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Engenharia reversa: cultivando o interesse no âmbito automotivo

Área Temática: Educação.

Laura Maria Soares Castro1; Matheus Farias de Souza Gomes¹; José Bismark de
Medeiros¹ e Alan Christie da Silva Dantas¹

Instituição: Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

Resumo:

Observa-se considerável carência de ações na educação básica em geral, que estimulem


estudantes buscar a área de ciências exatas. Esse fato pode ser justificado por várias razões
que não iremos abordar neste trabalho. No entanto, a justificativa principal deste projeto
é despertar, no âmbito escolar e em diversos setores da sociedade na área de abrangência
da UNIVASF, o interesse em ingressar na faculdade e atuar nas diversas áreas da
Engenharia, uma vez que a formação de profissionais atuantes nesta importante área de
conhecimento é considerada insuficiente para a demanda do crescimento do brasileiro.
Nesse contexto, por meio do projeto Baajatinga BAJA SAE (Society of Automotive
Engineering) da UNIVASF, palestras, apresentações e eventos foram promovidos, com
intuito de contribuir para melhora do interesse de ingresso em áreas relacionadas à ciência
e tecnologia, além, explicitar para a sociedade em geral que o desenvolvimento das
Engenharia é necessário para sua própria evolução como ciência, assim como para
evolução sustentável da sociedade, que continuamente incorpora tecnologias no seu dia-
a-dia e transforma-se juntamente com a dinâmica tecnológica.

Palavras-chave: Educação. Engenharia. BAJA.

1. INTRODUÇÃO
São notáveis as deficiências do ensino de ciências exatas na educação básica. Essa
situação compromete o desenvolvimento tecnológico futuro, uma vez que os setores de
ações sociais vinculados aos ramos da Engenharia têm um déficit expressivo, visto que o
número de pessoas atuando na área é limitado. Desse modo, faz-se necessário despertar
no âmbito escolar o interesse em ingressar em áreas de ciência e tecnologia. Além disso,
é necessário explicitar para a sociedade em geral que a aplicação da Engenharia é

1
Universidade Federal do Vale do São Francisco, CENMEC, financiado pela PROEX.
fundamental para a evolução do meio. Situação essa contemplada na sua própria
definição, a exemplo: ...a arte profissional de organizar e dirigir o trabalho do homem,
aplicando conhecimento científico e utilizando, com parcimônia, os materiais e as
energias da natureza para produzir economicamente bens e serviços de interesse e
necessidade da sociedade, dentro dos parâmetros de segurança (SILVA, p.11, 1997).
Além disso, de acordo com Cremasco (2009), o engenheiro é um profissional
indispensável aos dias atuais, devendo, contudo, aliar seus conhecimentos de engenharia
com responsabilidade social, ética e respeito para com o outro e o meio em toda sua
magnitude, reconhecendo ser um agente de transformação social.
Nesse contexto, o presente projeto evidencia-se no meio social local, com ênfase
nos alunos do ensino básico, o que se aplica no contexto da maioria das Engenharias, por
meio de palestras, apresentações e eventos proporcionados pelos integrantes do projeto
Baajatinga BAJA SAE da UNIVASF, com intuito de estimular o ingresso na faculdade e
interesse de atuação nas diversas áreas abrangidas, com foco no ramo automotivo. Essa
situação proporciona consolidação contínua do vínculo entre universidade e sociedade,
com destaque na educação básica da região.
Vale ressaltar que os alunos envolvidos no presente projeto são capacitados para
tal contexto, visto que o projeto BAJA, o qual participam, tem como objetivo desenvolver
um veículo off-road, mesclando conhecimentos dos cursos de Engenharia Mecânica,
Engenharia da Computação, Engenharia Elétrica e engenharia de Produção. Todas as
etapas do projeto são realizadas pelos estudantes, envolvendo o desenvolvimento do
protótipo através de simulações de condições estáticas, cinemáticas e dinâmicas na
estrutura e nos componentes móveis do veículo; estudo de estabilidade, segurança,
conforto e ergonomia; produção das peças, além de simulação de produção em massa das
mesmas; montagem do veículo e ajustes para uma competição entre várias universidades
do país, levando em consideração a sustentabilidade, custo e marketing envolvidos.

