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Carta aberta ao leitor.

Caro amigo, antes mesmo de iniciar a leitura de nossa revista, gostaria de pedir um
minuto de sua atenção. Ele será decisivo para que este projeto que estamos lançando possa
sobreviver e frutificar.
Como é de nosso conhecimento, as revistas técnicas se extinguiram em nosso mercado
literário. As poucas que ainda existem, nada ou muito pouco, acrescentam àqueles que
desejam realizar experimentos ou ingressar no mundo maravilhoso da eletrônica. Sendo
assim resolvi lançar este projeto piloto com a edição de um receptor de VHF regenerativo,
cuja procura tem sido grande por parte dos internautas. Para chegarmos ao seu excepcional
resultado, muitas noites de sono foram perdidas, e muito trabalho, em termos de pesquisa,
foi realizado. Tudo isso no sentido de levar até você um projeto simples, mas que supere as
expectativas daqueles que se dispuserem a montá-lo, não sofrendo ao final, a decepção de
um resultado medíocre e desanimador. Nossa intenção é criar uma literatura de
credibilidade. Por essa razão, os projetos aqui descritos são rigorosamente testados. O GR21-
A é considerado pelos próprios internautas, como sendo o melhor receptor de modalidade
regenerativa, já projetado, para a banda aérea. Ele quase se equipara, em temos de
qualidade de recepção, aos profissionais.
Os pedidos deste projeto foram tão grandes que resolvemos lançá-lo em forma de
revista, com todas as instruções necessárias à sua montagem. Mas isso não é tudo. A partir
de agora pretendemos publicar novos projetos em forma de revista para você, com o intento
de trazer de volta, agora pela internet, a magia das literaturas técnicas de um passado não
muito distante. Tudo isso com uma vantagem. Por ser online será possível estar em contato
com o autor de maneira mais eficiente, seja para tirar dúvidas, críticas ou até mesmo
sugestões de um novo projeto.
A Revista ELETRÔNICA 21 é um sonho que poderá se tornar realidade, mas dependerá
mais de você, internauta, que do autor. O custo dala é utilizado exclusivamente para financiar
a compra de material e pesquisa para sua realização. A cópia ou distribuição não autorizada,
além de crime contra direitos autorais, ceifa a possibilidade da continuidade da obra. O custo
de cada edição poderá variar em função da complexidade de um, ou mais artigos teóricos, ou
mesmo do projeto, mas ainda assim, nada que não esteja ao alcance do leitor. Não somos
uma editora. Tudo o que é feito, desde a criação de um projeto à produção da revista, é
totalmente realizado pelo autor. A pirataria desta obra, no final das contas, prejudica
exclusivamente o próprio internauta, pois ela ameaça sua sobrevivência, não havendo, desta
maneira, motivo para continuar a existir. Por essa razão, não incentive cópias piratas. Só
depende de você. Com a sua colaboração e conscientização deste fato pretendemos publicar
muitos trabalhos direcionados exclusivamente para você que, assim como nós, é apaixonado
por essa ciência magnífica. Contamos com a sua parceria.
Seja bem-vindo à ELETRÔNICA 21, a revista do nosso tempo.

O Autor.

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


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Por Luiz Antônio Côrtes Grillo.

A exploração dos serviços de comunicação sempre foi uma predileção da


maioria dos aficionados em eletrônica. O campo desta ciência, voltado para a área das
telecomunicações, vem provocando o fascínio dos estudantes, hobistas, técnicos e,
principalmente, dos iniciantes em eletrônica. Uma grande demanda de projetos dos
receptores conhecidos como “regenerativos” ganhou muito destaque nos anos 70, 80
e 90 nas saudosas revistas técnicas da época, e em especial, os receptores de VHF para
a escuta da Banda Aérea.
Apesar desta configuração de circuito ter sido idealizada há mais de cem anos, o
mesmo ainda que, possuindo grande sensibilidade, mostrou-se extremamente
instável, principalmente em altas frequências o que, na maioria das vezes, o
descredencia como um bom receptor. Eu mesmo, aos quinze anos de idade, tive minha
primeira experiência com ele; primeiro para ouvir a faixa do cidadão, depois para a
faixa da Aviação. Lembro-me que, na ocasião, a recepção era muito boa, mas o ajuste
era feito por trimer, e a sintonia era muito crítica, além do simples fato de, ao se
aproximar da antena, uma série de ruídos desagradáveis eram gerados. Muitas vezes,
até mesmo o toque nos condutores de alimentação do receptor era suficiente para
produzir instabilidades. Isso resultava em grande frustração porque o receptor era de
fácil construção e de excelente sensibilidade para sua simplicidade. Então por que um
tipo de receptor desse, tão divulgado por renomadas revistas da época, não
apresentavam resultados satisfatórios?
Muitos anos se passaram para que este tabu fosse finalmente quebrado. Isto
aconteceu quando assistia a um vídeo no You tube, do internauta Rodrigo R. Ribeiro,
de Brasília/DF, assim como eu, apaixonado pelo campo das telecomunicações. Ele
construíra um receptor regenerativo proposto por uma antiga revista de eletrônica da
Editora PUBLIKIT. Na ocasião, ele realizou uma pequena alteração no acoplamento de
antena que parecia melhorar sua estabilidade. Inspirado em seu trabalho resolvi
retomar meu estudo acerca desse tipo de receptor. Realizei muitas experiências com
ele até chegar a um resultado razoável, publicando inclusive, um vídeo dele na
internet. A repercussão foi muito boa. Mais tarde, por conta disso, eu e Rodrigo nos
tornamos grandes amigos. Continuei com as pesquisas para que fosse possível
melhorar seu rendimento ao máximo, até que um dia enviei a ele um protótipo do
receptor. Rodrigo fez comparações com receptores profissionais e o aprovou. Um novo

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vídeo foi publicado na internet com o novo receptor que recebeu o nome de GR21-A.
Ele passou a apresentar quase todas as características de um receptor heteródino:
estabilidade, boa qualidade de áudio e excelente acoplamento de antena interna e
externa. O resultado não poderia ser melhor. A procura por ele foi tão grande na
internet, que dela nasceu a ideia da criação de nossa revista. Isto porque, mesmo
enviando o diagrama do GR21-A, muitos amigos tiveram dificuldades em montá-lo,
pois existem detalhes importantes a serem considerados como, layout de placa,
escolha de componentes, ajustes, etc. Sendo assim pretendemos mostrar todos os
detalhes para uma boa montagem e certeza do sucesso em seu funcionamento além
da grande satisfação do leitor ao concluir este projeto.
Entendemos que uma abordagem teórica não deva ser dispensada,
principalmente para aqueles que se interessam em ir à fundo no conhecimento do
circuito. Contudo, caso detenha os referidos conhecimentos, ou apenas queira, pura e
simplesmente, montar o receptor, poderá pular estas páginas.

Tipos de Receptores.

Basicamente, para nosso estudo, podemos dividir os tipos de receptores em


duas classes:

 Receptores de Radiofrequência Sintonizada (RFS);


 Receptores por conversão de frequência (Heteródinos).

Receptores de Radiofrequência Sintonizada.

São muito simples de serem confeccionados, pois necessitam apenas de um


amplificador de RF na entrada (circuito de pré-seleção - opcional), um circuito de
sintonia, um circuito demodulador, e um amplificador de áudio. O diagrama em blocos
da figura 1 ilustra esta situação.

FIGURA 1 – Diagrama em blocos de um receptor por Radiofrequência Sintonizada


(RFS).

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Os receptores por RFS são muito úteis quando a seletividade não é um fator
preponderante.
Vantagens: Razoável sensibilidade; uso de poucos componentes; baixo custo de
confecção; não requer ajustes críticos; fácil de serem confeccionados.
Desvantagens: Baixa seletividade; razoável sensibilidade.

Receptores por Conversão de Frequência.

Conhecidos também como receptores heteródinos, ou heterodinos, ou ainda,


Super-heterodinos, utilizam na etapa de recepção o método conhecido como
batimento entre frequências. Estes receptores são os mais populares do mercado,
dada a sua excelente qualidade de recepção e seletividade, porém seu projeto,
confecção e ajustes exigem conhecimentos e técnicas especiais. O diagrama em blocos
da figura 2 ilustra esse tipo de receptor.

FIGURA 2 – Receptor por Conversão de Frequência (Heteródino).

Para entender a “mecânica” de funcionamento do receptor heteródino é


necessário entender um fenômeno conhecido como, batimento ente frequências, pois
ele é baseado totalmente neste evento.
Quando duas frequências distintas são geradas simultaneamente em um
determinado meio, ocorre uma interação entre elas resultando em duas outras
frequências correspondentes à soma e a diferença entre as duas primeiras. Isto é o
que se conhece como batimento.
O estimado leitor pode produzir e constatar esse fenômeno se possuir, por
exemplo, dois geradores de áudio ligados, cada um, em amplificadores, ajustando-os
em, digamos, 1.300Hz e 900Hz. Com os amplificadores de áudio na mesma intensidade
e seus sonofletores, um frente ao outro, você ouvirá a frequência de 400Hz referente à
diferença entre elas (1.300Hz – 900Hz). A outra frequência, referente à soma (1.300Hz

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+ 900Hz = 2.200Hz), quase não será notada, visto que os sons graves são mais
acentuados ao nossos ouvidos.
O efeito de Batimento é de suma importância nas telecomunicações, porém
existem casos em que ele pode ser um componente nocivo causando sérias
perturbações no campo de radiofrequências, principalmente, se considerarmos outro
efeito verificado na geração das ondas eletromagnéticas que, diga-se de passagem,
existem também em ondas mecânicas. Os harmônicos.
Quando uma onda de rádio é gerada em um transmissor, ao abandonar a
antena, ela é acompanhada de múltiplas ondas. A onda principal, a que se deseja
gerar, é conhecida como fundamental, as demais são conhecidas como harmônicas.
Estas ondas são consequências de cargas imperfeitamente lineares e que, por essa
razão, apresentam componentes reativos. As frequências harmônicas são ondas de
menor intensidade. Mesmo que a carga seja considerada como 100% resistiva, sempre
haverá, ainda que ínfima, uma parcela reativa gerando harmônicas de baixíssima
intensidade, mas ainda assim não devendo ser desprezadas. A mais nociva é aquela
conhecida como, segunda harmônica, cuja frequência é o dobro da fundamental e,
dependendo das condições da carga à qual o transmissor está acoplado, ou até mesmo
de sua própria arquitetura interna, pode chegar à metade da fundamental. Isto quer
dizer que, se um transmissor operando em 100MHz entrega 10Watts à carga irradiante
(antena) referente à fundamental, a segunda harmônica correspondente a frequência
de 200MHz, estará sendo irradiada com cerca de 5Watts. As demais harmônicas (300,
400, 500 MHz) terão suas amplitudes cada vez menores, não representando maiores
problemas.
Se você é Radioamador e possui alguns transceptores, digamos, dois de VHF e
um de UHF, todos em simplex (podem ser rádios HT), poderá fazer a seguinte
experiência.
Ajuste o número 1 e o 2 (ambos de VHF) nas respectivas frequências de
145,450MHz e 148,250MHz. Finalmente, ajuste o número 3, de UHF, em 439,150MHz.
Quando você acionar os Transmissores 1 (145,450MHz) e 3 (439,150MHz), ao mesmo
tempo, ouvirá no transceptor 2 (148,250MHz) com toda clareza, o sinal portador
resultante do primeiro e do terceiro. Com ambos transmitindo, ao falar em qualquer
um deles, sua modulação será ouvida normalmente no transceptor 2.
Agora vamos entender como isso acontece.
Como vimos, o sinal de segundo harmônico está presente nos transmissores de
RF. Pois bem, quando o transmissor 1 (145,450MHz) está no ar, ele também está
gerando a frequência de 290,900MHz correspondente ao seu segundo harmônico;
estando no ar a frequência de 439,150MHz do transmissor 3, o batimento entre esta
frequência fundamental com a frequência correspondente ao segundo harmônico do
transmissor 1 (290,900MHz) resulta, além da frequência soma, que no momento não
nos interessa, a frequência diferença, ou seja:

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. Sendo esta sintonizada pelo transceptor 2. Evidentemente, se você
desligar um dos dois transmissores – o 1 ou o 3, o sinal resultante deixa de existir, não
sendo mais recebido pelo transceptor 2. A figura 3 ilustra esta situação.

