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AÇO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

1. Histórico
Estruturas metálicas tem sido usadas desde o século XII, quando eram empregados
tirantes e pendurais de ferro fundido como auxiliares em estruturas de madeira. No século
XVI tornaram-se comuns as estruturas de telhado em ferro fundido.
A partir de 1750 começaram a ser construídas cúpulas de igrejas e pontes, estas
com estruturas em arco ou treliçadas, com elementos em ferro fundido trabalhando a
compressão, podemos dizer que tem início o uso de estruturas metálicas em escala
industrial.
A primeira ponte em ferro fundido foi a de Coalbrookdale, na Inglaterra, vencendo
o Rio Severn com um vão em arco de 30 metros, edificada em 1779.

Ponte Coalbrookdale

Em Wearmouth, também na Inglaterra, em 1796, foi construída uma ponte mais


arrojada, com seu arco vencendo 70 metros de vão.
Devido à boa resistência a corrosão do ferro fundido, várias destas obras estão,

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ainda hoje, em bom estado de conservação.
Na primeira metade do século XIX houve um grande progresso nas técnicas de
cálculo estrutural, e iniciou também a produção do ferro laminado, que tem desempenho
superior ao ferro fundido.
Nesta fase foi construída a Ponte Pênsil de Menai, em Gales, com vão central de
175 metros, que foi concluída em 1826. Neste período também iniciou-se a construção de
edifícios industriais com estruturas metálicas.
No Brasil, o ferro fundido começou a ser produzido em 1812, e a primeira obra
em ferro fundido, moldada no Estaleiro Mauá, em Niterói no estado do Rio de Janeiro, foi
a Ponte de Paraíba do Sul, no Estado do Rio, com cinco vãos de 30 metros, estruturados
em arcos atirantados, com o arco em ferro fundido e o tirante em ferro laminado,
construída em 1857, estando em uso até hoje.
No período entre 1850 e 1880 foram construídas várias pontes ferroviárias, com
vãos treliçados, sendo que, no entanto, ocorreram inúmeros acidentes com estas
construções, o que tornou patente a necessidade de serem feitos novos estudos e de se
utilizar um material de melhor qualidade.
Concluiu-se que o material ideal era o aço, já conhecido desde a antigüidade, mas
que não estava disponível, de forma competitiva, por falta de um processo de fabricação.
Este problema ficou resolvido em 1856, quando Henry Bessemer desenvolveu um forno
que permitiu, já em 1860, a produção de aço em escala comercial.
A primeira ponte com estrutura de aço foi edificada entre 1867 e 1874, em Eads,
sobre o rio Mississipi, com vão central de 158 metros e dois vãos laterais de 153 metros.
Em 1867 foi desenvolvido o processo Siemens-Martin para a produção industrial
de aço, mais econômico que o processo Bessemer.
A grande utilização em edifícios iniciou por volta de 1880, nos Estados Unidos,
na cidade de Chicago.
De 1900 até hoje houve um grande aperfeiçoamento das teorias da estruturas, foi
inventada a solda elétrica, conseguiu-se aços de alta resistência mecânica e a corrosão, e
começaram a ser edificados, de forma corriqueira pontes, edifícios, torres, etc, com
estruturas cada vez mais arrojadas.
Com a invenção do elevador, em 1852, por Elijah Otis viabilizou-se a construção
de edifícios altos, pois o problema de locomoção para os andares elevados, que era uma
forte restrição ao uso de edificações com muitos pavimentos, ficou resolvido.
Algumas obras notáveis, de estrutura metálica, ainda em uso:

A já referida ponte Coalbrookdale (Inglaterra), em ferro fundido, vão de 30 m,


construída em 1779;
Britannia Bridge (Inglaterra), viga caixão, com dois vãos centrais de 140 m,
construída em 1850;
Brooklin Bridge (New York), a primeira das grandes pontes pênseis, 486 m de
vão livre, construída em 1883;
A ponte ferroviária Firth of Forth (Escócia), viga Gerber com 521 m de vão
livre, construída em 1890;

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Brooklin Bridge - New York

A Torre Eiffel (Paris), 312 m de altura, construída em 1889;


