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PROF.

ANA PAULA DE PÉTTA


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CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
ART. 213 DO CP – ESTUPRO
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a
ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se
pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a
vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos

Prof. Ana Paula de Pétta


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➢ Bem Juridicamente tutelado – liberdade sexual
➢ Sujeito ativo – Qualquer pessoa
➢ Sujeito passivo – Qualquer pessoa
➢ Elemento subjetivo – O dolo, direto ou eventual
➢ Modalidade Culposa – não admite
➢ Competência – juízo comum
➢ Procedimento – ordinário
➢ Ação penal – pública condicionada à representação (regra); pública
incondicionada (vítima menor de 18 anos ou vulnerável) – art. 225
do CP
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 Fundamental à caracterização do delito. Trata-se, na verdade, de
elementar implícita do tipo penal.

 A discordância da vítima precisa ser séria e firme, capaz de


demonstrar sua efetiva oposição ao ato sexual, razão pela qual
somente pode ser vencida pelo emprego de violência ou grave
ameaça.

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Masson - É dispensável o contato físico de natureza erótica entre o estuprador e a vítima.
Exige-se, contudo, o envolvimento corporal do ofendido no ato de cunho sexual. Não há
falar em estupro na contemplação lasciva.
Sanches Cunha – citando como maioria doutrinária – “ não há necessidade de contato físico
entre o autor e a vítima, cometendo o crime o agente que, para satisfazer a lascívia,
ordena que a vítima explore seu próprio corpo (masturbando-se), somente para
contemplação (tampouco há que se imaginar a vítima desnuda para a caracterização do
crime – RT 429/380)
Victor Eduardo Rios Gonçalves - Para que haja o crime, é desnecessário contato físico entre
o autor do crime e a vítima. Assim, se ele usar de grave ameaça para forçar a vítima a se
automasturbar ou a introduzir um vibrador na própria vagina, estará configurado o
estupro.
Rogério Greco – Entende não ser necessário o contato físico entre o agente e a vítima,
quando a conduta do agente for dirigida no sentido de fazer com que a própria vítima
pratique o ato libidinoso.
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CONSUMAÇÃO
Na conduta “constranger alguém,
mediante violência ou grave ameaça,
a ter conjunção carnal”

Na modalidade “constranger alguém,


mediante violência ou grave ameaça,
a praticar ou permitir que com ele se
pratique outro ato libidinoso”

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TENTATIVA
Possível

Importante – STF
Liame entre a tentativa
e o crime consumado
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STF – quando funcionar como “prelúdio do
coito”, a prática de ato libidinoso importa em
tentativa de estupro e não na figura
consumada.

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 Imagine a seguinte situação: O agente, com
intenção de estuprar a vítima, retira suas
roupas à força, mas mediante suas súplicas
acaba não realizando nenhum outro ato. Qual
seria a responsabilização?
◦ Tentativa de estupro?
◦ Constrangimento ilegal (desist. voluntária)?

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 1ª SITUAÇÃO - O sujeito, depois de empregar violência ou
grave ameaça contra a vítima, não consegue efetuar a
penetração, em razão de ser acometido pela ejaculação
precoce. Qual será a responsabilização?

 2ª SITUAÇÃO - Depois da ejaculação e impossibilitado de


concretizar a penetração, o sujeito dolosamente envereda
pela realização de outros atos libidinosos. Qual será a
responsabilização?

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 A disfunção erétil, também conhecida como impotência coeundi, é a
deficiência que acomete alguns homens, impossibilitando a ereção do pênis
e, consequentemente, a penetração sexual (conjunção carnal ou sexo anal).
 Se um portador deste problema, comprovado por perícia médica, tentar
estuprar alguém, mediante penetração, estará caracterizado em relação ao
estupro o instituto do crime impossível (CP, art. 17), em face da ineficácia
absoluta do meio de execução.
 Subsiste, todavia, sua responsabilidade penal pelo crime resultante da
violência à pessoa ou grave ameaça, tais como a lesão corporal (CP, art.
129), o constrangimento ilegal (art. 146) e a ameaça (CP, art. 147).
 No entanto, nada impede que um homem, embora dotado da impotência
coeundi, cometa o crime de estupro, desde que realize ato libidinoso diverso
da conjunção carnal.
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 Estupro de transexuais
Possível, pois se trata de crime bicomum.
Se fez a vaginoplastia, pode ser na 1ª figura

 Estupro de prostitutas ou prostitutos


“O fato de alguém se disponibilizar ao comércio sexual não lhe retira a proteção
conferida pelo Direito Penal”. (Masson)

 Estupro contra índio


Se a vítima for índio não integrado à civilização – art. 59 da Lei 6.001/73 – Estatuto do
Índio.

 Estupro no âmbito do matrimônio


Absolutamente possível a configuração do estupro entre cônjuges.

