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Malvinas Carvalho PDF
Malvinas Carvalho PDF
ILHAS MALVINAS:
Rio de Janeiro
2014
C2014 ESG
Este trabalho, nos termos de legislação
que resguarda os direitos autorais, é
considerado propriedade da ESCOLA
SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É
permitido a transcrição parcial de textos
do trabalho, ou mencioná-los, para
comentários e citações, desde que sem
propósitos comerciais e que seja feita a
referência bibliográfica completa.
Os conceitos expressos neste trabalho
são de responsabilidade do autor e não
expressam qualquer orientação
institucional da ESG.
________________________________
Assinatura do autor
53 f.: il.
Aos meus professores de todas as épocas de minha vida escolar, por terem
sido responsáveis por parte considerável da minha formação e do meu aprendizado.
Aos estagiários da melhor Turma do CAEPE-2014, pelo convívio harmonioso
de todas as horas, ciente de que formamos uma família com laços de amizade,
fraternidade e carinho.
Ao Corpo Permanente da ESG, pelos ensinamentos e orientações que me
fizeram refletir, cada vez mais, sobre a importância de se estudar o Brasil, com a
responsabilidade implícita de ter que melhorar.
Ao meu orientador, Professor Gustavo Alberto Trompowsky Heck, pela sua
sabedoria e simplicidade, pelo auxílio e transmissão de conhecimentos.
Ao meu amigo, Caetano Tepedino Martins, pela sua incansável paciência e
fonte ímpar de saber, sem tua luz o trabalho aqui apresentado não teria o mesmo
brilho.
À minha luz magnífica, que me auxiliou neste árduo trabalho, e não poderia
deixar de render as justas homenagens pelo carinho e dedicação. Muito obrigado
Diane Vicente Amaral.
À minha família, que me apoiou em todos os momentos, principalmente nos
mais difíceis, enquanto senti saudade de cada um dos membros de minha casa.
Um país se faz com homens e livros.
Monteiro Lobato
RESUMO
Proposes to conduct a study on the Falkland Islands and the consequent a reflection
about the Argentina´s sovereignty. Through research literature, confronts the concept
of Argentine sovereignty and British, finding differences that justify the possession of
this territory. Search a substrate that justifies the retention of the Falkland Islands by
Argentina. After undertaking the invasion in the archipelago in 1982, Argentina calls
the world's attention to solution this question. The American absence and the veiled
support of Brazil to Argentina are faces covered in this work. Through analysis since
the Treaty of Tordesillas to the conflict occurred in 1982 is discussed in this paper.
This international context has led geopolitical implications South Atlantic, and in
recent years, Argentina shows an aggressive growth in your foreign policy, based on
the international law and search in the international organizations the open
negotiations to resolve this issue. However, even aware of newfound wealth in
Malvinas’ soil, we observed that question is open, and there isn´t any interest from
other nations to resolve the territorial dispute. In the author's opinion, the sovereignty
of the Falkland Islands belong to Argentina.
Keywords: Falkland Islands. Brazilian foreign policy. Sovereignty. Argentina. United
Kingdom.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 11
2 ILHAS MALVINAS: GEOGRAFIA E DADOS DOS 74 DIAS DE GUERRA 15
3 MALVINAS: UMA CONSTANTE ENTRE SUPREMACIA E SOBERANIA . 20
4 MALVINAS: SUPREMACIA HISTÓRICA OU NOVAS VERDADES
ECONÔMICAS..............................................................................................23
5 GUERRA FRIA: NOVO CENÁRIO INTERNACIONAL E ALIANÇAS NA
DEFESA DA SUPERMACIA ........................................................................ 28
6 BRASIL: NEUTRALIDADE INTERNACIONAL OU DEFESA DA NOVA
ALIANÇA ECONÔMICA...............................................................................37
7 CONCLUSÃO............................................................................................... 46
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 50
11
1 INTRODUÇÃO
O mar é o grande avisador. Pô-lo Deus a bramir
junto ao nosso sono, para nos pregar que não
durmamos.
Rui Barbosa, “A lição das Esquadras”, 1898
1
Entende-se por Reino Unido o conjunto de países que são formados pela Inglaterra, País de Gales
e Escócia (estes formando o que conhecemos por Grã-Bretanha) mais a Irlanda do Norte, cujo
nome oficial é Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. Trata-se de um Estado soberano e
para efeitos deste trabalho as referências utilizadas recairão na nomenclatura “Reino Unido”. Cabe
aqui uma observação de que em relação a competições esportivas, com exceção dos Jogos
Olímpicos, estes países competem cada um sob a sua bandeira, ou seja, separadamente, como por
exemplo, percebemos nos jogos da Copa do Mundo de Futebol (Nota nossa).