FIGURA3 – Exemplo de batimentos entre frequências fundamentais e harmônicas.

É evidente, como pode ser visto na figura 3, que esta é apenas uma da muitas
possíveis combinações de frequências resultando em diversas outras. Por exemplo, o
batimento entre o segundo harmônico do TX2 com a fundamental do TX1 podem gerar
1.023,750MHz e 732,850MHz respectivamente aos sinais soma e diferença; ou ainda,
entre suas fundamentais – 584,600MHz (soma) e 293,700MHz (diferença). Estas e
muitas outras combinações podem interferir em serviços de telecomunicações que,
por ventura, possam estar alocados nas frequências em que as referidas resultantes de
batimentos possam estar atuando. Sendo, neste caso, muito difícil localizar a fonte,
pois como se vê, ela não é centralizada, mas composta de dois, ou até mesmo, mais
transmissores em locais distintos gerando n batimentos. Tal evento tem sido um
verdadeiro transtorno nos últimos anos com o congestionamento do espectro
eletromagnético devido a grande demanda exigida pelos novos serviços neste setor.
Na banda de amadorismo, por exemplo, principalmente em repetidoras de VHF, este
fato tem sido verificado pelo aumento indiscriminado do número de tais estações sem
um prévio estudo de implementação, acabando por gerar conflitos entre frequências.
Isto posto, após a teoria sobre batimentos, voltemos ao receptor heteródino
tomando como exemplo um rádio AM de Ondas Médias, cuja faixa de operação está
entre 550 à 1.600kHz.
Nos receptores RFS, em geral, as frequências superiores do dial são mais difíceis

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de serem processadas, pois na medida em que se elevam, o circuito torna-se mais
crítico e, dependendo da faixa de operação, o ganho de RF do estágio pode ficar
comprometido. A ideia do receptor heteródino é converter todas as frequências de
entrada do circuito de sintonia em apenas uma que seja bem inferior e preserve a
informação modulada na frequência de origem (sintonizada). Dessa forma as etapas
posteriores de RF trabalham sempre com baixa frequência, mantendo seu ganho linear
e com boa estabilidade de funcionamento, além de tornar estes estágios menos
críticos. Então, de que forma isso pode ser feito?
- Aproveitando o fenômeno de batimento.
Na entrada do receptor, o sinal é sintonizado, basicamente, como nos
receptores RFS. O circuito de sintonia, por meio de ressonância, seleciona a emissora
desejada rejeitando as demais. Isto se dá, basicamente em um circuito LC, composto
de um capacitor variável e de um indutor; o sinal selecionado segue para uma etapa
conhecida como misturador, ou mixer; dentro do receptor existe um oscilador de RF
que gera seu próprio sinal, uma portadora não modulada. Tal sinal, também é levado
ao mixer para se combinar com o sinal sintonizado resultando, como vimos
anteriormente, em duas outras frequências, soma e diferença. Obviamente é muito
mais interessante nos utilizar da frequência diferença, por ser mais baixa e,
consequentemente, mais fácil de ser manipulada. Nos receptores AM/OM, o oscilador
local é projetado para gerar uma frequência de 455kHz a mais que a frequência
sintonizada. Isto deve ocorrer sempre em todas as frequências sintonizadas. Desta
forma é utilizado um capacitor variável de dupla sintonia (em tandem), sendo uma das
seções para sintonizar a emissora no circuito de sintonia propriamente dita, e a outra
para ajustar o oscilador local 455kHz acima dela. É imprescindível que haja uma
perfeita sincronia entre essas frequências para que o resultado do batimento entre,
emissora e oscilador local, seja sempre a mesma. É por essa razão que existem trimers
nos variáveis; para que seja feito o ajuste fino de sincronização entre os dois circuitos.
Muito bem, vejamos o que acontece quando o circuito de sintonia seleciona uma
emissora de 800kHz.
Estando o oscilador local perfeitamente em sincronia com o circuito de sintonia,
a frequência gerada por ele será 455kHz acima, ou seja, o oscilador local produzirá,
neste momento, uma frequência de 1.255kHz. As duas frequências são mixadas no
misturador, e em sua saída estarão presentes dois sinais: 2.055kHz (soma) e 455kHz
(diferença). Ambos são encaminhados ao estágio seguinte, conforme pôde ser visto na
figura 2. Este estágio é composto de etapas amplificadoras sintonizadas no sinal de
nosso interesse (455kHz), também chamado apropriadamente de, frequência
intermediaria ou FI, rejeitando portanto, os 2.055kHz. Após isso o sinal, agora com um
nível de amplitude bem maior, é demodulado separando a parte de radiofrequência da
parte de áudio. Em seguida, este é levado ao circuito amplificador de áudio que o
entrega com nível suficiente para excitar um autofalante.

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O que é importante entender, é que o oscilador local precisa cobrir toda a faixa
de sintonia para o qual o receptor foi projetado, ou seja, se o receptor cobre a sintonia
de 550 à 1.600kHz, o oscilador deverá gerar portadoras de 1.005 à 2.055kHz. Caso
contrário, não será possível sintonizar toda a banda, pois assim como no exemplo
ilustrado com os transceptores vistos na figura 3, se um dos sinais não estiver presente
no mixer, não haverá a FI (resultante) e, por consequência, nenhum sinal será captado
no demodulador. Dentre os inúmeros fatos envolvendo RF do oscilador local podemos
citar um muito comum quando dois receptores heteródinos estão próximos. Imagine o
leitor que tenhamos dois receptores AM/OM ligados próximos um ao outro, e um
deles esteja sintonizado na frequência de 600kHz. Nesta situação, seu oscilador local
estará gerando uma portadora de 1.055kHz. Se tentarmos sintonizar com o outro
receptor esta frequência que, por ventura seja ocupada por alguma emissora,
sofreremos interferência do primeiro receptor em função de seu oscilador local. Logo,
todo e qualquer receptor heteródino estará sujeito a este inconveniente, como
aparelhos de TV, receptores de satélite, transceptores de rádio, etc.

Seletividade e Banda Passante.

A seletividade e a Banda Passante são os dois fatores que primam pela escolha
dos receptores heteródinos.

Banda Passante: nos serviços de radiodifusão AM, a banda passante é estipulada


em 10kHz, ou seja, o canal de áudio transmitido, ocupa uma largura de faixa, no
espectro eletromagnético, de praticamente 10kHz (+ ou – 5kHz em torno da
frequência fundamental). Isto quer dizer que a informação transmitida, no caso, voz e
música, estão comprimidas nesta banda. Como o espectro audível está compreendido
entre 20Hz e 20kHz, não é difícil deduzir porque o áudio do AM Broadcasting carece de
qualidade nas altas frequências sonoras, pois os sons agudos, acima dos 10kHz, são
perdidos.

Seletividade: O que determina a qualidade de um receptor heteródino é sua


seletividade, ou seja, a capacidade que ele possui de separar duas estações próximas,
evitando a interferência entre ambas durante a recepção. O segredo da seletividade
encontra-se justamente no circuito amplificador sintonizado de FI. Veja: no AM
Broadcasting das Américas, por exemplo, duas emissoras adjacentes precisam estar
separadas por um largura de faixa de apenas 10kHz para que não provoquem no
receptor, interferências mútuas. Esta faixa de separação é conhecida como Banda de
Guarda. O receptor, por sua vez, precisa ser capaz de sintonizar apenas esta largura de
faixa em seu canal de FI. Isto quer dizer que a banda passante no canal de FI precisa
estar entre 450 e 460kHz (+ ou – 5kHz em torno da fundamental 455kHz). Bem, o

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circuito de sintonia, por melhor que seja, não consegue fazer uma seleção tão aguda
(isto será mais bem explicado quando falarmos sobre o receptor regenerativo). A curva
de sintonia de um circuito ressonante LC é superior à 10kHz. Isto quer dizer que, ao
sintonizar uma emissora em 1.030kHz, estando outra alocada em 1.050kHz, não será
possível para o circuito de entrada, separá-las. As duas seguirão para o estágio de FI.
Contudo, se este estágio for bem projetado, apresentando um alto grau de
seletividade, conhecido como fator “Q”, bloqueará a frequência da emissora próxima.
Tomemos como exemplo as frequências acima.
Ao sintonizar a frequência de 1.030kHz, o oscilador local estará gerando a
frequência de 1.485kHz. A diferença será de 455kHz sendo totalmente amplificada
pelos estágios de FI; a frequência de 1.050kHz, que o circuito de pré-sintonia também
deixou passar sofrerá, da mesma forma, batimento com o oscilador local em 1.485kHz,
cujo sinal diferença, neste caso, será de 435kHz. Estando o estágio de FI devidamente
ajustado e projetado para o corte entre 450 e 460kHz, rejeitará a frequência de
435kHz, e o sinal da emissora de 1.050kHz não será captado, não interferindo em sua
emissora vizinha. É justamente este fator que confere ao receptor heteródino uma
grande confiabilidade. A capacidade de grande seletividade, mesmo com emissoras tão
próximas. Contudo, é importante ressaltar que, em nosso mercado atual, a banalização
pelo que há de pior em termos de produtos de consumo está crescendo
desordenadamente em detrimento da qualidade. Nos dias de hoje existem receptores
AM/FM que captam duas, às vezes três emissoras ao mesmo tempo, resultado de
estágios de sintonia e de FI deficientes e, em alguns casos, inexistentes. Tudo isso por
produtos que, no mercado, saem quase de graça.
Como se costuma dizer, “O barato que sai caro”. Deste jeito, vamos acabar
voltando aos tempos do Galena.
Vantagens dos receptores heteródinos: Alta seletividade entre estações, ainda
que extremamente próximas; ótima sensibilidade e estabilidade em toda a faixa de
operação.
Desvantagens: componentes de difícil aquisição no mercado; necessidade de
equipamentos especiais para ajuste; elevado custo em função do número de
componentes; arquitetura mais elaborada em sua confecção.

Um pouco de História.

O receptor heteródino, ou Super-heteródino foi criado por Edwin Howard


Armstrong com o objetivo de reduzir os problemas de receptor AM-DSB padrão, no
caso, o receptor de Radiofrequência sintonizada. O problema maior do tipo de
radiofrequência sintonizada era o fato de a seletividade variar ao longo da faixa.

Fonte: Wikipédia.

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Ressonância.

