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HARMÔNICOS EM SISTEMAS
ELÉTRICOS DE POTÊNCIA
- 2010 -
Sumário
Página
Capítulo 1 Fundamentos sobre Harmônicos 4
1.1 Introdução 4
1.2 Representação de Harmônicos 6
1.2.1 Série de Fourier 7
1.2.2 Funções Ortogonais 9
1.2.3 Coeficientes da Série de Fourier 9
1.2.4 Série Complexa de Fourier 13
1.2.5 Transformada Direta e Inversa de Fourier 16
1.2.6 Transformada Discreta de Fourier 20
1.2.7 Transformada Rápida de Fourier 21
1.3 Características de Harmônicos em Sistemas de Potência 23
1.3.1 Simetria 23
1.3.2 Sequência de Fase 25
1.3.3 Independência 41
1.4 Medidas de Distorção Harmônica 43
1.4.1 Requisitos para Medição de Sinais 43
1.4.2 Valor Eficaz 51
1.4.3 Fator de Crista 56
1.4.4 Fatores de Distorções Harmônicas de Tensão e Corrente 57
1.4.5 Potência Eficaz, Aparente, Reativa e de Distorção 65
1.4.6 Fator de Potência 69
1.4.7 Fator de Desclassificação K 79
1.1 Introdução
Dentre as soluções para atenuar os efeitos dos harmônicos a filtragem é uma das
mais aplicadas. Várias alternativas de filtros e a análise da resposta da filtragem
podem ser examinadas por simulação.
Formas de ondas senoidais são condições almejadas nos sistemas elétricos uma
vez que transformadores, máquinas e aparelhos elétricos são projetados com
base em um suprimento senoidal. Entretanto, uma forma de onda senoidal é algo
ideal e que na prática é comumente não encontrada.
Alguns exemplos de formas de ondas distorcidas são ilustrados nas Fig.1.1 a 1.4.
A Série de Fourier permite estabelecer uma relação simples entre uma função no
domínio do tempo com a função no domínio da freqüência.
f ( t ) = f ( t + hT ) , h = 0, ± 1, ± 2,… (1.1)
a0
f (t ) = + ∑ h =1 ⎡⎣ ah cos ( hω1t ) + bh sen ( hω1t ) ⎤⎦
∞
(1.2)
2
em que
a0/2 valor médio de f(t), e a componente cc do sinal
ah, bh amplitudes ou valor de pico da componente de ordem h da série
ω1 frequência angular fundamental de f(t) definida como ω1 = 2π T
h ordem do harmônico
f ( t ) = c0 + ∑ h =1 ch sen ( hω1t + φh )
∞
(1.3.a)
ou
f ( t ) = c0 + ∑ h =1 ch cos hω1t + φh − 90
∞
( )
(1.3.b)
= c0 + ∑ h =1 ch cos ( hω1t + ϕ h )
∞
em que:
c0 = a0 2 magnitude da componente cc do sinal
A Eq.(1.2) pode também ser representada por sua forma exponencial como:
∞
f (t ) = ∑Ce
h =−∞
h
jhω0t
, h = 0, ± 1, ± 2, (1.4)
com
1
f ( t ) ⋅ e− jhω0t dt
T 2
Ch =
T ∫ −T 2
(1.5)
β ⎧ 0, i ≠ j
∫α ϕ ( t )ϕ ( t ) dt = ⎨⎩γ , i = j
i j (1.6)
em que γ é um valor diferente de zero. As funções ⎨1, cosω1t, ..., cós(hω1t), ...,
senω1t, ..., sem(hω1t), ...⎬ é um conjunto ortogonal de funções senoidais em um
intervalo de –T/2<t<T/2.
⎡ a0 ⎤
f ( t )dt = ∫ ⎢ 2 + ∑ h =1 ⎣⎡ ah cos ( hω1t ) + bh sen ( hω1t ) ⎦⎤ ⎥ ⋅ dt
T 2 T 2 ∞
∫−T 2 −T 2
⎣ ⎦
(1.7)
2 T
f ( t ) dt
T ∫0
a0 = (1.8)
⎡ a0 ⎤
f ( t ) cos ( kω1t ) dt = ∫ + ∑ h =1 ⎡⎣ ah cos ( hω1t ) + bh sen ( hω1t ) ⎤⎦ ⎥ ⋅ cos ( kω1t ) dt
T 2 T 2 ∞
∫−T 2 ⎢
⎣
−T 2 2
⎦
= 0 ∫ cos ( kω1t ) dt + ∑ h =1 ⎡ ∫ ah cos ( hω1t ) cos ( kω1t ) dt ⎤
a T2 ∞ T 2
2 −T 2 ⎣⎢ −T 2 ⎦⎥
+ ∑ h =1 ⎡ ∫ bh sen ( hω1t ) cos ( kω1t ) dt ⎤
∞ T 2
⎢⎣ −T 2 ⎥⎦
(1.9)
O primeiro termo à direita da igualdade em (1.9) é zero, assim como são todos os
termos em bh uma vez que sen(hω1t) e cos(kω1t) são funções ortogonais para
todo h e k. De modo semelhante, os termos em ah são nulos por serem
ortogonais, com exceção da condição em que h=k. Neste caso (1.9) torna-se:
2 T2
f ( t ) cos ( hω1t ) dt , h=1,… ,∞
T ∫−T 2
ah = (1.11)
2 T2
f ( t ) sen ( hω1t ) dt , h=1,… ,∞
T ∫−T 2
bh = (1.12)
( )
ah cos ( hω1t ) + bh sen ( hω1t ) = ah sen hω1t + 90 + bh sen ( hω1t )
= bh + jah (1.13)
= ch ∠φh
O componente ch∠φh em (1.13) pode ser representado por uma função senoidal
ou co-senoidal de freqüência angular hω1, h=1,...,∞. A magnitude de ch independe
do tipo de sinusóide adotada; o ângulo φh, porém, será dado por (1.15) para a
representação em seno como em (1.13), e deslocado de 90º caso as funções
sejam permutadas para co-seno ( ϕh = tg −1 ( −bh ah ) = −tg −1 ( bh ah ) ).