12
2
Cone Sul é uma região que compreende os países austrais da América do Sul; quais sejam:
Argentina; Brasil; Chile; Paraguai; e Uruguai. Disponível em: <www.brasil.gov.br>. Acesso em: 15
ago. 2014.
3
O Princípio da Defrontação foi concebido pelo senador canadense Pascal Poirrer, em 1907, e prevê
que estados contíguos ao Círculo Polar Ártico exerçam soberania em terras e ilhas que lhe estejam
ao norte, dentro de um setor triangular cujos vértices são o Pólo Norte e os dois pontos em que os
meridianos toquem as partes extremas do território estatal. O mesmo princípio pode ser aplicado ao
Continente Antártico (Nota nossa); e Disponível em:
<http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/92444/Fontoura%20Jorge.pdf?sequence=1>.
Acesso em: 15 ago. 2014.
4
O colonialismo, e por conseguinte o neocolonialismo, já foi objeto de repúdio por Resolução da
Assembleia Geral da ONU, ao considerar que, o mesmo, nega os Direitos Humanos Fundamentais
sendo contrário ao espírito da Carta das Nações Unidas e um impedimento à paz mundial e
cooperação entre seus membros (ORGANIZAÇÃO, 1960).
14
Azul”5, nos moldes de nossa “Amazônia Azul”6, que visa proteger e explorar riquezas
marítimas. O referido programa foi lançado pela presidente da Argentina, Cristina
Kirchner, em 22 de abril de 2014, na Casa Rosada, em Buenos Aires, e cujo
"discurso" centraliza a política vislumbrada nos seguintes dizeres: “Afianzar la
presencia argentina en el Atlántico Sur en el contexto de la disputa de soberanía con
el Reino Unido”. (PAMPA, 2014, não paginado).
Finalmente, será analisado o conjunto desses fatos e reflexos explanados, e
levantadas às implicações políticas, econômicas, diplomáticas e até militares para o
Brasil, buscando-se identificar oportunidades surgidas e antecipar potenciais
ameaças, no Atlântico Sul, perfazendo-se, assim, no fecho do tema do presente
trabalho.
5
La iniciativa Pampa Azul se promueve como un programa de investigación del Mar Argentino, que
profundizará el conocimiento científico para la conservación y el manejo de los recursos naturales
que nuestro país tiene para ofrecer, a la vez que abarcará actividades de exploración, investigación
y conservación de la plataforma marina (PAMPA, 2014).
6
A Amazônia Azul, assim batizada pela Marinha do Brasil, e que inclui o mar territorial e a Zona
Econômica Exclusiva da plataforma continental jurídica brasileira, somando 200 milhas a partir da
costa. São 3,5 milhões de quilômetros quadrados, aos quais o Brasil quer somar mais 960 mil
quilômetros quadrados de área em águas internacionais, que seriam extensão da plataforma
continental brasileira. Disponível em: <https://www.mar.mil.br/dhn/dhn/amazoniazul.pdf>. Acesso
em: 15 ago. 2014.
15
7
Disponível em: <https://pt.coinmill.com/FKP_USD.html>. Acesso em: 15 ago. 2014.
8
Disponível em: <http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/guerra-das-malvinas/>. Acesso em: 15
ago. 2014.
17
9 10
Figura 2: Telegrama de rendição das forças argentinas ,
9
Cópia fac-símile do telegrama enviado pelo general britânico J. J. Moore, em 14 de junho de 1982,
anunciando a rendição das tropas argentinas nas Ilhas Falklands (Malvinas), e que foi exibido no dia
2 de abril de 2012, véspera do seu leilão pela Casa "Bonhams", avaliado entre 2 mil a 3 mil libras
esterlinas. Disponível em: <http://en.mercopress.com/2012/04/03/argentine-malvinas-war-june-14-
surrender-telegram-auctioned-for-7.250>. Acesso em: 15 ago. 2014.
19
10
Tradução do telegrama: Em Port Stanley às 9 horas PM, horário local [Malvinas]. Hoje à noite, a 14
junho de 1982, o major general Menendes [sic] rendeu-se e entregou a mim, toda as forças
armadas Argentinas no leste e oeste das Falklands, junto com seu equipamento militar
[impedimenta]. Arranjos estão sendo realizados para reunir os homens para o retorno à Argentina,
para recolher seu armamento e equipamentos, para marcar e colocar em segurança sua munição.
As Ilhas Falklands estão mais uma vez sob o governo desejado. [...] Por seus habitantes. Deus
salve a Rainha. Assinado JJ Moore. Fim da mensagem (Tradução nossa).
20
11
Moto nacionalista de domínio público na Argentina (Nota nossa).
