciência e apresente em prazo determinado seu Pedido de Honorários.

Vista do processo

É a solicitação feita ao cartório por advogados e pelo Perito, para manusear os Autos,
afim de analisá-los e tomar ciência dos atos processuais.

A carga do processo

A carga do processo é o ato de retirar fisicamente os Autos do cartório, seja para


verificação em diligência ou para estudo durante a elaboração do Laudo.

Quando “falar” no processo

São vários os momentos no desenrolar da Ação em que o Perito pode “falar no


processo”, pronunciando-se inicialmente através do aceite da nomeação, devendo
sempre fazê-lo por escrito. Algumas destas manifestações são : pedido de honorários,
pedido de prazo, justificativas ou comunicação de fatos relevantes, entrega do Laudo,
pedido de levantamento de honorários, prestação de esclarecimentos, e outros .

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O LAUDO PERICIAL

Diferenças entre Laudo Pericial e Parecer Técnico

O Laudo Pericial é a expressão da pesquisa e análise dos Autos, considerados os


dados obtidos em vistoria, após cálculos, exames, medições de diversas naturezas, onde
o Perito embasa e justifica suas conclusões, sempre na busca da verdade técnica, tudo
explanado de forma clara para facilitar a compreensão e a formação da convicção do
Juízo.
O Parecer Técnico guarda um paralelo com o Laudo do Perito, no aspecto do
embasamento e da justificação de suas conclusões, e no compromisso com a verdade
técnica. Todavia, o Parecer deve buscar os interesses da parte contratante, na adoção de
índices e valores de referência para cálculos intrínsecos à perícia. O trabalho do
profissional assistente, por vezes toma um cunho crítico ao trabalho do Perito, em caso de
discordância conclusiva. De toda sorte, deve manter embasamento e verdade técnica, e
pode ter formato complementar ao Laudo do Perito.

Os tipos de Laudo

Um Laudo pode ser classificado como Laudo Judicial, Extrajudicial ou de


Avaliação. Existem ainda os Laudos sintéticos para leitura expedita, que apresentam uma
formatação específica de acordo com a finalidade de interesse, normalmente usados
internamente em órgãos públicos.

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Os Laudos Judiciais são os mais variados face à diversidade de ações judiciais


existentes, podendo variar de formato guardando porém como regra a resposta aos
quesitos.

Os extrajudiciais variarão conforme o tipo de assunto tratado, devendo ter


adequada concatenação de idéias e cronologia, apresentando a situação de interesse,
métodos, cálculos e conclusões.

Já os Laudos de Avaliação, quando versam sobre matéria da avaliação de


imóveis, deverão guardar a Norma Brasileira NB-14.653, da ABNT . E quando versarem
sobre Avaliação de Impactos Ambientais poderão apresentar formas diversas, devendo
porém estabelecer graus e critérios para cada impacto percebido, de forma que partindo
da adoção de um critério, se possa quantificar a magnitude do impacto, não deixando de
conter uma apresentação pormenorizada do dano constatado.

O embasamento técnico de um Laudo

Como já dissemos, o embasamento de um Laudo é fundamental, posto que, não


cabe aqui apenas uma opinião técnica. Deve sim haver, demonstrações das opiniões com
clareza de critérios e paradigmas adotados, demonstração de cálculos para obtenção de
padrões ou indenizações, tudo para minimizar a conclusão empírica. Deve-se sempre que
possível, buscar respaldo em pesquisas ou estudos já publicados, de maneira a
fundamentar a adoção de correntes de opinião, que venham inseridas no Laudo Técnico.

Elaboração de Laudos

O Laudo deve expor fatos, critérios, cálculos, conclusões embasadas, resposta


aos quesitos formulados, tudo explanado com didatismo e poder de síntese. A legislação
não define uma forma específica para a apresentação de um Laudo, contudo, é

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conveniente que venha escrito com boa apresentação, assinado por seus autores em
todas as folhas, inclusive anexos fotográficos, plantas, e tudo que compuser o Laudo.