Para uma série de Fourier construída na forma de (1.16) o par formado por ch e φh
contém toda a informação capaz de descrever a onda.
ou
f ( t ) = c0 + c1 cos (ω1t + φ1 − 90 ) + (
+ ch cos h (ω1t + φ1 − 90 )) + (1.17)
= c0 + c1 cos (ω1t + ϕ1 ) + + ch cos ( h (ω1t + ϕ1 ) ) +
A Fig. 1.6 mostra alguns termos da série de Fourier de uma onda quadrada e a
soma dos 10 primeiros termos ímpares. Os termos pares da onda quadrada são
todos nulos. Observe que existem várias passagens por zero, com o que um
equipamento que utilize como referência a passagem por zero não funcionará
corretamente.
Fig. 1.6 Sinal de uma Onda Quadrada com Fundamental de 1 MHz, suas Componentes até a 7ª
Ordem e a Soma das 10 Harmônicas Impares.
1 31,8310 0,636
3 10,6103 0,212
5 6,3662 0,127
7 4,5473 0,091
9 3,5368 0,071
11 2,8937 0,058
13 2,4485 0,049
15 2,1221 0,042
17 1,8724 0,037
19 1,6753 0,034
Fig.1.7 Espectro de Amplitude de uma Onda Quadrada com Fundamental de 1 MHz até
Harmônica de Ordem 30 e a Amplitudes das 10 Primeiras Harmônicas Impares.
4V p 4V p 4V p (1.18)
f (t ) = sen ω1t + sen 3ω1t + sen 5ω1t +
π 3π 5π
contrária. O ângulo de fase negativo pode ser considerado como uma freqüência
negativa.
A soma dos dois fasores sempre repousará ao longo do eixo real, com a
magnitude oscilando entre A e –A de acordo com:
Amplitude máxima
Im
A/2 Amplitude instantânea
θ A jφ A − jφ
-θ
e + e = A cos φ (1.19)
Re 2 2
-ω
Assim, cada componente harmônico de um sinal pode ser representado por dois
fasores de amplitude dividida por dois que giram em velocidade contrária.
e jhω1t + e− jhω1t
cos ( hω1t ) = (1.20)
2
e jhω1t − e − jhω1t
sen ( hω1t ) = (1.21)
2j
Definindo Ch como:
1
Ch = ( ah − jbh ) (1.23)
2
1
Ch* = ( ah + jbh )
2
= ∫ f ( t ) ( cos ( h ω1t ) + jsen ( hω1t ) )dt
1 T
(1.25)
T 0
1 T
= ∫ f ( t ) e jhω1t dt
T 0
f ( t ) = ∑ h =0 Ch e jhω1t +∑ h =0 C− h e− jhω1t
∞ ∞
= ∑ h =0 Ch e jhω1t +∑ h =0 Ch e jhω1t
∞ −∞
(1.26)
∞
= ∑Ce
h =−∞
h
jhω1t
sendo
1
f ( t ) e − jhω1t dt
T 2
Ch =
T ∫
−T 2
(1.27)
∞
F (ω ) = ∫ f (t )e − jωt dt (1.28)
−∞
1 ∞
f (t ) = ∫ F (ω ) e jωt d ω (1.29)
2π −∞
⎧⎪V t ≤T 2
f (t ) = ⎨
⎪⎩0 t >T 2
T T t
−
2 2
∞
F (ω ) = ∫ f (t )e − jωt dt
−∞
(1.30)
=∫ (
V 1 − jπ fT
)
T 2
− j 2π ft
Ve dt = − ⋅ e − e jπ fT
−T 2 π f 2j
Usando a identidade:
senθ =
1 jθ
2j
(
e − e − jθ ) (1.31)
a transformada torna-se:
V 2V ⎛ω ⎞
F (ω ) = sen (π fT ) = sen ⎜ T ⎟ (1.32)
πf ω ⎝2 ⎠
Freqüências:
0<t<300ms→ 100 Hz
300<t<600ms→50 Hz
600<t<800ms→25 Hz
800<t<1000ms→10 Hz
100 Hz 50 Hz 25 Hz 10 Hz
1 (1.34)
F ( fk ) = ∑ f ( tn ) ⋅ e − j 2π kn N
N −1
n =0
N
E sua inversa por:
f ( tn ) = ∑ k =0 F ( f k ) ⋅ e j 2π kn N
N −1 (1.35)
–j2π/N
A equação (1.34) pode ser re-escrita considerando W=e :
N −1
1
F ( fk ) =
N
∑ f ( t )W
n =0
n
kn
(1.36)
1
F ( fk ) = ⎡⎣W kn ⎤⎦ ⋅ f ( tn ) (1.37)
N
Com
Ondas periódicas não senoidais podem ser decompostas em uma série infinita
de ondas senoidais com magnitudes e ângulos de fase calculados pela série
de Fourier.
• Harmônicos pares
• Harmônicos ímpares
• Componente CC
contínua.
1.3.1 Simetria
Simetria ímpar é caracterizada por um sinal que satisfaz (1.38):
f ( −t ) = − f ( t ) (1.38)
f ( −t ) = f ( t ) (1.39)
f(t)
0 T T t 0 T T t
2
2
Fig.1.15 Onda retangular com simetria impar Fig.1.16 Onda retangular com simetria par
é nulo, o que indica que o valor médio da onda é zero ou não existência de
componente cc.