12
Pré-sal é uma porção do subsolo que se encontra sob uma camada de sal situada alguns
quilômetros abaixo do leito do mar. Acredita-se que a camada do pré-sal, formada há 150 milhões
de anos, possui grandes reservatórios de óleo leve (de melhor qualidade e que produz petróleo
mais fino). De acordo com os resultados obtidos através de perfurações de poços, as rochas do pré-
sal se estendem por 800 quilômetros do litoral brasileiro, desde Santa Catarina até o Espírito Santo,
e chegam a atingir até 200 quilômetros de largura. Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/pre-sal/>. Acesso em: 15 ago. 2014.
24
[...] os dois maiores países da América do Sul, com larga fronteira comum,
grande e crescente intercâmbio e imenso potencial de expansão, se
defrontam com uma clara alternativa: ou mobilizam seus enormes recursos
para uma política de estreita colaboração, que multiplicará em benefícios de
ambos suas recíprocas potencialidades, ou serão levados a posições de
mútua desconfiança e antagonismo, que absorverão, neutralizando-o, seus
melhores recursos [...].
[...] lo que nos trae de nuevo a Malvinas, uma guerra decidida cuando se
agotó la “plata Dulce”, epopeya fundacional Del ´deme dos´ argento
periodicamente em auge; comenzaron las protestas sociales y la dictadura
no tuvo mejor Idea que huir para adelante apelando al caballito de batalla
Del nacionalismo argentino: Malvinas. Las consecuencias fueron
desastrosas em todos los sentidos, comenzando por la clausura de toda
posibilidad de recuperar las islas pacificamente, devolución que El Reino
Unido estaba evaluando, según demuestran documentos recientemente
desclasificados [...].
28
13
Acordo Tripartite de Cooperação Técnico-Operativa sobre Corpus-Itaipu, assinado pela Argentina,
Brasil e Paraguai na cidade Presidente Stroessner, em 19 out. 1979. Disponível em:
<https://unibhri.files.wordpress.com/2010/12/deborah-carvalho-a-relac3a7c3a3o-brasil-e-
argentina_desdobramentos-do-perc3adodo-pc3b3s-redemocratizac3a7c3a3o-atc3a9-o-sc3a9culo-
xxi.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2014.
29
É válido lembrar que as Ilhas Malvinas durante toda a sua história sempre
estiveram presentes em meio a conflitos territoriais, jaz que esteve hasteada em seu
solo bandeiras da Holanda, França, Espanha, Reino Unido e Argentina. Porém, nos
últimos 150 anos, o desejo de agregação do país sul-americano ao seu território
vem sendo um debate nas esferas internacionais sem grande êxito, mantendo sob o
poderio da coroa britânica o território como sua colônia.
Cardoso, C. e Cardoso, O. (2010) ressaltam a aprovação da Resolução
1.514, pela ONU em 14 de dezembro de 1960, (ORGANIZAÇÃO, 1960) que
consiste na Declaração de Concessão de Independência a Povos e Países
Coloniais, que transcrevem os autores:
[...] o fluxo na ponte aérea de armas para Buenos Aires crescia. Chegou à
média de 2 voos diários com escalas em Recife. Outros cargueiros
entravam na rota e nem sempre eram civis. Alguns desfilavam pela pista
pernambucana exibindo na fuselagem bandeiras de países “neutros” como
Libéria e África do Sul [...]. (CASADO, 2012, não paginado).
[…] in this context, they are well aware that argentine military and other
aircraft have used and are still using Brazilian airfields when transporting
military equipment for by Argentina. If the Brazilian authorities take action to
restrain a British aircraft which sought emergency facilities of a kind
guaranteed by international practice, it would seem no less appropriate that
they should impound such argentine aircraft and their lethal cargoes [...].
(SPREZZAPIA, 2014, não paginado).
A União Soviética passou a vista como um dos polos da crise, por sua
inclinação verbal – e talvez apoio material – ao regime ditatorial de Buenos
Aires. “Estamos utilizando apoio que os soviéticos nos ofereceram, mas isso
não significa que estamos entrando na sua orbita de dominação”, descreveu
alto funcionário do Palácio San Martin, chancelaria argentina. [...]
[...] sabia-se que um grande navio de espionagem russo da classe Primorye
passara a acompanhar fielmente a rota do transatlântico Canberra, que
integrava a Armada britânica [...]. Além disso, pelo menos um avião de
conhecimento Tupolev 45 – dos cinco que estariam fazendo o mesmo
serviço – foi visto na sexta-feira sobrevoando o porta-aviões Invincible. [...].
E, de concreto, havia ainda o Akademik Knipovich aportado no porto
argentino de Ushuaia. Oficialmente registrado como “navio de pesquisa de
pesca”, trata-se na realidade de um navio de espionagem antigo, com
capacidade limitada de coleta de informações, mas com radares aptos a
detectar submarinos. (PORRO et al., 1982, p. 31).
32
14
Figura 3: Mapa de rotas de apoio à Argentina
Fonte: Disponível em: <http://oglobo.com/infográficos/brasil--malvinas>. Acesso em: 16 jul.