Tecnicamente, ressonância é definida como um grande aumento da amplitude


de uma oscilação sob a influência de impulsões regulares de igual frequência.
Para entender melhor esta descrição imaginemos um parque onde um homem
empurra um balanço em que está sua filha. Observa-se que seus movimentos de
impulso, com as mãos no balanço, são regulares e em perfeita harmonia. Isto
proporciona, a cada momento, maior ganho de energia em seu movimento pendular.
Mas a chave deste ganho de energia (amplitude) está na perfeita harmonia e no
perfeito sincronismo entre o correto ritmo de frequência que o homem impulsiona o
balanço, e sua própria frequência natural de movimento pendular. Agora imaginemos
que, por um motivo qualquer, o homem mudasse seu ritmo de frequência impulsora
em relação ao balanço, desrespeitando sua frequência natural de movimento.
Obviamente, em pouco tempo, o balanço iria cessar seu movimento. Isso aconteceu
porque ambas as partes envolvidas no evento – homem e balanço – estavam em
desacordo em relação às suas frequências naturais de movimento. Essa é uma maneira
quotidiana de ilustrar ressonância.
A ressonância está presente em nossa vida sem que nos apercebamos. Ela
ocorre nas mais diversas situações. Quem nunca esteve dentro de um ônibus, próximo
à janela que, de uma hora para outra, começasse a vibrar fortemente com o ruído do
motor e que, ao ser acelerado, notava-se o desaparecimento de tal vibração por
completo. Um caso típico! Em baixa rotação, o motor produzira a frequência natural
de ressonância no vidro da janela; ao acelerar, mudando a frequência de rotação do
motor, saía da frequência de ressonância da janela que, por essa razão, deixava de
vibrar.
É graças a ressonância que gozamos de dois dos cinco sentidos humanos; a visão
e a audição. Realmente, na audição, a propagação das ondas sonoras entra em contato
com nosso tímpano, que ressona na faixa de frequência conhecida por nós como, faixa
audível (20Hz à 20kHz). O mesmo acontece na visão quando nossos olhos, ajustados
para entrar em ressonância com uma faixa do espectro eletromagnético, conseguem
captar sinais de rádio. Isso mesmo, rádio! Entre 400 e 750 THz (Tera Hertz – 1012 Hz),
que para nós é interpretado e conhecido como luz. Ela é uma informação elétrica que
chega ao nosso cérebro provocando a estimulante sensação daquilo que chamamos de
visão.
Ainda aproveitando o nosso “parque fictício” vamos entender a importância da
ressonância em um circuito de sintonia.
Observemos agora um casal de crianças, de mesmo peso (massa), brincando em
uma gangorra. O menino se chama Capacitor, e a menina se chama Bobina. Os dois
estão brincando na gangorra realizando um movimento pendular harmonioso. Quando
Capacitor atinge seu ponto mais alto da gangorra, Bobina encontra-se no solo. Então, o

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movimento começa a se inverter. Capacitor começa a descer, perdendo sua altura em
favor de Bobina, que se eleva até a máxima altura. Esse movimento perdura
continuamente desde que haja energia para sua manutenção. Ela vem do correto
ritmo de frequência de impulso dos pés das duas crianças, coincidentes com o ritmo de
frequência natural da gangorra. Eis aí outro exemplo de ressonância composto agora,
não só da energia de manutenção ao seu movimento, mas também de dois outros
componentes necessários à sua correta manipulação para o desempenho do sistema.
As duas crianças. Este exemplo nos permite, por comparação, entender como funciona
um circuito LC, formado por um capacitor e uma bobina (ou indutor), muito utilizado
em circuitos de sintonia. Ele funciona exatamente como a gangorra com as duas
crianças. Quando o capacitor encontra-se com toda a sua energia elétrica armazenada
sob forma de campo elétrico entre suas armaduras, a bobina encontra-se inativa;
nesse momento o capacitor começa a se descarregar fornecendo à bobina energia que
é acumulada sob forma de campo magnético; estando o capacitor exaurido, a bobina
encontra-se com sua máxima energia magnética. Daí por diante o processo se repete,
transformando energia elétrica em magnética, magnética em elétrica, gerando
oscilações muito conhecidas por nós. As ondas eletromagnéticas, haja vista que sua
formação vem justamente dessa “gangorra” concebida pelo circuito ressonante LC em
constante transformação dos dois tipos de energia. Observe ainda que o intervalo
entre elas (elétrica e magnética) ocorre sempre com uma diferença de 90°, ou seja,
quando uma é máxima, a outra é mínima (ver círculo trigonométrico).
As antenas, nada mais são que circuitos ressonantes LC, produzindo e acoplando
ao espaço, variações de campos elétricos e magnéticos.
Em nosso circuito LC diríamos que estas oscilações seriam indefinidas não
fossem as perdas de energia envolvidas no sistema. Como se sabe, todo condutor
apresenta resistência elétrica. Durante o processo de transferência (capacitor/bobina –
bobina/capacitor) a energia vai se dissipando nos condutores do circuito até que a
oscilação cesse por completo. É por essa razão que, na verdade, um circuito LC é
também conhecido como LRC, porque a resistência elétrica, ainda que de valor muito
inferior, estará sempre presente. Na gangorra, essa resistência está associada ao atrito
do ar e as suas polias; nela, como foi dito, a energia necessária ao movimento era o
impulso em harmonia realizado pelas crianças. Se ambas, sendo de mesma massa,
pararem de impulsioná-la, ela atingirá, pela ação de atritos (perdas mecânicas), a
posição de equilíbrio (horizontal) cessando seu movimento pendular. Em um circuito
LC, a manutenção da oscilação é mantida pela introdução de uma corrente elétrica de
natureza alternada operando na frequência natural do circuito. Quando isso acontece,
ele entra em ressonância (harmonia) com a corrente alternada a ele aplicada.

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Frequência natural de um circuito LC.

O que determina a frequência natural, ou de ressonância, de um circuito LC são


os valores envolvidos nas grandezas, indutância e capacitância, do circuito. Observe o
modelo da Figura 4.

FIGURA 4 – Circuito LC Paralelo

Os valores de L e C determinam a velocidade de transferência de energia (carga


e descarga) entre eles. Na verdade determinam a inércia elétrica deste movimento.
Assim, quanto maior os valores L e C, menor a velocidade de carga e descarga devido a
grande quantidade de energia acumulada entre eles, o que representa maior tempo
(período) para completar um ciclo do movimento elétrico “pendular” demonstrando
ser, a frequência, inversamente proporcional ao período ( ⁄ ), onde f é a
frequência e T, o período.
Se os valores de indutância e capacitância são reduzidos, a velocidade de
transferência de energia aumenta, pois a carga e descarga tornam-se muito mais
rápidas. Daí é possível perceber, por exemplo, porque os circuitos de sintonia AM (OM)
e FM diferem tanto em termos de capacitância e indutância. Observe que a
configuração de sintonia é a mesma, porém em um circuito LC para FM (VHF), a bobina
de antena apresenta poucas espiras (2 ou 3), assim como um baixíssimo valor de
capacitância do capacitor variável (aproximadamente 47pF), ao passo que em AM/OM
(HF), a bobina de antena apresenta um número muito maior (cerca de 200 espiras), e
um alto valor em seu capacitor variável (aproximadamente 200pF).
Importante observar é que, durante o projeto de um circuito LC, capacitância e
indutância devem estar dentro de valores compatíveis em ordem de grandeza para o
bom funcionamento do circuito, ou seja, não se deve projetar um circuito, por
exemplo, com indutância extremamente alta e capacitância extremamente baixa. Isso
seria o mesmo que, em nossa gangorra naquele parque, colocarmos, de um lado uma
criança de massa 20kg, e do outro um adulto obeso de massa 200kg. Não é preciso
dizer o resultado.

Comprimento de uma antena em relação à sua frequência de operação.

Uma simples experiência com um pêndulo nos revela, de forma qualitativa, uma
valiosa informação sobre a relação existente entre frequência e o respectivo

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comprimento de uma antena. Observe a figura 5

FIGURA 5 – Frequência de oscilação para diferentes comprimentos de fio do pêndulo.

Suponha que o fio do pêndulo A possua 1 metro de comprimento, e que o fio do


pêndulo B, apenas 15 centímetros.
Comece por movimentar o pêndulo A até estabelecer seu movimento natural de
oscilação; verifique o tempo necessário para que ele complete um ciclo (movimento de
vai e vem); em seguida realize o mesmo procedimento para o pêndulo B.
Quais conclusões podem ser tiradas desse experimento? O pêndulo A leva mais
tempo para realizar um ciclo completo, ao passo que o B é bem mais rápido,
mostrando que a inércia do pêndulo A é maior que a do B em função dos
comprimentos de seus fios de sustentação. O pêndulo A, de maior comprimento, tem
baixa frequência de oscilação enquanto o pêndulo B, de menor comprimento, tem alta
frequência de oscilação. Se você tentar aumentar, com a mão, a frequência de
oscilação do pêndulo A, como se estivesse movimentando o pêndulo B, e vice versa,
perceberá que, em ambos os casos, eles decairão sua amplitude de oscilação,
conforme visto no caso do balanço, pelo fato de não estarem mais em ressonância
com seus impulsores (as mãos). Agora observe: assim como no pêndulo, as antenas,
por serem circuitos sintonizados (LC), oscilam (ressonam) quando excitados por uma
energia vibratória coincidente com sua frequência natural de oscilação. Logo, uma
antena de grande comprimento entra em ressonância ao ser excitada por ondas
eletromagnéticas de baixa frequência, enquanto que uma antena de menor
comprimento entra em ressonância ao ser excitada por ondas de alta frequência. É
evidente que, mesmo que antena e frequência estejam em desacordo, ainda assim
será possível captar sinais. No entanto, sua eficiência fica muito aquém em termos de
amplitude do sinal recolhido. A experiência com o pêndulo reflete exatamente o
mesmo comportamento entre antena e a incidência de uma onda eletromagnética
sobre ela.
Tudo o que foi visto até aqui é valido, de forma análoga, para antenas

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transmissoras.

Reatância.

É a oposição à passagem de corrente alternada em um capacitor ou em um


indutor, lembrando que as ondas de rádio são formadas a partir de correntes
alternadas de alta frequência. Assim, existem as reatâncias indutiva (XL) e capacitiva
(XC), ambas medidas em ohms.

Impedância.

Como foi dito anteriormente, todo circuito, ou todo componente possui


resistência elétrica pura. A impedância é a combinação entre a reatância produzida
pela corrente alternada num componente reativo, com sua própria resistência pura.
Esta combinação é uma soma não algébrica, e sim fasorial (vetor de tensão ou
corrente alternada). Como não é nosso objetivo aprofundarmos em teoria quantitativa
que nos levaria à cálculos com números complexos, assim como estudo vetorial, mas
tão somente um conhecimento do assunto da forma mais qualitativa possível, basta
entender no momento, que impedância é um tipo de resistência que surge em
elementos reativos (capacitores e indutores) quando submetidos à corrente alternada.
Ela pode variar em função da frequência a eles aplicada. Nos capacitores ela diminui
com a frequência, enquanto que nos indutores aumenta. A falta de conhecimento
destes conceitos induzem muitas pessoas a um grave erro, principalmente pelo fato da
impedância ter sua unidade também em ohms; reatâncias não podem ser medidas de
forma estática (corrente contínua – com multímetro), e é justamente o que se costuma
ver em alguns casos. Um exemplo clássico é alguém tentar medir a impedância de um
autofalante com este instrumento. Quem nunca viu isso acontecer pelo menos uma
vez? Na verdade, o que estará sendo medido é puramente a resistência elétrica do
condutor que compõe sua bobina de campo. Para medir sua impedância seria
necessário o uso de equipamentos especiais, como um gerador de áudio em
frequência predeterminada, além de condições especiais no correto acoplamento do
cone do autofalante ao meio (ar), e etc. A impedância é simbolizada pela letra Z.

Análise gráfica sobre defasagem de sinais alternados.

Um grande problema na compreensão de circuitos que trabalham com sinais


alternados, seja em baixa como em alta frequência, é que, ao contrário da corrente
contínua, que possui sempre o mesmo sentido, a alternada não só varia seu sentido de
condução, como também sua amplitude ao longo do tempo.
Na corrente, ou tensão contínua, é sempre possível somar seus valores de forma

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algébrica. Por exemplo: duas baterias em série, de 6 Volts, produzem 12 Volts, assim
como duas baterias em paralelo, cada uma com capacidade de 5A, produzem juntas,
capacidade de 10A.
Em corrente alternada isso até pode ser possível desde que estejam sendo
fornecidas em fase. Observemos a figura 6.

