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Caro amigo, antes mesmo de iniciar a leitura de nossa revista, gostaria de pedir um
minuto de sua atenção. Ele será decisivo para que este projeto que estamos lançando possa
sobreviver e frutificar.
Como é de nosso conhecimento, as revistas técnicas se extinguiram em nosso mercado
literário. As poucas que ainda existem, nada ou muito pouco, acrescentam àqueles que
desejam realizar experimentos ou ingressar no mundo maravilhoso da eletrônica. Sendo
assim resolvi lançar este projeto piloto com a edição de um receptor de VHF regenerativo,
cuja procura tem sido grande por parte dos internautas. Para chegarmos ao seu excepcional
resultado, muitas noites de sono foram perdidas, e muito trabalho, em termos de pesquisa,
foi realizado. Tudo isso no sentido de levar até você um projeto simples, mas que supere as
expectativas daqueles que se dispuserem a montá-lo, não sofrendo ao final, a decepção de
um resultado medíocre e desanimador. Nossa intenção é criar uma literatura de
credibilidade. Por essa razão, os projetos aqui descritos são rigorosamente testados. O GR21-
A é considerado pelos próprios internautas, como sendo o melhor receptor de modalidade
regenerativa, já projetado, para a banda aérea. Ele quase se equipara, em temos de
qualidade de recepção, aos profissionais.
Os pedidos deste projeto foram tão grandes que resolvemos lançá-lo em forma de
revista, com todas as instruções necessárias à sua montagem. Mas isso não é tudo. A partir
de agora pretendemos publicar novos projetos em forma de revista para você, com o intento
de trazer de volta, agora pela internet, a magia das literaturas técnicas de um passado não
muito distante. Tudo isso com uma vantagem. Por ser online será possível estar em contato
com o autor de maneira mais eficiente, seja para tirar dúvidas, críticas ou até mesmo
sugestões de um novo projeto.
A Revista ELETRÔNICA 21 é um sonho que poderá se tornar realidade, mas dependerá
mais de você, internauta, que do autor. O custo dala é utilizado exclusivamente para financiar
a compra de material e pesquisa para sua realização. A cópia ou distribuição não autorizada,
além de crime contra direitos autorais, ceifa a possibilidade da continuidade da obra. O custo
de cada edição poderá variar em função da complexidade de um, ou mais artigos teóricos, ou
mesmo do projeto, mas ainda assim, nada que não esteja ao alcance do leitor. Não somos
uma editora. Tudo o que é feito, desde a criação de um projeto à produção da revista, é
totalmente realizado pelo autor. A pirataria desta obra, no final das contas, prejudica
exclusivamente o próprio internauta, pois ela ameaça sua sobrevivência, não havendo, desta
maneira, motivo para continuar a existir. Por essa razão, não incentive cópias piratas. Só
depende de você. Com a sua colaboração e conscientização deste fato pretendemos publicar
muitos trabalhos direcionados exclusivamente para você que, assim como nós, é apaixonado
por essa ciência magnífica. Contamos com a sua parceria.
Seja bem-vindo à ELETRÔNICA 21, a revista do nosso tempo.
O Autor.
Tipos de Receptores.
É evidente, como pode ser visto na figura 3, que esta é apenas uma da muitas
possíveis combinações de frequências resultando em diversas outras. Por exemplo, o
batimento entre o segundo harmônico do TX2 com a fundamental do TX1 podem gerar
1.023,750MHz e 732,850MHz respectivamente aos sinais soma e diferença; ou ainda,
entre suas fundamentais – 584,600MHz (soma) e 293,700MHz (diferença). Estas e
muitas outras combinações podem interferir em serviços de telecomunicações que,
por ventura, possam estar alocados nas frequências em que as referidas resultantes de
batimentos possam estar atuando. Sendo, neste caso, muito difícil localizar a fonte,
pois como se vê, ela não é centralizada, mas composta de dois, ou até mesmo, mais
transmissores em locais distintos gerando n batimentos. Tal evento tem sido um
verdadeiro transtorno nos últimos anos com o congestionamento do espectro
eletromagnético devido a grande demanda exigida pelos novos serviços neste setor.
Na banda de amadorismo, por exemplo, principalmente em repetidoras de VHF, este
fato tem sido verificado pelo aumento indiscriminado do número de tais estações sem
um prévio estudo de implementação, acabando por gerar conflitos entre frequências.
Isto posto, após a teoria sobre batimentos, voltemos ao receptor heteródino
tomando como exemplo um rádio AM de Ondas Médias, cuja faixa de operação está
entre 550 à 1.600kHz.
Nos receptores RFS, em geral, as frequências superiores do dial são mais difíceis
A seletividade e a Banda Passante são os dois fatores que primam pela escolha
dos receptores heteródinos.
Um pouco de História.
Fonte: Wikipédia.
