Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TEXTO COMPLEMENTAR - Os Princípios Do Direito Processual Do Trabalho Na Ordem Jurídica Brasileira PDF
TEXTO COMPLEMENTAR - Os Princípios Do Direito Processual Do Trabalho Na Ordem Jurídica Brasileira PDF
br/artigo,os-principios-do-direito-processual-do-
trabalho-na-ordem-juridica-brasileira,55821.html
Resumo: O presente artigo tem por objetivo analisar os princípios no Direito Processual do
Trabalho. Em razão do neoconstitucionalismo, os princípios adquiriram uma grande importância
na ordem jurídica nacional, possuindo força normativa, sendo imprescindível ao intérprete do
Direito o conhecimento dos postulados específicos no ramo processual trabalhista, a fim de se
garantir uma efetiva e justa prestação jurisdicional.
1. INTRODUÇÃO
O princípio é onde se começa algo, é o início, a origem. José Cretella Jr. Afirma que
“princípios de uma ciência são as preposições básicas, fundamentais típicas que condicionam
todas as estruturações subsequentes. Princípios, nesse sentido, são alicerces da ciência. Todas
as ciências precisam de princípios para fundamentar, embasar as decisões e posicionamentos a
serem adotados. Sendo assim, os princípios ocupam lugar de relevância no ordenamento
jurídico, sendo que o descumprimento aos mesmos pode acarretar consequências jurídicas tais
como a nulidade de um ato jurídico.
Celso Antônio Bandeira de Mello pontua que princípio “é, por definição,
mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se
irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata
compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e racionalidade de sistema
normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico”.
Sérgio Pinto Martins exemplifica a aplicação deste princípio dizendo “temos como
exemplos: a gratuidade do processo, com a dispensa do pagamento das custas (§3º do art. 790
da CLT), beneficiando o empregado, nunca o empregador. Da mesma forma, a assistência
judiciária gratuita é concedida apenas ao empregado pelo sindicato e não ao empregador. Em
muitos casos, é invertido o ônus da prova ou são aceitas presunções que só favorecem o
empregado, em nenhuma oportunidade o empregador.
Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira
desimpedida, independentemente de nova notificação.
4. PRINCIPIO DA ORALIDADE
É a busca de meios para resolver o mais rápido o litígio, para isso, nos atos processuais
há predomínio da palavra oral sobre a escrita. O princípio da oralidade encontra aplicação, de
início, pela previsão expressa de reclamação verbal, que é tratada pelo art. 840 §2°, da CLT:
§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo
escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior
Como bem salienta Carlos Henrique Bezerra Leite: “Outra manifestação do princípio
na seara laboral se revela em audiência, oportunidade em que as partes se dirigem direta e
oralmente ao magistrado propiciando diversos debates orais (requerimentos, contraditas,
razoes finais, protestos, etc.), sendo que, também oralmente, o magistrado, via de regra, resolve
as questões surgidas em audiência, mediante registro em ata”.
5. PRINCIPIO DA CONCILIAÇÃO
“Embora o princípio da conciliação não seja exclusividade do processo laboral , parece-nos que
é aqui que ele se mostra mais evidente, tendo inclusive um inter procedimentalis peculiar”
§ 1º - Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus
bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos.
O art. 831 da CLT estabelece uma condição intrínseca para a validade da sentença
trabalhista, ao estabelecer que:
“Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.”
7. PRINCIPIO DA SUBSIDIARIEDADE
A Justiça do Trabalho brasileira é a única que pode exercer o poder normativo que
se traduz na possibilidade de criação de normas e condições gerais e abstratas, proferindo
sentenças normativas com eficácia ultra partes, que terão seus efeitos irradiados para contratos
individuais dos trabalhadores integrantes da categoria profissional representado pelo sindicato
que ajuizou a ação.
O direito processual do trabalho trata do ônus da prova no art. 818 da CLT, in verbis:
Art. 818 CLT: A prova das alegações incumbe á parte que as fizer
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem
produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que
considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial
valor às regras de experiência comum ou técnica.
De acordo com o princípio da finalidade social, ao Juiz é dado ter uma atuação ativa
no sentido de auxiliar o trabalhador em busca de uma solução justa, até o momento de
proferimento da sentença.
Art. 5º LICC: Na aplicação da lei, o Juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências
do bem comum.
14. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CRETELLA JÚNIOR, José. Comentários à Constituição de 1988, vol. VI, 2 ed. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2003.
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. São Paulo: LTR, 2009.
MARTINS, Sérgio Pinto. Manual de Direito do Trabalho. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
PINTO, José Augusto Rodrigues. Tratado de Direito Material do Trabalho. São Paulo: LTR, 2007.