2014.
14
Além da operação de fornecimento de armamento da Líbia, via Brasil e Peru; a Argentina efetuou
compras em Israel. Disponível em: <http://oglobo.com/infográficos/brasil--malvinas>. Acesso em: 16
jul. 2014.
33
we learn there is possibility off oil there [...]”15, como descreve o político americano
em seu diário (REAGAN, 2007, p. 77).
Moniz Bandeira (2012) ressalta que o Secretário de Estado Americano,
Alexander Haig, havia descrito que as Malvinas estavam localizadas sobre um largo
campo petrolífero, que despertava interesse de ambas as partes, sugerindo que
poderia haver uma parceria nos direitos de exploração. Essa possibilidade só foi
confirmada em 1993 pela British Geological Survey que anunciou a exploração de
petróleo na região até 200 milhas em torno das ilhas, com uma produção de 500.000
barris diários (NIKANDROV, 2010 apud BANDEIRA, 2012).
O que reforça a teoria que, naquele momento, a integração daquelas 200
ilhas seria uma ótima saída para a recuperação da economia e o fortalecimento da
imagem da ditadura argentina, em contraponto, à renovação da economia britânica e
do seu poderio, dentro do cenário político-econômico internacional.
O mesmo ocorria com o Reino Unido, pois se a eventual operação militar
redundasse em fracasso, o governo “trabalhista”16 de Margareth Thatcher não
sobreviveria no comando do país.
É válido ressaltar que, anteriormente a 1982, a Argentina sempre havia
contado com apoio norte-americano, inclusive na preparação e formação estratégica
de seus militares. Porém, os mesmos Estados Unidos da América foram os
primeiros a recusar aos pedidos, quando o embate armado surgiu. Os EUA passou a
ser tratado pelo povo argentino como um “traidor”, já que rompera o TIAR de 1947 o
qual apoiava em todas as nuances a supremacia das Américas diante de qualquer
ação extracontinental, como descreve seu art. 3.1:
The High Contracting Parties agree that an armed attack by any State
against an American State shall be considered as an attack against all the
American States and, consequently, each one of the said Contracting
Parties undertakes to assist in meeting the attack in the exercise of the
inherent right of individual or collective self-defense recognized by Article 51
of the Charter of the United Nations. (ORGANIZATION, 1947).
Com o incremento do apoio ao Reino Unido junto a OTAN, além de ser uma
das lideranças dentro das Nações Unidas, o que poderia tornar-se um agravante
para as alianças latino-americanas quando de tratativas no comércio europeu,
15
[...] soubemos da possibilidade de ali haver petróleo [...] (Tradução nossa).
16
Disponível em: <http://www.revistaoutubro.com.br/edicoes/03/out3_04.pdf>. Acesso em: 15 ago.
2014.
35
britânicos, como forma de retaliação por não ter, naquela época sua contenda
resolvida com Buenos Aires.
Todavia, como já cediço neste trabalho, o apoio vital dos norte americanos
para sua pátria mãe mostrou o verdadeiro jogo geopolítico em relação as Américas,
em especial na sua parte sul.
A visão dos EUA para a América Latina é a de que as recém-democracias
têm eleito para os cargos majoritários representantes cujo mote vai de encontro aos
interesses da “Pax Americana”, sem contar com o aumento de rejeição ao povo
americano como sendo "neocolonizador".
A partir de 2008, aparece um grande óbice para a América do Sul, e que é um
desdobramento da guerra das Malvinas, a reativação da 4ª. Frota Americana, que
havia sido desativada em 1950. A justificativa norte-americana foi a de que as
democracias no Atlântico Sul (América do Sul e África), onde se inserem Brasil e
Argentina não estariam preparadas para combater ações terroristas, pirataria, tráfico
de pessoas e de armas, e por isso adotou esta medida. Contudo, na verdade, o que
dessumimos é o desejo dos EUA de conter o avanço da China na região, bem como
os interesses das empresas americanas nos recursos naturais recém-descobertos.,
no litoral desses países, onde em seu extremo sul encontra-se as Ilhas Malvinas,
onde recentemente foi descoberto reservas de petróleo.
37
Parecia óbvio, mas não tanto, embora tivesse sido dito de chofre. Havia
implicações importantes, que, senão a imprensa, pelo menos alguns
diplomatas estrangeiros perceberam claramente: 1) reconhecia-se o direito
argentino não como simples opção política de momento, inspirada em
circunstâncias regionais, mas em conseqüência de uma posição brasileira
mais que secular; 2) em nenhum momento se dizia nada sobre a ação
militar argentina, omissão que, nas circunstâncias da situação do Brasil, era
a forma mais suave de se dessolidarizar de tal ocupação; 3) dava-se ênfase
à solução pacífica, mesmo naquele momento, o que implicava o
favorecimento das iniciativas de negociação que evitasse o pior e, ao
mesmo tempo, indiretamente envolvia um critério adverso ao uso inicial da
força pela Argentina [...]. (GUERREIRO, 1992, p. 102).
