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BRASILEIRO
Desafios Atuais
Brasília, DF
2017
6 de dezembro de 2017
Mateus Castellar
Universidade de Brasília
mateuscastellar@gmail.com
RESUMO
ABSTRACT
The current article refers to a study on the current impact of the adoption of automation
technologies in urban land vehicles. The research was applied to the Brazilian national
scenario, however international references were used in order to enrich the text's theoretical
basis. This research has as general objective of finding the obstacles in obtaining reliability in
the autonomous vehicular systems and subsequently to point out the repercussion of such
conquest. According to the bibliographic study developed, it is possible to show the benefits of
using autonomous automobiles that exceed both financial and social costs. The methods used
in this research were applied an exploratory, explanatory and descriptive combination. Finally,
the research found that the use of the technologies studied has the potential to extensively
improve the current transit system.
SUMÁRIO
1 Metodologia•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 1
2 Introdução•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 1
3 Desenvolvimento••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 2
4 Conclusão•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 9
1
1 Metodologia
A consolidação desse artigo se deu por meio de revisão bibliográfica, a fim de
fundamentar os argumentos expostos e formar um cenário com as variáveis adequadas para a
análise da seguinte hipótese: existe um limite de automação para veículos terrestres depois do
qual não é possível existir responsabilidade ética (accountability). Essa hipótese, caso
confirmada, leva à conclusão de que sempre será necessário algum tipo de interação humano-
computador para utilização de aspectos de autonomia na direção. Algumas das variáveis
levadas em conta serão quantitativas como: velocidade de resposta, chance percentual de
falha, custo. Entretanto, boa parte da ponderação depende de características qualitativas
relacionadas à legislação, programação/fabricação, infraestrutura, termos de serviço, etc.
2 Introdução
Veículos terrestres autônomos (VTA) são aqueles capazes de desempenhar as funções
de um condutor, baseando-se em informações colhidas por sensores. A unidade de
processamento modifica os valores enviados aos atuadores a fim de que a performance da
corrida obedeça as regras de trânsito e seus devidos fatores de segurança. Como aponta Leal
e Oliveira (2016, p.2) esses sistemas de controle automáticos se apresentam em diversas
formas, mas de acordo com a National Highway Traffic Safety Administration os veículos
guiados de forma autônoma podem ser divididos em quatro tipos:
• Sem automação (Nível 0): o motorista, em todos os momentos, está em completo
controle das funções básicas do veículo, como freios, direção e aceleração;
• Automação de funções combinadas (Nível 2): envolve a automação de, pelo menos, duas
funções básicas do veículo, que devem operar de forma coordenada, de modo a permitir
que o motorista fique dispensado de controlá-las. Trata-se do caso do controle
adaptativo de cruzeiro (ACC)8 combinado a sistemas de manutenção do veículo dentro
da faixa de circulação9 .
• Automação limitada (Nível 3): os veículos são capazes de controlar autonomamente todas
suas funções básicas, sob determinadas circunstâncias de tráfego ou do ambiente.
Entretanto, neste nível, ainda é necessário um condutor habilitado estar de prontidão
caso o veículo determine que as circunstâncias que permitem sua autonomia não mais
estejam presentes.
• Automação completa (Nível 4): os veículos são capazes de controlar todas suas funções
básicas, sob quaisquer circunstâncias. Ao contrário do nível 3, os veículos não
necessitam da presença de condutores habilitados e podem trafegar, até mesmo, vazios.
virtualmente a qualquer indivíduo em seu caminho. Não demorou muito para que essa questão
chamasse a atenção pública.
Por outro lado, o uso das tecnologias de direção autônoma tem o potencial de diminuir
uma grande parcela dos acidentes, incluindo os fatais. Além disso, também é possível gerar
uma economia considerável ao agilizar o trânsito nos centros urbanos.
3 Desenvolvimento
3.1 Aspectos do Movimento
Diferentemente de veículos aéreos e submarinos, que são capazes de se movimentar
em um espaço tridimensional, e embarcações, que se movem em um plano bidimensional,
carros estão restritos a percorrer uma linha. Isso provoca a necessidade de diversos artifícios
(cruzamentos, viadutos, pontes, etc.) para troca de sentido, direção e para contornar
obstáculos. Esses artifícios são chamados infraestrutura de trânsito.
