Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O ar chega aos alvéolos com uma PaO 2 de 100 mmHg e PaCO2 de 40 mmHg. Então, o O2
precisa ultrapassar a barreira da camada de surfactante (responsável por diminuir a tensão
superficial do líquido presente no alvéolo, permitindo sua expansão no momento da
inspiração), da membrana alveolar, do interstício pulmonar, da membrana do capilar
sanguíneo e, finalmente, da membrana da hemácia (Lei de Fick). Na hemácia, cerca de 98%
do O2 ligase à hemoglobina (que possui quatro sítios de ligação) e aproximadamente 2%
do O2 fica dissolvido no plasma sanguíneo. Nesse momento, existe uma alta afinidade Hb
O2. O O2 é então carreado até a célula, passando através das veias pulmonares, átrio
esquerdo, válvula mitral, ventrículo esquerdo, válvula semilunar, aorta, cerca de 20% do
débito cardíaco vai para as coronárias e o restante segue para a circulação sistêmica até
chegar à célulaalvo. Na célula, iniciase então a respiração celular. A célula está rica em
CO2 (PaCO2 = 46 mmHg) e pobre em O2 (PaO2 = 40 mmHg). Reduzse a afinidade HbO2,
liberando o O2 do sangue para a célula. O sangue então capta o CO 2 liberado pela célula
(respiração celular), em que 7% se dissolve no plasma sanguíneo e o restante entra na
hemácia. Na hemácia, 23% ligase à hemoglobina e o restante é convertido em HCO3 + H+
(através da anidrase carbônica: CO2 + H2O ↔ HCO3 + H+). O H+ se liga também à
hemoglobina e o HCO3 será dissolvido no plasma, sendo substituído dentro da hemácia
pelo Cl. O sangue então rico em CO2 convertido e pobre em O2 retorna através das veias,
veia cava, átrio direito, válvula tricúspide, ventrículo direito, artérias pulmonares,
chegando próximo ao alvéolo novamente. Ainda no capilar sanguíneo, o HCO3 retorna à
hemácia pela troca com o Cl e se une com o H+ liberado pela hemoglobina, sendo
convertido em H2CO3 e depois em CO2 + H2O novamente. O CO2 é difundido pelo
interstício até o alvéolo (chegando com PaCO2 = 46 mmHg e PaO2 = 40 mmHg). Inicia
então a expiração, que é um movimento passivo realizado pelo retorno das fibras elásticas
dos alvéolos. Caso exista uma demanda aumentada (por exemplo, o exercício físico), o
centro respiratório ventral do bulbo envia um estímulo de contração para os músculos
expiratórios (intercostais internos e abdominais) e também para os músculos inspiratórios
acessórios (ECOM, escalenos) para auxiliar na ventilação. Na expiração, a pressão pleural
aumenta e é o gradiente transtorácico que está sendo alterado.
Numa respiração normal calma, cerca de 500 ml de ar entra e sai pelas vias aéreas: esse é o
volume corrente (Vt = 8 ml/Kg). Com uma freqüência respiratória de 12 IR/min, cerca de
6.000 ml de ar é deslocado, sendo que 1/3 desse volume não é utilizado para troca gasosa
(espaço morto anatômico). Uma inspiração profunda máxima é o volume de reserva
inspiratório, deslocando cerca de 3.100 ml. Uma expiração forçada máxima é o volume de
reserva expiratório (± 1.200 ml). O volume residual é o volume de ar que permanece no
pulmão após uma expiração forçada (± 1.200 ml).
Fontes:
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 2a. ed. São Paulo: Manole, 2003
SCANLAN, CL et al. Fundamentos da Terapia Respiratória de Egan. 7a. ed. São Paulo: Manole, 2000
WEST, JB. Fisiologia Respiratória. São Paulo: Manole, 1996.