Em uma função nem par nem ímpar os dois tipos de termos estão presentes.
f (t ± T 2) = − f (t ) (1.40)
Fig.1.17 Forma de onda de corrente de linha de conversor de 6 pulsos [Fonte: Wakileh, Power
Systems Harmonics, Springer, 2001]
a0 =
1
2π (∫ 5π 6
π 6
a ⋅ d (ω1t ) − ∫
7π 6
11π 6
)
a ⋅ d (ω1t ) = 0 (1.41)
ah =
2 5π 6
2π ∫π 6 ( a ⋅ cos ( hω1t ) d ( ω 1t ) −
11π 6
∫7π 6 a ⋅ cos ( hω1t ) d (ω1t ) )
(1.42)
a ⎡ ⎛ 5π h ⎞ ⎛πh ⎞ ⎛ 11π h ⎞ ⎛ 7π h ⎞ ⎤
= ⎢ sin ⎜ ⎟ − sen ⎜ ⎟ − sen ⎜ ⎟ + sen ⎜ ⎟⎥ = 0
πh ⎣ ⎝ 6 ⎠ ⎝ 6 ⎠ ⎝ 6 ⎠ ⎝ 6 ⎠⎦
bh =
2 5π 6
∫
2π π 6 ( a ⋅ sen ( hω1t ) d (ω1t ) − ∫
11π 6
7π 6
a ⋅ sen ( hω1t ) d (ω1t ) )
a ⎡ ⎛πh ⎞ ⎛ 5π h ⎞ ⎛ 11π h ⎞ ⎛ 7π h ⎞ ⎤
= ⎢ cos ⎜ ⎟ − cos ⎜ ⎟ + cos ⎜ ⎟ − cos ⎜ ⎟⎥ (1.43)
πh ⎣ ⎝ 6 ⎠ ⎝ 6 ⎠ ⎝ 6 ⎠ ⎝ 6 ⎠⎦
⎧ 1 h=1,11,13,
2 3a ⎪
= ⎨−1 h=5,7,17,19,
πh ⎪
⎩0 demais
f ( t ) = ∑ bh sin ( hω1t )
h =1
2 3a ⎛ 1 1
= ⎜ sen (ω1t ) − sen ( 5ω1t ) − sen ( 7ω1t ) (1.44)
π ⎝ 5 7
1 1 ⎞
+ sen (11ω1t ) − sen (13ω1t ) ∓ ⎟
11 13 ⎠
( ) (
vb ( t ) = V1 cos ω1t − 120 + V2 cos 2ω1t − 240 )
+V cos ( 3ω t − 360 ) + V cos ( 4ω t − 480 )
3 1 4 1
+V cos ( 7ω t − 840 )
7 1 (1.45.b)
= V cos (ω t − 120 ) + V cos ( 2ω t + 120 ) + V cos ( 3ω t )
1 1 2 1 3 1
+V cos ( 7ω t − 120 )
7 1
( ) (
vc ( t ) = V1 cos ω1t + 120 + V2 cos 2ω1t + 240)
+V cos ( 3ω t + 360 ) + V cos ( 4ω t + 480 )
3 1 4 1
+V cos ( 7ω t + 840 )
7 1 (1.45.c)
= V cos (ω t + 120 ) + V cos ( 2ω t − 120 ) + V cos ( 3ω t )
1 1 2 1 3 1
+V cos ( 7ω t + 120 )
7 1
υab ( t ) = υa ( t ) − υb ( t )
( )
= 3 ⎡⎣V1 cos ω1t + 30 + V2 cos 2ω1t − 30 + 0 ( )
(1.46)
( )
+V4 cos 4ω1t + 30 + V5 cos 5ω1t − 30 + 0 ( )
+ V cos ( 7ω t + 30 ) +
7 1
⎤
⎦
h 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Seq. + - 0 + - 0 + - 0 + - 0 + - 0
h 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Seq. + - 0 + - 0 + - 0 + - 0 + - 0
h 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45
Seq. + - 0 + - 0 + - 0 + - 0 + - 0
h 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
Seq. + - 0 + - 0 + - 0 + - 0 + - 0
Assim, os sinais harmônicos são classificados quanto à sua ordem (h), frequência
(f=h.f1) e seqüência.
1 T
∫ ⎡⎣ f ( t ) ⎤⎦ dt
2
Frms = (1.47)
T 0
a0
f (t ) = + ∑ h=1 ah cos ( hω1t ) + ∑ h=1 bh sen ( hω1t )
∞ ∞
(1.48)
2
ou
∞
f ( t ) = c0 + ∑ ch cos ( hω1t + φh ) (1.49)
h =1
1 ⎛ a02 ∞ 2 ∞ 2 ⎞
FRMS = ⎜ + ∑ ah + ∑ bh ⎟ (1.50)
2 ⎝ 2 h=1 h =1 ⎠
1 ∞ 2
FRMS = c + ⋅ ∑ ch
2
0 (1.51)
2 h =1
a02 ∞ 2 ∞
FRMS = + ∑ aEF ,h + ∑ bEF2
,h (1.52)
4 h =1 h =1
Assim, valor rms verdadeiro para uma tensão e corrente, periódicas, não
senoidais é definido como:
1 ∞ 2
Vrms = Vcc2 + ∑Vh
2 h =1
∞ (1.54)
= V + ∑V2
cc
2
rms , h
h =1
∞
I rms = I + ∑ I h2
2
cc
h =1
∞ (1.55)
= I +∑I2
cc
2
rms , h
h =1
Vrms ,a =
2
(V1 + V22 + V32 +
1 2
+ V72 + )
1 ∞
= ∑ h =1Vh2 (1.56)
2
= ∑ h =1Vrms
∞ 2
,h
(
+ V7 cos 7ω1t + 30 + ) ⎤
⎦
3
VLL ,rms = ∑
2 h =1
Vh2 = 3∑ Vh2,rms , h ≠ 3n, n = {1, 2,3,
h =1
} (1.57)
I N = I a + Ib + Ic (1.58)
I rms , N =
2
(
9 2
I a 3 + I a26 + I a29 + I a212 + ) = 3⋅ 1
∑
2 h∈{3,6,9, }
I h2 (1.60)
ou
I rms , N = 3 ⋅ (I 2
rms , a 3 + I rms
2
, a 6 + I rms , a 9 + I rms , a12 +
2 2
) = 3⋅ ∑ I h2,rms (1.61)
h∈{3,6,9, }
Isso implica que, podem ocorrer situações em que pelo condutor neutro pode
circular uma corrente de ordem tripla que é três vezes maior do que a corrente
tripla que percorre cada condutor fase.