As marcações das faixas e as pacas são elementos usados para prover informações e
instruções para os usuários da pista, seu uso adequado melhora o fluxo no trânsito e aumenta
a segurança. Então, integrar a habilidade de reconhecer faixas e sinais acarreta benefícios
sociais e econômicos. Essas funções podem ser alcançadas usando câmeras de bordo e
técnicas de processamento de imagens. Hoje em dia por exemplo, algoritmos baseados em
vídeo são capazes de estimas a curvatura de uma pista, posição relativa à outros automóveis,
e interpretação de sinalização de trânsito. Ainda mais importante, a informação sintetizada
pode ser usada em múltiplos sistemas. (JIMENEZ, 2017)
Esses sinais, entretanto, foram feitos para serem fáceis de interpretar para seres humanos, o
que pode nem sempre ser o caso para máquinas. Os dois problemas principais são falsos
positivos e má interpretação de padrões similares.
Cada país tem o seu conjunto de regras, como é o caso do Código de Trânsito
Brasileiro, que normalizam a forma de interpretar sinais e indicar ações (por exemplo, usar a
seta ao virar). De um modo geral, essas convenções tem o intuito de coordenar o tráfego e
evitar acidentes. Mesmo com essas regras, o número mortes em acidentes no trânsito mostra
o quão falho é o sistema.
Muitos desses acidentes poderiam ter sido evitados com o uso de tecnologias de
autonomia veicular como controle eletrônico de estabilidade, “estima-se que essa tecnologia
seja capaz de reduzir o dano, ou de evitar o acidente, em 18% do total de ocorrências com
vítimas, e em 34% daqueles com vítimas fatais. ” (LEAL; OLIVEIRA, p.4, 2016). Isso se deve ao
fato de que o tempo de reação e frenagem de um veículo autônomo é muito menor que o de
um condutor humano. Além disso esses veículos contam com mais dados dos arredores,
colhidos através de seus sensores.
Para VTA’s é importante entender que tipos de atributos serão empregados para as
interpretações das variáveis relevantes à direção. Uma abordagem frequente é construir a
infraestrutura de trânsito já voltada para o uso de carros robóticos, como por exemplo faixas
exclusivas para VTA. Essa forma lidar com a questão é limitante do ponto de vista de
crescimento contínuo do uso da tecnologia de direção autônoma. É preciso levar em conta
que a melhor transição possível da forma como usamos veículos terrestres hoje, para um
futuro onde máquinas dominarão o trânsito, é uma na qual condutores humanos e robóticos
coexistam. Muito embora esse compartilhamento das vias exponha os sistemas autônomos à
variáveis adversas, como ocorreu no dia 8 de novembro desse ano. Segundo comunicado
oficial emitido pela cidade de Las Vegas a respeito da colisão com o ônibus autônomo da
francesa Nacvya:
Atualmente o sistema judicial não está completamente preparado para esse cenário.
Mesmo assim é possível atribuir a responsabilidade das ações tomadas pelo VTA. De acordo
com o sistema legal brasileiro, a responsabilidade caí sobre aquele que possui a guarda do
veículo. Devendo esse arcar com as consequências do seu uso “no caso de acidentes de
veículos, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) firmou, com base na teoria da guarda da coisa, o
entendimento de que o proprietário responde pelos danos causados a terceiros, ainda que não
tenha conduzido o veículo”(LEAL; OLIVEIRA, 2016, p.9).
Com o uso de VTA de nível 4 esse crescimento sofreria uma redução considerável,
devido à redução do tempo ocioso de um automóvel. Esses carros tem autonomia total, logo
não precisam ficar estacionados esperando para quando o dono sair do trabalho, por
exemplo. Tudo indica, na verdade, que o número de proprietários diminuiria drasticamente.
Figura IV - Custo anual de acidentes no Brasil - Fonte: ONSV, com base no Ipea
aumenta ainda mais. Segue uma tabela com a disposição das aplicações possíveis dado o
tipo de interação, “V2V” vehicle to vehicle e “V2I” vehicle to ifrastructure.
Vários apps para smartphone já disponibilizam muitas dessas informações (como por
exemplo Waze), mas a maior limitação dessas aplicações existentes é a escassez de dados.
