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DPOC | Emerson Casimiro – 2017.

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 TABAGISMO:
 O tabagismo ativo ou passivo se configura como principal fator de
risco na DPOC.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG  Nem todo tabagista tem DPOC.
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO – HUAC
PNEUMOLOGIA - TRANSCRIÇÃO  FATORES GENÉTICOS:
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC  Os fatores genéticos podem contribuir na etiologia da DPOC seja
associados e até mesmo isolados.
 Pacientes que apresentam deficiência de alfa-1-antitripsina (A1AT)
DEFINIÇÃO
são exemplos da contribuição isolada dos fatores genéticos no
desencadeamento da DPOC.
 A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica compreende uma associação entre  A alfa-1-antitripsina é uma proteinase produzida no fígado e tem
enfisema e bronquite, podendo, no entanto, haver predominância de um como função inibir a elastase neutrofílica que, quando ativa, destrói
desses dois componentes. o parênquima pulmonar através da hidrólise das fibras de elastina.
 O principal fator de risco para essa doença é o tabagismo, no entanto, Esta destruição do parênquima pulmonar, resulta em limitação do
outras partículas - gases e substâncias - podem agir e desencadearem a fluxo de ar nos pulmões, e consequentemente DPOC, inclusive antes
DPOC. dos 50 anos. Se o paciente é fumante, esse processo se acelera mais
 A definição de DPOC inclui o impacto dos sintomas respiratórios e o papel ainda.
do tecido pulmonar e das anormalidades das vias aéreas no
desenvolvimento da doença.  EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL
 A definição contemplada na edição do GOLD (Global Initiative for Chronic  POLUIÇÃO AMBIENTAL E DOMÉSTICA
Obstructive Lung Disease) utilizada até 2016 era de que se tratava de uma  INFECÇÃO RESPIRATÓRIA NA INFÂNCIA
doença caracterizada por um limitação PERSISTENTE ao fluxo aéreo,  BAIXO PESO AO NASCER
usualmente PROGRESSIVA e associada com aumento da resposta
INFLAMATÓRIA crônica nas vias aéreas e parênquima pulmonar em PATOGÊNESE
resposta à partículas ou gases nocivos.
 Os conceitos de inflamatória, progressiva e limitação persistente do fluxo  A hipótese mais aceita atualmente para a patogênese da DPOC inicia-se
aéreo foram, no entanto, alterados na última atualização do GOLD, assim: com a exposição dos pulmões a partículas e gases nocivos. Tais partículas
GOLD 2017: doença comum previnível e tratável caracterizada por sintomas agem inicialmente ao nível das pequenas vias aéreas causando inflamação
respiratórios persistentes e limitação ao fluxo aéreo que ocorre devido persistente. Fatores individuais, sobretudo genéticos, como já discutidos,
alterações nas vias aéreas e nos alvéolos causadas por exposições também se associam.
significativas a partículas e gases nocivos.  Não se sabe ao certo se a inflamação causada é um fator promotor ou
desencadeante do desequilíbrio entre proteinases e antiproteinases, e
FATORES DE RISCO entre antioxidantes e fatores oxidantes, levando a um estresse oxidativo.
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 No estresse oxidativo, ocorre um desequilíbrio entre fatores oxidantes e promove a migração de células inflamatórias, como os neutrófilos, para o
antioxidantes, prevalecendo a ação oxidante. local onde se desenvolveu a agressão.
 Em todo processo inflamatório ocorre processo oxidativo, tratando-se de  O cigarro se configura, pois, como o maior fator de risco para DPOC,
uma resposta natural do organismo, que quando em grau leve, potencializa possuindo altas concentrações de radicais livres, que estimulam e atraem
o efeito de defesa antioxidante. Porém quando ocorre de forma intensa e células inflamatórias, as quais, por sua vez, liberam mais espécies reativas
prolongada gera-se estresse oxidativo, onde substâncias causam lesão e de oxigênio, perpetuando a lesão oxidativa.
morte celular, no caso da DPOC, do parênquima pulmonar.
 Associado a isso, ocorre desequilíbrio entre as proteínas que agem
preservando e destruindo o parênquima pulmonar, prevalecendo a ação
das proteinases.
 O processo inflamatório crônico instalado associado aos mecanismos de
reparo levam a um dano aos pulmões, e consequente instalação da DPOC.