• Pelo neutro de uma carga não linear equilibrada fluem apenas harmônicos de
ordem tripla.
Fig. 1.19 Formas de onda em quadro de distribuição com cargas não lineares. [Fonte: Harmônicas
nas Instalações Elétricas – Causas, Efeitos e Soluções. Hilton Moreno. Procobre].
Numa instalação contendo muitas cargas monofásicas não lineares – caso típico
de edifícios comerciais e análogos contendo grande quantidade de aparelhos de
Sobreaquecimento no neutro
T
r i
a V aplicada V carga Carga
f
i
o
0 volt
Terra
ΔVN=Queda de Tensão no Neutro
ΔVN = ∑ I h ( 3Z N ,h ) (1.62)
Segundo a norma ABNT NBR 5410: 2004 que dispõe sobre condutor neutro
(seção 6.2.6.2):
− Quando, num circuito trifásico com neutro ou num circuito com duas fases
e neutro, a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos for superior a 15%,
a seção do condutor neutro não deve ser inferior a dos condutores de fase,
podendo ser igual a dos condutores de fase se essa taxa não for superior a
33%.
Sob condição de carga não linear, um neutro comum pode transportar quase 2
vezes a corrente de linha (ver Tab.1.3). O risco de uma sobrecarga no neutro é
bem real uma vez que o condutor neutro pode ter sido projetado para ter a
mesma bitola ou até bitola menor do que a do condutor fase.
∑
N
I = fh I 2
k =1 k
(1.63)
Taxa de 3ª fh
harmônica Circuito trifásico Circuito com duas
com neutro fases e neutro
33% a 35% 1,15 1,15
36% a 40% 1,19 1,19
41% a 45% 1,24 1,23
46% a 50% 1,35 1,27
51% a 55% 1,45 1,30
56% a 60% 1,55 1,34
61% a 65% 1,64 1,38
≥ 66% 1,73 1,41
IN=0. Nesta condição, as correntes triplas (seqüência zero) não estão presentes
I a + Ib + Ic = I N = 0 ∴
( )
= I a1 cos ωt + I a1 cos ωt − 120 + I a1 cos ωt + 120 + ( )
I a 2 cos 2ωt + I a 2 cos ( 2ωt + 120 ) + I a2 (
cos 2ωt − 120 + )
(1.64)
I a 3 cos 3ωt + I a 3 cos 3ωt + I a 3 cos 3ωt +
= 3( I a 3 cos 3ωt + I a 6 cos 6ωt + ...) = 3∑ I a ,h =0, h = {3,6,9, }
Para que IN seja zero é preciso que Ih, h={3,6,9,...} seja nulo.
( ) (
I a = I ab − I ca = 3I ab1 cos ω1t − 30 + 3I ab 5 cos ω5t + 30 + )
I b = I bc − I Profa
ab = Ruth
3I P.S.
cos
ab1 (ω t − 150 ) + 3I cos (ω t + 150 ) +
Leão email: rleao@dee.ufc.br hp: www.dee.ufc.br/~rleao
1 ab 5 1
I c = I ca − I = 3I cos (ω t + 90 ) + 3I cos (ω t − 90 ) +
bc ab1 1 ab 5 1
38
(1.67)
Ica1
Iab1
√3Iab1cos(ω1t-30o)
- Ica1
Para as equações de Ia, Ib, e Ic, foi considerado que as componentes harmônicas
de corrente de fase Iabh, h={1,5,7,11,...} apresentam ângulo de fase 0o.
( ) (
I c = I a1sen ω1t + 120 + I a 3 sen3ω1t + I a 5 sen 5ω1t − 120 )
β representa o fator de desequilíbrio de magnitude.
Considerando:
β =2
I a1 = 1, 0 p.u.
(1.69)
I a 3 = 0,5 p.u.
I a 5 = 0,3 p.u.
I a ,rms = I c ,rms =
1
2
( 2 2
)
1 + ( 0,5 ) + ( 0,3) = 0,81[ p.u.]
(1.70)
I b ,rms =
1 2
2
( 2
)
2 + 1 + ( 0, 6 ) = 1, 7 [ p.u.]
( ) (
I N = 3 ⎡⎣0,33sen ω1t − 120 + 0, 67 sen3ω1t + 0,10sen 5ω1t + 120 ⎤⎦ ) (1.71)
1⎡
( 0,33) + ( 0, 67 ) + ( 0,10 ) ⎤
2 2 2
IN = 3
2⎣ ⎦ (1.72)
= 1, 6 [ p.u.]
0,33
IN = 3⋅ = 0, 7 [ p.u.] (1.73)
2
1
IN = 3⋅ ( 0,5 ) = 1, 06 [ p.u.]
2
(1.74)
2
Como a carga é não linear e desequilibrada pelo neutro circula 1,6 p.u., um
aumento cerca de 51% em relação à condição de carga equilibrada e não linear.
Pela linha B, a de maior corrente, flui uma corrente igual a 1,7 p.u, maior que a
corrente no neutro. No entanto, a corrente no neutro é 97% maior que a corrente
nas linhas A e B (IA=IB=0,81 p.u.)