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 A partir de 14 anos
 Se for menor de 14 anos – estupro de vulnerável

 Falha legislativa quanto à idade da vítima


 Dependendo da idade da vítima, e desde que não se apresente qualquer
outra causa diversa de vulnerabilidade, três situações podem se verificar no
tocante ao crime de estupro:
 Vítima com idade igual ou superior a 18 anos: estupro simples (CP, art. 213,
caput);
 Vítima menor de 18 e maior de 14 anos: estupro qualificado (CP, art. 213, §
1o, in fine); e
 Vítima menor de 14 anos: estupro de vulnerável (CP, art. 217-A, caput).
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 Sea vítima for estuprada no
dia do seu aniversário de 14
anos, estará configurado o
estupro simples ou
qualificado?
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 Conjunção carnal e outros atos libidinosos contra a mesma vítima no mesmo contexto fático
Três posições:
1. O crime de estupro passou a ter tipo misto alternativo, de modo que, se contra a mesma
vítima forem realizados vários atos libidinosos, no mesmo contexto fático, até mesmo com
conjunção carnal dentre eles, o agente responderá por crime único. A pluralidade de atos
sexuais deverá ser apreciada pelo juiz na fixação da pena-base.
2. O tipo penal do estupro não é alternativo porque possui apenas um verbo — “constranger” —,
de modo que não é possível a punição por crime único. Como as condutas atualmente são da
mesma espécie, há de ser reconhecido o crime continuado.
3. Além de não se tratar de tipo alternativo, o que impede o reconhecimento do crime único, são
diversas as formas de execução (conjunção carnal e atos libidinosos diversos), o que
inviabiliza também o crime continuado, sendo assim aplicável o concurso material.

Entendimento atual dos Tribunais Superiores – crime único (OAB tb).

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 Conjunções carnais forçadas contra a mesma vítima em
momentos diversos
Haverá crime continuado se os crimes tiverem sido cometidos
pelo mesmo modo de execução, na mesma cidade e sem que
tenha decorrido mais de um mês entre uma conduta e outra,
ou concurso material se ausente algum dos requisitos do
crime continuado. Ex.: pai que estupra a filha por diversas
ocasiões, durante vários meses ou anos, no interior da
própria residência.

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 Conjunções carnais contra duas vítimas no mesmo contexto fático
Há crime continuado - crimes dolosos, cometidos com violência ou
grave ameaça, contra vítimas diversas - aplicação da regra do art.
71, parágrafo único, do Código Penal, em que, apesar de se tratar
de continuação delitiva, o juiz pode somar as penas.

De acordo com referido dispositivo, o juiz tem um limite nessa soma,


podendo, no máximo, triplicar a pena. Assim, se forem duas vítimas,
elas serão somadas. Se forem três vítimas, serão triplicadas. Se
forem quatro ou mais vítimas, serão também triplicadas.

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 Várias pessoas que estupram a mesma vítima
Na chamada “curra” (ou estupro coletivo), em que duas (ou mais)
pessoas estupram a vítima, revezando-se nas tarefas (enquanto uma
segura a outra estupra e depois invertem as posições), respondem
por dois crimes em continuação delitiva — como autor de uma
conduta e coautor na outra.
Como se trata de vítima única, aplica-se a regra do crime continuado
comum em que o juiz fixa uma só pena, aumentada de um sexto a
dois terços. Como o crime foi cometido mediante concurso de
agentes, será também aplicado aumento de um quarto da pena,
previsto no art. 226, I, do Código Penal.
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 Prova de autoria e materialidade
Exame de corpo de delito – quando deixa vestígios – art. 158 do CPP
Apenas a existência de conjunção carnal ou atos libidinosos
Provar por outros meios o constrangimento
Palavra da vítima como meio de prova como meio de prova apto a
condenar.

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 Estupro qualificado pela lesão corporal de natureza grave (art. 213, § 1o, 1a parte)

O estupro será qualificado se da conduta resultar lesão corporal de natureza grave.


Na expressão “lesão corporal de natureza grave” ingressam as lesões corporais graves
propriamente ditas, e também as lesões corporais gravíssimas (art. 129, §§ 1o e 2o, do
CP).
As vias de fato e as lesões leves são absorvidas pelo crime sexual.
As lesões graves e gravíssimas não constituem crimes autônomos, e sim qualificadoras do
delito em análise.
Lesão corporal de natureza grave há de ser produzida na vítima do estupro. Se recair em
pessoa diversa, estarão configurados dois crimes – estupro e lesão corporal grave (ou
gravíssima) – em concurso material (art. 69, caput, do CP).

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 Estupro qualificado pela idade da vítima (art. 213, § 1o, 2a parte)

Vítima for menor de 18 anos e maior de 14 anos.


Maior reprovabilidade da conduta e na facilidade para execução do delito, em face da
reduzida capacidade de resistência do ofendido, bem como na extensão dos danos
físicos, morais e psicológicos causados ao adolescente.
A idade da vítima deve ser provada por documento hábil (art. 155, parágrafo único, do
CPP).
A faixa etária do ofendido precisa entrar na esfera de conhecimento do agente, sob pena
de desclassificação para a modalidade fundamental do estupro, em face do
reconhecimento do erro de tipo (CP, art. 20, caput). Se a vítima for menor de 14 anos,
estará delineado o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP).

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 Estupro qualificado pela morte da vítima (art. 213, § 2o)

O estupro será qualifica- do se resultar a morte da vítima. Se a morte recair em pessoa


diversa, deverão ser imputados ao agente os crimes de estupro e homicídio qualificado
pela conexão (CP, art. 121, § 2o, V), em concurso material.

Se a vítima for menor de 18 e maior de 14 anos, e falecer em razão do estupro, incidirá


somente a qualificadora prevista no § 2o.

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 CLEBER MASSON – Código Penal Comentado – 5ª edição – editora
Gen
 ROGÉRIO SANCHES CUNHA – Código Penal para concursos – 9ª
edição – Editora Jus Podivm
 ROGÉRIO GRECO – Código Penal Comentado – 11ª edição – Editora
Ímpetus
 VICTOR EDUARDO RIOS GONÇALVES - Direito penal esquematizado :
parte especial – 6. Edição – Editora Saraiva.

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