FIGURA 6 – Variação de uma função senoidal a partir do círculo trigonométrico.

Na verdade, o círculo trigonométrico representa o movimento giratório de um


gerador de tensão (ou corrente) alternada e, na saída, obtemos uma tensão de mesma
característica da função senoidal.
O que se observa é que, em 0° - início do movimento do gerador – a ddp entre
os terminais do gerador é zero Volt; à medida que o rotor é girado, varrendo a maior
quantidade de linhas magnéticas do campo em direção a posição 90°, temos ascensão
até a máxima amplitude de tensão entre os polos do gerador.
Continuando o giro do rotor em direção a 180°, a varredura tende a voltar ao
ponto neutro, escasseando a quantidade de linhas até chegar a 180°. Durante este
movimento, o nível tensão decai até atingir zero volt.
Continuando o giro até 270° a bobina de campo do gerador varre um número
máximo de linhas, mas agora, com o campo em sentido contrário. Isso faz com que a
tensão comece a crescer até um máximo, mas neste caso, com polaridade inversa;
prosseguindo até 360° = 0°, a tensão retorna a zero e o ciclo está completo. Esse
movimento contínuo faz com que os polos do gerador tornem-se Alternados.
Como se verifica na figura 6 (à direita) temos um máximo positivo e um máximo
negativo (em relação ao eixo zero) com variações de amplitudes intermediárias
mostrando que a corrente circula em dois sentidos. Tais variações de amplitude e
sentido são caracterizadas como vetores de tensão ou corrente, instantâneos,
conforme mostrado em vermelho na senoide. A inversão completa se dá a uma
distância de 180° elétricos entre os máximos de amplitude positiva e negativa.
A frequência da onda de tensão é dada como sendo o número de vezes que o
rotor realiza um ciclo completo. Em rede elétrica domiciliar, a frequência de rotação
deve estar entre 50 e 60 Hz (3.000 à 3.600 rpm). Existem osciladores eletrônicos que

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geram essas mesmas ondas em frequências muito superiores. Eles estão nos
transmissores de rádio, TV, CPUs de computadores etc.

Somando sinais senoidais em fase.

A soma de dois sinais senoidais em fase é muito simples, bastando somar ponto
a ponto seus inúmeros vetores contidos dentro da senoide (Figura 7).

FIGURA 7 – Composição ponto a ponto dos dois sinais S1 e S2. Como as ondas estão
em fase, o sinal resultante é a soma dos sinais (vetores) individuais.

Somando sinais senoidais em contrafase.

Suponha agora dois sinais chegando a um ponto comum do circuito onde se


combinam, porém um deles (S1), chega adiantado 180° em relação ao outro (S2).
Vejamos o que acontece observando a figura 8.

FIGURA 8 – Combinação de dois sinais defasados de 180°; à direita os sinais são


sobrepostos. Sendo ambos de mesma intensidade e contrafásicos, ao se combinarem,
cancelam-se por completo; repare que a diferença de fase entre os vetores S1 e S2,

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das ondas (composição à direita), é sempre a mesma (180°).

As defasagens intermediárias (diferentes de 180°) seguem o mesmo raciocínio.


Em nossa rede elétrica, por exemplo, esse processo acontece. Na rede de
distribuição de energia doméstica temos à disposição para uso, três linhas de fase,
cada uma com 127 Volts CA. Muitos curiosos no assunto afirmam que, ao juntar duas
fases de “110V” obtém-se a tensão de 220V por um simples raciocínio de soma
algébrica. Um grande equívoco, até porque, na verdade, cada fase da rede domiciliar
nos fornece 127VCA. Acontece que as três fases estão dispostas 120° uma da outra, ou
melhor, cada onda está defasada em relação à sua vizinha, 120°. Então, ao medirmos
duas fases consecutivas, a combinação entre seus vetores nos fornecem o valor total
eficaz. Sem entrarmos em detalhes para calcular a tensão entre duas fases da rede
elétrica à 120°, conhecida como tensão de linha, apliquemos a seguinte equação:

Onde, VL é a tensão de linha (entre duas fases) e VF, a tensão entre a fase e o
neutro. Logo, para VF = 127 Volts teremos para VL = 127 X 1,732 = 220V.
O valor 1,732 vem justamente da combinação angular de 120° entre as fases.

Outro fato muito interessante a ser observado sobre a composição de sinais


alternados ocorre em radiofrequência, principalmente em ondas médias e curtas,
onde existem múltiplos sinais de uma mesma fonte emissora resultantes de reflexões
dos mais diversos obstáculos que, ao chegarem a uma antena receptora, podem se
apresentar com sinal extremamente forte e, nesse caso, consequência de uma
composição fasada (também conhecida como composição construtiva – figura 7) ou,
no pior dos casos, quando chegam à antena em contrafase – 180° (também conhecida
como composição destrutiva – figura 8). E por essa razão que muitas vezes, à noite,
emissoras de outros estados ou até mesmo países chegam com sinais, às vezes,
superiores aos das emissoras regionais, pois a composição construtiva pode duplicar
sua intensidade ou, em outras situações, quando os sinais compostos começam a se
defasar; a resultante decai podendo até mesmo desaparecer por completo ao atingir a
condição da composição destrutiva. Este efeito é também conhecido como
desvanecimento do sinal, ou fading.

Ressonância em circuitos LC (LRC) Série.

Existem configurações de circuito LC no formato, série ou paralelo, dependendo


da necessidade de um determinado projeto.
Os capacitores e os indutores são como irmãos de pensamentos opostos. Um faz

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exatamente o contrário do outro; as correntes e tensões desenvolvidas sobre eles
estão sempre em contraposição de fase (desprezando-se, para efeito didático, a
resistência pura), assim como suas reatâncias. Analisemos o circuito da figura 9.

FIGURA 9 – Circuito LC de ressonância série; à direita, comportamento das


intensidades reativas com a frequência. Não estamos considerando a resistência pura
do circuito.

Pois muito bem, analisando o circuito série proposto na figura 9, temos um sinal
de RF circulando na parte superior do braço do circuito. O gráfico à sua direita ilustra
os valores das reatâncias em função da frequência de corrente alternada atravessando
o circuito. Nele é possível verificar não só a intensidade das reatâncias, mas também
suas posições angulares, pois como sabemos, tanto impedância como reatância são
grandezas vetoriais.
Desconsiderando a resistência natural do circuito, as reatâncias, indutiva e
capacitiva, estarão sempre em contrafase (180°) conforme se observa no gráfico da
figura 9. Então, a soma vetorial torna-se muito simples bastando apenas uma
subtração algébrica.
Agora vamos entender como o circuito entra em ressonância.
Observando o gráfico da figura 9, em sua abscissa, da esquerda para a direita,
acompanhamos a excursão ascendente da frequência imposta ao circuito série LC.
Na frequência inferior (f-), a reatância capacitiva torna-se superior à indutiva, e o
circuito, nessas condições, é considerado capacitivo;
Na frequência superior (f+), a reatância indutiva torna-se superior à capacitiva, e
o circuito passa a ser considerado indutivo.
Em ambos os casos, o sinal alternado encontra dificuldade para ser escoado para
a terra devido às reatâncias envolvidas (impedância). Mas existe uma frequência (f0)
em que ambas as reatâncias são exatamente iguais, e por estarem em oposição de
fase, e com mesma intensidade, a soma algébrica delas resulta em zero, ou seja, são
canceladas (impedância Z=0). Neste momento o circuito comporta-se como um curto,
desviando grande parte da corrente para terra, atenuando o sinal de saída. A
frequência em que isso ocorre é a de ressonância. A figura 10 ilustra os gráficos que
mostram os comportamentos de reatância e corrente quando o circuito opera em

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torno de f0.

FIGURA 10 – Ilustração da corrente de saída na frequência de ressonância f0 a partir


das variações reativas, XL e Xc, de um circuito ressonante LC série.

Na figura 10, à esquerda, é possível verificar as reatâncias resultantes após a


diferença vetorial entre elas (vista à direita da figura 9) variando ao longo do eixo das
frequências; no gráfico à direita da figura 10, também é possível observar aquilo que
ilustramos linhas atrás. A Banda passante. Repare que sua largura de banda encontra-
se entre f- e f+, tendo seu ponto mais acentuado em f0 (frequência de ressonância).
A largura da banda, ou seletividade, é determinada pelo Q do circuito. Quanto
maior, mais estreita a curva e, por conseguinte, mais seletivo o circuito.

Característica do circuito LC série: Baixa impedância na frequência de


ressonância; defasagem angular de tensão entre L e C; a corrente, assim como em
qualquer circuito série, é sempre a mesma em todos os elementos envolvidos, e por
essa razão já mais se defasa.
No exemplo da figura 9 o circuito LC série, ligado em paralelo com a linha de
sinal de RF, funciona como um filtro rejeitor de banda porque na faixa em torno de f0 o
sinal é fortemente atenuado (derivado para terra) conforme é possível visualizar no
gráfico à direita da figura 10;
O mesmo circuito pode ser ainda utilizado como filtro passa-banda (ou passa-
faixa) quando ligado em série na linha de sinal, conforme nos mostra a figura 11. Agora
a baixa impedância, durante a ressonância em torno de f0, dá livre acesso ao sinal de
RF.

FIGURA 11 – Circuito LC, em série com a linda de RF; ao centro, gráfico ilustrando a
corrente de sinal de RF na entrada. Repare a linearidade ao longo de uma ampla faixa
de frequências; à direita é possível ver a largura de faixa selecionada pelo circuito LC

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agindo como um filtro passa-faixa na saída.

Ressonância em circuitos LC (LRC) Paralelo.

No circuito LC série, verificamos que a corrente é a mesma em todo o braço, não


sofrendo nenhum tipo de defasagem, mas existe defasagem entre reatâncias
capacitiva e indutiva, assim como defasagem de tensão, semelhante aos circuitos
puramente resistivos onde, em um braço série temos a mesma corrente, e tensões
independentes.
O circuito LC paralelo – e aqui novamente, desconsiderando sua resistência pura
– possui as mesmas características de defasagens entre as reatâncias indutiva e
capacitiva. Mas, neste caso, estando L e C em paralelo e por essa razão, com suas
extremidades conectadas ao mesmo ponto, a tensão será simultaneamente a mesma
nos dois componentes, ou seja, mesma amplitude e mesma fase. Contudo, as
correntes que circulam em cada braço são independentes, razão pela qual sofrerão
defasagem. Dessa forma, o que diferencia um circuito LC série de um paralelo é,
defasagem de tensão no primeiro e defasagem de corrente no segundo. Analisemos as
informações gráficas da figura 12.

FIGURA 12 – Circuito ressonante LC paralelo instalado paralelamente à linha de sinal; à


direita temos uma visão gráfica do comportamento das correntes em cada braço do
circuito.