CÉLULAS E MEDIADORES ENVOLVIDOS NA PATOGÊNESE DA DPOC

 Células inflamatórias, tais como macrófagos, neutrófilos, linfócitos CD8+,


eosinófilos, células epiteliais e fibroblastos, atuam na liberação de
mediadores inflamatórios como o LTB4, IL-8, GRO-1, MCP-1, MIP-1, GM-
CSF, endotelina e substância P, que recrutam mais células inflamatórias.
 Soma-se a isso a ação das proteinases (elastase neutrofílica, catepsinas,
INTERAÇÃO ENTRE MACRÓFAGOS, NEUTRÓFILOS E CÉLULAS EPITELIAIS Proteinase-3 e MPM’s) que junto com os mediadores inflamatórios causam
NA PATOGÊNESE DA DPOC efeitos a nível de parênquima pulmonar e das vias aéreas, gerando
 A fumaça do cigarro estimula o processo inflamatório alveolar, ativando os hipersecreção mucosa, fibrose e destruição da parede alveolar (enfisema).
macrófagos e as células epiteliais que passam a produzir o TNF-𝝰 (Fator de  As bolhas de enfisema surgem da ruptura da parede que separa os alvéolos,
Necrose Tumoral 𝝰). levando à coalescência e formação dessas bolhas de ar.
 O TNF-𝝰, por sua vez, ativa o gene da IL-8 (IL-8). Esse gene ativo, por meio  A associação da doença das vias aéreas (componente bronquítico) com a
da ativação de um fator de transcrição chamado Fator Nuclear 𝝱 (NF-𝝱), destruição dos alvéolos (componente enfisematoso – destruição
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parenquimatosa) leva ao limite do fluxo aéreo, responsável pela  Destruição do suporte alveolar que mantém a permeabilidade das
patogênese da DPOC. vias aéreas.
 A limitação do fluxo aéreo também está presente na Asma. Por isso deve-
se realizar diagnóstico diferencial entre estas.  Durante a expiração há uma tendência a colabar a via aérea que não ocorre
devido aos princípios anatômicos e fisiológicos de sustentação. Na DPOC
tais princípios estão comprometidos e associado à inflamação brônquica, a
tendência é colabar.
MECANISMO DA DISPNÉIA

 A perda da retração elástica e a alteração intrínseca brônquica, isto é, o


processo inflamatório da parede brônquica culmina com a obstrução
(diminuição da luz brônquica) e consequente aumento da resistência da
via aérea. Ocorre, pois, limitação do fluxo aéreo, que, por sua vez, leva à
hiperinsuflação.
 Na hiperinsuflação o ar inspirado, encontra resistência na expiração,
ficando aprisionado. Isso aumenta o volume residual, comprometendo
ainda mais as áreas alveolares já danificadas.
 Normalmente, o diafragma apresenta cúpulas côncavas e durante a
inspiração ocorre uma tendência a retificação de tais hemicúpulas. No
indivíduo hiperinsuflado, há um trabalho ainda maior para respirar, pois o
CAUSAS DE LIMITAÇÃO DO FLUXO AÉREO diafragma já encontra-se retificado e, em muitos casos, encontra-se
 As causas de limitação do fluxo aéreo podem ser reversíveis ou convexo, tendo que vencer a posição desfavorável do tórax na curva PxV.
irreversíveis.
 As causas de limitação do fluxo aéreo podem ser reversíveis por meio da
suspensão do tabagismo e ação de medicamentos. São causas reversíveis:
 Acúmulo de células inflamatórias, muco e exsudato plasmático nos
brônquios.
 Contração da musculatura lisa nas vias aéreas centrais e periféricas:
são reversíveis por meio do uso de anticolinérgicos.
 Hiperinsuflação dinâmica durante o exercício: é reversível pelo
tratamento medicamentoso e reabilitação pulmonar.

 São causas irreversíveis de limitação de fluxo aéreo:


 Fibrose e estreitamento das vias aéreas.
 Perda do recolhimento elástico devido a destruição alveolar.
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CONSEQUÊNCIAS SISTÊMICAS
 Quando há disfunção endotelial, ocorre a liberação de endotelina, potente
 A DPOC tendo como principal sintomatologia a dispneia, faz com que o
vasoconstritor, alterando o tônus vascular. Ou seja, tanto as alterações
paciente abstenha-se de determinados esforços, exercícios. Essa limitação
mecânicas quanto da liberação de substâncias vasoativas promoverão
às atividades faz com que ocorra uma disfunção muscular que o predispõe
alteração do tônus vascular.
a maior limitação dos exercícios.
 A longo prazo, essas alterações promovem aumento da resistência, isto é,
 A limitação aos exercícios é um fator predisponente à ansiedade e
da pressão nos vasos pulmonares que culminam na hipertensão pulmonar.
depressão no paciente, levando à deterioração da qualidade de vida.
Ocorre, pois, hipoxemia, que por si só, é indutora de vasoconstricção,
HIPERTENSÃO PULMONAR perpetuando esse ciclo disfuncional.