Independentemente da matéria sobre a qual versar o Laudo, é de boa prática que


contenha um roteiro mínimo com os seguintes itens :

. Folha de apresentação ;
. Folha com endereço do imóvel ou do local da vistoria, e data ;
. Corpo do Laudo contendo :
1- Objeto
2- Técnicas adotadas
3- Ressalvas e princípios
4- Descrição do imóvel ou do “sítio” que se quer avaliar
5- Dados disponíveis
6- Cálculos avaliatórios
7- Conclusões
. Folha com encerramento ;
. Anexos (fotográficos , documentais, gráficos, ou plantas).

Laudos técnicos de engenharia

Os Laudos técnicos de engenharia além das recomendações básicas apontadas


acima, devem conter a demonstração de todos os cálculos, passos matemáticos,
pesquisas e tratamentos estatísticos utilizados, colocados didaticamente.

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A Norma Brasileira NB-14.653, da ABNT, que se refere à avaliação de imóveis


urbanos, determina que os Laudos de engenharia apresentem tópicos específicos, quais
sejam : Interessado ; Proprietário ; Objetivo do trabalho ; Nível de precisão da avaliação ;
Pressupostos ; Vistoria ; Pesquisa de valores ; Métodos e critérios utilizados ;
Homogeneização dos elementos pesquisados ; Determinação do valor final ; Conclusão ;
Data ; Anexos.

A precisão da avaliação pode ser definida como o rigor do método adotado para o
desenvolvimento do trabalho. São vários os níveis de precisão estabelecidos na NB-
14.653. A diferença entre os métodos reside na diferença de rigor das pesquisas de
mercado realizadas, relativas à quantidade, confiabilidade e ao tratamento estatístico
dado aos elementos pesquisados. O tratamento estatístico adotado em perícias de
engenharia, quando necessária a pesquisa de mercado, visa unicamente tornar mais
exata a avaliação diminuindo o valor empírico atribuído a elementos de difícil
mensuração.

Com isto, percebe-se com clareza que a avaliação de bens ou danos necessita
amparo na definição de parâmetros, para obtenção de cálculo preciso do que se pretende
avaliar.

Laudos técnicos para a área ambiental

A área ambiental abrange matérias diversas sendo chamada de multidisciplinar.


Algumas destas matérias não são exatas e apresentam elementos de difícil mensuração.

Notamos que a maior parte dos litígios jurídicos, pretende alcançar uma avaliação de
dano para reparação do meio ambiente. Nesta hora atua o Perito, com obrigação de
definir ou mensurar qual o dano percebido. Esta definição, enquanto descritiva ou na fase
de diagnose não oferece obstáculos intransponíveis. Contudo, quando se fala em

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avaliação ambiental de danos para indenização, a dificuldade de conversão de elementos


intangíveis da natureza em dados matemáticos para alcance de valor do dano, torna-se
tarefa difícil, muitas vezes sem solução.

Sendo assim, o Laudo Judicial para área de meio ambiente, deve buscar sempre além
da resposta obrigatória aos quesitos formulados, uma definição do dano percebido na
questão. E quando perquirido na quesitação, quanto à avaliação monetária do dano
apontado, deve o Perito, buscar uma correlação entre dano ambiental e valor deste dano
para a avaliação de eventual indenização. Para tanto, ainda que pouco estudada esta
área da avaliação, existem alguns métodos para este fim, que poderão nortear os cálculos
avaliatórios. Neste caso, os cálculos, os parâmetros estabelecidos e a descrição da
metodologia aplicada devem compor o Laudo Pericial.

O uso de profissionais e o meio ambiente como matéria multidisciplinar

Posto que Meio Ambiente é matéria multidisciplinar, é razoável e por vezes


necessário, que o “expert” indicado para o trabalho judicial se faça valer dos
conhecimentos ou da “expertise” de técnicos de sua equipe ou por ele contratados para o
trabalho em questão.

Nestes casos, deve o Perito fazer constar na folha de apresentação de seu Laudo o
nome dos profissionais de sua equipe a serem utilizados, com seus respectivos registros
dos órgãos de suas categorias.