Como se observa na figura 12, temos uma corrente de entrada onde parte é
desviada para atravessar as reatâncias do circuito LC exatamente como se fosse uma
associação paralela de resistores. A única diferença está na defasagem que elas
sofrerão ao atravessarem seus respectivos componentes (o que não aconteceria em
resistores).
Pois bem, ao atingir o ponto 1 do circuito, a corrente I se divide em duas; a que
passa por C se adianta em 90°; a que passa por L se atrasa em 90°. Logo, entre si,

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estarão defasadas de 180°.
Começando a excursão de frequência ao longo de nosso eixo horizontal, para
uma frequência inferior f-, a reatância C é superior à reatância L. No ponto 2 do circuito
teremos a corrente resultante da combinação vetorial IL/IC que, por estarem defasadas
de 180°, são subtraídas algebricamente. Agora observe atentamente este fato! Como a
reatância em C é maior do que a reatância em L, a corrente em L será maior que a
corrente em C. Por essa razão o circuito tem característica indutiva, assim como sua
corrente resultante que estará atrasada em 90° em relação ao eixo horizontal das
frequências.
Para f+ acontece exatamente o oposto, e o circuito apresenta característica
capacitiva com sua corrente resultante adiantada 90° em relação ao eixo horizontal.
Em f0 ocorre a ressonância. As reatâncias são iguais e estão em contrafase; o
mesmo ocorrerá com suas correntes que, nesse momento, apresentarão a mesma
intensidade, e por estarem também em contrafase (180°) serão totalmente
canceladas, ou seja, no ponto 2 a combinação vetorial IL/IC = 0, não havendo
escoamento de corrente para a terra. Isso se traduz da seguinte forma: O circuito
ressonante LC paralelo, quando em ressonância, apresenta alta impedância (Z) entre
suas extremidades.
A figura 13 ilustra os gráficos que mostram o comportamento vetorial das
correntes resultantes, e da curva de ressonância do circuito apresentado, em paralelo
com a linha.
Diferentemente do circuito LC série, as reatâncias do LC paralelo não se
interagem diretamente (combinação vetorial) por estarem separadas em cada ramo do
braço (circuito paralelo), mas atuam indiretamente pela corrente que, após passarem
por elas, combinam-se no ponto 2 do circuito.

FIGURA 13 - Ilustração da corrente de saída na frequência de ressonância f0 a partir das


variações reativas, XL e Xc, de um circuito ressonante paralelo, assim como sua banda
passante.

Assim como no circuito LC série, o paralelo também pode mudar sua função de
filtro de banda passante, na configuração da figura 12, a um filtro rejeitor de faixa
quando ligado em série com a linha, conforme demonstra a configuração da figura 14.

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FIGURA 14 – Circuito LC paralelo em série com a linda de RF; ao centro, gráfico
ilustrando a corrente de sinal de RF na entrada. Repare a linearidade ao longo de uma
ampla faixa de frequências; à direita é possível ver a largura de faixa selecionada pelo
circuito LC agindo como um filtro rejeitor de banda.

Curiosidade.

Você sabia que nossos olhos funcionam exatamente como um filtro passa faixa?
Exatamente. À nossa volta chegam os mais diversos tipos e frequências de ondas
eletromagnéticas possíveis; além da sensação de calor, que também é uma banda
estreita do espectro, sentida por nosso corpo, os olhos captam uma faixa de
frequência definida entre 400 e 700THz (figura 15).

FIGURA 15 – Faixa espectral de frequência eletromagnética captada pelo olho humano.

Assim como no circuito ressonante, os extremos captam sinais de menor


intensidade enquanto, ao centro, verifica-se maior amplitude. Se você observar, as
cores vermelha e violeta são mais escuras aos nossos olhos (mais atenuadas); abaixo
dos 400THz, o vermelho se torna mais escuro, assim como o violeta acima dos 750THz,
tornando-os cada vez mais difíceis de serem vistos, ao passo que o amarelo e o verde
são mais contundentes aos olhos, quase reluzentes (maior amplitude) – ponto do ápice
da ressonância visual.
Em locais de baixa luminosidade (o que corresponderia a um sinal fraco), os
extremos, vermelho, violeta e azul, praticamente não seriam vistos, apenas amarelo,
verde e ciano estariam mais evidentes. Faça esta experiência e comprove por si

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mesmo.
Os controles remoto de TV utilizam em seu transmissores, frequências abaixo
dos 400THz, através de seus emissores (LED) infravermelhos (abaixo do vermelho).
Como nossos olhos não estão sintonizados nessa faixa de frequência, sua emissão é
invisível a eles, assim como as ondas ultravioleta (acima do violeta).
Dizem que os animais veem coisas que nós não vemos. Essa crença pode ter
fundamento no evento de ressonância.
Sendo a fisiologia dos animais diferente da nossa, seus olhos podem estar
ressonando em frequências diferentes, ou em faixa de frequência mais ampliada que a
humana, mas uma coisa é certa. Se pudéssemos enxergar além das frequências
mencionadas para nossa visão, o que veríamos, em termos de cores, não se
pareceriam em nada com as que conhecemos, tendo em vista que as cores
reconhecidas pela visão humana originam-se das frequências analisadas na figura 15.
Para nossa sorte, nosso circuito LC biológico possui baixo Q (pouca seletividade).
Caso contrário o mundo, como conhecemos, seria muito sem graça em termos de
cores.

Receptores regenerativos.

Agora que revisamos um pouco dos circuitos ressonantes, assim como conceitos
básicos de telecomunicações, passemos a uma análise do receptor regenerativo que,
ao contrário do que se pensa, ocupa uma boa fatia do mercado em determinadas
áreas específicas, em vista de sua simplicidade e sensibilidade.

Este tipo de receptor baseia-se em um circuito de sintonia ativa, cujo elemento


básico é um oscilador. Você pode estar se perguntando: mas um oscilador, por
definição, não funciona como emissor de RF? A resposta é sim, mas de acordo com a
polarização aplicada à base do transistor e dos acoplamentos de entrada e saída, ele
torna-se um receptor e um conversor.
O circuito é dito ativo porque um oscilador nada mais é do que um amplificador
com realimentação positiva fazendo com que entre em círculo vicioso, realimentado,
redundando em oscilação.
Existem duas configurações de oscilador utilizadas para se construir um receptor
regenerativo: O Hartley e o Colpitts.
Na Figura 16 A, e B temos os diagramas básicos dos dois tipos de osciladores.
A principal diferença entre os dois é a forma de como é feita a realimentação.
Enquanto no Hartley a realimentação é feita através da base (via Cr), no Colpitts é
entre coletor e emissor, o que implica em perda de seletividade quando utilizado como
receptor. Porém, a dificuldade em se colocar o oscilador Hartley em funcionamento,
principalmente em altas frequências, como é o caso de nosso receptor, é em parte por

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causa do capacitor de desacoplamento Cd colocado entre a bobina L e a massa, com a
finalidade de evitar que o sinal gerado seja conduzido pelo circuito de alimentação. No
entanto, este capacitor tende a amortecer a oscilação quando a bobina possui um
valor muito baixo.
Outro fator capaz de impedir o funcionamento deste oscilador é a escolha do
transistor. Somente transistores de alto ganho satisfazem, pois a realimentação
através da base exige um nível de sinal no coletor alto o suficiente para vencer o
circuito ressonante e retornar à base do transistor completando o elo de
realimentação. O mesmo não acontece com o Oscilador Colpitts, utilizado em nosso
receptor, que entra em funcionamento facilmente, mesmo com transistores de baixo
ganho, razão pela qual recai-se na preferência desta configuração.

FIGURA 16 – Configurações dos osciladores Hartley e Colpitts.

Circuitos regenerativos, como são do conhecimento de todos, podem ser


extremamente instáveis, principalmente se operado em frequências elevadas; quando
projetado, devem ser tomadas uma série de cuidados na confecção de sua placa;
previsões de redes para desacoplamento de RF adequadas à sua faixa de operação, e
principalmente, acoplamento adequado entre antena e o circuito de sintonia.
Com os conceitos estudados anteriormente podemos analisar como o receptor
regenerativo capta o sinal selecionado pela antena e o demodula (figura 17).
Como se sabe, este tipo de receptor é baseado em um oscilador de frequência
livre, tornado seu circuito tanque LC muito instável, razão pela qual, qualquer
perturbação externa possa alterar sua frequência. Em virtude desse problema, a
introdução de um sinal externo deve ser feita de maneira a não interferir em sua
oscilação; o circuito tanque não deve “sentir” a presença da antena. Isto nos levou a
desenvolver um componente acoplador de RF que não carregasse o oscilador. O

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AS2605 se parece com um capacitor de passagem, e seu valor é inferior a 1pF; seu
acoplamento no circuito foi feito em local estratégico para melhor desempenho e
estabilidade na recepção.

FIGURA 17 – GR21-A – Etapa regenerativa de sintonia e demodulação.

A configuração regenerativa permite que o transistor realize tripla função.


Ele oscila, amplifica e detecta o sinal recebido; R1 e R2 polarizam a base de Q1,
enquanto TP1 ajusta o ponto ideal de recepção e estabilidade de oscilação através da
correta polarização de sua base; C2 determina a dosagem de realimentação do
circuito, enquanto C1 desacopla a RF gerada no oscilador; CV, C3 e L1 constituem o
circuito de sintonia; C4 é responsável pela realimentação entre coletor e emissor de
Q1, enquanto Ce suaviza os picos de amplitude do oscilador tornando-o mais linear
durante a mudança de sintonia; XRF tem tripla função. 1ª – mantém a polarização DC
do emissor de Q1; 2ª – permite apenas passagem de áudio; 3ª – impede, com elevada
reatância, que a RF gerada no oscilador seja aterrada, o que impediria o seu
funcionamento. É, inclusive, por essa razão que não se utiliza um diodo detector de
envoltória para separação do áudio, como tradicionalmente se faz em receptores AM;
C7, R4 e C8 formam uma rede de desacoplamento, uma verdadeira barreira para que a
RF gerada no oscilador não flua por todo o circuito via fonte de alimentação, o que
provocaria sérios problemas de instabilidade.

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Funcionamento.

Estando o circuito sintonizado em uma determinada frequência, ao receber um


sinal na antena, o mesmo é levado ao circuito LC paralelo via Cx. Caso o sinal esteja em
ressonância com o circuito LC, sua impedância será muito alta e ele, não tendo outra
opção, seguirá para o coletor de Q1, interagindo com a mesma frequência gerada pelo
oscilador. Como ambas são coincidentes, no emissor teremos, como única diferença, o
sinal variando em amplitude, ou seja, temos aí dois sinais sobrepostos: um de alta
frequência, e outro de baixa representado pela variação de amplitude, também
conhecido como envoltória. Ao ser levado até XRF, este, por apresentar elevada
reatância para frequências altas, permite apenas a passagem da envoltória AM para o
estágio seguinte por ser de frequência muito inferior. Ela corresponde à informação de
áudio recebida (figura 18).

FIGURA 18 – Recepção, amplificação e demodulação do sinal AM.

Após passar por XRF a informação sofre um refinamento no filtro formado por
C5, R3 e C6, apresentando na saída um sinal puro de áudio.

Quando o sinal captado está fora da sintonia.

Quando o sinal recebido estiver em desacordo com a frequência de ressonância,


o circuito LC apresentará baixa impedância permitindo que ele siga para a linha de
alimentação sendo curto-circuitado pelas redes de desacoplamento. Isso é o que
corresponde à rejeição do sinal.
Evidentemente, como foi dito, este circuito não possui boa seletividade por sua
grande simplicidade. Logo, se um sinal muito próximo à sintonia de LC for captado,
será também selecionado, razão pela qual, em alguns casos, são ouvidas duas ou mais
estações que estejam transmitindo simultaneamente em frequências próximas. Na
faixa da aviação civil, este não chega a ser um grande problema porque as

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comunicações, em geral, são objetivas e curtas.

Não se pode demodular sinais de FM em um receptor regenerativo.