 Alguns autores já consideram a DPOC uma doença sistêmica, pois apesar DIAGNÓSTICO
de agredir os pulmões, causa repercussões em outros setores.
 Quando se fala em alterações do parênquima pulmonar é comum INDICADORES SUGESTIVOS DO DIAGNÓSTICO DE DPOC
esquecermos que nesse parênquima há vasos, que também sofrem a
influência desse processo inflamatório.  Os indicadores sugestivos do diagnóstico de DPOC são:
 Substâncias vasoativas atuam no epitélio capilar, promovendo disfunção.  Paciente tabagista com idade superior a 40 anos.
 O processo inflamatório, como fator modulador ou desencadeante, causa  História de dispneia: a dispneia apresenta caráter progressivo,
proliferação celular na parede dos vasos, que culmina no espessamento da persistente, ou seja, ocorre diariamente, e piora com exercícios.
íntima das artérias. O resultado é a redução luminal do vaso que a longo  Tosse crônica: pode ser intermitente e pode ser seca.
prazo leva a remodelamento deste.  Produção crônica de catarro.
 Sibilância: depende se o indivíduo está em uma fase estável ou
exacerbada, e também do grau de acometimento.
 História de exposição a fatores de risco:
 Tabagismo: pelo menos >1 maço/dia, durante 10 anos:
sugeria-se durante 20 anos, mas já há trabalhos que mostram
que exposição por mais de 5 anos já predispõe à DPOC.
 Contato com poeiras e substâncias químicas de natureza
ocupacional:
 Fumaça de lenha, para cozinhar, e combustível para
aquecimento.

 Estudo realizado na América Latina mostra que a incidência de DPOC é em


média 15,8%, evidenciando que a doença é subdiagnosticada.
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SINAIS AO EXAME FÍSICO  Câncer de Pulmão: DPOC e Câncer de Pulmão compartilham um


mesmo fator de risco, devendo-se ficar atento.
 Prolongamento do tempo expiratório: o paciente demora mais para
eliminar o ar. ESPIROMETRIA
 Em fase avançada pode ter sinais físicos de hiperinsuflação pulmonar:
 Tem importância central no diagnóstico de DPOC.
aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax, horizontalização do gradil
costal, rebaixamento da cúpula diafragmática, respiração com lábios semi-  Além da sintomatologia é importante que o paciente tenha espirometria
serrados, cianose e o uso dos pontos de ancoragem, isto é, o paciente ao se condizente com os seguintes parâmetros:
sentar apoia-se com as mãos, armando o tórax para facilitar a respiração. OBS: os valores abaixo foram obtidos em um estudo e não devem ser 100%
 Na ausculta pulmonar, pode ocorrer diminuição do murmúrio vesicular, confiáveis, devendo-se sempre levar em consideração os limites inferiores
roncos e sibilos. para idade, sexo e altura.
 Todos esses sinais dependem do grau de acometimento pulmonar. Assim,
umas das complicações do DPOC pode ser a cor pulmonale, isto é,
insuficiência cardíaca direita, cursando com edema de MMII, refluxo
hepato-jugular, hepatomegalia...
SÍNDROME DE OVERLAP

 Conhecida pela sigla ACOS, ou em inglês ASCOS.


 Associação entre asma e DPOC.
 Suspeita-se me pacientes com eosinofilia no escarro, hiperresponsividade
brônquica e boa resposta a corticosteroides.
 Geralmente, o paciente apresenta história pregressa de asma na infância
ou adolescência, associada a tabagismo na fase adulta.
COMORBIDADES MAIS FREQUENTES NA DPOC