Os profissionais mais qualificados para as perícias de meio ambiente, são na sua


maioria ligados de alguma forma com matérias que estudam a natureza, porém com
conhecimento matemático para tornar a avaliação mais exata no tocante à diminuição dos

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fatores empíricos da avaliação. O domínio profissional da Estatística Aplicada é condição


importante para a elaboração de um Laudo bem embasado e fundamentado. Estes
profissionais podem ser engenheiros sanitaristas, engenheiros agrônomos, engenheiros
florestais ou biólogos. De toda sorte, como o assunto é por demais vasto e permite a
contratação de terceiros, as diversas categorias da engenharia tem atuado nesta área. Os
engenheiros civis com prática judicial, militantes na Engenharia Legal e de Avaliações,
têm sido os mais nomeados para atuação como Peritos do Juízo, fazendo-se sempre
valer do auxílio de técnicos específicos de cada área.

Diagnose Ambiental e Avaliação de Impacto Ambiental , como possibilidade de


instrução ao Laudo

A Diagnose e a Avaliação de Impacto Ambiental podem ou não instruir o Laudo


Pericial.

As Avaliações de Impacto Ambiental (AIA) e os instrumentos de controle previstos na


Lei 6.938 / 81, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, visam avaliar e controlar
projetos de atividades a serem implantadas. Para este fim, os empreendedores de
projetos devem realizar os estudos cabíveis, sejam o Estudo Prévio de Impacto Ambiental
(EPIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), além da obtenção de licenças
ambientais de estudo prévio (LP), de instalação (LI) e de operação (LO).

Posto que, os instrumentos de avaliação e controle criados pela legislação,


apresentam-se mais adequados à prevenção do que à reparação de danos, no que tange
ao estabelecimento de valores de reposição dos mesmos, ficam os técnicos desprovidos
de instrumentos para quantificação monetária dos prejuízos ambientais.

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Na maior parte das Ações Judiciais relacionadas com o meio ambiente, percebemos
claramente a demanda concentrada em dois pontos : constatação e quantificação
monetária do dano.

O dano ambiental percebido antes de sua ocorrência pode ser evitado ou ter seus
efeitos minimizados através de adequações de projeto, como adoção de medidas
mitigatórias ou ações compensatórias.

Porém quando o dano ambiental é constatado após sua ocorrência, só restam


medidas de reparação ou de indenização.

Então, quando o Perito é chamado a atuar na constatação de dano , se valerá dos


instrumentos de Diagnose e Avaliação de Impacto Ambiental. Porém, encontrará
dificuldade para quantificá-lo monetariamente.

Uma das possibilidades de atuação para a quantificação monetária do dano, repousa


na teoria do custo de reposição, à luz dos conceitos da Engenharia Legal e de Avaliações.
Nestes casos são desenvolvidos planos de recuperação das áreas atingidas, semelhantes
aos PRADs (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas), que serão base para
realização minuciosa de estudos orçamentários.

Quanto à questão da Diagnose Ambiental e da Avaliação de Impacto Ambiental,


quando o processo trouxer na inicial ou na contestação um Parecer Técnico de Instrução
que caracterize o dano ambiental, através destes instrumentos técnicos (Diagnose ou
Avaliação de Impacto), nestes casos, dependendo de verificação, pode o Perito se pautar
neste Parecer, respondendo apenas à quesitação oferecida.

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Contudo, é freqüente a necessidade da caracterização do dano envolvendo uma


maior dedicação do Perito, o que acarretará em honorários periciais mais elevados.

A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), sempre auxiliada pela Diagnose Ambiental


pode utilizar metodologias diversas, sendo as principais :

métodos espontâneos (Ad Hoc) – se baseia na “expertise” do técnico, não sendo


adequados a Laudos Judiciais por serem desprovidos de embasamento teórico e
fundamentação matemática ou estatística. São considerados expeditos e convenientes
quando há ausência de dados.

métodos de listagem (Check-List) – identifica e enumera os impactos a partir da


Diagnose Ambiental (nos meios físico, biótico e antrópico) e classifica os impactos
positivos e negativos conforme a modificação antrópica verificada.

matrizes de interação (Matriz de Leopold) – correlaciona bidimensionalmente os


impactos positivos e negativos em cada meio (físico, biótico e antrópico), atribuindo
valores para a magnitude de cada tipo de impacto. É de fácil compreensão e leitura,
sendo porém trabalhoso.

redes de interação (Networks) – estabelece seqüência de impactos a partir de uma


ação, de forma gráfica.

método quantitativo – estabelece parâmetros quantitativos para vários itens de


qualidade ambiental antes da ocorrência do impacto. Atribui pesos para cada impacto de
projeto. Interage os valores para avaliação do impacto futuro. Requer um trabalho prévio
para indicação de indicadores de qualidade.