1.3.3 Independência
− Fórmula de cálculo
Sempre que um sinal contínuo (analógico) for medido por amostras (discreto)
deve-se certificar-se que a freqüência de amostragem fs seja suficientemente
1
fN = fs (1.75)
2
Fig.1.28 Um exemplo de disfarce (alising) na letra A em Times New Roman. Esquerda: imagem
aliased (com degraus). Direita: imagem anti-aliased ou disfarçada.
Para garantir que o sinal a ser medido não contenha freqüências acima da
freqüência de Nyquist, é necessário filtrar o sinal com um filtro passa baixa com
Profa Ruth P.S. Leão email: rleao@dee.ufc.br hp: www.dee.ufc.br/~rleao
45
1
f anti − ali sin g ≤ f N = fs (1.76)
2
Assim, a largura de banda de um instrumento usado para medir um sinal deve ser
maior do que o espectro de freqüência esperado do evento a ser monitorado.
Exemplo 1
Solução
A análise harmônica para a 25ª ordem (25 x 60 = 1500 Hz) requereria uma
frequência de amostragem fs de pelo menos 2 x 1500 = 3000 Hz.
3000 a - 1s
1 (1.77)
x -
60 → 50 a c
B. Quantização do Sinal
EFSR EFSR
Q= = (1.78)
2M N
Em que
Exemplo 2
Solução
10 − 0 10
Q= 12
= ≅ 2, 4 [ mV código ] (1.79)
2 4096
10 − ( −10 ) 20
Q= 14
= ≅ 1, 22 [ mV código ] (1.80)
2 16384
Exemplo 3
Solução
8
Q= = 1[V código ] (1.81)
23
an-1]
Para expressar a tensão medida, o código binário deve ser convertido para a
base 10 e então multiplicado pela resolução do conversor.
VX = m(10)Q (1.82)
3 bits
(
m(10) = 1× 2 + 0 × 2 + 1× 2
2 1 0
)=5 (1.83) m1 000
001
m2 010
VX = 5 ⋅1 = 5 [V ] (1.84) m3 011
A/D 100 23=8
101
VX 110
mn 111
Os resultados dos cálculos ou uma medida pode ser exato, mas não preciso,
preciso, mas não exato, nem um nem outro, ou ambos como ilustra a fig.1.32.
C. Janela de Integração
t2
t0 t1
N
1
Vrms =
N
∑ υ ( k Δt )
k =1
2
(1.85)
Em que
O erro de Vrms será tanto menor quanto menor forem os níveis de discretização
Valor Médio
Vp T 2
sen (ω1t )dt
T ∫0
Vmédio =
2
T 2
Vp ⎛ 2π ⎞
= − cos ⎜ t⎟
π ⎝ T ⎠0
Vp
= − ( cos π − 1) (1.87)
π
2V p
=
π
= 0, 6366 ⋅ 2Vrms
Assim,
Vrms
= 1,11 (1.88)
Vmédio
Fig. 1.32 Circuito de Instrumento de Medição de Valor Médio [Fonte: Hilton Moreno. Harmônicas
nas Instalações Elétricas. Instituto Brasileiro do Cobre – Procobre, 2001].
Valor de Pico
Com base em (1.86) que define uma onda senoidal, tem-se que:
V p2 T
= ∫ sen 2 ωt ⋅ dt
2
V rms
T 0
V p2
[1 − cos 2ωt ] ⋅dt
T
2T ∫0
= (1.89)
V p2 ⎡ T T 4π T ⎤ V p
2
= t − sen t =
2T ⎢⎣ 0 4π T 0 ⎥⎦ 2
Vrms 1
= = 0, 707 (1.90)
Vp 2
Tipo de Medidor
True rms 1,11 Vmédio 0,707 Vpico
Onda senoidal 100% 100% 100%
Onda quadrada 100% 110% 82%
Onda triangular 100% 96% 121%
Corrente AVV 100% 86% 127%
Corrente PC 100% 60% 184%
Controlador de luz 100% 84% 113%
Exemplo 4
b) f ( t ) = 10 2 cos ( t ) + 10 2 sen ( t )
Solução
Frms =
1
2
(102 + 22 + 1) = 7, 246 (1.91)
( )
2
c = a 2 + b 2 = 2 10 2 = 2 × 10 (1.92)
f ( t ) = 20 sen ( t + ϕ ) (1.93)
Profa Ruth P.S. Leão email: rleao@dee.ufc.br hp: www.dee.ufc.br/~rleao
56
⎛a⎞
ϕ = tg −1 ⎜ ⎟ = 45 (1.94)
⎝ ⎠
b
O fator de crista FC é definido como a relação entre valor de pico e o valor eficaz
de um sinal que pode ser de corrente ou tensão, resultando em um indicador
admensional.
Ip
FC = (1.95.a)
I rms
Ou
Vp
FC = (1.95.b)
Vrms
Fig.1.34 Sinais 1 e 2 da Tab.1.7 com mesmo valor eficaz e diferentes valores de pico. [Fonte:
Procobre]
A Tabela 1.8 mostra o fator de crista para algumas formas de onda. Note que FC
para uma onda quadrada é unitário independente de seu duty cycle.
Tabela 1.8 Fator de Crista para Diferentes Tipos de Forma de Onda [John DeDad, Crest Factor: A
Key Troubleshooting Parameter. EC&M, Mar 2008]
Quando uma fonte ininterrupta (UPS) é especificada para alimentar uma carga
não linear é importante considerar o FC nominal do UPS e o FC requerido pela
carga. O UPS deve ser capaz de suprir ambos, o valor de pico e o valor rms de
corrente requerida pela carga, do contrário a carga não operará adequadamente.
Profa Ruth P.S. Leão email: rleao@dee.ufc.br hp: www.dee.ufc.br/~rleao
59
Para uma fonte senoidal, um PC com não correção de fator de potência apresenta
em geral um FC entre 2 e 3. Um alto FC é indesejável porque causa elevada
dissipação de calor diminuindo a confiabilidade e a vida útil de uma fonte
chaveada.