O Empire State Building (New York), 380 m de altura, construído em 1933;
A Golden Gate Bridge (San Francisco), ponte pênsil com 1280 m de vão livre,
construída em 1937;
A Verrazano - Narrows Bridge (New York), ponte pênsil com 1298 m de vão
livre, construída em 1964.
O Edifício Empire State Building, em Nova Iorque, concluído em 1921, com
102 pavimentos e altura total de 381 m. sem as antenas de TV e alcançando
448,7 m. com as antenas, foi edificado em 15 meses por 3000 homens. Foi
durante muitos anos o maior edifício do planeta. Na sua estrutura foram
empregados 58.000 toneladas de aço. A área da base do edifício é de 7.780 m2,
e o peso total da edificação é de 380.000 toneladas, suportados por 200 pilares.

Apresentamos, a seguir, alguns exemplos do arrojo e do grande desenvolvimento


alcançado pelas estruturas metálicas:

Maior vão treliçado: ponte sobre o Rio São Lourenço, em Quebec, no Canadá
com um vão de 548 m.
Maio vão em viga reta: ponte Rio-Niteroi, sobre a Baia da Guanabara, com um
vão central de 300 m. e dois laterais de 200 m.
Ponte sobre o estreito de Verrazano, em Nova Iorque, com vão pênsil de 1298
m.
Ponte cruzando o Estreito de Akashi no Japão, inaugurada em 1998, com vão
pensil de 1990 m.
Edifício SEARS Tower, em Chicago, com 120 pavimentos e altura total 445
m. sem as antenas e 520 m. com antenas de radio e TV.
Ponte Humber Bridge, na Inglaterra, concluída em 1981, com 1410 m. de vão
pênsil.

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Ponte de Saint Nazaire, no rio Loire, na França, possui um tabuleiro metálico
de 720 m. de comprimento suspensos por cabos retos (estaias) formando um
vão central de 404 m. e dois laterais de 158 m.
Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, com 339,5 m. de vão pênsil e
comprimento total de 840 m. É o maior vão livre em ponte do Brasil.

O arrojo nas obras em aço trouxe, também, alguns contratempos como a Ponte
Tacoma Narrows, em Washington, com 854 m. de vão pênsil, que foi derrubada por efeito
de galope, provocado pelo vento. Construída em 1940, rompeu 4 meses após sua
inauguração.

O consumo de aço por habitante / ano no Brasil se mantém constante, em torno de


100 kgf., por vinte anos. Em países mais desenvolvidos e com uso intenso de estruturas em
aço esse índice encontra-se na faixa de 300 a 600 kgf.

2. Vantagens e desvantagens do uso do aço na construção.


Vantagens:

 ADMINISTRAÇÃO DA OBRA: As etapas de construção ficam mais definidas e


simplificadas. As estruturas são fabricadas em indústrias, deixando o canteiro de obra
livre para as demais etapas da obra. Possibilidade de reaproveitamento dos materiais
em estoque e de sobras de obras.

 FUNDAÇÕES: São bastante aliviadas. Devido a alta resistência estrutural é possível


executar estruturas mais leves e vencendo grandes vãos.

 LAJES: As formas se apoiam nas vigas metálicas, que estão niveladas, e dispensam o
uso de pontaletes, liberando o pavimento para serviços complementares.

 ALVENARIAS E REVESTIMENTOS: As estruturas de aço servem de referência de


prumo e nível, devido a sua precisão milimétrica, o que acelera a execução e melhora
a qualidade.

 INSTALAÇÃO ELÉTRICA E HIDRÁULICA: Os elementos estruturais já vêm


preparados de fábrica com furos para passagem dos dutos.

 PRAZO DE EXECUÇÃO: Como as estruturas podem ser fabricadas


simultaneamente com as fundações e, utilizadas imediatamente após montadas, a
velocidade de execução é muito rápida.

 MÃO DE OBRA: É bastante reduzida e, afeta até o serviço de pedreiro e de


acabamento que fica reduzido devido a precisão da montagem dos elementos
estruturais.

 CUSTO FINANCEIRO: Como o prédio fica pronto em prazo menor, os rendimentos


da exploração comercial da edificação são antecipados, e o cliente final pode dispor
da edificação mais cedo.