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modelo de simulação – são modelos matemáticos que simulam o comportamento de


parâmetros ambientais, interagindo causa e efeito das ações. Processam variáveis
quantitativas e qualitativas e incorporam no modelo medidas de magnitude e importância
de impactos ambientais.

mapas de superposição (Overlay Mapping) – baseada em técnica cartográfica para


determinação de impactos ambientais, localização de sítios específicos, avaliação de
aptidão de solos, e etc. Isola-se em cartas vegetais os mapeamentos de cada impacto
para superposição posterior e análise. É muito utilizado nos EIA, pela boa representação
visual.

projeção de cenários – pretende a formação de hipóteses ou cenários prováveis


partindo da diagnose atual, relativa às alterações impostas pelo projeto a ser implantado,
avaliando então seus possíveis impactos.

A dificuldade temporal da prova pericial

Nem sempre a prova pericial pode ser formada através de análise instantânea, ou
mesmo, através de análise de elementos presentes. Não raro, ocorrem situações em
Perícias Judiciais onde se pretende comprovação de atos ocorridos no passado com
conseqüências no presente. Nestes casos, cabe ao Perito estabelecer padrões de época
anterior para comprovar o dano. Pode então, se valer de “indicadores” da natureza, que
comprovem a ocorrência do dano, desde que a conseqüência ainda se faça presente.

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Os indicadores podem ser de fauna, de vegetação, de solo, de clima, de água


superficial e de água subterrânea.

Um exemplo do uso de indicadores de água subterrânea ou superficial, é a análise de


laboratório para pesquisa de metais pesados, que caracterizem poluição de corpo d’água.

Outro exemplo, é o uso de indicadores vegetais, onde algumas espécies absorvem


elementos do ar e da água, podendo caracterizar poluição atmosférica ou hídrica.

A degradação dos solos hidromórficos por drenagem profunda, por exemplo, pode ser
comprovada como dano ambiental. Neste caso, como indicador de solo, poderia ser
utilizada a classificação dos estudos de edafologia, que estipulam padrões e
características de uso para cada classe de solo.

A PERÍCIA AMBIENTAL

Os instrumentos para reparação de danos como forma de diminuição da multa


ambiental

O acordo judicial é um instrumento onde as Partes, antes do julgada e prolatada a


sentença pelo Juiz, chegam a um entendimento e estabelecem um pacto, encerrando o
processo no ato da Homologação do Acordo. Pode ser arranjado até a audiência de
instrução e julgamento, antes dos Autos entrarem em conclusão para sentença.

Na área do meio ambiente, muitos processos podem encerrar mais cedo seus
procedimentos, em função de estabelecimento de acordo entre o agente causador do
dano e o órgão fiscalizador. A reparação do dano ambiental, no todo ou em parte, pode
ser negociada pela diminuição da multa aplicada.

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Os instrumentos de reparação de danos, são chamados de medidas compensatórias,


entendidas como medidas que compensem de alguma forma o dano ambiental. Todavia,
na maioria dos casos de dano, além da multa estabelecida pelo órgão de direito, impõe-se
uma série de posturas reparatórias, sejam mitigações dos efeitos causados, seja o
estabelecimento de planos de recuperação. Estes Planos de Recuperação de Áreas
Degradadas (PRAD) são definidos pela legislação para uso em atividades de mineração,
sendo contudo utilizados largamente em outras atividades poluidoras como medida de
proteção do meio ambiente.

O Termo de Ajustamento de Conduta originado a partir do Laudo Pericial

O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), é um compromisso onde o agente


causador do dano, antes, durante ou depois de tê-lo causado, assume com um ou mais
agentes de fiscalização, estabelecendo procedimentos que minimizem, evitem ou
reparem possíveis danos ao meio ambiente, previsto no Art. 5 , parágrafo 6o , da Lei
Federal 7.347/85 e no Art. 79-A da Lei Federal 9.605/98.

