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Capacidade de

Carga de Fundações
Profundas
Fundações
Profª Desireé Alves
Engenharia Civil – UFERSA
Informações Importantes
 Fundação por Estaca
Sistema formado pelo elemento estrutural e o maciço que a envolve
O elemento estrutural da fundação do edifício (Estaca)
fica localizado abaixo do solo
O maciço de solo que envolve o(s) elemento(s) da
estrutura fica localizado sob a base e ao longo do fuste.

Elemento
estrutural

Fundação

Maciço
Geotécnico
Informações Importantes
MOBILIZAÇÃO DAS TENSÕES RESISTENTES

 As fundações indiretas são as fundações em que em caso de


ruptura do solo, esta se dará abaixo da superfície do mesmo.
Informações Importantes
MOBILIZAÇÃO DAS TENSÕES RESISTENTES

 Com a aplicação gradativa da carga na


cabeça da estaca, serão mobilizadas:
Primeiro - tensões resistentes por adesão ou
atrito lateral, entre o solo e o fuste da estaca, e
Somente depois de atingida a mobilização
Máxima da resistência lateral – tensões
resistentes normais à base ou ponta da estaca.

Argila – Adesão
Areia – Atrito
Informações Importantes
Informações Importantes
MOBILIZAÇÃO DAS TENSÕES RESISTENTES

 Atingida também a máxima mobilização possível da resistência


de ponta, a estaca estará na iminência de deslocar-se
incessantemente para baixo.

RUPTURA DO ELEMENTO DE FUNDAÇÃO POR ESTACA

Ruptura Nítida
Condição de recalque incessante sem nenhuma relação com
despedaçar ou quebrar o elemento estrutural.
Informações Importantes
 CAPACIDADE DE CARGA DO ELEMENTO DE FUNDAÇÃO POR
ESTACA

 Máxima resistência que o sistema pode oferecer ou;


 Valor representativo da condição de ruptura do sistema, em
termos geotécnicos.

 LIMITE DE RESISTÊNCIA

O menor valor entre os valores de resistência do material da


estaca e de capacidade de carga do sistema fundação – solo.
Informações Importantes
 A capacidade de carga de fundações profundas tem o objetivo de
evitar o seu colapso. É definida pela resistência do material que
compõe o elemento de fundação e a resistência do solo que lhe
confere suporte.

 Normalmente a situação mais frágil é aquela que envolve a


resistência do solo. Desta maneira pode-se dizer que a capacidade de
carga dos elementos de uma fundação profunda depende da
qualidade do solo, tipo e material da estaca e ainda a profundidade
de sua implantação.
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS

Considerando que o fuste da estaca atravessa n


camadas distintas de solo, as parcelas de resistência de
ponta (Rp) e de resistência lateral (Rl) que compõem a
capacidade de carga (R) são dadas por:

rp = capacidade de carga do solo na cota de apoio do elemento


estrutural de fundação.
Ap = área da seção transversal da ponta.
rl = tensão média de adesão ou de atrito lateral na camada de
espessura l.
U = perímetro da seção transversal do fuste.
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS

 Para a parcela de resistência de ponta (Rp):

 Estaca Pré-Moldada de Seção Vazada:


Devido o embuchamento que ocorre na cravação, considera-se
seção maciça.

 Perfis Metálicos (I, H, etc.) e trilhos:


Área variando desde à real ao retângulo que envolve a área

 Estacas Franki:
Área a partir da base alargada (V) é admitida esférica:
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS

 Para a parcela de resistência de ponta (Rp):

 Estacas Franki:
Área a partir da base alargada (V) é admitida esférica:
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS

 Para a parcela de resistência de resistência lateral


(Rl):

U – Perímetro do fuste =
 Estaca Pré-Moldada de Concreto:
Perímetro Externo

 Perfis Metálicos (I, H, etc.) e trilhos:


Perímetro desenvolvido ao longo das faces em contato com o
solo.
Há solos em que se considera apenas a superfície das mesas,
por causa do vazio entre o solo e a alma do perfil.
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS

 Estacas Franki:
Despreza-se o atrito lateral no trecho inferior do fuste, com
altura igual ao diâmetro da base.
Métodos de Capacidade de Carga
 De acordo com a NBR 6122/2010, são considerados métodos
semi-empíricos aqueles em que as propriedades dos materiais,
estimados em correlações, são usadas em teorias adaptadas da
Mecânica dos Solos.

É o caso dos métodos de Aoki & Velloso (1975) e de Décourt


& Quaresma (1978), proposta para fundações em estacas, uma
vez que se baseiam em ensaios in situ de penetração dinâmica
(SPT) ou de penetração estática (CPT).
Métodos de Capacidade de Carga
 MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

Desenvolvido a partir de um estudo comparativo entre


resultados de provas de carga em estacas e de SPT.

 O método pode ser usado tanto com dados do SPT


como com os dados obtidos através do CPT.

