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Exercı́cios de relatividade

Capı́tulos 4 e 5 (Rindler)
4.2) Sendo ∆t1 o intervalo de tempo que o primeiro sinal leva para ser recebido pelo obser-
vador em um ponto P1 , ∆t2 aquele que o observador passa percorrendo até receber o próximo
sinal em um ponto P2 , que veio da origem durante um intervalo ∆t3 , então ∆t = ∆t1 +∆t2 −∆t3 é
a separação temporal entre os dois sinais do ponto de visto de S. Evidentemente, pela dilatação
temporal, o tempo ∆t2 entre as recepções dos sinais é dilatado em relação a separação temporal
∆t 0 dos sinais vista pelo observador, de forma que ∆t2 = γ(u)∆t 0 . Por outro lado, supondo sem
perda de generalidade que ur ≥ 0, tem-se que o tempo de percurso do segundo sinal é maior
que o do primeiro, de maneira que, sendo ∆R a diferença radial dos percursos dos sinais, tenha-
se ∆t3 − ∆t1 = ∆R/c = ur ∆t2 /c = ur γ(u)∆t 0 /c (caso contrário, ∆t1 − ∆t3 = ∆R/c = |ur |∆t2 /c).
Assim, tem-se que
∆t = (1 − ur /c)γ(u)∆t 0 .
Assim, a relação entre as frequências é contrária, devido a proporcionalidade inversa com as
separações temporais, ou seja:
ν = (1 − ur /c)γ(u)ν0 .
4.6) Da eq. (4.5) obtém-se isolando as frequências que γ(1 + v cos α) = ν 0 /ν, enquanto
que da (4.8), isolando-se os senos, tem-se γ(1 + v cos α) = sin α/ sin α 0 . Combinando as duas
equações anteriores obtém-se o desejado.
4.7) Suponha que o fóton corta o eixo-x do referencial S a um ângulo α, e a um ângulo α 0
com o eixo-x0 de S0 , que estão na configuração padrão. Pelas transformações de Lorentz, tem-
se ∆t = γ(u)(∆t 0 + (v/c2 )∆x0 ), de onde, dividindo por ∆t 0 , obtém-se da reversão da equação
(4.8),
∆t/∆t 0 = γ(v)(1 − v cos α 0 /c) = sin α 0 / sin α = ν/ν 0 .
4.12) Utilizando c = 1, das transformações de velocidade, encontra-se sin θ = sin θ 0 /γ(1 +
v cos θ 0 ) e cos θ = (cos θ 0 + v)/(1 + v cos θ 0 ), idênticas as equações (4.7) e (4.8). Logo, de
(4.9), tem-se
tan(θ /2) = (1 − v)/(1 + v) tan(θ 0 /2).
p

Por outro lado, das transformações de velocidade, têm-se que as equações para φ são idênticas
aquelas de θ trocando v → −v. Assim, encontra-se

tan(φ /2) = (1 + v)/(1 − v) tan(φ 0 /2).


p

Pela lei da reflexão em S0 , θ 0 = φ 0 . Então, dividindo as duas equações anteriores encontra-se a


primeira relação pedida. Se o raio incidente tem frequência ν1 , então a frequência ν observada
pelo espelho em movimento será, utilizando a fórmula da 2a questão,

ν = γ(v)(1 − v cos θ )ν1 ,

já que o espelho atua como um observador em movimento. Por outro lado, a frequência do raio
refletido é a mesma ν do ponto de vista do espelho, de forma que pode-se utilizar a fórmula
(4.3) já que este atua momentaneamente como uma fonte em movimento. Assim, tem-se

ν = γ(v)(1 + v cos φ )ν2 .

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Dividindo as duas equações anteriores, encontra-se
ν2 1 − v cos θ
= .
ν1 1 + v cos φ