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Como desvantagem podemos relacionar:

 FABRICAÇÃO / TRANSPORTE: Limitação da execução em fábrica devido ao


transporte até o local da montagem.

 TRATAMENTO SUPERFICIAL: Necessidade de tratamento superficial dos


elementos estruturais para proteção contra corrosão atmosférica.

 MÃO DE OBRA: Necessidade de mão de obra e equipamentos especializados nas


etapas de produção e montagem.

 FORNECIMENTO: Limitação de fornecimento de perfis para uso estrutural.

3. Aço, ferro gusa e ferro fundido.


O aço é uma liga metálica constituída basicamente por ferro e carbono, com
outros elementos, em pequena quantidade, para imprimir características especiais, sendo
obtido a partir do refino do ferro gusa.
Como refino entende-se a diminuição do teor de carbono ( até um valor máximo
de 2 % ) de silício e de enxofre que são extremamente prejudiciais ao aço.
O ferro gusa é o produto de primeira fusão do minério de ferro e tem cerca de 3,5
a 4,0 % de carbono. É utilizado como matéria prima em fundições e siderúrgicas.
O chamado ferro ( não confundir com o elemento químico ferro ) em termos
técnicos conhecido como ferro fundido é o produto da segunda fusão do gusa, que é tratado
com adição de outros materiais para se chegar a um teor de carbono entre 2,5 e 3,0 % o
que lhe confere propriedades diferentes do aço. Encontramos ferro fundido com teor de
carbono de até 4,3 %.

4. A usina siderúrgica
É a usina siderúrgica quem realiza a transformação, conhecida como redução, do
minério de ferro em aço, pronto para o uso comercial.

Existem dois tipos de usinas:


a siderúrgica não integrada que é aquela que produz o aço a partir da
sucata ( COSIGUA, Eletro Aço );
a integrada que o fabrica a partir do minério de ferro, passando pela
transformação do gusa em aço ( CSN, Açominas, Usiminas, etc.).

A Companhia Siderúrgica Nacional – CSN começou a operar em 1946.

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5. Propriedades do aço

O aço como um dos materiais mais importantes para uso estrutural, tem suas
propriedades bem definidas e, entre elas podemos destacar:

Alta Resistência Mecânica alta capacidade de absorver esforços, principalmente se


comparado com outros materiais disponíveis.
Ductilidade capacidade de se deformar sob ação do carregamento.
Fragilidade é o oposto da ductilidade, produz ruptura brusca.
Resiliência é a capacidade de absorver energia mecânica em regime
elástico.
Tenacidade é a capacidade de absorver energia mecânica com
deformação elástica e plástica.
Dureza é a resistência ao risco ou abrasão
Fadiga provoca ruptura em tensões inferiores às obtidas em
ensaio estático devido ao efeito da ação repetitiva em
grande número

Devemos, ainda, destacar algumas propriedades mecânicas de conhecimento


necessário para o dimensionamento de elementos estruturais de aço.

MÓDULO DE ELASTICIDADE: E = 205.000 MPa = 2.100 tf / cm²

COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA:  = 12 x 10-6 / C

MASSA ESPECÍFICA:  = 77,0 kN / m³ = 7,85 t / m³

COEFICIENTE DE POISSON NO REGIME ELÁSTICO:  = 0,30

MÓDULO TRANSVERSAL DE ELASTICIDADE: G = E / (2.(1 + ))


G = 78.850 Mpa = 788 tf / cm2

COEFICIENTE DE POISSON NO REGIME PLÁSTICO: p = 0,50

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6. Influência da composição química.

A composição química determina muitas das propriedades do aço, importantes nas


aplicações estruturais. Alguns elementos químicos estão presentes nos aços comerciais
devido aos métodos de obtenção e outros são adicionados para atingir objetivos
específicos.