Por vezes estes Termos (TACs) podem ser originados dentro de uma Ação
Judicial, sendo o Laudo Pericial a origem técnica para o estabelecimento dos termos
deste acordo (TAC).

Métodos para classificação de eficiência de posturas pró-ativas


(métodos do IPT - será desenvolvido em aula, conforme a carga horária disponível)

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Valoração do dano ambiental como meta para a Perícia Ambiental

Como já dissemos o assunto de que trata o meio ambiente, por vezes é matéria
de avaliação incomensurável.

A Perícia Ambiental visa na maioria das vezes, dar valor aos danos causados ao
meio ambiente, seja para quantificação e instrução dos Autos seja para fins de avaliação
de indenização. É portanto imprescindível, que a forma de cálculo para valoração do
dano ambiental, seja formatada para uma análise de estabelecimento de padrões e
parâmetros ambientais correlacionados com um elemento de reparação,
preferencialmente monetário.

Sabe-se que a valoração de um dano ambiental é matéria de difícil conclusão. Dar


valor a elementos subjetivos, como uma paisagem ou o som de uma mata é tarefa quase
impossível. Sendo assim, os Peritos que atuam na área ambiental, devem se valer das
técnicas existentes para a área avaliatória, utilizando seus conceitos.

Várias são as técnicas da Engenharia Legal e de Avaliações, sendo os métodos


mais utilizadas : o método comparativo, o método do custo de reprodução, método do
máximo aproveitamento eficiente e o método da renda.

O método comparativo compara elementos amostrais (imóveis) pesquisados no


mercado imobiliário, dá tratamento estatístico a estes dados e chega ao justo valor do
imóvel que se pretende avaliar. Salvo em situações específicas, os conceitos deste
método tem difícil aplicação para o meio ambiente, posto que a natureza não está no
mercado e não tem parâmetro de comparação.

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Já os conceitos do método do custo de reprodução, são de grande valia para a
Perícia Ambiental. Tal qual na avaliação de imóveis, aqui a partir da definição do dano e
dos procedimentos para sua reparação podemos estabelecer tarefas orçáveis alcançando
um valor para indenização.

Em caso da área objeto de degradação se prestar a aproveitamento turístico-


ecológico, pode-se também utilizar os conceitos dos métodos da renda e do máximo
aproveitamento eficiente, calculando-se o que poderia ser auferido na utilização potencial
por um tempo estimado, e arbitrando este valor produzido como o valor do dano
calculado.

De todos estes, os conceitos do método do custo de reprodução se mostra como o


mais eficiente para a Perícia Judicial ligada à área ambiental. Deve-se buscar pois, no
Laudo Pericial, a diagnose do sítio no momento da perícia e a listagem de serviços
necessários à recomposição do “status quo” anterior , que em resumo vem a ser um
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). A partir deste plano deve o Perito
realizar um orçamento detalhado, chegando a um valor final que será equivalente à
indenização pelo dano real ambiental. Este método, porém, é incapaz de dar valor a
aspectos sentimentais que caberiam melhor numa análise de perdas e danos, face à sua
intangibilidade.

Valoração econômica de recursos e grandes sistemas ambientais

Quando se tratam de avaliações de ecossistemas inteiros, locais ou globais, ou de


valoração de ambientes ou recursos em macro-sistemas, a forma de cálculo é
assemelhada, mas com diferenças importantes em relação às utilizadas na metodologia
para confecção de Laudos Judiciais. As avaliações de macro-sistemas exigem uma
formação e coleta de dados para estabelecimento de parâmetros de bens ambientais,
para uma análise muito mais complexa pautada em teorias e modelos matemáticos.

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É importante marcar, que apesar do embasamento teórico que envolve estas


teorias de avaliação de grandes sistemas, trata-se ainda de matéria não testada e com
pouquíssima aplicação prática.

