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ECOLOGIA

CONCEITOS BÁSICOS

● População: conjunto de indivíduos da mesma espécie que vive na mesma área e no


mesmo tempo, numa interdependência.
● Comunidade: conjunto de populações de uma área, que se interdependem. Também
chamada de BIOCENOSE.
● Ecossistema: é o conjunto da comunidade mais o meio (Biótopo) numa perfeita interação.
● Biosfera: camada da Terra ocupada pelos seres vivos. É o conjunto de todos os
ecossistemas.
● Habitat: é o local onde vive determinada espécie.
● Nicho: é o modo de vida de uma determinada espécie.

Quando definimos ecossistema como sendo a interação de fatores abióticos com fatores bióticos
de uma comunidade temos que ter a clareza que isto significa que este conceito compreende a
complicada rede de relações que existe entre todas as partes do ambiente, tanto vivo quanto não
vivo. Assim, no ecossistema ocorrem duas coisas fundamentais: uma é o fluxo de energia cuja
fonte primária é o sol, cabe ressaltar que este fluxo de energia é unidirecional, e a outra é o ciclo
de matéria que passa pelos diversos componentes da comunidade.

Matéria e energia

Tudo que se refere ao meio ambiente envolve os conceitos de matéria e energia, matéria é tudo
que ocupa lugar no espaço e possui massa já energia é compreendida como sendo a capacidade
de realizar trabalho.
Em qualquer sistema natural, matéria e energia se conservam não se criam não se destroem.
Isto ficou evidenciado através de duas leis da física: Lei da conservação da massa e a Lei da
conservação da energia ou primeira lei da termodinâmica .
Outra lei importante que devemos levar em consideração nos estudos ambientais é a segunda lei
da termodinâmica que explicita que a energia sempre se degrada das formas mais nobres para
as menos nobres. (maior qualidade para as de menor qualidade).

Lei da conservação das massas.


Qualquer sistema físico ou químico nunca se cria nem se elimina matéria apenas se transforma.
Sendo assim tudo que existe provem de algo preexistente e tudo que se consome apenas perde a
forma original passando a adotar uma outra
A luz da lei da conservação da massa é que podemos compreender o enorme problema da
geração de resíduos, nunca poderemos consumir alguma coisa de tal forma que esta matéria
venha ser eliminada do planeta. Sendo assim a geração de resíduos e inerentes à atividade dos
seres vivos, qualquer ser vivo, logo a reciclagem deste resíduo é o forma que a natureza resolve
este fato. Através dos ciclos biogeoquímicos é que se torna possível a reciclagem destes resíduos.
O fator tempo e a quantidade são determinante neste processo para se estabelece o equilíbrio do
sistema. Num sistema natural as quantidades são compatíveis com o tempo necessário para sua
reciclagem desta forma na natureza não apresenta problemas com os resíduos. A sociedade
humana por muito tempo apresentou uma produção compatível com a capacidade e reciclagem
dos sistemas ambientais, produzindo em pequena quantidade e de forma dispersa no ambiente.
Com o advento da revolução industrial e a concentração populacional, começamos a gerar
resíduos de forma concentrada e em maior quantidade inviabilizando sua reciclagem em tempo
compatível com a nossa existência.

Primeira lei da termodinâmica;


Temos nesta lei um enunciado análogo à lei da conservação da massa, só que referente à
energia. Sendo assim temos que a energia pode ser transformada em outra forma de energia
porem jamais será perdida. Temos que lembrar que o planeta se apresenta como um sistema
energeticamente aberto logo toda a energia que entra terá que sair, no entanto esta energia não
obrigatóriamete sairá da mesma forma que entrou. A respiração e a fotossíntese são bons
exemplos que os seres vivos apresentam para respeitar e primeira lei da termodinâmica.

Segunda lei da termodinâmica;


Nesta lei temos que toda forma de energia se transforma em uma forma menos nobre do que a
original. Apesar da quantidade de energia ser preservada teremos uma diminuição na qualidade
desta energia.
Uma das consequências desta lei é que todo corpo que venha a possuir uma forma ordenada
necessita de energia de alta qualidade para manter sua entropia baixa.Como a tendência é o
aumento de dispersão da energia na forma de calor, destruindo a ordem inicial e levando a um
estado final mais estável para se manter qualquer sistema organizado, é necessário o
fornecimento contínuo de energia.sendo assim ha uma tendência natural no aumento da entropia
dos sistemas naturais.
O conhecimento destas leis e sua compreensão nos levam a entender mais claramente os
problemas ambientais. Como não é possível subornar a natureza nem tão pouco dar um jeitinho
para não cumprir estas leis, percebe-se que será necessária uma ação externa para manter os
sistemas em estado de menor entropia. A manutenção de um meio ambiente equilibrado tem seu
custo econômico e social e devemos enfrentar o desafio de procurar e atingir este equilíbrio.