 A DPOC pode apresentar comorbidades associadas que interferem nos


sintomas:
 Doenças cardiovasculares
 Doenças músculo-esquelético: miastenia gravis ESTADIAMENTO
 Síndromes metabólicas: como é o caso das tireoidopatias, que podem
aumentar o grau de dispneia.
 Depressão PARÂMETROS UTILIZADOS NO ESTADIAMENTO DA DPOC
 Osteoporose: a dor pode limitar a respiração do doente, levando-se  Escala de dispneia do Medical Research Council (MRC) Modificada.
a crer que há piora da DPOC, quando na verdade há piora dos
sintomas.
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 Questionário para avaliação da DPOC – CAT score (COPD assessment CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA OBSTRUÇÃO NA DPOC DE ACORDO
test): quantifica de forma mais abrangente a presença/ausência dos COM A ESPIROMETRIA
sintomas, bem como sua intensidade.
 Baseando-se no índice de Tiffeneau pós BD e no VEF1 pós-BD é possível
 Número de exacerbações por ano: estabelecido pelo GOLD 2017, o
estadiar a doença no grau 1, 2, 3 ou 4, variando em doença leve, doença
principal preditor de ocorrência de exacerbação futura é a história de
moderada, doença grave e doença muito grave, respectivamente.
exacerbações prévias. Ou seja, se o paciente teve uma única exacerbação
 Em todos os graus o Tiffeneau pós BD está inferior a 70%, variando
no ano vai ficar em um estadiamento baixo, a menos que tenha sido
apenas o VEF1.
internado.
 Espirometria: Não entra mais no estadiamento, tendo função
exclusivamente diagnóstica, visto que, em determinadas situações o
paciente era assintomático, mas a espirometria era de distúrbio grave, ou
vice-versa.

CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA DPOC COM BASE NOS PARÂMETROS


APRESENTADOS, DE ACORDO COM O GOLD 2017

 Antes, no GOLD 2011, o parâmetro na horizontal era os sintomas, avaliado


CAT escore pelo CAT escore ou pela escala MRC de dispneia. Na vertical estaria a
classificação de risco baseada na espirometria (à esquerda) ou número de
 No CAT escore, a pontuação (somatório) varia de 0 a 40 e para cada
exacerbações (á direita).
parâmetro é atribuída uma intensidade de 0-5, sendo o 0 a ausência do
 Na nova classificação, leva-se em consideração apenas os sintomas e o
sintoma e 5, a exacerbação máxima deste.
número de exacerbações. Conforme esses parâmetros pode-se classificar
 Trata-se de uma escala muito subjetiva e que tem a ver com o psicológico
em A, B C ou D e basear-se para a indicação de tratamento.
do paciente.
 Acima de 10 já é considerado muito sintomático.
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 TC – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
 Não tem indicação rotineira.
 Utilizada apenas quando há dúvida diagnóstica ou em pacientes com
indicação de cirurgia redutora.
 Realizada em pacientes que não podem realizar espirometria.

 GASOMETRIA ARTERIAL E DOSAGEM DO HEMATÓCRITO


 Deve ser realizada em pacientes com:
 VEF1 abaixo de 40% (e até mesmo abaixo de 50%)
 Oximetria de pulso ≤ 90%.
 Cor pulmonale: insuficiência cardíaca direita.
 Insuficiência respiratória.
 Por exemplo, A e C o mMRC varia de 0-1 e o CAT < 10. Já o B e o D são
 DOSAGEM DE ALFA-1-ANTITRIPSINA
pacientes mais sintomáticos e mMRC é ≥2 e o CAT ≥ 10.
 Deve ser pesquisada em pacientes com enfisema, com menos de 50
 Para decidir se é A ou C, ou se é B ou D, usa-se o número de exacerbações,
anos, história familiar de DPOC ou hepatopatia e Raio X com
de modo que, para A e B o número de exacerbações é entre 0-1 sem
enfisema predominando em bases pulmonares.
necessidade de internação. Já para C e D são necessárias 2 ou mais
exacerbações ou 1 exacerbação com necessidade de internação.
 O paciente com apenas VEF1 de 30% e 0 exacerbações, por exemplo, é
 Não são realizadas na rotina, devendo ser realizadas em situações
classificado com GOLD B, antes ele iria lá pro D.
especiais:
 De acordo com o GOLD 2017 existem duas etapas para o diagnóstico e
 Medida dos volumes pulmonares: o paciente tem a CVF reduzida,
tratamento da DPOC: na primeira etapa é feita uma avaliação da
podendo deixar dúvida se é por hiperinsuflação ou não. A indicação
espirometria, diagnosticando ou não a DPOC e determinar a gravidade de
é de Plestimografia ou uma Medida da capacidade residual funcional
obstrução ao fluxo aéreo, utilizando a escala do GOLD de 1 a 4. Na etapa 2
(CRF).
é determinada a classificação GOLD que varia de A a D. Subsequentemente
 Pressão respiratória máxima.
é feita a escolha do tratamento farmacológico.
 DLCO: difusão do monóxido de carbono.
EXAMES COMPLEMENTARES

 Nos pacientes com suspeita de cor pulmonale e hipertensão pulmonar: ECG


 RADIOGRAFIA DE TÓRAX
e ecocardiograma.
 Realizada rotineiramente.
 Não é padrão para realização de diagnóstico.
 Útil para excluir outras enfermidades no diagnóstico diferencial:
câncer de pulmão, por exemplo.
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

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