Durante todo o episódio das Malvinas, foi necessário, como era natural,
manter boa coordenação interna, quer diretamente com outros ministérios,
quer com o Planalto. O presidente esteve a par e decidiu sempre com muita
segurança. Houve, entretanto, vários momentos de muita tensão. Em
algumas ocasiões, houve sondagens sobre possível fornecimento de armas
sofisticadas que, se atendidas, descaracterizariam nossa posição neutra.
39
17 18
Felizmente, não tínhamos tais armas (exocets de aviação, radar picket ,
etc.) e foi possível negarmo-nos a atender às sondagens, alegando
honestamente que não dispúnhamos de tais equipamentos. Cedemos um
ou dois Bandeirantes de patrulha, `bandeirulhas` na gíria da Aeronáutica.
Eram aviões muito úteis para fins essencialmente de defesa do litoral.
(GUERREIRO, 1992, p. 111).
17
Míssil antinavio ar-superfície (MAS), de origem francesa, designado como: MAS "Exocet". Nessa
época, o Brasil possuía somente mísseis superfície-superfície (MSS) "Exocet" (Nota nossa).
18
Radar picket (piquete radar) refere-se à classificação de uma plataforma radar, aérea ou de
superfície, que tem a finalidade de realizar a primeira detecção de um alvo aéreo ou de superfície,
em virtude de estar posicionada distante da própria força combatente, na direção da provável
ameaça (Nota nossa).
40
Brasil e Argentina são eternos rivais quando o assunto é tratado dentro das
quatro linhas do campo de futebol, porém, é inquestionável o grande potencial de
ambos, compreendido desde o Oiapoque até a Tierra Del Fuego e trata-se de
potenciais complementares, que em sinergia, trarão bons resultados a ambos os
países, desde que sejam aliados, superando o descrédito, sendo este um dos
motivos pelos quais o Brasil prestou apoio logístico à Argentina na Guerra das
Malvinas.
A possibilidade de perder o acesso aos mercados estadunidense e da Europa
Ocidental, leva o país a não participar desse conflito, porém, tendo em vista nosso
posicionamento firmado desde 1833 e explicitado em discurso proferido na Escola
Superior de Guerra pelo então Ministro das Relações Exteriores, Saraiva Guerreiro,
quando afirmou categoricamente que o Brasil sempre apoiou a reivindicação
argentina, ao referir-se do momento “[...] quando as Malvinas foram ocupadas pela
força pela Grã-Bretanha [...]” (GUERREIRO, 1982, não paginado).
Em 1982, estava em curso no Brasil, em conjunto com o Paraguai, aquela
que seria a construção da maior usina hidrelétrica, localizada na região da Tríplice
Fronteira, a Usina de Itaipu, que serviria para fomentar o crescimento brasileiro, com
incremento energético, gerando desenvolvimento e renda.
Entretanto, além das negociações com o governo paraguaio, visto o leito de o
rio ser um condomínio entre os dois países, a Argentina, com receio do
aproveitamento energético por parte do Brasil, posiciona Itaipu como um conflito
geopolítico de interesses.
Neste momento, há uma clara conotação estratégica de ampliação de
horizontes comerciais, com a nítida visão, dentro do panorama do Pragmatismo
Responsável19 do então presidente Geisel, onde o Universalismo20 encontra eco na
tentativa de obtermos mais parceiros que nos ofereçam maiores vantagens para
diminuirmos nossas dependências junto aos Estados Unidos da América.
19
Entendido como um plano geral de política externa, esse estilo de conduta da Chancelaria
brasileira teve nos Estados Unidos um dos fatores chave para sua própria definição. Além de visar
ao desenvolvimento nacional, tratava-se de uma postura não-alinhada, onde as ações tomadas pelo
governo poderiam variar de acordo com as circunstâncias. A inexistência de aliados preferenciais,
sem a definição a priori por um ou outro lado, e a busca por novos pólos de interação foram duas
características básicas da política externa de Ernesto Geisel (15 mar. 1974 a 15 mar. 1979).
Disponível em: <http://sumario-periodicos.espm.br/index.php/seculo21/article/viewFile/1822/100>.
Acesso em: 15 ago. 2014.
20
Universalismo – para efeitos didáticos, consideramos como a opinião ou ordem que não reconhece
outra autoridade maior, sendo a concepção formada o de consentimento universal. É a forma para
materializar um sistema, impor um sentido..
41
21
“O governo brasileiro reafirma seu apoio à complementação integral da Resolução 502 do conselho
de Segurança, referente a questão das Ilhas Malvinas. É de fundamental importância o papel que as
nações unidas podem e devem desempenhar no encaminhamento de uma solução pacífica e
negociada para essa questão que afeta de perto os países latino-americanos. O Brasil reitera, a
esse respeito, seu apoio aos direitos de soberania argentina sobre as Ilhas Malvinas e expressa sua
preocupação crescente com que se possa cogitar de uma militarização daquela área. É posição
brasileira que o Atlântico Sul deve permanecer uma área de paz e concórdia.” XXXVIII Sessão
Ordinária da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – 1983 – Ministro Ramiro
Saraiva Guerreiro (ORGANIZAÇÃO, 1982b).
42
22
“A Chancelaria apoiou a resolução do Conselho de Segurança da ONU, em seus três aspectos
coerentes com a conduta tradicional (cessação das hostilidades, retirada de tropas argentinas,
negociação), mas ressalvou o direito argentino sobre as ilhas e manteve uma neutralidade favorável
ao país vizinho, ao perceber que contra ele se voltava todo o Norte. A crise revelou que a OEA
tornar-se impotente para solucionar quaisquer conflitos, que a OTAN preponderava sobre o TIAR,
que ao Brasil mais uma vez foi útil sua estratégia global de não-confrontação externa, ao servir de
locutor entre Argentina e Grã-Bretanha.” (CERVO, 2002, p. 453).
23
“[...] a diplomacia brasileira, quando reagiu diante da derrota da Argentina, buscou salvar a unidade
da América Latina de forma realista, evitando desvios introspectivos que a haviam comprometido no
passado, e mirou o lado do entendimento com a Argentina, que a ocasião poderia reforçar em favor
de um processo gradual e flexível de integração, mais tarde efetivamente iniciado.” (CERVO, 2007,
p. 209).
24
Brasil, Argentina e Uruguai (Nota nossa).
43
induzir a países vizinhos a se oporem ao este país irmão, num conflito que o levou a
grandes endividamentos. Futuramente o Paraguai tornar-se-ia parceiro comercial
dos aliados que o combateram,
Com suas dimensões continentais, o Brasil sempre despertou grande
interesse comercial por parte dos os países europeus, inclusive o Reino Unido.
Sendo a única potência dentro da América Latina, que não foi colonizada pela
Espanha, firmou muitas parcerias com a "Coroa britânica", durante toda sua história,
através da "Coroa portuguesa". É válido lembrar que a Independência do Brasil
(1822) teve o aval dos capitalistas ingleses e que a abertura de nossos portos às
nações amigas, ainda sob a égide da administração portuguesa, proporcionou aos
ingleses atraentes tributos de importação.
O Brasil, a cada década, vem mostrado o seu potencial para crescer e
fortalecer suas alianças comerciais e políticas, o que não foi diferente nas últimas
décadas do século XX e, vem se perpetuando nessas duas primeiras do presente
século.
Porém, precisamos deixar evidenciado que apesar de nosso crescimento
bélico25, em 1982, não podíamos fazer frente às potências unidas (então
hegemônicas), e eventualmente um conflito da mesma natureza travado em nosso
território poderia expor nossa fragilidade.
Neste ponto, merecem cuidado as palavras de Jaguaribe (1985, p. 14-16),
que assim expõe:
25
“[...] se concordássemos com um ato de força para resolver uma questão territorial, estaríamos
abrindo o flanco para que, amanhã, nossas conquistas diplomáticas fossem contestadas pela força
[...] todas as nossas conquistas, notadamente com o Tratado de Madri (1750), que estabeleceu
nossos limites no rio da Prata, das Missões, do Oiapoque, bem como a questão com a Guiana
Inglesa, em que fomos vencidos, foram diplomáticas. O Brasil definiu sua extensão sem nenhuma
resistência bélica, mas sempre com tratados. Ou seja, no campo do direito.” (ARINOS FILHO,
2001).
44
A Guerra das Malvinas, mais que uma busca territorial da Argentina, para o
que ainda existe um apoio velado da nossa força de persuasão, traz um grande
interesse pela manutenção da soberania, de nossos parceiros, dos usos do Atlântico
Sul, que comporta as principais vias marítimas comerciais do Brasil, Argentina e
demais países do subcontinente.
Contudo, àquela época, já vislumbrávamos no conflito uma oportunidade
ímpar de nos aproximarmos da Argentina. Além dos acordos já mencionados, havia
a negativa americana de apoiar Buenos Aires, mesmo cientes de que anteriormente
a apoiavam e tinham uma aliança com a ditadura argentina, inclusive com
treinamento militar e formação de uma composição antiguerrilha auxiliar, que era
inclusive imune as leis dos Estados Unidos da América. Isto aumentava o nosso
espaço e oportunidades de integração geopolítica.