Relacionamos no quadro abaixo, alguns elementos químicos, e seu efeito quando


presente na composição do aço:

PONTO
ELEMENTO DE CARACTERÍSTICA DOS ELEMENTOS DE LIGA
QUÍMICO FUSÃO NOS AÇO
C
Alumínio 660 É o elemento mais forte das ligas. É um forte
influenciador da sensibilidade ao envelhecimento. Eleva
a resistência a oxidação. É empregado como elemento
de liga em ligas de imã permanente.
Berílio 1283 A partir de ligas de Cobre-Berílio, são fabricadas molas
espirais para relógios, sendo elas não magnetizáveis.
Possui alta dureza e resistência a corrosão.
Boro 2040 Melhora a têmpera total, mas diminui a resistência a
corrosão.
Cálcio 850 Aumenta a resistência a oxidação dos materiais
condutores de calor.
Carbono É o elemento de liga mais importante e de maior
influência nos aços. Com o aumento do teor de carbono
eleva-se a resistência e a temperabilidade dos aços,
porém diminui sua ductilidade, soldabilidade e
usinabilidade com ferramentas, com levantamento de
aparas. O teor de carbono praticamente não tem
influência sobre a resistência à corrosão provocada por
água, ácidos e gases aquecidos.
Césio 775 É um elemento de purificação, pois é um forte
desoxidante e promove a dessulfuração. Melhora a
resistência à oxidação nos aços termoestáveis.
Chumbo 327 Proporciona excelentes condições de usinagem,
produzindo aparas pequenas.
Cobalto 1492 Empregado como liga em aços rápidos, aços para
trabalho a quente e em materiais altamente resistentes ao
calor.

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PONTO
ELEMENTO DE CARACTERÍSTICA DOS ELEMENTOS DE LIGA
QUÍMICO FUSÃO NOS AÇO
C
Cobre 1084 Eleva a resistência a tração e o limite de alongamento
dos aços, diminuindo sua maleabilidade. Aumenta a
resistência a oxidação atmosférica.
Cromo 1920 Eleva a resistência mecânica dos aços e reduz
ligeiramente sua ductilidade. Reduz a soldabilidade.
Enxofre 118 Torna o aço quebradiço. Sua presença é prejudicial
sendo tolerado teores de 0,025 a 0,030%.
Fósforo 44 Sua presença é prejudicial ao aço.
Hidrogênio * -262 É um elemento deteriorador do aço. Os torna frágeis e
quebradiços, reduzindo a maleabilidade.
Manganês 1244 Eleva a resistência mecânica e reduz ligeiramente a
ductilidade e a soldabilidade. Reforça a capacidade de
têmpera profunda.
Mobilênio 2610 Eleva a resistência a tração, a resistência ao calor e
melhora a soldabilidade
Niobio/Colombio 1950 Aparecem em conjunto e são estabilizadores em ligas de
aço quimicamente estáveis.
Tântalo 3977
Níquel 1453 Eleva a resistência mecânica dos aços, enquanto reduz
ligeiramente a ductilidade. Eleva a resistência a flexão
por choque.
Nitrogênio * -210 Estabiliza a estrutura dos aços, elevando a resistência a
tração e seu limite de alongamento.
Oxigênio * -218,7 É prejudicial ao aço. Reduz as características mecânicas,
principalmente a resistência a flexão pôr impactos.
Selênio 217 Melhora o resultado de usinagem.
Silício 1410 Eleva a resistência à oxidação, a resistência mecânica e
a massa específica.
Titânio 1812 É um metal duríssimo, empregado em aços austeníticos,
aços resistentes à corrosão, para a estabilização
intercristalina.
Tungstênio 3380 Aumenta a resistência mecânica dos aços, eleva sua
dureza, torna resistente ao calor e à oxidação.

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PONTO
ELEMENTO DE CARACTERÍSTICA DOS ELEMENTOS DE LIGA
QUÍMICO FUSÃO NOS AÇO
C
Vanádio 1730 É favorável na qualidade dos aços destinados a
construção mecânica e para ferramentas.
Zircônio 1860 Aumenta a vida útil de materiais condutores de calor.

* Ponto de liquefação

PROPRIEDADES ELEMENTOS
C Mn Si S P Cu Ti Cr Nb
RESISTÊNCIA MECÂNICA + + + - + + + +
DUCTILIDADE - - - - - - -
TENACIDADE - - - -
SOLDABILIDADE - - - - - - -
RESISTÊNCIA A - + + + + +
CORROSÃO
DESOXIDANTE + +

LEGENDA: ( +) efeito positivo (-) efeito negativo

7. Principais tipos de Aços Estruturais

A seguir estão relacionados os aços especificados pela ABNT (Associação


Brasileira de Normas Técnicas) para usos estruturais em perfis, chapas e tubos.