De fato, apesar de muitas literaturas da época, afirmarem sistematicamente ser


possível captar comunicações de modalidade FM, o receptor regenerativo não possui
esta opção, entretanto é possível ouvir o áudio de emissoras de TV e radiodifusão
comercial em FM.
Então, o presado leitor pode estar perguntando:
- Afinal, o receptor pode ou não demodular o sinal FM?
A resposta é NÃO! O que se ouve é um áudio extrapolado, de difusão FM, devido
a sua banda passante, mas a qualidade mostra a debilidade de uma demodulação
forçada e errática. Expliquemos:
Quando um sinal FM chega ao nosso circuito, o processo de recepção é o mesmo
do AM. Porém, como a modulação é feita em frequência, não existe variação de
amplitude no sinal recebido, e ao ser misturado com o sinal do oscilador teremos na
saído (emissor de Q1) um sinal de RF sem envoltória; ao seguir para XRF não haverá
nada para ser separado. Logo, nenhum áudio será captado, apenas a portadora.
Então, por que ouvimos as emissoras de radiodifusão FM? Esta pergunta poderia
seguir-se a outra:
Então, por que não ouvimos os demais serviços de radiocomunicações na faixa
de VHF FM (radioamadorismo, defesa civil, rádio taxi, etc.). A resposta está na largura
de banda de áudio modulada na transmissão FM. Veja, quando o receptor sintoniza
uma emissora FM de radiodifusão, é preciso levar em conta que sua banda base (canal
de áudio) é de 200kHz com modulação máxima de 150kHz, ou seja, o áudio
transmitido é de alta qualidade porque toda a faixa audível pode ser modulada com
folga dentro do canal utilizável de 150kHz, visto que o canal de FM, em questão, é
extremamente generoso em largura de banda. Assim, uma emissora FM provoca
considerável variação na frequência de sua portadora em termos de áudio (20Hz –
20kHz). Quando este sinal chega ao indutor XRF, ele reage à variação demasiada de
frequência, variando sua reatância de forma proporcional à modulação; tal variação de
reatância resulta em proporcional variação de tensão e corrente no filtro de saída,
traduzindo-se no sinal de áudio ouvido. Agora observe que esse sinal é pobre e de
baixa qualidade, pois a função de XRF, no circuito, é única e exclusivamente bloquear o
sinal de alta frequência, e não de variar sua reatância como demodulador. No caso dos
demais serviços na faixa de VHF FM que operam em banda estreita de áudio, cujo
canal, em média (de acordo com o órgão regulador de telecomunicações), está em
torno de 10kHz, temos uma variação ínfima de modulação de frequência em relação a
comercial de radiodifusão. Neste caso, a baixa variação de frequência, resultante da
pequena banda-base, ao ser aplicado em XRF, traduz-se em mínima variação de

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


27
reatância. Com isso a tensão presente na saída do filtro é praticamente imperceptível
dando a impressão de estarmos recebendo apenas portadora. Esperamos ter
esclarecido de uma vez por todas o mito da recepção FM nos receptores
regenerativos. A figura 19 ilustra as duas situações de demodulação FM no circuito
detector regenerativo.

FIGURA 19 – Comparação de demodulação FM banda larga e banda estreita em um


receptor regenerativo.

É importante ressaltar que o receptor regenerativo, por possuir oscilador, gera


RF que pode interferir em outros equipamentos. Portanto, seu uso no interior de
aeronaves é estritamente proibido.

Montagem do GR21-A.

A figura 20 ilustra o diagrama completo de nosso receptor.

FIGURA 20 – Diagrama elétrico do Receptor VHF GR21-A (Banda Aérea).

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


28
Antes de iniciar a montagem do GR21-A, existem alguns cuidados muito
importantes a serem tomados. Um deles é a escolha do transistor de RF.
Infelizmente, nos dias de hoje, a falsificação é algo visto com muita naturalidade.
Tão natural que, até mesmo componentes eletrônicos estão nessa lista. O BF494,
utilizado neste receptor, tem sido alvo de falsificação, portanto fique atento a esse
detalhe.
Em geral, o BF494 falsificado apresenta seus terminais trocados. A figura 21
mostra o posicionamento correto dele e dos demais transistores utilizados no GR21-A.

FIGURA 21 – Transistores de silício para RF, e de uso geral.

Nosso protótipo utilizou, no setor de RF, o BF494, mas seus equivalentes, desde
que genuínos, também podem ser utilizados.
Outro componente que deve ser escolhido com cuidado é o capacitor variável.
Caso ele não corresponda à correta capacitância de operação na faixa de FM, ou
apresentar problemas em seu rotor, ou ainda, curtos entre rotor e estator, o oscilador
não funcionará.
A bobina de sintonia é outro componente que, apesar de fácil construção, deve
seguir os padrões exigidos na montagem.
XRF é o choque de radiofrequência, e pode ser comprado ou confeccionado. Ele
não é crítico, mas sua obtenção ou construção devem estar dentro das especificações
sob pena de perda de qualidade e estabilidade na recepção.
Cx é o acoplador de sinal AS2605, um componente que evita a sobrecarga do
circuito de recepção e permite um acoplamento “suave” entre a antena e o receptor.
Ele não existe no mercado, e sua construção, assim como a de XRF, serão detalhadas.
Finalmente, a placa de circuito impresso. Este é o componente crucial de nosso
projeto. Como o circuito, além de trabalhar em frequências elevadas, possui um
oscilador altamente crítico, a placa deve ser concebida de forma a propiciar condições
ideais para seu perfeito funcionamento. Apesar de muitas literaturas insistirem na
fabricação deste receptor em placa de fibra de vidro, entendemos que tal

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


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procedimento não é uma regra, pois a experiência mostra que o projeto de uma placa
de circuitos para altas frequências necessita de bons conhecimentos sobre RF, o que
inclui procedimentos especiais como, evitarem-se trilhas com formação de indutâncias
e capacitâncias parasitas. É importante ressaltar que uma trilha mais longa, ou curva,
forma um acréscimo de indutância no circuito, assim como trilhas próximas, um
possível acréscimo de capacitância. Estes quesitos devem ser levados em conta como
previsão no projeto para que o resultado não seja desastroso. Nem mesmo placas de
fibra de vidro podem mascarar imperfeições deste tipo. A concepção do GR21-A levou-
nos à construção de, pelo menos, cinco placas de teste para que fosse possível chegar
ao resultado final. Por essa razão recomendamos que o desenho de nossa PCI seja
seguido rigorosamente. Não faça alterações, principalmente no setor de RF, sob risco
do circuito não funcionar, ou funcionar de forma instável. As figuras 22 e 23 ilustram,
respectivamente, em tamanho real, a placa com vista dos componentes e vista
cobreada. Suas dimensões são: 10,27 x 3,93 cm.

FIGURA 23: PCI – Vista dos componentes – Colaboração: Rodrigo R. Ribeiro


(Brasília/DF).

FIGURA 24: PCI – Vista cobreada – Colaboração: Rodrigo R. Ribeiro (Brasília/DF).

Confecção de XRF.

Para confeccionar XRF, você poderá utilizar uma forma plástica de 4 a 5 mm de


diâmetro, e fio esmaltado n° 30 ou 32. A forma de XRF pode ser aproveitada de palitos

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


30
plásticos de pirulitos (figura 25).

FIGURA 25 – Palito plástico de 5 mm de diâmetro utilizado como forma para XRF.

Para a montagem de XRF devemos utilizar a própria placa de circuitos, para


medir a distância entre seus terminais que, aos ser colocado, seja corretamente
ajustado aos furos da PCI. Sendo assim devemos introduzir, inicialmente, em uma das
extremidades do tubo, o primeiro terminal de ligação, que pode ser um pedaço de fio
rígido (0,7 mm). A instalação deste terminal se faz transpassando-o, por meio de calor
do ferro de soldar (de no máximo 30W), o tubo plástico. Este trabalho deve ser rápido,
tempo suficiente pra transfixar o terminal no tubo. Tempo demasiado poderá alargar o
orifício deixando o terminal frouxo.
Para fazê-lo, você deve fixar o tubo em um pequeno torno, e com o terminal em
uma de suas extremidades, mantê-lo aquecido até que ele transpasse o material. O
procedimento pode ser visto na figura 26.

FIGURA 26 – Colocação do primeiro terminal na forma plástica. Observe que ele deve
ficar bem próximo à extremidade, por questão de acabamento.

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Durante a colocação do terminal deve-se manter sua posição em 90°, caso
contrário ele poderá transfixar o tubo de maneira torta.
A segunda etapa consiste em medir, na PCI, a furação do segundo terminal para
que haja coincidência ao ser instalado, figura 27.

FIGURA 27

Em seguida repita o processo de fixação do segundo terminal. Terminada esta


etapa, limpe com um estilete os terminais, pois ao transpassar o tubo carregam
plástico derretido que os isolam.
Depois de pronto, não corte ainda o excesso do tubo plástico, pois ele servirá de
sustentação para que você o segure quando estiver enrolando o fio esmaltado.
Estanhe cerca de 5 mm do fio esmaltado e enrole-o no terminal anterior ao seu
extremo do tubo; em seguida faça uma solda rápida.
A partir daí faça o enrolamento na forma até atingir a outra extremidade. O que
dará entre 70 e 80 espiras. Essa variação não interfere no funcionamento.
Ao final, estanhe a outra ponta e enrole sobre o outro terminal. Se possível
adicione um pouco de pasta de solda para que a soldagem se dê bem rapidamente.
Por fim, meça a resistência para confirmar o funcionamento de XRF, que deverá
estar em torno de 4 ohms e, em seguida, corte com um estilete, ou serrinha, o excesso
do tubinho.

A sequência de imagens, a seguir, orienta este trabalho.

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FIGURA 28 – Sequência de montagem de XRF – 1 (utilizar ferro de 30W).

FIGURA 29 – Sequencia 2 – Soldagem do fio esmaltado começando pela parte anterior


da forma.

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FIGURA 30 – Sequência 3 – Este é um trabalho que exige muita paciência e habilidade
do montador para que o componente apresente boa estética e bom acabamento.

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Passemos agora à confecção do acoplador de antena AS2605.

Tome um pedaço de fio rígido encapado,


com aproximadamente, 0,7mm de diâmetro;
decape-o deixando um isolamento de
aproximadamente 4mm de comprimento,
conforme ilustra a figura 35.

Em seguida, pegue um pedaço de fio nu, com


aproximadamente 0,4mm de diâmetro (muito
utilizado em cabos multipares de linhas telefônicas),
e enrole 5 espiras sobre a capa plástica do outro fio;
ao terminar o espiral, corte o excesso de fio para
que o componente permaneça apenas com três
terminais (figura 36).

Agora, coloque-o preso em


um pequeno torno, e besunte o
espiral formado com um pouco de
pasta de solda. Em seguida,
rapidamente, estanhe o espiral com
o ferro de soldar, de forma a não
fundir o dielétrico (capa plástica) –
figura 37. Caso haja fuga, por

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


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fusão do dielétrico, o receptor perde toda estabilidade ao se utilizar qualquer tipo de
antena.
A capacitância do AS2605 não deve ultrapassar 1pF.

Bobina de sintonia (L1).

L1 é formada de 3 espiras de fio 22 com núcleo de ar sobre forma interna de 4,3


mm; após ser enrolada deve ter suas extremidades raspadas e estanhadas.

Capacitor variável.

O capacitor variável é do tipo plástico,


miniatura, para FM, usado em rádios portáteis.
Estes capacitores possuem seções de AM e FM. A
de FM apresenta menor capacitância em relação
à de AM, mas o lado de FM possui um contato
extra com o rotor que deve ser unido ao terminal
central superior; o terminal esquerdo não será
usado podendo ser cortado.
Una os terminais centrais e solde um
terminal de conexão que irá à placa; o terminal
da direita deve ser cortado curto e estanhado para ser, posteriormente, conectado ao
acoplador de antena AS2605 (figura 38).