A recusa fez com que o general Galtieri, então presidente da Argentina,
apostasse, no mínimo, na quase certa neutralidade americana, mas o vínculo que
une os Estados Unidos e o Reino Unido se mostrou mais consistente. O apoio
logístico prestado incluiu armas, armamento, informações e até mesmo a função
logística de apoio de base na Ilha de Ascensão (base militar).
É inegável que o descobrimento de novos poços petróleos na região das
Malvinas pode fortalecer uma parceria científico-econômica entre Brasil e Argentina,
quiçá o Mercosul, que pode se destacar dentro do cenário econômico internacional.
Ao mesmo tempo, alianças comerciais com o Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul (BRICS), e a União Europeia uma forma de resistir e reestruturar esses acordos,
até mesmo por parte do governo argentino, com os demais centros de comércio.
Hoje o Brasil com sua crescente importância internacional, como por exemplo
com a presença de tropas de paz no Haiti, e destaque comercial sendo um dos
destinos para investimentos estrangeiros, bem como o crescimento de suas divisas
externas e confiança na sua economia potencializa a força de sua voz em prol de
uma convicção, na qual, mesmo que de forma tímida atenda os interesses
comerciais de seus parceiros. Lembrando que é da essência brasileira, defender
45
7. CONCLUSÃO
O conflito ocorrido em 1982 trouxe algumas lições das quais podemos tirar
diversos ensinamentos. O primeiro, se analisarmos pelo lado argentino,
verificaremos um relativo “amadorismo” pela forma equivocada na qual se lançou na
guerra, pois, ao proceder a análise de diversas obras e estudos, vimos a adoção de
um procedimento estritamente militar, com informações desencontradas e ainda sem
contar com uma estrutura profissional; como por exemplo: sem que um "Gabinete de
Crise"26 tivesse sido criado pela Argentina.
Não podemos concordar, tendo em vista o lado argentino, com a ausência de
um plano estratégico e sua conseqüente aceitação das FA, meio político do país e
da opinião pública, pois em um conflito, mister o apoio de todos estas forças citadas,
com o objetivo de dar o suporte moral às tropas no prosseguimento da campanha
militar.
Porém, percebemos que a Argentina não possuía os mesmos meios militares
do Reino Unido, e nem o respaldo internacional, visto, por exemplo, a falta de apoio
norte-americano apesar da existência e dos compromissos mútuos gravados nas
páginas do TIAR, o que demonstra uma falha na diplomacia, pois a ausência de uma
concertação diplomática dificultou a obtenção do auxílio para as tropas argentinas,
pois como é cediço, uma atuação firme e ágil da chancelaria argentina poderia ter
garantido apoio institucional e suprimentos bélicos no decorrer do conflito, além da
possibilidade de serem obtidos empréstimos e auxílios oriundos do exterior.
Com a invasão de Porto Stanley, houve uma imediata reação por parte do
Reino Unido de congelar os valores pertencentes à Argentina em solo britânico,
porém, já se sabia que o país portenho teria transferido para outro país uma soma
vultosa dias antes do início das operações, o que já demonstrava fortes indícios de
que alguma operação militar poderia se concretizar.
Outrossim, e em solidariedade a um membro do bloco europeu, a então
Comunidade Econômica Europeia (CEE), hoje União Europeia, impôs sanções
econômicas, datadas de 5 de maio de 1982, o que refletiu na circulação monetária e
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Gabinete de Crise deve reunir todos que desempenham papel preponderante na adoção de
providências para impedir a crise ou administrar suas consequências. Inclui membros permanentes,
a critério da organização, e integrantes eventuais, de acordo com a situação. Às vezes, o gabinete é
ativado antes da crise para que aja de forma proativa. Disponível em:
<www.cnmp.mp.br/.../GERENCIAMENTO__DE__CRISES.__artigo_Nov...>. Acesso em: 15 ago.
2014.
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Texto original: "1. Demands an immediate cessation of hostilities; 2. Demands an immediate
withdrawal of all Argentine forces from the Falkland Islands (Islas Malvinas);" (ORGANIZAÇÃO,
1982, não paginado) (Tradução nossa).
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Desse modo, cabe perguntar por que o potencial nacional não era o suficiente
forte para intervir no conflito. Se o país tivesse consciência de seu papel dentro da
geopolítica do Atlântico Sul Ocidental, este conflito ganharia outros entornos.
Temos como séria ameaça a cobiça estrangeira pelas riquezas do Atlântico
Sul, bem como o crescente investimento chinês, inclusive na Argentina.
Há, outrossim, tendo em vista as riquezas descobertas anteriormente
mencionadas, uma possibilidade de um novo conflito bélico, visto que temos a
presença de atores extrarregionais (no caso o Reino Unido, mas com apoio norte-
americano).
