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TABAGISMO:
O tabagismo ativo ou passivo se configura como principal fator de
risco na DPOC.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG Nem todo tabagista tem DPOC.
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO – HUAC
PNEUMOLOGIA - TRANSCRIÇÃO FATORES GENÉTICOS:
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC Os fatores genéticos podem contribuir na etiologia da DPOC seja
associados e até mesmo isolados.
Pacientes que apresentam deficiência de alfa-1-antitripsina (A1AT)
DEFINIÇÃO
são exemplos da contribuição isolada dos fatores genéticos no
desencadeamento da DPOC.
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica compreende uma associação entre A alfa-1-antitripsina é uma proteinase produzida no fígado e tem
enfisema e bronquite, podendo, no entanto, haver predominância de um como função inibir a elastase neutrofílica que, quando ativa, destrói
desses dois componentes. o parênquima pulmonar através da hidrólise das fibras de elastina.
O principal fator de risco para essa doença é o tabagismo, no entanto, Esta destruição do parênquima pulmonar, resulta em limitação do
outras partículas - gases e substâncias - podem agir e desencadearem a fluxo de ar nos pulmões, e consequentemente DPOC, inclusive antes
DPOC. dos 50 anos. Se o paciente é fumante, esse processo se acelera mais
A definição de DPOC inclui o impacto dos sintomas respiratórios e o papel ainda.
do tecido pulmonar e das anormalidades das vias aéreas no
desenvolvimento da doença. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL
A definição contemplada na edição do GOLD (Global Initiative for Chronic POLUIÇÃO AMBIENTAL E DOMÉSTICA
Obstructive Lung Disease) utilizada até 2016 era de que se tratava de uma INFECÇÃO RESPIRATÓRIA NA INFÂNCIA
doença caracterizada por um limitação PERSISTENTE ao fluxo aéreo, BAIXO PESO AO NASCER
usualmente PROGRESSIVA e associada com aumento da resposta
INFLAMATÓRIA crônica nas vias aéreas e parênquima pulmonar em PATOGÊNESE
resposta à partículas ou gases nocivos.
Os conceitos de inflamatória, progressiva e limitação persistente do fluxo A hipótese mais aceita atualmente para a patogênese da DPOC inicia-se
aéreo foram, no entanto, alterados na última atualização do GOLD, assim: com a exposição dos pulmões a partículas e gases nocivos. Tais partículas
GOLD 2017: doença comum previnível e tratável caracterizada por sintomas agem inicialmente ao nível das pequenas vias aéreas causando inflamação
respiratórios persistentes e limitação ao fluxo aéreo que ocorre devido persistente. Fatores individuais, sobretudo genéticos, como já discutidos,
alterações nas vias aéreas e nos alvéolos causadas por exposições também se associam.
significativas a partículas e gases nocivos. Não se sabe ao certo se a inflamação causada é um fator promotor ou
desencadeante do desequilíbrio entre proteinases e antiproteinases, e
FATORES DE RISCO entre antioxidantes e fatores oxidantes, levando a um estresse oxidativo.
DPOC | Emerson Casimiro – 2017.2 2
No estresse oxidativo, ocorre um desequilíbrio entre fatores oxidantes e promove a migração de células inflamatórias, como os neutrófilos, para o
antioxidantes, prevalecendo a ação oxidante. local onde se desenvolveu a agressão.
Em todo processo inflamatório ocorre processo oxidativo, tratando-se de O cigarro se configura, pois, como o maior fator de risco para DPOC,
uma resposta natural do organismo, que quando em grau leve, potencializa possuindo altas concentrações de radicais livres, que estimulam e atraem
o efeito de defesa antioxidante. Porém quando ocorre de forma intensa e células inflamatórias, as quais, por sua vez, liberam mais espécies reativas
prolongada gera-se estresse oxidativo, onde substâncias causam lesão e de oxigênio, perpetuando a lesão oxidativa.
morte celular, no caso da DPOC, do parênquima pulmonar.
Associado a isso, ocorre desequilíbrio entre as proteínas que agem
preservando e destruindo o parênquima pulmonar, prevalecendo a ação
das proteinases.
O processo inflamatório crônico instalado associado aos mecanismos de
reparo levam a um dano aos pulmões, e consequente instalação da DPOC.
parenquimatosa) leva ao limite do fluxo aéreo, responsável pela Destruição do suporte alveolar que mantém a permeabilidade das
patogênese da DPOC. vias aéreas.