2. OBJETIVOS

 Estimular interesse de alunos do ensino básico, além de setores da sociedade local,


em atuar na área de Engenharia automotiva;
 Divulgar ciência e tecnologia;
 Atrair novos alunos para as engenharias da UNIVASF;
 Incentivar, manter, divulgar e empreender ações da promoção da inovação no
desenvolvimento, produção e utilização de veículos para transporte de passageiros
e utilização na agricultura;
 Explicitar para o meio social que o projeto BAJA é uma aplicação direta do que
pode ser feito no ramo automotivo, levando em consideração os parâmetros de
ações sociais importantes, como espirito de liderança, proatividade, trabalho em
equipe, organização, entre outros;
 Promover o conhecimento das artes, ciências, padrões e práticas de engenharia
relacionadas com o desenvolvimento, projeto, construção e uso de equipamentos
automobilísticos/veiculares, seus meios de propulsão e equipamentos
relacionados à sociedade.

3. METODOLOGIA

Primeiramente foi feito um planejamento de execução de atividades, coerente à


programação do projeto BAJA, direcionando os afazeres de acordo com a competência
de cada componente. Na organização, incluiu-se a relação de colégios; o material a ser
utilizado (panfletos, banners, folders e equipamentos áudio visuais), além das datas de
exposições do protótipo e eventos internos e externos. Com isso, o monitoramento se deu
através de relatórios e reuniões semanais, visando prevenir possíveis problemas. Para
mais, as etapas da metodologia foram dividas da seguinte forma:
 Definir cronograma de apresentações e eventos;
 Definir qual metodologia será mais eficaz, dependendo da fase de projeto e do
público alvo;
 Planejamento de atividades extras (mini cursos, oficinas e visitas);
 Preparar o conteúdo e material abordados;
 Início do período de apresentações;
 Primeira fase de atividades extras;
 Início da fase de exposições, visto o término das otimizações do protótipo;
 Segunda fase das atividades extras, vinculadas ao protótipo físico e seus
componentes;
 Exposições (Universidade, shopping, feiras, congressos, entre outros).
A principal dificuldade encontrada foi referente à abordagem eficaz para cada público
alvo, visto que cada escola tinha uma realidade diferente em relação à maturidade dos
alunos. Logo, juntamente com o agendamento das palestras com os responsáveis das
escolas, dúvidas referentes ao direcionamento dos alunos eram tiradas com professores e
coordenadores, com intuito de disseminar melhor as informações.

4. RESULTADOS

A vigência do presente projeto proporcionou aguçar a vontade de diversos alunos


em ingressar na faculdade em geral, bem como despertar o interesse de outros em atuar
nas áreas da Engenharia. Essa situação foi confirmada a partir do resultado da pesquisa
de opinião distribuída após as palestras, a qual continha perguntas que direcionavam
sobre o que foi exposto, além da profissão e áreas de atuação desejadas. Vale ressaltar
que alunos do ensino fundamental e médio foram contemplados, na maioria das vezes de
escolas públicas, uma vez que o nível de informações fornecidas desse caráter é bem
menor.
Além disso, foi incentivada e promovida a interdisciplinaridade, englobando
diversas áreas de atuação da Engenharia Mecânica, Elétrica, de Produção e da
Computação, bem como expondo as oportunidades da vida acadêmica. Desse modo, foi
promovido o engajamento da comunidade acadêmica com o sistema de educação básica
da região.
Com relação aos eventos científicos e exposições participadas, serviram para
incentivar, manter e divulgar ações de inovação e desenvolvimento tecnológico na região,
por meio do projeto BAJA SAE da UNIVASF, visando sempre a consciência
socioambiental na criação e produção de veículos off road. Vale ressaltar que se
contabiliza um total de 1400 estudantes beneficiadas com as nossas ações.
A partir disso, laços foram estreitados entre atividades desenvolvidas na
UNIVASF e a comunidade externa, proporcionando a promoção da instituição. Para mais,
foi notório que a maioria dos objetivos traçados foi assegurada.
Figura 1- Apresentação no Colégio Modelo. Figura 2 - Apresentação na EREMCC.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar os resultados obtidos com a atuação do projeto em questão na sociedade,


tornou-se evidente a importância de fornecer ações sociais voltadas à promoção da ciência
e tecnologia, principalmente quando direcionadas a público alvo com menor nível de
informação. Vale salientar que o incentivo ao ingresso na faculdade, independente do
curso, foi constante, sendo um ponto crucial da atuação do projeto. Além disso, a presença
progressiva em eventos na região possibilitou uma maior divulgação do projeto.
A partir disso, uma sugestão seria investir em futuras intervenções similares, almejando
estreitar os laços da UNIVASF com a sociedade local, não só com intuito de continuar
promovendo a instituição, mas também de fornecer um ciclo de benefícios para ambos.
Essa situação é viável, uma vez que a universidade em questão tem diversos projetos, em
diversas áreas de ciência e tecnologia, que podem ser evidenciados do mesmo modo,
visando obter uma continua atuação social com o mesmo ideal na comunidade.

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