Uma simples experiência com um pêndulo nos revela, de forma qualitativa, uma
valiosa informação sobre a relação existente entre frequência e o respectivo
Reatância.
Impedância.
A soma de dois sinais senoidais em fase é muito simples, bastando somar ponto
a ponto seus inúmeros vetores contidos dentro da senoide (Figura 7).
FIGURA 7 – Composição ponto a ponto dos dois sinais S1 e S2. Como as ondas estão
em fase, o sinal resultante é a soma dos sinais (vetores) individuais.
Onde, VL é a tensão de linha (entre duas fases) e VF, a tensão entre a fase e o
neutro. Logo, para VF = 127 Volts teremos para VL = 127 X 1,732 = 220V.
O valor 1,732 vem justamente da combinação angular de 120° entre as fases.
Pois muito bem, analisando o circuito série proposto na figura 9, temos um sinal
de RF circulando na parte superior do braço do circuito. O gráfico à sua direita ilustra
os valores das reatâncias em função da frequência de corrente alternada atravessando
o circuito. Nele é possível verificar não só a intensidade das reatâncias, mas também
suas posições angulares, pois como sabemos, tanto impedância como reatância são
grandezas vetoriais.
Desconsiderando a resistência natural do circuito, as reatâncias, indutiva e
capacitiva, estarão sempre em contrafase (180°) conforme se observa no gráfico da
figura 9. Então, a soma vetorial torna-se muito simples bastando apenas uma
subtração algébrica.
Agora vamos entender como o circuito entra em ressonância.
Observando o gráfico da figura 9, em sua abscissa, da esquerda para a direita,
acompanhamos a excursão ascendente da frequência imposta ao circuito série LC.
Na frequência inferior (f-), a reatância capacitiva torna-se superior à indutiva, e o
circuito, nessas condições, é considerado capacitivo;
Na frequência superior (f+), a reatância indutiva torna-se superior à capacitiva, e
o circuito passa a ser considerado indutivo.
Em ambos os casos, o sinal alternado encontra dificuldade para ser escoado para
a terra devido às reatâncias envolvidas (impedância). Mas existe uma frequência (f0)
em que ambas as reatâncias são exatamente iguais, e por estarem em oposição de
fase, e com mesma intensidade, a soma algébrica delas resulta em zero, ou seja, são
canceladas (impedância Z=0). Neste momento o circuito comporta-se como um curto,
desviando grande parte da corrente para terra, atenuando o sinal de saída. A
frequência em que isso ocorre é a de ressonância. A figura 10 ilustra os gráficos que
mostram os comportamentos de reatância e corrente quando o circuito opera em
FIGURA 11 – Circuito LC, em série com a linda de RF; ao centro, gráfico ilustrando a
corrente de sinal de RF na entrada. Repare a linearidade ao longo de uma ampla faixa
de frequências; à direita é possível ver a largura de faixa selecionada pelo circuito LC
Como se observa na figura 12, temos uma corrente de entrada onde parte é
desviada para atravessar as reatâncias do circuito LC exatamente como se fosse uma
associação paralela de resistores. A única diferença está na defasagem que elas
sofrerão ao atravessarem seus respectivos componentes (o que não aconteceria em
resistores).
Pois bem, ao atingir o ponto 1 do circuito, a corrente I se divide em duas; a que
passa por C se adianta em 90°; a que passa por L se atrasa em 90°. Logo, entre si,
Assim como no circuito LC série, o paralelo também pode mudar sua função de
filtro de banda passante, na configuração da figura 12, a um filtro rejeitor de faixa
quando ligado em série com a linha, conforme demonstra a configuração da figura 14.
Curiosidade.
Você sabia que nossos olhos funcionam exatamente como um filtro passa faixa?
Exatamente. À nossa volta chegam os mais diversos tipos e frequências de ondas
eletromagnéticas possíveis; além da sensação de calor, que também é uma banda
estreita do espectro, sentida por nosso corpo, os olhos captam uma faixa de
frequência definida entre 400 e 700THz (figura 15).
Receptores regenerativos.
Agora que revisamos um pouco dos circuitos ressonantes, assim como conceitos
básicos de telecomunicações, passemos a uma análise do receptor regenerativo que,
ao contrário do que se pensa, ocupa uma boa fatia do mercado em determinadas
áreas específicas, em vista de sua simplicidade e sensibilidade.
Após passar por XRF a informação sofre um refinamento no filtro formado por
C5, R3 e C6, apresentando na saída um sinal puro de áudio.
Montagem do GR21-A.
Nosso protótipo utilizou, no setor de RF, o BF494, mas seus equivalentes, desde
que genuínos, também podem ser utilizados.
Outro componente que deve ser escolhido com cuidado é o capacitor variável.
Caso ele não corresponda à correta capacitância de operação na faixa de FM, ou
apresentar problemas em seu rotor, ou ainda, curtos entre rotor e estator, o oscilador
não funcionará.