A expressão da capacidade de carga da estaca pode


ser escrita ao relacionar a resistência de ponta e o
atrito lateral da estaca com resultados do CPT.
 MÉTODO DE AOKI-VELLOSO
 Os valores de rp e rl podem ser calculados a partir da
resistência de ponta (qc) e do atrito lateral unitário (fc)
medido em ensaios de penetração estática CPT:

Em que F1 e F2 são coeficientes de transformação que


levam em consideração o tipo de estaca e o efeito
escala entre a estaca (protótipo) e o cone do CPT
(modelo) cujos valores para estacas Franki, metálica,
pré-moldada e escavada são apresentados na Tabela 1:
 MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

 Quando não se mede o valor de fc, pode-se


correlacioná-lo com a resistência de ponta qc, de acordo
com a expressão a seguir, em que α é função do tipo de
solo:
 MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

 Quando não se mede o valor de fc, pode-se


correlacioná-lo com a resistência de ponta qc, de acordo
com a expressão a seguir, em que α é função do tipo de
solo:
 MÉTODO DE AOKI-VELLOSO
Quando não se dispõem de ensaios CPT, o valor da
resistência de ponta (qc) pode ser estimado por uma
correlação com o índice de resistência a penetração (N),
obtido dos ensaios de penetração dinâmica SPT, a partir
da seguinte relação, em que K depende do tipo de solo:

Os valores de K são mostrados na Tabela 2


 MÉTODO DE AOKI-VELLOSO
 MÉTODO DE AOKI-VELLOSO
 Assim, a capacidade de carga(R) de um elemento
isolado de fundação pode ser estimada pela seguinte
expressão semi-empírica:

 Np - índice resistência à penetração na cota de apoio


do elemento estrutural de fundação
 Nl - índice de resistência à penetração médio na
camada de solo de espessura l

Obs.: Obtidos a partir da sondagem mais próxima.


 MÉTODO DE AOKI-VELLOSO
 Quando a ponta da estaca se situa entre as cotas de
determinação de dois valores do índice de resistência à
penetração do SPT, procede-se ao cálculo dos dois
correspondentes valores de capacidade de carga, e, em
seguida, faz-se uma interpolação linear para determinar o
valor final da capacidade de carga deste elemento de
fundação (Aoki & Alonso, 1986).

 Finalmente, devem ser aplicados os coeficientes de


segurança normativos para determinar a carga
admissível, que, segundo Aoki (1976), deve ser no
mínimo 2.
 MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
 No método de Décourt-Quaresma (1978), por sua vez,
o que muda, em relação ao método de Aoki-Velloso, é a
forma de estimar a tensão de adesão ou de atrito lateral
(rl) e a capacidade de carga do solo na ponta ou na base
do elemento estrutural de fundação (rp).

 A estimativa de rl é feita com o valor médio do índice


de penetração do SPT ao longo do fuste (Nl), de acordo
com Décourt (1982), estes valores podem ser obtidos por
meio da seguinte expressão:
 MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
 Em que o limite superior de Nl = 50 e limite inferior de Nl = 3, para
estacas de deslocamento e estacas escavadas com betonita, e para
estacas Strauss e tubulões a céu aberto, o limite superior de Nl = 15
e o limite inferior é Nl = 3.

 Já a parcela rp é obtida através da seguinte expressão:

 Np é o valor médio do índice de resistência à penetração na ponta


ou base do elemento estrutural de fundação, obtido de três valores:

o correspondente ao nível da ponta ou base,


o imediatamente anterior
e o imediatamente superior.

 C é o fator característica do solo, obtido a partir da Tabela 2,


ajustado por meio de 41 provas de carga realizadas em estacas pré-
moldadas de concreto.
 MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA

Nas provas de carga que não atingiram a ruptura, os


autores utilizaram como critério de ruptura a carga
correspondente ao recalque de 10% do diâmetro da estaca. Esse
critério está associado ao modo de ruptura convencional.
 MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
 Em 1996, Décourt introduziu os coeficientes α e  na equação
da capacidade de carga para aplicação em
 Estacas escavadas com lama betonítica,
 Estacas escavas em geral (inclusive tubulões a céu aberto),
 Estacas tipo hélice contínua e raiz
 Estacas injetadas sob altas pressões.

 Os valores propostos para α e  são apresentados na Tabela 3 e


Tabela 4, respectivamente. Assim a capacidade de carga fica sendo
determinada pela seguinte expressão:

 O método original permanece para estacas pré-moldadas,


metálicas e do tipo Franki.
 MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
 MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
 A norma prevê que a carga admissível de uma estaca seja
determinada aplicando-se um coeficiente de segurança global igual a
2,0 à soma das cargas de ponta e lateral, de acordo com a seguinte
expressão:
 MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
 Décourt (1982) propõem a utilização de quatro coeficientes de
segurança parciais, os quais:

• Fp = coeficiente de segurança relativo aos parâmetros do solo


(igual a 1,1 para o atrito lateral e 1,35 para a resistência de
ponta).
• Ff = coeficiente de segurança relativo à formulação adotada
(igual a 1,0).
• Fd = coeficiente de segurança para evitar recalques excessivos
(igual a 1,0 para atrito lateral e 2,5 para resistência de ponta).
• Fw = coeficiente de segurança relativo à carga de trabalho da
estaca (igual a 1,2). Com isso ter-se-á:

Para a resistência lateral: Fs = 1,1 x 1,0 x 1,0 x 1,2 = 1,3


 Para a resistência de ponta: Fs = 1,35 x 1,0 x 2,5 x 1,2 = 4
 MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
 Assim a carga admissível será dada, de acordo com Décourt
(1982), desde que atenda também ao coeficiente de segurança global
de 2, pela seguinte expressão:
 MÉTODO TEIXEIRA (1996)
 Com base na utilização prática de diversos métodos, como
Aoki – Velloso, Decourt – Quaresma e outros, Teixeira (1996) propõe
uma espécie de equação unificada para a capacidade de carga, em
função de dois parâmetros, α e β:

Em que:
 Np é o valor médio do índice de resistência à penetração medido no
intervalo de 4 diâmetros acima da ponta da estaca e 1 diâmetro
abaixo;

 NL é o valor médio do índice de resistência à penetração ao longo


do fuste da estaca.
 MÉTODO TEIXEIRA (1996)
 Os valores sugeridos para o parâmetro α, relativo à resistência de
ponta, são apresentados na Tab. 1.9, em função do solo e do tipo de
estaca.
 MÉTODO TEIXEIRA (1996)
 Já os valores sugeridos para o parâmetro β, relativo à resistência
lateral, independe do tipo do solo, e são apresentados na Tab. 1.10,
em função do tipo de estaca.
 MÉTODO TEIXEIRA (1996)

 O autor adverte que o


método não se aplica ao caso
de estacas pré-moldadas de
concreto flutuantes em
espessas camadas de argilas
moles sensíveis, com Nspt
normalmente inferior a 3.
Nesse caso, a tensão de atrito
lateral (rl) é dada pela Tabela
1.11, em função da natureza
do sedimento argiloso.
 MÉTODO TEIXEIRA (1996)

 Finalmente, devem ser aplicados os coeficientes de segurança


normativos para determinar a carga admissível, que, segundo
Teixeira (1996), deve-se adotar 2.

Exceto para estacas escavadas a céu aberto, para as quais


introduz fatores de segurança diferenciados:
 EFEITO DE GRUPO

 A maioria das fundações por estacas emprega grupos,


geralmente de 2 a 9 estacas, interligadas por um bloco de
coroamento, de concreto.

 A capacidade de carga do grupo pode ser diferente da soma


dos valores de capacidade de carga dos elementos isolados que o
compõem.

 Assim, pode haver um efeito de grupo sobre a capacidade de


carga, o qual pode ser quantificado pela chamada eficiência de
grupo.

Rg - Capacidade de carga do grupo de estacas;


Ri - Capacidade de carga do elemento isolado de fundação
 EFEITO DE GRUPO

 A eficiência do grupo depende da forma e do tamanho do


grupo, do espaçamento entre estacas e, principalmente, do tipo
de solo e da estaca.

 A eficiência é igual ou superior à unidade.

 Em duas condições, a eficiência resulta em torno da unidade:

1 – Estacas, de qualquer tipo em argila


2 – Estacas escavadas, em qualquer tipo de solo

 Eficiências superiores á unidade são obtidas para estacas


cravadas em areia, sobretudo em areia fofa.
 EFEITO DE GRUPO

 De acordo com Vesic (1975),

 em qualquer caso, a resistência de ponta do grupo pode ser


considerada igual à soma das resistências de ponta dos
elementos isolados.
 a resistência por atrito lateral do grupo, em areia, pode ser
maior do que a soma dos valores de atrito lateral dos elementos
isolados.

 Resultados experimentais comprovam valores de eficiência, de


grupos de estacas cravadas em areia, de até 1,5 ou 1,7, em
grupos de até 9 estacas com espaçamento entre eixos de 2,5
vezes o diâmetro.

 Em projetos correntes de fundações desconsidera-se


eficiências superiores a 1 - Resistência aumentada por efeito de
grupo implica também na ocorrência de recalques aumentados.
 EFEITO DE GRUPO

 Contribuição do bloco de coroamento: Uma parcela da carga


total (máximo de 20% para estacas cravadas e escavadas) é
transmitida diretamente pelo bloco.

 Distribuição não uniforme das cargas.


 Diferenças entre as estacas centrais e as de periferia.
 Influência da sequência de cravação: Para estacas cravadas em
areia.
OUTROS TIPOS DE CARREGAMENTOS

 Estacas tracionadas (torres de transmissão de energia e


telefonia celular).

 Estacas com as cabeças submetidas a esforços horizontais ou


de flexão (cais, pontes, estruturas offshore etc).
PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA

 Para coesão não


drenada, quando não
há ensaios de
laboratório (Teixeira e
Godoy (1996)):

 Ângulo de atrito
interno da areia:
Correlações estatísticas
PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA

 Estimativa do ângulo de atrito interno com o índice de resistência


à penetração por Godoy (1983) e Teixeira (1996), respectivamente:
PARÂMETROS DE PESO ESPECÍFICO

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