A busca pela fórmula que melhor expresse, numa escala ampla de valores, o
prejuízo de cada dano ambiental na forma monetária, ainda não foi consagrada de
sucesso. Não se conhece um único modelo matemático que faça esta tradução na
plenitude da perfeição. Existem sim, teorias econômicas, estudos e métodos analíticos
que buscam o mesmo objetivo. Alguns dos mais conhecidos são, o método de
produtividade marginal, o método de mercado de bens substitutos , o método de
mercados de bens complementares, o método dos preços hedônicos, o método do custo
de viagem, e o método da valoração contingente .

Os métodos mais utilizados são o do custo de viagem e da valoração contingente.


O método do custo de viagem, simula uma situação aonde seria feita uma pesquisa com
indivíduos que estivessem dispostos a pagar determinado valor para se deslocarem a um
determinado sítio ecológico e usufruir deste bem. O método da valoração contingente
pesquisa na população a disposição a pagar por um recurso natural, ou parte dele, a ser
perdido numa determinada ação potencialmente poluidora.

As teorias de valoração, introduzem ainda, os conceitos de uso e não-uso de


recursos ambientais, de valor de uso direto e indireto e valor de opção. Estas teorias
fogem ao objeto da matéria de Perícia Judicial, pelo que não nos aprofundaremos nestes
conceitos.

A LEGISLAÇÃO DE IMPORTÂNCIA PARA O PERITO JUDICIAL

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A hierarquia das principais normas guarda a seguinte estrutura, onde :
Lei, é norma criada e votada pelo Poder Legislativo Federal, Estadual e Municipal.
Decreto, é o instrumento pelo qual o Poder Executivo Federal, Estadual e Municipal, na
pessoa de seu chefe, expede normas gerais, regulamentos e outros. Só compete ao
chefe do Poder.
Resoluções, são atos administrativos expedidos pelo alto escalão do Executivo ou pelos
Presidentes dos Tribunais e Órgãos Legislativos para disciplinar matérias específicas.
Portarias, são instrumentos pelos quais autoridades menores do Executivo impõe
decisões internas relativas às suas atividades, utilizadas ainda para abertura de inquéritos
e processos administrativos.

Normas Federais – Constituição Federal (Lei Máxima)


Decretos
Leis
Resoluções
Portarias

Normas Estaduais – Constituição Estadual


Decretos
Leis
Resoluções
Portarias

Normas Municipais – Lei Orgânica Municipal e Plano Diretor


Decretos
Leis
Resoluções
Portarias

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Abordaremos agora a estrutura judiciária e os tipos de ação que influenciam a vida
do Perito que atue na área ambiental. Essa estrutura distribui as ações em que o Perito
atua :

PODER Esfera Penal  ação penal pública



JUDICIÁRIO Esfera Cível  ações coletivas - ação civil pública
- ação popular
- mandado de segurança coletivo
- mandado de injunção

ilícitos comuns - responsabilidade civil


- ação cominatória
- nunciação de obra nova

PODER
 Esfera Administrativa  fiscalização e multas pelos órgãos ambientais
EXECUTIVO

A Constituição Federal do Brasil , de 1988, concede a todos o direito, poder e o


dever de defender o meio ambiente, como determina o “caput” do Art. 225, capítulo VI :

“Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso


comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

As Constituições Estaduais, as Leis Orgânicas, os Planos Diretores e as Políticas


Locais estabelecem complementarmente normas de proteção ao meio ambiente.

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Lei Federal 6.938 , de 1981, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente , e
constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente e institui o Cadastro de Defesa Ambiental.

Esta Lei estabelece o sistema de licenciamento ambiental, e a Avaliação de


Impacto Ambiental (AIA), sendo :

instrumento de política ambiental composto por procedimentos capazes de


assegurar um acompanhamento, desde o início, dos impactos ambientais causados por
projetos, empreendimentos, com soluções para debates com as partes interessadas,
inclusive público, empreendedores e outros ;

além do zoneamento, padrões de qualidade ambiental, unidades de conservação,


cadastros técnicos, relatórios de qualidade, penalidades, medidas compensatórias, tudo
complementado pelas resoluções CONAMA, que estabelecem o Estudo de Impacto
Ambiental (EIA ou EPIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) seus instrumentos e
formas. Estabelecem ainda, para atividades mineradoras o Plano de Controle Ambiental
(PCA), o Relatório de Controle Ambiental (RCA), o Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas (PRAD) e o Plano de Monitoramento.