A limitação do fluxo aéreo também está presente na Asma. Por isso deve-
se realizar diagnóstico diferencial entre estas. Durante a expiração há uma tendência a colabar a via aérea que não ocorre
devido aos princípios anatômicos e fisiológicos de sustentação. Na DPOC
tais princípios estão comprometidos e associado à inflamação brônquica, a
tendência é colabar.
MECANISMO DA DISPNÉIA
CONSEQUÊNCIAS SISTÊMICAS
Quando há disfunção endotelial, ocorre a liberação de endotelina, potente
A DPOC tendo como principal sintomatologia a dispneia, faz com que o
vasoconstritor, alterando o tônus vascular. Ou seja, tanto as alterações
paciente abstenha-se de determinados esforços, exercícios. Essa limitação
mecânicas quanto da liberação de substâncias vasoativas promoverão
às atividades faz com que ocorra uma disfunção muscular que o predispõe
alteração do tônus vascular.
a maior limitação dos exercícios.
A longo prazo, essas alterações promovem aumento da resistência, isto é,
A limitação aos exercícios é um fator predisponente à ansiedade e
da pressão nos vasos pulmonares que culminam na hipertensão pulmonar.
depressão no paciente, levando à deterioração da qualidade de vida.
Ocorre, pois, hipoxemia, que por si só, é indutora de vasoconstricção,
HIPERTENSÃO PULMONAR perpetuando esse ciclo disfuncional.
Alguns autores já consideram a DPOC uma doença sistêmica, pois apesar DIAGNÓSTICO
de agredir os pulmões, causa repercussões em outros setores.
Quando se fala em alterações do parênquima pulmonar é comum INDICADORES SUGESTIVOS DO DIAGNÓSTICO DE DPOC
esquecermos que nesse parênquima há vasos, que também sofrem a
influência desse processo inflamatório. Os indicadores sugestivos do diagnóstico de DPOC são:
Substâncias vasoativas atuam no epitélio capilar, promovendo disfunção. Paciente tabagista com idade superior a 40 anos.
O processo inflamatório, como fator modulador ou desencadeante, causa História de dispneia: a dispneia apresenta caráter progressivo,
proliferação celular na parede dos vasos, que culmina no espessamento da persistente, ou seja, ocorre diariamente, e piora com exercícios.
íntima das artérias. O resultado é a redução luminal do vaso que a longo Tosse crônica: pode ser intermitente e pode ser seca.
prazo leva a remodelamento deste. Produção crônica de catarro.
Sibilância: depende se o indivíduo está em uma fase estável ou
exacerbada, e também do grau de acometimento.
História de exposição a fatores de risco:
Tabagismo: pelo menos >1 maço/dia, durante 10 anos:
sugeria-se durante 20 anos, mas já há trabalhos que mostram
que exposição por mais de 5 anos já predispõe à DPOC.
Contato com poeiras e substâncias químicas de natureza
ocupacional:
Fumaça de lenha, para cozinhar, e combustível para
aquecimento.
Questionário para avaliação da DPOC – CAT score (COPD assessment CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA OBSTRUÇÃO NA DPOC DE ACORDO
test): quantifica de forma mais abrangente a presença/ausência dos COM A ESPIROMETRIA
sintomas, bem como sua intensidade.
Baseando-se no índice de Tiffeneau pós BD e no VEF1 pós-BD é possível
Número de exacerbações por ano: estabelecido pelo GOLD 2017, o
estadiar a doença no grau 1, 2, 3 ou 4, variando em doença leve, doença
principal preditor de ocorrência de exacerbação futura é a história de
moderada, doença grave e doença muito grave, respectivamente.
exacerbações prévias. Ou seja, se o paciente teve uma única exacerbação
Em todos os graus o Tiffeneau pós BD está inferior a 70%, variando
no ano vai ficar em um estadiamento baixo, a menos que tenha sido
apenas o VEF1.
internado.
Espirometria: Não entra mais no estadiamento, tendo função
exclusivamente diagnóstica, visto que, em determinadas situações o
paciente era assintomático, mas a espirometria era de distúrbio grave, ou
vice-versa.
TC – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Não tem indicação rotineira.
Utilizada apenas quando há dúvida diagnóstica ou em pacientes com
indicação de cirurgia redutora.
Realizada em pacientes que não podem realizar espirometria.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL