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Cumprimento Ombro-a-Ombro
Quando um Guia cumprimenta um consulente ou um assistente com o bater
de ombro, isto é sinal de igualdade, de fraternidade e grande amizade.
– Ebó de Esù ònòn (Ebó de Exu no caminho. Tem a finalidade de abrir os caminhos do
futuro Yawô, trazendo-lhe boa sorte).
- Ebó Iku (para afastar a morte e as doenças do caminho do futuro Yawô).
– Dar um Obi a Cabeça do iniciado.
– Ebó Onilè (Ebó da Terra. Pedindo a proteção a Onilè ao futuro Yawô).
- Ebó omi (Ebó de Águas. Divide-se em Ebó omidùn das águas doces, e Ebó omi iyò das
águas salgadas. Em locais longe do litoral costuma-se fazer os dois juntos na beira de
um Rio).
- Ebó Igbó (Ebó nas matas. Feito para os Orixás das matas)
- Wè ariàse (Banho de folhas sagradas. Tem a finalidade de purificar o Yawô)
Peji ou Congá: Onde se localizam Imagens de Santo católicos (Sincretismo), Imagens Africanas
de Orixás, Caboclos, Pretos-Velhos, Erês, e demais Linhas e Povos. Obedece um sistema de
organização que trataremos em outra oportunidade.
É preciso que sejam resgatadas suas raízes. Para isso partiremos inicialmente de
sua base na África, mais precisamente, o povo Lunda Kiôco, de cuja
organização social, história e cultura, idioma nativo, costumes, crenças e rituais
religiosos, lendas e superstições, musicalidade e percussão e dos seus conceitos
morais foram erguidos os alicerces da Nação Omolokô praticada hoje em dia.
Foi em Lunda, uma província dividida em Lunda do Norte e Lunda dos Sul,
situada no nordeste de Angola, onde houve a maior concentração desse povo e
de onde surgiu o termo Kiôcos de Lunda.
Dentro dos Terreiros são instrumentos de uso ritual utilizados para louvar os
Orixás, não podendo de maneira alguma ser utilizado para outro fim. Só
podem ser tocados pelos Ogãs (o Rum só pode ser tocado pelo Ogã Nilu ou
Aglabê). Seu couro é oriundo da pele dos animais sacrificados aos Orixás.
A importância dos atabaque é tanta, que os mesmos são saudados por todos
àqueles que entram dentro de um Terreiro e também pelos Orixás em seu
Rum.
- Xequerê, Agbê ou Agê: instrumento feito com uma cabaça inteira trançada
com cordão e contas diversas, no Ketu é conhecido com afoxé.
A percussão dos Atabaques varia de acordo com a Nação. Podendo pode ser
feita com as mãos ou com duas varetas de nome Aguidavis, ou por vezes com
uma mão e um aquidavi, dependendo do ritmo (toque) e do atabaque que está
sendo tocado.
Nos Candomblés Ketu e Jeje são tocados com Aguidavis, já nos Candomblés
de Nação Banto (incluindo o Omolokô) são tocados apenas com as mãos.
RODANTE
Como já sabemos cada pessoa tem um dom mediúnico, seja através de incorporações, e seja através do ato de
sentir (intuir, ouvir, ver ou sonhar), mesmo sem incorporá-las.
Para os abians rodantes, que compactuam do dom de incorporar, é necessário entender algumas coisas
importantes:
1º Incorporar é um privilégio, um presente divino, pois os Orixás e outras entidades usarão o seu corpo para
um bem maior, a fim distribuir o axé.
2º Ser rodante não é ser escravo, tampouco está abaixo de ninguém, pois numa casa de Candomblé, cada
papel tem sua profunda importância. O que seria de uma festa de candomblé sem as entidades em terra
incorporadas? Num terreiro formado apenas por Ogans e Ekedes haveria axé? Pense nisso!
3º É de extrema importância estar em comunhão com seu Orixá quando se é rodante, pois o seu corpo também
é a casa dele. Tenha zelo com sua matéria, seus hábitos diários, promiscuidade e vícios, pois existem mil
maneiras de um Orixá lhe advertir sobre essas atitudes erradas.
4º Um rodante pede bênçãos à todos, respeitando os níveis hierárquicos. Não ache que está se humilhando em
se abaixar ou fazer o dobale, pois você está pedindo as bênçãos dos Orixás das pessoas, e não prestando
reverência para ninguém. E se alguém lhe tratar de forma humilhante pela sua condição, peça a benção e
depois comunique o ocorrido (de forma discreta) ao sacerdote da casa (pai de santo/ babalorixá), pois ele
resolverá essa situação.