N
1 (1.96)
DHTV =
V1
∑V
h=2
h
2
⎛ V2,2rms V3,2rms ⎞
= V 2
1, rms ⎜⎜1 + 2 + 2 + ⎟⎟ (1.97)
⎝ V1,rms V1,rms ⎠
(
= V1,2rms 1 + DHTV2 )
Rearranjando (1.97) de modo a explicitar DHTV, obtém-se DHTV quando
conhecida a tensão rms verdadeira e o valor rms da fundamental:
2
⎛V ⎞
DHTV = ⎜ rms ⎟⎟ − 1 (1.98)
⎜V
⎝ 1,rms ⎠
2
N ⎛ I ⎞
DHTI =
1
∑ I = ⎜ rms
2
⎟⎟ − 1 (1.99)
I1 ⎜I h
h=2 ⎝ 1,rms ⎠
(
I rms = I1,2rms 1 + DHTI2 ) (1.100)
Solução
Como a onda apresenta simetria de meia onda, tem-se que são nulos os
coeficientes da série de Fourier a0=0 e ah=0. O coeficiente bh obtido é dado por:
⎧ 1 h=1,11,13,
2 3a ⎪
bh = ⎨−1 h=5,7,17,19, (1.101)
πh ⎪
⎩0 demais
1 N 2
Frms = ∑ ch
2 h =1
( 2 3a )
2
⎛ ⎛ 1 ⎞2 ⎛ 1 ⎞2 ⎛ 1 ⎞2 ⎛ 1 ⎞2 ⎞
= ⎜⎜ 1 + ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ + ⎟⎟ (1.102)
2π 2 ⎝ ⎝ 5 ⎠ ⎝ 7 ⎠ ⎝ 11 ⎠ ⎝ 13 ⎠ ⎠
2
= a
3
Pela forma de onda em função do tempo mostrada em (1.103) o valor rms pode
também ser obtido como em (1.102).
f ( t ) = ∑ bh sin ( hω1t )
h =1
2 3a ⎛ 1 1
= ⎜ sen (ω1t ) − sen ( 5ω1t ) − sen ( 7ω1t ) (1.103)
π ⎝ 5 7
1 1 ⎞
+ sen (11ω1t ) − sen (13ω1t ) ∓ ⎟
11 13 ⎠
1 2π
Frms = ∫ f 2 ( x ) dx
2π 0
=
a2
2π (∫ 5π 6
π 6
dx + ∫
11π 6
7π 6
dx )
(1.104)
a 2 ⎛ 2π 2π ⎞
= ⎜ + ⎟
2π ⎝ 3 3 ⎠
2
= a = 0,816497 a
3
2 3a 6a
F1,rms = = (1.105)
π 2 π
2
⎛ F ⎞
DHTF = ⎜ rms ⎟⎟ − 1
⎜F
⎝ 1,rms ⎠ (1.106)
π 2
= − 1 = 0,3108 = 31, 08%
9
Exemplo 6
h 1 3 5 7 9 11
Ih 1,201 0,977 0,620 0,264 0,068 0,114
I h% 100 81,3 51,6 22,0 5,7 9,5
h 13 15 17 19 21 23
Ih 0,089 0,029 0,042 0,044 0,019 0,020
I h% 7,4 2,4 3,5 3,7 1,6 1,7
Solução
N
1
DHTI =
I1,rms
∑I
h=2
2
h , rms
=
1
1, 201
(
( 0,977 ) + ( 0,62 ) + ( 0,264 ) + ( 0,068) + ( 0,114 )
2 2 2 2 2 (1.107)
)
1
= 0,9994 = 99,94%
= 1, 201 1 + ( 0,9994 )
2
(1.108)
= 1, 698 [ A]
O DHT residual, em geral, é muito mais danoso do que o TDH balanceado porque
não existe o efeito de cancelamento pelo defasamento de 120o entre as fases.
∑I
h=2
2
h
TDD = (1.109)
IL
∑I
h=2
2
h
I1
TDD = ⋅
I1 IL (1.110)
⎛ Corrente Fundamental da C arg a ⎞
= DHTI ⋅ ⎜ ⎟
⎝ Corrente No min al do Circuito ⎠
Exemplo 7
Solução
100
TDD = 150 ⋅ = 37,5% (1.111)
400
A norma européia define a distorção harmônica total como sendo a relação entre
a raiz quadrada da soma dos quadrados das componentes harmônicas pelo valor
eficaz verdadeiro do sinal (DIN 40110 – Norma alemã).
( h2 ) + ( h3 ) + ( h4 ) + + ( hn )
2 2 2 2
DIN = (1.112)
( h1 ) + ( h2 ) + ( h3 ) + ( h4 ) + + ( hn )
2 2 2 2 2
em que h1, h2, ..., hn representam o valor eficaz dos harmônicos de ordem 1, 2, ...,
n de corrente ou tensão.
∑h 2
n
(h )
2
⋅ DHT 2 DHT 2
DIN =2 n =2
= 1 = (1.113)
N N
1 + DHT 2
( h1 ) + ∑ h ( h1 ) + ∑ h
2 2 2 2
n n
n=2 n=2
DHT
DIN = (1.114)
1 + DHT 2
ou
DIN
DHT = (1.115)
1 − DIN 2
O valor de DIN tende a ser menor que DHT, portanto menos conservativo. DIN e
DHT são iguais para sinais de baixa distorção em torno de 20%. A partir de 30%,
pequenas diferenças são encontradas. Por exemplo, para DHT=50% tem-se
DIN=45%, ou quando DHT=100%, DIN=70%. O uso de DIN e DHT é ditado por
preferência pessoal. O DIN torna-se unitário para uma onda altamente distorcida,
enquanto o DHT torna-se infinito. Alguns profissionais consideram um desses
níveis indicativo mais significante do que o outro, nesta circunstância.