Da igualdade sin θ 0 = sin φ 0 , encontra-se que a última expressão coincide com sin θ / sin φ .
5.2) Tratando o problema em duas dimensões sem perda de generalidade, o quadri-intervalo
entre o evento na origem em t = 0, ou seja O = (O1 = 0, O4 = 0), e o evento P pode ser obtido
subtraindo-se ∆s = P − O. Por outro lado, P pode ser escrito como a soma dos quadrivetores
(0, cτ1 ), que vai da origem em t = 0 até o momento da emissão em t = τ1 ainda na origem,
e c(τ2 − τ1 )(1/2, 1/2), correspondente ao percurso da luz durante a metade do intervalo até o
evento P. Assim, ∆s = (c/2)(τ2 − τ1 , τ2 + τ1 ) e, portanto, ∆s2 = c2 τ2 τ1 .
5.5) Utilizando c = 1, para a componente temporal, tem-se U40 = γ(v)(U4 − βU1 ). Como
U40 = γ(u0 ), U4 = γ(u) e U1 = γ(u)u1 , encontra-se γ(u0 ) = γ(v)γ(u)(1 − vu1 ). Analogamente,
a componente temporal da inversa U4 = γ(v)(U40 + vU10 ) leva a γ(u) = γ(v)γ(u0 )(1 + vu01 ), que
são exatamente as relações em (3.10). A componente x da transformação é dada por U10 =
γ(v)(U1 − vU4 ). Substituindo as componentes do quadrivetor em termos da 3−velocidade
como anteriormente, encontra-se γ(u0 )u01 = γ(v)γ(u)(u1 − v). Substituindo γ(u0 ) da primeira
expressão obtida, encontra-se u01 = (u1 − v)/(1 − u1 v), que é a primeira relação das equações
em (3.6). As outras duas componentes transformam-se trivialmente pela identidade. Assim,
γ(u0 )u0i = γ(u)ui , onde i = 2, 3. Utilizando novamente a primeira expressão obtida, encontra-se
u0i = ui /γ(v)(1 − u1 v), que complementam as equações restantes.
5.11) Seja U ortogonal a um quadrivetor causal V. Se V for nulo, nada pode ser afirmado.
Sendo u e v suas partes espaciais, da ortogonalidade segue que U0V0 = u · v. Tomando o
módulo e utilizando a desigualdade de Cauchy-Schwarz, segue |U0V0 | ≤ |u||v|. Da causali-
dade, segue que |V0 | ≥ |v|. Invertendo a última desigualdade e multiplicando pela obtida por
Cauchy-Schwarz, segue que |U0 | ≤ |u|. Logo, U é tipo-espaço ou luz (i). Evidentemente,
V 2 = (U ± W )2 = U 2 + W 2 ± U · W = U 2 + W 2 < 0 (ii). Isto é possı́vel, pois escrevendo
U = V +W e U 2 = W 2 = 0, tem-se um sistema de 6 equações com 8 icógnitas (iii).
5.12)

(i) (2, 1, 0, 0); (2, 0, 1, 0); (2, 0, 0, 1); (2, 0, 0, 0).


(ii) (1, 2, 0, 0); (1, 0, 2, 0); (1, 0, 0, 2); (0, 1, 0, 0).
(iii) (1, 1, 0, 0); (1, 0, 1, 0); (1, 0, 0, 1); (5, 4, 3, 0).

5.19) (i) Utilizando d/dτ = 0 e d/dt = ·, tem-se de A · U = 0 que A0 · U + A2 = 0. Como


A2 = −α 2 e A0 =√φU, segue-se φU 2 − α 2 = 0. Mas como U 2 = c2 , obtém-se que α 2 = c2 φ
e portanto α = c φ é um escalar. (ii) A parte temporal da equação dada pode-ser escrita
como (d/dτ)(cγ γ̇) = cγφ , ou seja, (d/dt)(γ γ̇) = φ . Por outro lado, da expressão explicita
de A, utilizando a equação obtida anteriormente, tem-se tomando apenas a parte espacial que
A0 = γφ u+γ 2 γ̇a+2γ 2 γ̇a+γ 3 ȧ. Como A0 = φU, a parte espacial é também dada por A0 = γφ u,
resta cancelando γφ u que 3γ 2 γ̇a + γ 3 ȧ = 0, que é exatamente equivalente a (d/dt)(γ 3 a) = 0.
5.22) (i) No referencial instantâneo do observador S0 , sua quadri-velocidade é dada por
U10 = (0, c). Logo, pela invariância do produto interno de Minkowski por transformações de
Lorentz, tem-se L ·U1 = L04U 04 = ν1 , já que L40 = ν1 /c é a quarta componente do quadrivetor

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de onde visto de S0 . Da mesma forma, se uma fonte tem frequência própria ν0 e se move com
quadrivelocidade U00 = (0, c) em seu referencial instantâneo, L · U0 = ν0 . (ii) S vê o trem de
onda com quadrivetor L dado pela equação (5.35), enquanto que a quadrivelocidade do ob-
servador é U = γ(u, 0, 0, c). Assim, L · U = γν + γuν cos α/w = γν(1 + u cos α/w). Como
também L ·U = ν 0 em S0 , tem-se a eq. (5.38). (iii) Escolhendo o movimento da luz na direção
do eixo-x, sentido positivo, em S o quadrivetor de onda é dado por L = (1/λ , 0, 0, ν/c). A
fonte tem quadrivelocidade U0 = γ(u0 , c) enquanto que o observador tem U1 = γ(u1 , c), onde
|u1 | = |u0 | = u. Assim, ν1 /ν0 = (ν − u cos θ1 /λ )/(ν − u cos θ0 /λ ) = (1 − u cos θ1 /c)/(1 −
u cos θ0 /c), onde θ1 e θ0 são os ângulos entre as velocidades do observador e da fonte, respec-
tivamente, e o movimento da luz, no eixo-x. (iv) Em S, a fonte move-se com quadrivelocidade
U = γ(u, c) e a onda tem quadrivetor L = (−ûr /λ , ν/c). Assim, ν0 = L ·U = γν + γu · ûr /λ =
γν(1 + ur /c), que é a equação (4.3).

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