Bem, a partir de agora podemos começar a montar nosso receptor, mas ao


longo desse trabalho recomendamos extrema atenção com relação aos componentes
polarizados. Fique muito atento durante a colocação de: capacitores eletrolíticos,
diodos e transistores na PCI. A instalação inadvertida desses componentes é, na
maioria das vezes, a grande responsável por resultados frustrantes. Isto posto,
passemos a montagem.
Iniciemos fixando o capacitor variável na PCI com seus respectivos parafusos;
solde o terminal central e depois coloque o acoplador de antena AS2605 entre o
terminal da direita do capacitor variável e o furo da PCI. Como você pode observar, o
acoplador possui três terminais, onde o terceiro, mais fino, procedente da espiral,
deve ir ao ponto indicado por “Cx”. Observe sua instalação na figura 39.

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FIGURA 39 – capacitor variável instalado juntamente com o acoplador de antena
AS2605.

A seguir, soldemos os seguintes componentes, acompanhando esta sequência:


C3, Q1, L1 e C4. Ela é utilizada porque estes componentes encontram-se muito
próximos e, se você não obedecê-la colocando, por exemplo, Q1, C4 e L1 primeiro,
verá que fica um pouco incômoda a colocação de C3 ao final.
Soldemos agora todos os resistores e os diodos, D1 e D2; em seguida todos os
demais capacitores cerâmicos;
Solde XRF e TP1. Lembre-se! A soldagem de XRF deve ser rápida para não
danificar a forma plástica;
Solde os demais transistores, e por fim, os capacitores eletrolíticos.

Observação importante!

O prezado leitor observará que, na placa, existe uma inscrição “+B”. Ela se refere
a uma saída de alimentação para uso opcional de um amplificador de RF na entrada de
antena. Logo, em principio, não precisa ser utilizada.

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A figura 40 nos mostra como ficará nossa placa.

FIGURA 40 – Aspecto inicial da sequência de montagem do GR21-A.

Instalando o potenciômetro.

O potenciômetro deve ser ligado aos pontos, IN,


GND e OUT, marcados na placa. Para isso
recomendamos usar um cabinho blindado do tipo
estéreo, para que a malha envolva, tanto a linha de
entrada (IN), como a de saída (OUT). Deve-se utilizar
este tipo de cabo porque o amplificador apresenta um
ganho de entrada muito elevado, e cabos sem
blindagem podem captar ruídos de 60Hz no áudio ao
se tocar o potenciômetro. Caso ainda seja notado
algum ronco basta fazer uma ligação entre a carcaça do potenciômetro e a malha do
cabo (GND).
Outro dado importante, nesta ligação, é a posição correta entre a conexão IN e
GND no potenciômetro, pois caso haja inversão entre eles em seus terminais
extremos, o giro de volume ficará para o lado errado. Sendo assim recomendamos que
a ligação seja realizada segundo a figura 41.
Seguindo esta ligação faça a mesma conexão na placa do receptor.
Faça agora as ligações externas da alimentação (+/- 6V) e do autofalante (AF).
Na figura 42 apresentamos nosso protótipo montado, pronto para o uso.

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


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FIGURA 42 – Protótipo do GR21-A montado e pronto para uso.

Ajuste de funcionamento e operação.

Antes de ligar o receptor, faça uma verificação geral. Lembre-se que a pressa é
inimiga da perfeição.
Uma vez verificado todo o circuito ligue à sua entrada de antena, de preferência,
uma externa, para que o circuito de entrada seja carregado ao máximo; caso você não
possua antena externa ligue, por meio de um pequeno cabinho, uma interna
(telescópica) em seu respectivo ponto, conforme indica o diagrama da figura 20
mantendo-a, de preferência, em posição vertical.
Conecte o receptor em uma boa fonte de alimentação estabilizada e bem
filtrada com tensão nominal de 6 Volts.
Coloque TP1 a meio curso, assim como o controle de volume; feche o trimer (CV
de ajuste) atuando no parafuso, unindo suas placas (máxima capacitância) na seção
utilizada do receptor.
Uma observação quanto à TP1: se o trimpot for de cursor metálico exposto
utilize chave curta e isolada para que seu comprimento e sua mão não provoquem
interações no oscilador.
Ligue o receptor. Provavelmente ele começará a emitir um chiado (ruído
branco), característico de recepção VHF. Caso esteja tudo em ordem é possível que
você já consiga captar alguma emissora de FM comercial (radiodifusão), ou mesmo da
aviação. Nestas condições, o limite inferior da faixa recebida será, aproximadamente,

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


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acima dos 96MHz.
Siga girando o dial de CV no sentido de aumentar a frequência de recepção.
Você vai passar da faixa de FM comercial rumo às frequências ocupadas pela
Aeronáutica. Veja, o GR21-A cobre uma largura de 40MHz de banda. Isto quer dizer
que, mesmo captando as últimas emissoras de FM comercial, ainda assim será possível
receber toda a faixa da aviação (118 à 138MHz).
O ajuste de faixa se faz atuando no trimer de CV.
Abrindo o trimer (diminuindo a capacitância), a frequência e operação tende a
aumentar deixando as emissoras de FM cada vez mais para trás. Lembrando também
que, afastando as espiras de L1, a faixa de frequências recebidas, também tende a
elevar-se, porém, preferimos deixar este ajuste a critério do leitor. Em nosso
protótipo, as espiras de L1 ficaram unidas, e o trimer de CV, a 1/4 de abertura.
Atue agora em TP1 para obter o máximo rendimento de recepção; caso o
receptor sofra instabilidades (apitos, roncos, etc.) retoque TP1 abaixo do limite de
estabilidade para garantir a melhor linearidade possível.
Faça uma varredura no dial e verifique a linearidade do ruído branco. Caso
perceba que em algum ponto da sintonia o ruído tenda a se aproximar de possíveis
instabilidades, reduza mais o nível de polarização de base de Q1, em TP1.
A sintonia das comunicações aeronáuticas é rápida, e você deverá ter paciência
durante sua exploração. O ajuste de TP1 deve ser refeito diversas vezes até que esteja
a gosto.
O áudio depende muito do autofalante usado. Se você utilizar uma boa caixa de
som poderá surpreender-se com a qualidade e o nível de áudio que este receptor pode
lhe oferecer.

Falhas no circuito.

É evidente que toda montagem eletrônica está sujeita a falhas, até mesmo pelos
mais experientes no assunto. Isso decorre de pequenos detalhes que, a todo o tempo,
precisam estarem sendo levados em consideração, razão pela qual vamos tentar expor
alguns dos inúmeros que, numa simples montagem como essa, podem ocorrer.

O receptor não “chia”, mas o amplificador de áudio funciona.

Antes de qualquer coisa tenha a devida pachorra de verificar se todos os


componentes estão em seus lugares corretos de acordo com o diagrama. Este receptor
foi montado e testado simultaneamente com o artigo desta revista, apresentado
excelentes resultados.

Verifique inicialmente a continuidade do cabinho do potenciômetro; verifique se

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


40
o potenciômetro está em boas condições (trilha interna partida);
Soldas frias também podem causar interrupções, ou produzir resistências
indesejáveis interferindo no funcionamento do circuito.
Verifique as condições de Q1;
Verifique se XRF está em perfeitas condições;

O receptor funciona com muita instabilidade.

Verifique as condições do acoplador de RF AS2605. Lembre-se que, durante sua


construção, o calor não pode derreter o dielétrico, o que pode danificá-lo, e o circuito
ser sobrecarregado pela antena provocando instabilidade;
Verifique o capacitor eletrolítico C1 – Este componente é fundamental no
desacoplamento do circuito oscilador. Sua perda de capacitância resulta em séria
instabilidade;
Se ainda assim, o problema persistir verifique as condições de CV, e por último –
o mais improvável – verifique os capacitores cerâmicos e os resistores do setor de RF.

O receptor funciona, porém o áudio é muito baixo ou o amplificador não funciona.

Observe se os transistores Q4 e Q5, do par complementar, não foram trocados


durante a montagem;
Verifique as condições de C14 (perda de capacitância);
Verifique se os transistores estão em bom estado;

O receptor apresenta ruído de rede (60Hz) e o áudio é de péssima qualidade.

A fonte de alimentação é um fator primordial para seu bom desempenho,


portanto deve merecer muita atenção no que concerne sua qualidade e desempenho.

Finalizando, por experiência própria, temos o dever de informar que uma placa
de circuitos também pode ser responsável por problemas quando operando em RF. É
quase impossível, mas infelizmente pode acontecer de uma placa virgem, de
fabricação duvidosa, apresentar fugas dielétricas curto-circuitando sinais de alta
frequência. Assim, ao ser confeccionado o receptor, por mais que o trabalho seja
perfeito, ele poderá não funcionar, razão pela qual se recomenda, em confecção de
circuito impresso de altas frequências, placas de boa procedência.

Problemas na recepção.

Se você mora próximo aos grandes centros de comunicação (emissoras de rádio

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


41
e TV), ou se estiver próximo à roteadores, fontes chaveadas, ou outras fontes que
causem ruídos em RF, é provável que tenha grande dificuldade ao monitorar a faixa da
aeronáutica. Você perceberá pontos da sintonia com silêncio no áudio, pulsações, tons
contínuos, etc., características da poluição eletromagnética de nossos dias.

Lista de Material.

Transistores: Q1 – BF494 ou equivalente Resistores (todos de 1/8W): R1 – 47k


(ver texto); Q2, Q3 – BC548; Q4 – BC328 e (amarelo, violeta, laranja); R2 – 10k
Q5 – BC338. (marrom, preto, laranja); R3 – 2k7
Capacitores cerâmicos: C2, C5 e C7 – (vermelho, violeta, vermelho); R4 – 2k2
2,2nF (222); C3 – 15pF; C4 – 4,7pF; Ce – (vermelho, vermelho, vermelho); R5 – 1M
3,3pF; C6 – 22nF (223); C8 e C9 – 100nF (marrom, preto, verde); R6, R10 e R11 – 1k
(104); C12 – 220pF; C13 – 15nF (153); Cx – (marrom, preto, vermelho); R7 – 22k
AS2605 (ver texto). (vermelho, vermelho, laranja); R8 – 4k7
Capacitores eletrolíticos: C1 e C15 - 47µF; (amarelo, violeta, vermelho); R9 -330k
C10 e C11 – 4,7µF; C14 - 220µF (todos os (laranja, laranja, amarelo);
capacitores com tensão mínima de 16V). Diversos: XRF reator de 47 à 100µH (ver
Diodos: D1 e D2 – 1N4148. texto); L1 – bobina de sintonia (ver texto);
Trimpot: TP1 – 22k – Trimpot miniatura CV – Capacitor variável para FM (ver
deitado; texto); Placa de circuito impresso GR21-A,
Potenciômetro: P1 – Potenciômetro de cabinho blindado, autofalante, LED
100k Lin (com ou sem chave). vermelho, chave ON/OFF, etc.

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


42
Uma fonte especialmente projetada
para o GR21-A, que trabalha em
conjunto com uma bateria interna
recarregável de 9V, proporcionando
mais versatilidade ao seu receptor.

Por Luiz Antônio C. Grillo.