350
300
DIN(%); DHT(%
250
200
DIN
150
TDH
100
50
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
(%)
Qualquer que seja a expressão usada para o cálculo da distorção harmônica total,
verifica-se que na ausência de componentes harmônicas a distorção harmônica
total é nula. Dessa forma, devem-se buscar nas instalações elétricas valores de
DHT, ou DDT, ou DIN mais próximos possíveis de zero.
Vantagens Desvantagens
É facilmente calculado. Informação do espectro é perdida:
É o índice mais comum na área de amplitude e frequência dos
QEE. componentes.
Permite uma rápida medida do grau Sinais de diferentes freqüências são
de distorção de uma onda. tratados igualmente, i.e., mesmo
É largamente usado em normas e peso.
recomendações. Não mostra o impacto da
interferência do sinal.
Ch
DHI = ⋅100 ( % ) (1.116)
C1
A série de Fourier para ondas de tensão e corrente distorcidas pode ser expressa
como:
p (t ) = υ (t ) ⋅ i (t )
(1.118)
= ⎡⎣V0 + ∑ Vh cos ( hω1t + ϕh ) ⎤⎦ ⋅ ⎡⎣ I 0 + ∑ I h cos ( hω1t + ϕ h ± θ h ) ⎤⎦
1 T
υ ( t ) ⋅ i ( t ) ⋅ dt
T ∫0
P= (1.119)
1⎡ T
V0 I 0 dt + ∫ Vh I h cos ( hω1t + ϕh ) cos ( hω1t + ϕh ± θ h ) dt ⎤
T
P= ∫
T ⎣⎢ 0 0 ⎦⎥
ou
Vh I h T
cos ( hω1t + ϕ h ) ⎡⎣cos ( hω1t + ϕh ) cos θ h ∓ sen ( hω1t + ϕ h ) senθ h ⎤⎦dt
T ∫0
P = V0 I 0 +
VI
= V0 I 0 + h h cos θ h ∫ cos 2 ( hω1t + ϕ h )dt ∓ senθ h ∫ sen ( hω1t + ϕh ) dt
T T
T 0 0
(1.120)
cos θ h ∫ (1 + cos 2 ( hω1t + ϕh ) )dt
Vh I h T
= V0 I 0 +
2T 0
VI
= V0 I 0 + h h cos θ h , h = 1,2,3,
2
N
P = V0 ⋅ I 0 + ∑ Vrms ,h ⋅ I rms ,h ⋅ cos θ h
h =1 (1.121)
= Pcc + Ph h = 1, ,N
S = Vrms ⋅ I rms
⎛ N ⎞ ⎛ 2 N 2 ⎞ (1.123)
= ⎜ V0 + ∑ Vrms
2 2
⎟⎟ ⋅ ⎜⎜ I 0 + ∑ I rms ,h ⎟⎟
⎜ ,h
⎝ h =1 ⎠ ⎝ h =1 ⎠
⎛ N ⎞
S = Vrms ,1 ⋅ ⎜ I 02 + ∑ I rms
2
⎟⎟
⎜ ,h
(1.124)
⎝ h =1 ⎠
= Vrms ,1 ⋅ I 02 + I rms
2
,1 + I rms ,2 +
2
N
Q = ∑ Vrms ,h ⋅ I rms ,h ⋅ senθ h (1.125)
h =1
⎛ N ⎞⎛ N ⎞
D = ∑ Vk cos (ωk t + ϕ k ) ∑ I m cos (ωmt + ϕm ± θ m ) ⎟
⎜ ⎟ ⎜ (1.127)
⎜ k =1 ⎟ ⎜ m =1 ⎟
⎜ k ≠m ⎟ ⎜ m≠k ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠
S 2 = P2 + Q2 + D2 (1.128)
P
S
Q
Fig.1.37 Diagrama com as relações entre as diferentes potências.
120,00
100,00
Pot. Distorção
60,00
Pot. Reativa
40,00 Pot. Útil
20,00
0,00
Niko 11W
Niko 9W
Osram
Osram
Neonda
Philips
Crown 9W
11W
21W
15W
15W
Fig.1.38 Potência aparente, útil, reativa e de distorção de lâmpadas com reator eletrônico.
P = 15,6 W (46,29%)
Q = 6,47var (19,20%)
D = 29,2 dVA (86,65%)
S = 33,7 VA (100%)
com os quais pode-se atestar a relação S2=P2 + Q2 + D2.
P
FP = (1.129)
S
P VEF ,1 I EF ,1 cos θ1
FPD = = = cos θ1 (1.130)
S VEF ,1 I EF ,1
N
V0 I 0 + ∑ VEF ,h I EF ,h cos θ h
FP = h =1
(1.131)
N N
V + ∑V
0
2 2
EF , h ⋅ I +∑I
2
0
2
EF , h
h =1 h =1
VEF ,1 I EF ,1 cos θ1 I EF ,1
FP = = cos θ1
N I EF
VEF ,1 ⋅ I + ∑ I
2 2
(1.132)
0 EF , h
h =1
I EF ,1
= ⋅ FPD
I EF
A Tabela 1.10 mostra o fator de potência para diferentes tipos de circuitos. Note
que a potência de distorção contribui para a redução do fator de potência.