Devemos aproveitar os laços que temos em comum com a Argentina e
aprofundar nossa integração, dificultando a ação de Estados estrangeiros em nosso
berço.
Organismos como o Mercosul devem servir para unir seus países-membros e,
de maneira uníssona, proteger interesses comuns da região, para o bem de todos,
de modo a não se tornar palco de políticas degradantes e retóricas lastimáveis, visto
que as demais potências já preparam um teatro de operações belicoso para a área
de nosso entorno estratégico sob a desculpa de proteger os recursos naturais para o
mundo.
Considera o autor que, resta comprovar o dado acima, se olharmos com
atenção a movimentação das grandes potências. Os EUA criaram em 2007 o Africa
Command (AFRICACOM) e anunciou a reativação da 4ª. Frota no Atlântico Sul, bem
como a China já conta com a presença de conselheiros militares na região do
Atlântico Sul.
Apesar de Brasil e Argentina possuírem hoje democracias revigoradas recém
saídas de ditaduras militares, a estabilidade institucional também deve ser precedida
de uma paz social e econômica, no entanto, a Argentina, nos dias atuais, sofre uma
grande crise econômica, e estas crises levam os governos a tomarem posições
desfavoráveis, impensadas.
O conflito de 1982 foi gerado em um momento de crise onde o governo
argentino pressupôs que, com a vitória no conflito, iria obter vantagens na política
interna. Situação semelhante vivia o Reino Unido, onde o governo trabalhista de
Margareth Thatcher não encontrava grande apoio popular, porém, com a vitória em
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um conflito distante, garantiu sua reeleição em 1983 e imprimiu naquele país uma
guinada liberal, com apoio dos EUA e de seu presidente Ronald Reagan.
Para tanto, algumas conclusões se fazem sentir, porém a mais importante
reside no fato de que devemos nos conscientizar acerca da importância em
nacionalizarmos nosso material bélico, em especial os que dizem respeito a:
munição; e sobressalentes para equipamentos das forças armadas, i.e. os meios
aéreos, terrestres e navais.
Não só nos dias atuais, mas como na época do conflito em estudo (1982),
nosso material bélico carecia de padronização, e num país de dimensões
continentais como o Brasil é necessário possuirmos tecnologia de ponta para a
construção de portos móveis para prover o devido apoio logístico, caso novamente
ocorra um conflito similar novamente envolvendo nosso país ou nossos vizinhos com
potências estrangeiras.
Por fim, temos que admitir que possuímos uma relativa inoperabilidade no
que tange as nossas defesas, sejam elas terrestres, marítimas ou aéreas, o que
restringe nossa capacidade de defender nossos potenciais energéticos. Mister a
integração regional, visando o fortalecimento de políticas sérias, sem partidarismo,
pois o viés é o de defender os Estados e as riquezas da região, visando o bem
comum de argentinos, brasileiros e demais vizinhos.
Investir em defesa é consagrar o futuro e perpetuar as nossas gerações um
legado de paz e harmonia, a oportunidade nos é dada, somos jovens como nação,
porém podemos perder todo nosso arcabouço, se dele não prosperarmos e não
garantirmos o sucesso de nossa jornada.
Temos que ter em mente, se levarmos em consideração o nosso papel de
estarmos comprometidos com nossos irmãos da América Latina de preservar a paz,
porém não podemos nos olvidar de que qualquer que seja a natureza de um
determinado conflito armado, este não pode estar circunscrito tão somente em
aspirações locais e regionais, se deste lhe restar inconsistência.
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REFERÊNCIAS
BLOCO proíbe navios com bandeira das Ilhas Malvinas. Estado de São Paulo, São
Paulo, 21 dez. 2011. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/
noticias/impresso,bloco-proibe-navios-com-bandeira-das-ilhas-malvinas--
,813622,0.htm>. Acesso em: 10 mar. 2014.
GOEBEL, J. La pugna por las islas Malvinas. Buenos Aires: Yale University Press,
1951.
INGLESES invadem Malvinas. Folha de S. Paulo, São Paulo, ano 62, n. 19.407 p.
1, 22 maio 1982. Disponível em: <http://acervo.folha.com.br/fsp/1982/05/22/2/>.
Acesso em: 15 maio 2014.
MALVINAS aprovam domínio britânico. G1, São Paulo, 11 mar. 2013. Disponível
em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/03/malvinas-aprovam-dominio-
britanico.html>. Acesso em: 10 mar. 2014.
MOREIRA, Artur L. S., 2008. apud RIBEIRO, Ana K. L et al. Conflitos das Ilhas
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juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13191&revist
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Fernández de Kirchner presentó la Iniciativa Pampa Azul, un proyecto estratégico de
exploración, investigación y conservación del Mar Argentino. Buenos Aires:
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REAGAN, Ronald. The Reagan Diaries. Nova York: HarperCollins Publishers, 2007.
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