Relacionamos, também, os aços ASTM (American Society for Testing and


Materials) de uso permitido pela NBR 8800.
A designação dos aços estruturais, bem como suas características mecânicas, estão
listadas no Anexo A da NBR-8800.

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7.1. AÇOS NORMALIZADOS PELA ABNT

Aço para perfis de elementos estruturais.

NBR-7007
AÇOS PARA PERFIS LAMINADOS PARA USO ESTRUTURAL

Classe / Grau fy (Mpa) fu (MPa)

MR-250 250 400


MR-290 290 415
AR-345 345 450
AR-COR-345A 345 484
AR-COR-345B 345 484

NBR-6648
CHAPAS GROSSAS DE AÇO CARBONO PARA USO ESTRUTURAL
Classe / Grau fy (Mpa) fu (MPa)

USI-SAC-300 300 400


USI-SAC-350 350 500
USI-SAC-450 450 570
CG-24 235 380
CG-26 255 410

USI-SAC – marca comercializada pela USIMINAS

NBR-6649
CHAPAS FINAS A FRIO DE AÇO CARBONO PARA USO ESTRUTURAL
Classe / Grau fy (Mpa) fu (MPa)

CF-24 240 370


CF-26 260 400

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NBR-6650
CHAPAS FINAS A QUENTE DE AÇO CARBONO PARA USO ESTRUTURAL
Classe / Grau fy (Mpa) fu (MPa)
CF-24 240 370
CF-26 260 410
CF-28 280 440
CF-30 300 490

NBR- 5004
CHAPAS FINAS DE AÇO CARBONO DE BAIXA LIGA E ALTA
RESISTÊNCIA MECÂNICA
Classe / Grau fy (MPa) fu (MPa)

F-32 / Q-32 310 410


F-35 / Q-35 340 450

NBR-5008
CHAPAS GROSSAS DE BAIXA LIGA E ALTA RESISTÊNCIA MECÂNICA E
A CORROSÃO ATMOSFÉRICA
Classe / Grau fy (Mpa) fu (MPa)

t < 19 mm 345 480


19 mm > t < 40 mm 315 460
40 mm > t < 100 mm 290 435

NBR-5920 / NBR-5921
CHAPAS FINAS DE BAIXA LIGA E ALTA RESISTÊNCIA MECÂNICA E A
CORROSÃO ATMOSFÉRICA (A FRIO / A QUENTE)
Classe / Grau fy (Mpa) fu (MPa)

Laminado a frio 310 450


Laminado a quente 340 480
Bobinas laminadas a quente 310 450

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NBR-8261
PERFIL TUBULAR DE AÇO CARBONO, FORMADO A FRIO, COM OU SEM
COSTURA, DE SEÇÃO CIRCULAR, QUADRADA OU RETANGULAR, PARA
USO ESTRUTURAL
Classe / Grau fy (Mpa) fu (MPa)

B - CIRCULAR 290 400


B - QUADRADO 317 400
C - CIRCULAR 317 427
C - QUADRADO 345 427

AÇOS ASTM DE USO PERMITIDO PELA NBR-8800


(PARA PERFIS ESTRUTURAIS)
Classe / Grau fy (Mpa) fu (MPa)

AÇOS CARBONO
ASTM A-36 250 400
ASTM-570 – Grau 33 230 360
ASTM-570 – Grau 40 280 380
ASTM-570 – Grau 45 310 410
AÇO DE ALTA RESISTÊNCIA MECÂNICA
ASTM A-441 345 485
ASTM A-572 290 415
AÇO DE ALTA RESISTÊNCIA MECÂNICA E À CORROSÃO
ATMOSFÉRICA
ASTM A-242 345 480
ASTM A-588 345 485

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PARAFUSOS E BARRAS ROSQUEADAS

As especificações relacionadas a seguir são aplicáveis a parafusos e a barras


redondas rosqueadas empregadas como tirantes e chumbadores.