Como se sabe, os receptores regenerativos são extremamente sensíveis às


variações de tensão, isso faz com que um receptor como o GR21-A, se alimentado por
bateria, possa começar a apresentar instabilidade de funcionamento quando a tensão
de sua fonte começar a decair devido sua descarga natural. Pensando nisso
resolvemos projetar uma fonte de alimentação para que ele possa ser alimentado pela
rede local, mas ainda mantendo sua portabilidade com uma bateria de 9V
recarregável, juntamente associada à um sistema carregador na própria fonte. Desta
maneira o seu receptor, quando alimentado pela rede local, estará simultaneamente
carregando a bateria.
A escolha de uma bateria de tensão superior vem justamente do fato do
receptor trabalhar com 6V. Neste caso, sendo a bateria de 9V, sua autonomia – em
nível de tensão extra – torna-se razoavelmente grande, pois sendo a tensão de saída
estabilizada em 6V no módulo da fonte, a bateria proverá uma boa folga de
suprimento de tensão durante sua descarga ao alimentar o receptor mantenho sua
estabilidade de funcionamento. Na figura 1 apresentamos o diagrama elétrico do
projeto.
Na entrada temos uma alimentação secundária AC de baixa tensão de 9V,
proveniente do transformador, retificada pelos diodos, D3, D4, D5 e D6, filtrada por
C17. Paralelamente à retificação temos uma entrada de alimentação externa DC
opcional, que pode vir de uma bateria externa de 12V, como uma segunda
possibilidade de alimentação no carro, por exemplo.
R12 é o resistor limitador de carga da bateria Bat, enquanto que D7 bloqueia a
corrente inversa vinda da fonte, mas conduz diretamente quando Bat é responsável
por alimentar a carga (receptor). Na verdade, D7 age como uma chave direcional
protegendo Bat contra corrente elevada de carregamento.

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


43
FIGURA 1 – Diagrama da fonte carregador, modelo M31.

Funcionamento.

Os componentes, DZ1, Q5, R13 e C19, formam o circuito regulador de tensão,


em torno de 6 Volts.
O valor de DZ1, em 6,8V é proposital, tendo em vista que a queda de tensão
(Vbe), entre base e emissor do transistor Q5, está entre 0,6 e 0,7 Volts resultando, na
saída da fonte, entre emissor e terra (GND), aproximadamente, 6 Volts.
SW é a chave de alimentação de saída. Caso seja desligada, Bat continua sendo
carregada, ou pela rede, ou pela bateria externa (12V). É por essa razão, inclusive, que
temos na entrada auxiliar de alimentação DC, os diodos D8, D9 e D10 em série. Para
que os 12V, vindos da bateria externa, sofram uma queda de tensão da ordem de 2V,
compatibilizando a carga de Bat sem risco de danifica-la por sobre tensão.
Na figura 2 temos o layout para confecção da placa de circuito do módulo M31.
O lado dos componentes está em tamanho ampliado para facilitar a visualização
dos mesmos, dado que as dimensões reais da placa são: 2,7 x 4,56 cm.

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


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Vista dos componentes Vista cobreada
FIGURA 2 – Layout da fonte-carregador M31 – Colaboração: Rodrigo R. Ribeiro -
Brasília/DF.

FIGURA 3 – Versão ampliada da placa para facilidade de visualização.

Importante! Durante a montagem, caso não utilize a entrada opcional de alimentação


(+B2 – GND), a colocação de D8, D9 e D10, na placa, não é obrigatória.

Iniciando a montagem.

Solde todos os componentes na PCI. Neste caso, não há necessidade de seguir


nenhuma regra ou sequência especifica, visto que não existem pontos de espaços
críticos na placa.

Ligações externas.

Nos pontos indicados, “AC1 e AC2”, ligue os cabinhos referentes ao secundário


do transformador (Trafo);
Nos pontos indicados por “SW” ligue, por meio de dois cabinhos, uma chave H-H
um polo x duas posições, ou similar;
Nos pontos, “+B1 e GND”, ligue um clipe de bateria 9V obedecendo a correta
polaridade + e -;
Os pontos “+B2 e GND” são opcionais para alimentação DC externa (bateria
12V), e devem ser respeitadas as polaridades das ligações + e -;
Os pontos “+ 6V –“ referem-se à saída de alimentação regulada da fonte à ser
ligada diretamente na entrada de alimentação do receptor.
A figura 3 ilustra a montagem completa da placa, enquanto que na figura 4 é

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45
possível observar a fonte-carregador M31 pronta para operação.

FIGURA 3 – Aspecto da PCI M31.

FIGURA 4 – Aspecto final da M31 em funcionamento.

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


46
Possíveis defeitos.

A M31 trabalha com um regulador de tensão de baixa potência, o transistor Q6


(BC338). Para a carga que se deseja controlar, ele satisfaz plenamente as necessidades.
Contudo, um curto acidental na saída da M31 pode danificá-lo sem que você se
aperceba disso.
Havendo curto ou fuga entre base e emissor de Q6, a queda de tensão Vbe de
Q1 desaparece, e a tensão na saída sobe para 6,8V (tensão referencial do zener). Ela é
indício que o transistor está danificado e não consegue controlar potência. Assim, a
tensão de 6,8V, vinda da referência do zener, não possui corrente de sustentação para
a estabilização. Isso quer dizer que, se uma carga for ligada à fonte haverá grande
flutuação de tensão.
O contrário ocorre se DZ1 estiver em curto; esta situação leva a base de Q6 ao
corte, e ele deixa de conduzir. A tensão na saída, neste caso, é Zero Volt.
Flutuação na saída, e riples, são características de capacitor de filtro com perda
de capacitância, no caso, C17.
Os diodos da ponte retificadora também podem apresentar problemas
semelhantes se estiverem em fuga.

O circuito não funciona em bateria.


Verifique D7. Provavelmente estará aberto.
A bateria aquece durante recarga.
Verifique D7. Provavelmente com fuga ou em curto.
A bateria não carrega.
Verifique R12, pode estar aberto.

Finalizando, recomendamos apenas o uso de baterias recarregáveis na M31.



Lista de Material.

Transistor: Q6 – BC338 ou equivalente; Diodo Zener: DZ1 – Diodo zener de 6,8


Resistores (todos de 1/8W): R12 – 330R Volts x 500 mW.
(laranja, laranja, marrom); R13 – 1k – Trafo: Transformador primário 110 ou 220
(marrom, preto, marrom); Volts (conforme rede local), e secundário 9
Capacitores cerâmicos: C16 e C18 – 100nf Volts x 500mA, sem center tape.
(104); M31 – Placa de circuito impresso.
Capacitores eletrolíticos: C17 – 2.200uF x
16 ou 25 Volts; C18 – 47uF x 16 Volts. Diversos: Clip de bateria, bateria
Diodos semicondutores: D3 à D10 – recarregável de 9V, cabo de força, chave
1N4007 ou equivalente. simples ON/OFF, fios, etc.

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


47
Amplificador de RF M25

Por Luiz Antônio C. Grillo

Apresentamos um circuito reforçador de sinais que poderá ser utilizado na


entrada de antena do receptor de VHF GR21-A, ou ainda, em outros receptores de
rádio FM para melhorar a recepção em locais realmente difíceis.
Trata-se de um simples amplificador de RF em configuração emissor comum
utilizando, como elemento ativo, um transistor BF494. No GR21-A, sua função é
melhorar a performance de recepção.
O circuito, por ser extremamente simples, dispensa maiores comentários. Na
figura 1 apresentamos seu diagrama elétrico.

FIGURA 1 – M25 – Módulo amplificador de RF.

Na figura 2 apresentamos os layouts para construção da placa, enquanto que na


figura 3, por razões obvias, reproduzimo-la a em tamanho ampliado.
Dimensões: 1,1 x 2,18 cm.

ELETRÔNICA 21 - Agosto de 2013


48
Componentes Chapeado

FIGURA 2 – Layout do Módulo M25 – Colaboração: Rodrigo R. Ribeiro – Brasília/DF.

FIGURA 3 – Imagem ampliada da PCI M25

Montagem.

Neste projeto, o único componente a ser construído é a bobina de carga L2, que
consta de cinco espiras de fio 26 com núcleo de ar, sobre um diâmetro interno de 4
mm.
Uma vez terminada L2 é só montar os componentes na placa. Como
recomendação, para sua comodidade, monte inicialmente R14 na PCI; deixe L2 por
último porque, por se tratar de um componente muito frágil, corre o risco de amassar
durante a montagem. A figura 4 nos mostra a aparência final do módulo M25.

FIGURA 4 – Aparência final da montagem do M25.

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Instalando o módulo M25 no receptor GR21-A.

Como foi visto anteriormente, o GR21-A possui um acesso de tensão “+B”


incorporado, justamente, para a instalação (opcional) de M25.
Em cada extremidade do módulo temos as devidas conexões de alimentação,
entrada e saída de sinal.
Os pontos de saída do módulo, “Cx” e “GND”, serão conectados diretamente na
placa do GR21-A onde temos a atual entrada de antena. Para isso recomendamos a
colocação de dois terminais neste local, isso porque a placa do módulo deverá ficar em
pé e autossustentada, com os componentes virados para o lado de TP1.
A soldagem do módulo, nos terminais da placa do receptor, deve ser feita
diretamente do lado chapeado, conforme nos sugere a figura 5.

FIGURA 5 – O módulo M25 deve ser fixado a 90° com a PCI do receptor, e soldado.
Para facilitar este trabalho você deverá retirar, temporariamente, C1.

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FIGURA 6 – Detalhe do módulo soldado, assim como seu ponto de alimentação (+B) e
conexões de antena.

Para encerrar, ligue um pedaço de cabinho vermelho do ponto +B do módulo


M25 ao ponto +B localizado na placa do GR21-A.
Nos pontos “A”, e na trilha da placa M25, que segue direto à terra do receptor
(GND), solde respectivamente o vivo e a malha, de um cabinho coaxial 50Ω, que
poderá ser ligado em um conector “fêmea” para acessar uma antena externa.
Caso utilize apenas antena telescópica basta conectar somente o vivo do cabo
coaxial a ela.
Na figura 7 podemos ver a conexão do cabinho coaxial de antena, enquanto na
figura 8, a interligação da alimentação +B do M25 à PCI do GR21-A.

FIGURA 7

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FIGURA 8

O GR21-A apresentou aumento de rendimento na recepção em antena externa


quando o módulo M25 foi incorporado. Com antena interna, esse efeito torna-se mais
discreto. Se você mora próximo à aeroportos, seu uso é irrelevante, embora sua
presença no circuito valorize sua eficiência.
É importante lembrar que nosso protótipo foi testado a uma distância, em linha
reta com a torre de controle do Rio de Janeiro, de aproximadamente 60km, utilizando
uma antena direcional de 3 elementos, ressonando na faixa de amadorismo (144 à 148
MHz), e mesmo assim, o resultado foi surpreendente.

O vídeo deste receptor, em pleno funcionamento, pode ser visto em:


http://www.youtube.com/watch?v=qCVtooyju_c

Lista de Material.

Transistor: Q7 – BF494 ou equivalente;


Resistores: R14 – 220k (vermelho, vermelho, amarelo) 1/8 watt; R15 – 1k (marrom,
preto, vermelho) 1/8 watt;
Capacitor: C20 – 68pF (cerâmico);

Diversos: L2 – Bobina de carga (ver texto); placa de circuito impresso M25; fio cabinho
vermelho; cabinho coaxial 50Ω, etc.

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Gostaríamos de saber o que você achou de nossa primeira edição, e o que
espera dos próximos lançamentos. Sua opinião é muito importante para que possamos
fazer uma revista técnica cada vez melhor e mais adequada aos seus interesses.
Escrevam-nos, seus comentários serão postados aqui como: dicas, sugestões,
críticas, artigos, colaborações, etc.
Ajude a construir a Eletrônica21. A Revista do nosso tempo.

Contato: grillo.eng@gmail.com

Sobre o autor,

Luiz Antônio Côrtes Grillo é Engenheiro Eletricista nas


modalidades, Eletrônica e Telecomunicações, formado em 1993
pela Universidade Gama Filho – Rio de Janeiro.
É pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela
Universidade Castelo Branco/RJ, e licenciado em Física pelo Centro
Técnico Educacional Souza Marques/RJ.
Como Engenheiro, atua há mais de dezesseis anos na área
de retransmissão de Televisão, além de pesquisas em radiocomunicações, como
radioamador, sob o indicativo PU1-JCG.

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Uma criação de Luiz Antônio C. Grillo

Todos os direitos reservados.

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mediante prévia autorização do autor.

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