5º Jamais um Ogan ou uma Ekede poderá fazer piadas, imitações, colocar apelidos ou coisas do gênero para
com seus irmãos rodantes. Só quem é rodante sabe o que é sentir o mal estar causado por irradiações, dores
de cabeça e no corpo quando se está no processo iniciatório na religião, e isso não é motivo de piada. Atitudes
como essa é considerada falta de respeito, que por sua vez, gera falta de respeito também. Se em alguma
situação isso ocorrer, converse com o sacerdote.
6º Nunca esqueça que o Babalorixá ou a Ialorixá também são rodantes, que foram abians e yawos no passado.
E foi exatamente o dom da incorporação que os levou a esse cargo – tenha orgulho de receber o Orixá em sua
vida e em sua matéria!
Heide D’Oxum
Numa casa de santo de Candomblé, além dos filhos de santo, existem outros integrantes que dão suporte aos
trabalhos, além de serem considerados, em alguns casos, autoridades na casa.
Tais elementos são os Ogãs e Ekédis. A principal características desses filhos, é a falta da capacidade de
manifestarem o Orixá ou a Entidade Espiritual. Não são rodantes, como se diz normalmente sobre os filhos de
santo que têm a capacidade de receberem a entidade, ou seja, de manifestarem através da matéria a
personificação do espírito.
Ogã e Ekéjì são, na realidade “Ekéjì Òrìsà” (a segunda pessoa para o Òrisà). No caso, a primeira pessoa do
Òrìsà é o babalorixá ou iyalorixá. Ekéjì é um cargo que se divide em algumas categorias e seus atributos
(dependendo da categoria) sâo cozinhar para a casa de culto, puxar cânticos sagrados da casa, auxiliar o
babalorixá ou iyalorixá, costurar e vestir os Órisà, preparar a pintura dos ìyàwó, etc. Algumas destas tarefas
podem ser realizadas também por ìyawó, mas o comum é as ekéjís fazerem.
Os Ogãs não incorporam, pois se isso ocorrece, considere que o atabaque é o elemento que faz a chamada da
Entidade, e se no meio do toque, o Ogã ao invés de manter a vibração do toque, manifesta-se com ela, poderá
criar uma quebra de concentração e conseqüentemente uma quebra fluídica. Seguramente isso ocasionaria
transtornos nos médiuns mais novos como nos mais velhos também.
Embora não incorporem, estes são capazes de possuir outras mediunidades, como intuição, visão ou
Audição. Em algumas casas inclusive, costuma-se dar à pessoas de bom nível social ou amigos que se
apresentam para o trabalho e ajuda da casa, títulos de Ogãs. Estes entretanto, que na verdade não participam
da vida ativa do centro e comparecem eventualmente às sessões comuns e muito ativamente nas festas, são
uma categoria especial e recebem funções específicas, tais como; fiscais da freqüência, servirem bebidas e
comidas aos convidados e procurar manter a normalidade dos trabalhos, impedindo o acesso de elementos
negativos que possam criar algum problema.
O Ogã e a Ekédi, são funções ou capacitações de indivíduos nas diversas nações de Candomblé. Nas diversas
nações afro-descendentes recebem nomes específicos. Trataremo-os aqui como Ogã e Ekédi, levando em
consideração serem esses os termos mais conhecidos por iniciados ou neófitos. Os Ogãs e Ekédis não são
apenas iniciantes a espera da manifestação dos Orixás, ou pessoas que possam ajudar de alguma forma a casa.
No Candomblé, Ogã e Ekédi, são cargos que já vêm determinados às pessoas.
O Ogã e a Ekédi, primeiramente são suspensos pelo Orixá e futuramente confirmados em iniciação particular
(feitura), diferente em alguns aspectos, da iniciação dos demais Filhos de Santo. Possuem poderes específicos
dentro dos barracões, pois são autoridades especiais, sendo considerados pais e mães por natureza. A eles são
atribuídos os atabaques, os sacrifícios animais, a guarda de elementos espirituais do culto, colheita de ervas,
responsabilidade pela cozinha do santo, auxílio imediato ao Babalorixá/Yalorixá nos Ebós e obrigações dadas
nos filhos. São Mães e Pais Pequenos, Mães Criadeiras, verdadeiras mães e pais a quem os filhos devem
respeito e carinho.
É importante lembrar que guardada as proporções de cada uma das funções, tanto uns como outros, são
importantíssimas em suas funções e seria muito difícil, quiçá impossível, vários objetivos do culto serem
alcançados sem suas presenças.
Respeitem e tratem muito bem, com carinho, amor e devoção aos seus Ogãs, Ekédis, Mães e Pais Pequenos,
são eles que de alguma forma, fazem com que o caminho a ser trilhado, por todos, dentro da religião, seja
menos penoso, mais alegre e muito mais feliz.