Com o uso de VTA em quantidades suficientes essa carência é mitigada. Num sistema coberto
limites de velocidade poderiam ser mais elevados mantendo virtualmente o mesmo nível de
segurança, cruzamentos não necessitariam semáforos e o uso de buzinas ficaria ultrapassado.
De acordo com Abney e outros (2017, p. 4), esse cenário levanta uma questão única na
qual deve-se levar em conta filosofia moral, legislação, e política pública. Quem deve ser
encarregado de escolher os parâmetros éticos de VTA?
No Brasil essa função seria atribuída ao DETRAN, já que tais veículos precisariam de
autorização para circular. Muito embora esse departamento já possua métodos próprios de
avaliar a aptidão e autorizar um condutor à dirigir um automóvel, decidir quais os mecanismos
utilizados para efetuar essa avaliação sobre uma máquina não é uma questão somente
técnica. Isso ocorre devido ao fato de o próprio robô não poder responder pelos seu atos.
Logo, a forma de avaliar se existe ou não um risco significativo à população ao permitir a
circulação de tal sistema autônomo deve ser mais amplamente discutida.
9
4 Conclusão
De acordo com o apresentado, é possível notar que existem meios desafios a serem
superados antes que as tecnologias discutidas possam ter qualquer penetração significativa
no mercado. Os próprios aspectos de engenharia precisam ainda de certa maturação para
poderem ser utilizados em grande escala. Mas, da mesma forma, muitos passos precisam ser
tomados rumo a regularização dessa futura realidade que se aproxima. O lado ético e
legislativo do tema abordado é de uma seriedade evidente, já que se trata da manipulação de
vidas humanas. Por tanto, é fundamental estruturar de maneira sólida os parâmetros de
regulação da indústria automotiva, no que diz respeito à VTA’s.
É admissível também considerar que não há limite algum para o nível de automação
que se pode alcançar, mantendo a responsabilidade ética. Por tanto a hipótese formulada ao
início dessa discussão não é verdadeira. Podemos esperar que em um futuro não tão distante
não haverão mais veículos guiados por pessoas, e sim um sistema constituído de diversos
sensores e processadores ligados à uma rede integrada à infraestrutura de trânsito. Com essa
realidade vigente pressupõem-se uma queda drástica no número de casualidades no trânsito,
além de surpreendente otimização e economia para a sociedade como um todo.
REFERÊNCIAS
[1] NIKOWITZ, Michael. Fully Autonomous Vehicles: Visions of the future or still a reality?.
Berlin: epubli GmbH, 2015
[2] HECKER, Peter; NORTHDURFT, Tobias; OHL, Sebastian. Stadtpilot: First fully autonomous
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[3] FAGNANT, Daniel J.; KOCKELMAN Kara. Preparing a nation for autonomous vehicles:
opportunities, barriers and policy recommendations. Science Direct, Austin: Transportation
Research Part A: Policy and Practice, Volume 77,j ulho, 2015.
[4] SILBERG, Gary; WALLACE, Richard. Self-driving cars: The next revolution. Transportation
Systems Analysis Group, 2012.
[5] ABNEY, Keith; JENKINS, Ryan; LIN, Patrick. Robot Ethics 2.0: From Autonomous Cars to
Artificial Intelligence. New York: Oxford University Press, 2017.
[6] ACARMAN, Keith; ÖZGÜNER, Ümit; REDMILL, Alan. Autonomous Ground Vehicles. Boston:
Artech House, 2011.
[7] GLASSBROOK, Alex. The Law of Driverless Cars: An Introduction. Minehead: Law Brief
Publishing, 2017.
[8] FINN, Anthony; SCHEDING, Steve. Developments and Challenges for Autonomous
Unmanned Vehicles: A compendium. Berlin: Springer Verlag, 2010.
[9] JIMENEZ, Felipe. Intelligent Vehicles: Enabling Technologies and Future Developments.
Amsterdam: Butterworth-Heinemann, 2017.
[10] ROSEN, Jeff; et al. Self-driving cars: Mapping Access to a Technology Revolution.
Washington: National Council on Disability, 2015.
[11] LEAL, Túlio Augusto; OLIVEIRA, Carlos elias. Considerações Sobre os Veículos
Autônomos: Possíveis Impactos Econômicos, Urbanos e das Relações Jurídicas. Textos
para Discussão Núcleo de Estudos e Pesquisas da Consultoria Legislativa, Brasília, 214,
outubro, 2016.