Exemplo 8
60 1∠0o 1∠-30o
180 0,2∠20o 0,2∠80o
420 0,05∠10o 0,15∠-20o
Solução
( ))
υ ( t ) = 2 1cos ( 2π 60t ) + 0, 2 cos ( 2π 180t + 20 ) + 0, 05cos ( 2π 420t + 10
= 2 cos ( 377t ) + 2.0, 2 cos (1131t + 20 ) + 2.0, 05cos ( 2639t + 10 ) (1.133)
( ) ( )
i ( t ) = 2 cos 377t − 30 + 2.0, 2 cos 1131t + 80 + 2.0,15cos 2639t − 20 ( ) (1.134)
A potência média:
( )
P1 = V1 I1 cos θ1 = 1⋅ cos −30 = 0,866 [ pu ]
P3 = V3 I 3 cos θ3 = 0, 22 ⋅ cos 60 = 0, 020 [ pu ]
(1.136)
( )
P7 = V7 I 7 cos θ7 = 0, 05 ⋅ 0,15 ⋅ cos −30 = 0, 006 [ pu ]
∑P h = 0,892 [ pu ]
A potência reativa:
( )
Q1 = V1 I1senθ1 = 1⋅ sen −30 = − j 0,5 [ pu ]
Q3 = V3 I 3 senθ3 = 0, 22 ⋅ sen60 = j 0, 035 [ pu ]
(1.137)
( )
Q7 = V7 I 7 senθ 7 = 0, 05 ⋅ 0,15 ⋅ sen −30 = − j 0, 004 [ pu ]
∑Q h = − j 0, 469 [ pu ]
A potência aparente:
A potência de distorção:
D= S − P2 − Q2
2
(1.139)
(1, 052 ) − ( 0,892 ) − ( 0, 469 ) = 0,302 [ pu ]
2 2 2
=
(
FPD = cos −30 = 0,866 atrasado )
FP =
∑P h
=
0,892
= 0,848 (1.140)
S 1, 052
I EF ,1 1
= ⋅ FPD = ⋅ 0,866 = 0,84
I EF 1,031
Como visto em (1.97), o valor eficaz verdadeiro de um sinal está relacionado com
a taxa de distorção harmônica desse sinal. Assim, o fator de potência verdadeiro
de um sinal ac pode ser expresso como:
⎝ ⎠⎝ ⎠
a) Uma vez que DHTV é, em geral, menor do que 10%, então da expressão VEF =
210
180
FP(%) e DHT (%)
150
FP Deslocamento
120
FP Verdadeiro
90
DHTi
60
30
0
Neonda
Crown
Osram
Osram
Philips
Niko 11W
Niko 9W
21W
15W
11W
15W
9W
FP 1 I
FD = = = EF ,1 (1.144)
FPD 1 + DHTI 2 I EF
FP = FD ⋅ FPD (1.145)
Como o fator de potência de deslocamento FPD não pode ser maior do que a
unidade, (1.143) mostra que o fator de potência verdadeiro FP em condições não
senoidais apresenta limite superior expresso como:
1
FP ≤ FD = (1.146)
1 + ( DHTI )
2
1,0
Máximo F.P.
0,9
Verdadeiro
0,8
0,7
0,6
0,5
0 20 40 60 80 100 120 140
DHT da Corrente (%)
Para θ≠0 ou θ≠π, o sistema ca alimentará o circuito com energia reativa como
ilustra a Fig.1.42. O aumento de θ reduz o fator de potência de deslocamento do
retificador controlado, quer monofásico de meia-onda e onda completa, quer
trifásico.
P, Q
P
0
θ
π/2 π
Exemplo 9
Solução
FPD 1
FP = = = 0,92 (1.147)
1 + DHTI 1 + ( 0, 44043)
2 2
Fonte Carga
Fig.1. 46. Ligação típica de transformadores que alimentam cargas não lineares.
2
N
⎛I ⎞
K = ∑h ⎜ h ⎟2
(1.48)
h =1 ⎝ I1 ⎠
N
Peddy ,h = P1 ⋅ ∑ h 2 I h2 (1.149)
h =1
em que Peddy,h é a perda total por corrente eddy, P1 é a perda por corrente eddy
na frequência fundamental, h é a ordem da harmônica de corrente e Ih é o valor
rms da harmônica de ordem h. As perdas aumentam com o aumento da
frequência e, portanto, componentes harmônicas de maior frequência podem ser
mais importantes do que componentes de frequência baixa no aquecimento de
transformadores. Em geral, as harmônicas de maior frequência apresentam
pequenas amplitudes, que tende a cancelar os efeitos da ordem.
Para uma carga com teor harmônico de corrente como dado na Tabela 1.12, o
transformador deve ser de fator K =2,875. O valor comercial capaz de atender ao
calculado é Fator K = 4.
Ip FC
K= = (1.150)
I rms ⋅ 2 2
Snom
S max = (1.151)
K
1,15
I max = I nom ⋅ (1.152)
1 + 0,15K
2
N
⎛I ⎞
∑ h ⎜ h⎟ 2
K=
h =1 ⎝ I1 ⎠ (1.153)
2
N
⎛ Ih ⎞
∑ ⎜ ⎟
h =1 ⎝ I1 ⎠
2,875
K= = 2, 749 (1.154)
1, 046
1,15
I max = I nom ⋅ = 0,904 ⋅ I nom (1.155)
1 + 0,15 ⋅ 2, 72
o que indica que o transformador deverá alimentar 90,4% de sua carga nominal.
2 2 2
N
⎛I ⎞ N
⎛ Ih ⎞ N
⎛I ⎞
∑ ∑ ∑
N
∑
2 2
h ⎜ h⎟ h2 2
hI h ⎜ ⎟ h2 ⎜ h ⎟
K=
h =1 ⎝ I1 ⎠ = h =1
=
h =1 ⎝ I1 ⎠ = h =1 ⎝ I1 ⎠ (1.156)
⎛ Ih ⎞
2 N
⎛ Ih ⎞
2
1 + DHTI2
∑
N N
∑ 1+ ∑⎜ ⎟
2
I
⎜ ⎟ h =1
h
h =1 ⎝ I1 ⎠ h = 2 ⎝ I1 ⎠