Os parafusos e barras fabricados com aço temperado não podem receber solda e
nem aquecimento para a montagem.

Os parafusos de aço ASTM A 325 são disponíveis também com resistência a


corrosão comparáveis a dos aços AR-COR-345 ou ASTM A 588.

AÇOS USADOS EM PARAFUSOS E BARRAS ROSQUEADAS

Especificação fy fu Diâmetro Máximo Tipo de


(mm)
(Mpa) (Mpa) material

REBITES

ASTM A 502 - 415 -


ou EB 49

PARAFUSOS

ASTM A 307 - 415 100 CARBONO

ISO 898 245 390 36 CARBONO

ASTM A 325 635 825 1/2” < d > 1” CARBONO /


TEMPERADO

ASTM A 490 895 1035 1/2” < d > 2 1/2” TEMPERADO

BARRAS ROSQUEADAS

ASTM A 36 250 400 100 CARBONO

ASTM A 588 345 485 100 RESISTENTE À


CORROSÃO

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8. MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Para os efeitos da NBR-8800, devem ser considerados os estados limites


últimos (ELU) e os estados limites de serviço (ELS).
Os estados limites últimos estão relacionados com a segurança da estrutura
sujeita às combinações mais desfavoráveis de ações previstas em toda a vida útil, durante a
construção ou quando atuar uma ação especial ou excepcional.
Ex: a ruptura mecânica do elemento estrutural.
Os estados limites de serviço estão relacionados com o desempenho da estrutura
em condições normais de uso.
Ex: o deslocamento excessivo
Chamando:
Sd – solicitação de cálculo.
Rn – resistência nominal.
 - coeficiente de minoração da resistência do material.

Tem-se:
S d ≤  Rn

8.1. CARREGAMENTOS

As ações a considerar são classificadas de acordo com a NBR-8681 Ações e


Segurança nas Estruturas em:

PERMANENTES (g): peso próprio da estrutura, de revestimentos, pisos, material


de acabamento e equipamentos.

ACIDENTAL (q): sobrecargas de ocupação da edificação, mobílias, divisórias,


vento, empuxo de terra, variação de temperatura, etc.

EXCEPCIONAIS (e): explosões, choques de veículos, abalos sísmicos, enchentes,


incêndios, etc.

8.2. COEFICIENTES DE MAJORAÇÃO DOS ESFORÇOS

8.2.1. Majoração dos carregamentos

Para o método dos estados limites as cargas resultantes das diversas ações a
que está submetida a estrutura deves ser majorada pelos coeficientes de ponderação
previstos na NBR-8800.

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Chamando:

S – esforço nominal
 - coeficiente de majoração (minoração) das ações
Sd – solicitação de cálculo
Tem-se:
A combinação para os casos normais de uso e durante a construção:
Sd =  g.g + q1.q1 + (qj.j.qj)
Quando houver cargas excepcionais:
Sd =  g.g + E + (q..q)
Onde:
g – carga permanente
q – carga acidental
q1 – carga acidental predominante
E – carga excepcional
 - fator de combinação – leva em conta a possibilidade de ocorrência simultânea.
g – coeficiente de majoração (minoração) da ação permanente
q – coeficiente de majoração da ação variável.

Os valores dos coeficientes de majoração (minoração) das ações estão relacionados nas
tabelas a seguir:

COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO (MAJORAÇÃO OU


MINORAÇÃO) PARA AÇÕES PERMANENTES - g
Combinações Grande Pequena
Variabilidade Variabilidade
Normais 1,4 (0,9) 1,3 (1,0)
Durante a Construção 1,3 (0,9) 1,2 (1,0)
Excepcionais 1,2 (0,9) 1,1 (1,0)

COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO (MAJORAÇÃO OU MINORAÇÃO) PARA


AÇÕES VARIÁVEIS - q
Combinações Recalques Variações de Ações de uso Demais ações
diferenciais temperatura variáveis
Normais 1,2 1,2 1,5 1,4
Durante a 1,2 1 1,3 1,2
construção
Excepcionais 0 0 1,1 1,0

Valores entre parênteses correspondem aos coeficientes favoráveis à segurança.