Entre muitas determinações o Art. 14, parágrafo 1o , desta lei diz :

“O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação
de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente” .

A Constituição Federal, no Art. 129, III , determina que o Ministério Público (MP)
pode promover inquérito civil e ação civil pública, para proteção do patrimônio público e
social do meio ambiente e de interesses difusos e coletivos.

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A Lei Federal 7.347, de 1985, disciplina a Ação Civil Pública . Criou este
instrumento legal para viabilizar ações do Poder Público e de associações civis contra
causadores de danos ao meio ambiente. Abriu as portas do Judiciário e arrecadou fundos
(indenizações) para reparação de danos ambientais. As dificuldades ainda encontradas
são o cumprimento da obrigação de fazer e/ou a condenação em dinheiro.

Os artigos de maior interesse para o Perito Judicial com atuação na área do meio
ambiente encontram-se resumidos abaixo :
Art. 1o – regem-se as ações de responsabilidade por danos
I - ao meio ambiente
II – ao consumidor
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico
IV – a qualquer interesse difuso ou coletivo

Art. 3o – a ação civil poderá ter o objetivo de condenar para pagamento em


dinheiro ou o cumprimento da obrigação de fazer
Art. 5o – a ação principal e a cautelar, pode ser proposta pelo MP, da União, do
Estado ou Municípios, ou ainda, por autarquias, empresa pública, fundação, sociedade de
economia mista, associações
Parágrafo 1o – o MP se não atuar como parte atuará como fiscal da lei
Parágrafo 6o – os órgãos públicos poderão ajustar com os agentes causadores de
danos, Termos de Compromisso ou Termos de Ajustamento de Conduta (TAC)
Art. 6o – qualquer pessoa pode fornecer dados à instituição da ação civil pública e
o MP terá que instituí-la
Art. 8o
Parágrafo 1o – o MP poderá instaurar inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias

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Art. 10o – constitui crime punido com pena de reclusão de 1 a 3 anos, mais multas
de 10 – 1000 ORTNs , a recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos
indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitado pelo MP
Art. 13o - toda condenação em dinheiro por dano causado reverterá a um fundo,
destinado à reconstituição dos bens lesados
Art. 17o – em caso de litigância de má fé do agente autor da ação, estes serão
condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos
Art. 18o – nestas ações, especificamente, não haverá adiantamento de custas,
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da autora em
honorários advocatícios e despesas processuais, salvo comprovação de má fé

A Lei Federal 9.605, de 1998, é conhecida como a Lei dos Crimes Ambientais,
pois dispõe sobre estes crimes, sendo de importância capital para a área de meio
ambiente. Deve ser observada em sua totalidade. Contudo, de especial interesse ao
Perito podemos destacar os artigos abaixo :

Art. 17o – “A verificação da reparação a que se refere o parágrafo 2o do artigo 78


do Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as
condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção ao meio
ambiente.”

Art. 19o – “A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível,


fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de
multa.”

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EXEMPLOS DE LAUDOS :

I ) Diagnose do Meio Físico : FAZENDA SANTA ENGRÁCIA

II) Exemplo de auxílio de outros profissionais e exemplo da oferta de valores para


convicção e arbitramento do Juiz : ASOEC x CERJ

III) Exemplo de embasamento técnico e fundamentação de um Laudo : SERVIDÃO


ADMINISTRATIVA DA LIGTH

IV) Exemplo do dia-a-dia da perícia, seja a tomada de depoimentos, realização de


vistorias, e ainda, exemplo da dificuldade de comprovação dos fatos passados :
MASSATOSHI x VALESUL

ESTUDOS DE CASO :

I) MINISTÉRIO PÚBLICO x MUNICÍPIO DE MENDES, CODERTE E O ESTADO


DO RIO DE JANEIRO (FMP)

II) DINÂMICA DOS ATERROS SANITÁRIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

BIBLIOGRAFIA :

MAY, P.H., Economia Ecológica – Aplicações no Brasil, Ed. Campus, 1995

REBELLO, W.F., Guia Prático de Direito Ambiental, LUMEN/JURIS, 2a Edição, RJ, 1999

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