A bobina de sintonia é outro componente que, apesar de fácil construção, deve
seguir os padrões exigidos na montagem.
XRF é o choque de radiofrequência, e pode ser comprado ou confeccionado. Ele
não é crítico, mas sua obtenção ou construção devem estar dentro das especificações
sob pena de perda de qualidade e estabilidade na recepção.
Cx é o acoplador de sinal AS2605, um componente que evita a sobrecarga do
circuito de recepção e permite um acoplamento “suave” entre a antena e o receptor.
Ele não existe no mercado, e sua construção, assim como a de XRF, serão detalhadas.
Finalmente, a placa de circuito impresso. Este é o componente crucial de nosso
projeto. Como o circuito, além de trabalhar em frequências elevadas, possui um
oscilador altamente crítico, a placa deve ser concebida de forma a propiciar condições
ideais para seu perfeito funcionamento. Apesar de muitas literaturas insistirem na
fabricação deste receptor em placa de fibra de vidro, entendemos que tal
Confecção de XRF.
FIGURA 26 – Colocação do primeiro terminal na forma plástica. Observe que ele deve
ficar bem próximo à extremidade, por questão de acabamento.
FIGURA 27
Capacitor variável.
Observação importante!
O prezado leitor observará que, na placa, existe uma inscrição “+B”. Ela se refere
a uma saída de alimentação para uso opcional de um amplificador de RF na entrada de
antena. Logo, em principio, não precisa ser utilizada.
Instalando o potenciômetro.
Antes de ligar o receptor, faça uma verificação geral. Lembre-se que a pressa é
inimiga da perfeição.
Uma vez verificado todo o circuito ligue à sua entrada de antena, de preferência,
uma externa, para que o circuito de entrada seja carregado ao máximo; caso você não
possua antena externa ligue, por meio de um pequeno cabinho, uma interna
(telescópica) em seu respectivo ponto, conforme indica o diagrama da figura 20
mantendo-a, de preferência, em posição vertical.
Conecte o receptor em uma boa fonte de alimentação estabilizada e bem
filtrada com tensão nominal de 6 Volts.
Coloque TP1 a meio curso, assim como o controle de volume; feche o trimer (CV
de ajuste) atuando no parafuso, unindo suas placas (máxima capacitância) na seção
utilizada do receptor.
Uma observação quanto à TP1: se o trimpot for de cursor metálico exposto
utilize chave curta e isolada para que seu comprimento e sua mão não provoquem
interações no oscilador.
Ligue o receptor. Provavelmente ele começará a emitir um chiado (ruído
branco), característico de recepção VHF. Caso esteja tudo em ordem é possível que
você já consiga captar alguma emissora de FM comercial (radiodifusão), ou mesmo da
aviação. Nestas condições, o limite inferior da faixa recebida será, aproximadamente,
Falhas no circuito.
É evidente que toda montagem eletrônica está sujeita a falhas, até mesmo pelos
mais experientes no assunto. Isso decorre de pequenos detalhes que, a todo o tempo,
precisam estarem sendo levados em consideração, razão pela qual vamos tentar expor
alguns dos inúmeros que, numa simples montagem como essa, podem ocorrer.
Finalizando, por experiência própria, temos o dever de informar que uma placa
de circuitos também pode ser responsável por problemas quando operando em RF. É
quase impossível, mas infelizmente pode acontecer de uma placa virgem, de
fabricação duvidosa, apresentar fugas dielétricas curto-circuitando sinais de alta
frequência. Assim, ao ser confeccionado o receptor, por mais que o trabalho seja
perfeito, ele poderá não funcionar, razão pela qual se recomenda, em confecção de
circuito impresso de altas frequências, placas de boa procedência.
Problemas na recepção.
Lista de Material.
Funcionamento.
Iniciando a montagem.
Ligações externas.
Montagem.
Neste projeto, o único componente a ser construído é a bobina de carga L2, que
consta de cinco espiras de fio 26 com núcleo de ar, sobre um diâmetro interno de 4
mm.
Uma vez terminada L2 é só montar os componentes na placa. Como
recomendação, para sua comodidade, monte inicialmente R14 na PCI; deixe L2 por
último porque, por se tratar de um componente muito frágil, corre o risco de amassar
durante a montagem. A figura 4 nos mostra a aparência final do módulo M25.
FIGURA 5 – O módulo M25 deve ser fixado a 90° com a PCI do receptor, e soldado.
Para facilitar este trabalho você deverá retirar, temporariamente, C1.
FIGURA 7
Diversos: L2 – Bobina de carga (ver texto); placa de circuito impresso M25; fio cabinho
vermelho; cabinho coaxial 50Ω, etc.
Contato: grillo.eng@gmail.com
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ELETRÔNICA 21
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