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Cargas permanentes de pequena variabilidade são os pesos próprios de
elementos metálicos e pré fabricados com rigoroso controle de peso.
O efeito de temperatura citado não inclui o gerado por equipamentos, o qual
deve ser considerado como ação decorrente do uso e ocupação da edificação.

FATORES DE COMBINAÇÃO - 
Ações 
Sobrecargas em pisos de bibliotecas, oficinas e garagens. 0,75
Conteúdo de silos e reservatórios.
Cargas de equipamentos, incluindo pontes rolantes e sobrecargas em 0,65
pisos diferentes dos anteriores.
Pressão dinâmica do vento. 0,60
Variação de temperatura 0,60

Os coeficientes  devem ser tomados iguais a 1,0 para ações variáveis não
relacionadas na tabela.

9. BARRAS TRACIONADAS

Ponte Alamillo.

Sevilha, Espanha.
Mastro de sustentação
inclinado, sem ancoragem, e
tirantes de aço em forma de
harpa.
Projeto Santiago Calatrava

9.1. Dimensionamento de barras à tração.

Uma barra de aço submetida ao esforço normal de tração terá duas regiões
distintas de avaliação:

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Trecho Y: região da barra onde o escoamento generalizado não é permitido,
pois inutilizaria a barra devido ao alongamento excessivo.

Trecho U: região com tensão não uniformes devido ao posicionamento dos


conectores onde não pode ocorrer ruptura última da peça.

Denominando:

Nd – esforço normal de cálculo.


Nn – Resistência nominal à força normal.
 - coeficiente de redução.
Ag – área bruta.
Ae – área líquida efetiva.
O dimensionamento da barra tracionada atenderá:

a) No trecho Y com seção transversal de área bruta.

Nn = Ag . fy - com  = 0,90

b) No trecho U com seção transversal de área efetiva.

Nn = Ae . fu - com  = 0,75

A resistência da barra será o menor dos dois valores obtidos e tem-se como
condição de projeto:

Nd ≤  Nn

9.2. Áreas de Cálculo.

A seção transversal de uma barra pode ou não conter furos para a colocação de
conectores.

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Teremos então a seção transversal sem furos e a com furos, definindo uma área
bruta – Ag e uma área líquida – An.

Área Bruta – Ag

Ag = b . t

A área bruta dos perfis industriais pode ser obtida das tabelas dos fabricantes.

Área Líquida – An

d’ – diâmetro do furo para efeito de cálculo (diâmetro a descontar


para cálculo da área líquida).
d – diâmetro do conector (parafuso ou rebite).

Para um furo padrão:

d’ = (d + 1,5) + 2,0 = d + 3,5 mm.

Onde:

1,5 é a folga máxima entre um furo padrão e o parafuso.


2,0 é o dano produzido pela abertura do furo por puncionamento.

An = (b - d’) . t

Furos em Ziguezague

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s - espaçamento longitudinal entre furos consecutivos.

g - espaçamento transversal entre furos consecutivos.

t - espessura da peça.

O aumento da área líquida devido ao rasgo inclinado na seção em ziguezague é


definido pelo comprimento teórico da linha de ruptura expresso, para cada segmento pela
expressão:

(s2/4g)

O acréscimo de área é definido por:

(s2/4g) . t

Área líquida efetiva – Ae.

Para compensar a distribuição das tensões de maneira não uniforme, adota-se


um coeficiente de redução Ct.

Ae = Ct . Ag

Valores de Ct

 Ct = 1,0 - quando a transmissão do esforço é feita por todos os elementos da


peça.

 Ct = 0,9 – para perfis I e H onde bf ≥ 2/3.d e perfis T cortados destes perfis


com ligações nas mesas, tendo, no caso de ligações parafusadas o número
parafusos maior que três por linha de furação na direção da solicitação.

 Ct = 0,85 – para perfis I e H onde bf < 2/3.d e perfis T cortados destes perfis
e todos os demais perfis, incluindo barras compostas, tendo, no caso de
ligações parafusadas, o números de parafusos maior que três por linha de
furação na direção da solicitação.

 Ct = 0,75 – para todos os casos quando houver apenas 2 parafusos por linha
de furação na direção da solicitação.

Décio Zendron
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