A termodinâmica na ecologia

A primeira lei da termodinâmica diz que “matéria e energia não podem ser criadas ou destruídas,
somente transformadas”. Significa que uma substância se transforma em outra, através de
processos físicos, químicos ou biológicos, assumindo inclusive diferentes funções, mas não pode
simplesmente desaparecer. O mesmo é dito para a energia, que se transforma de uma forma em
outra, mas não desaparece, pelo menos no universo. Esta é também chamada “lei da
conservação de massa e energia”.
Já a segunda lei da termodinâmica assegura que “a entropia do universo cresce na direção de um
máximo”. Entende-se aqui como entropia a quantidade de energia que não é mais capaz de
realizar trabalho em um sistema, sendo um indicativo de desordem da natureza. Também é
chamada “lei da entropia”.
Agora analisemos a primeira lei da termodinâmica em termos práticos. Na natureza, existem as
substâncias simples como água, gás carbônico e sais minerais, que, se absorvidas pela planta,
transformam-se em matéria orgânica vegetal, sob a forma de moléculas complexas como
açúcares, proteínas e gorduras.
O herbívoro, ao comer folhas e frutos, ingere e digere esse material, absorvendo-o e
metabolizando-o em outras substâncias, como as proteínas animais. Se um carnívoro come o
herbívoro, ingere seus músculos e demais tecidos, incorporando a proteína e utilizando-a em seu
metabolismo. Até que um dia o carnívoro morre e as bactérias se encarregarão de transformar
matéria em substâncias simples outra vez, como em água, gás carbônico e sais minerais.
Observe que, no processo, se fechou o ciclo da matéria, garantindo continuamente a retro-
alimentação, desde que o ecossistema permaneça equilibrado. Se fizermos um balanço de
massa, controlando todas as entradas e saídas, ele será zero.
Em relação à energia, há uma diferença. Em cada etapa desse processo, existem saídas do
ecossistema quando, por exemplo, pela respiração a energia química das ligações de moléculas
orgânicas é transformada em energia calorífica, dissipando-se o calor na atmosfera. Assim, em
termos energéticos, embora não ocorra desaparecimento de energia, existe dispersão de parte
dela, que se dissipa e não volta para o ciclo da vida.
É aí que entra a segunda lei da termodinâmica. De acordo com ela, as transformações de energia
se dão em direção às formas menos concentradas. É o que vemos na cadeia alimentar, em que os
fenômenos da respiração bioquímica nas células e da decomposição microbiana levam a reações
exoenergéticas, para disponibilizar a energia de movimento, seja para transporte da seiva nas
plantas, seja para o andar dos animais. Depois de realizar trabalho, esta energia liberada
desorganiza-se ainda mais, sob a forma de calor. Esta é a forma usual em que é dispersa na
atmosfera.
Assim, pode-se dizer que a morte resulta da vitória da entropia. E a vida? Essa busca
permanentemente reusar e reciclar a matéria e valorizar a energia que ainda é capaz de realizar
trabalho, buscando o que chamamos de equilíbrio homeostático, ou seja, fazer com que a
variação da energia interna no ecossistema seja a menor possível. Portanto, a vida é um eterno
desafio à entropia, porque busca a complexidade e a estabilidade, no seu processo de evolução.

AS CADEIAS ALIMENTARES

a) Cadeia alimentar:
Cadeia alimentar, ou cadeia trófica, é uma sequência de seres vivos na qual uns comem aqueles
que os antecedem na cadeia, antes de serem comidos por aqueles que os seguem. A cadeia
mostra a transferência de matéria e energia através de uma série de organismos.

b) Níveis tróficos:
Na cadeia alimentar, distinguem-se os seguintes níveis tróficos ou alimentares:
São os vegetais autótrofos, clorofilados que, através da fotossíntese,
fixam a energia luminosa, utilizam substâncias inorgânicas simples
(água e gás carbónico) e edificam substâncias orgânicas complexas
(glicose, amido).
Produtores
No meio terrestre, os principais produtores são os fanerógamos
(vegetais com flores); no meio aquático marinho, são principalmente
as algas microscópicas; na água doce, são as algas e os
fanerógamos.
São os organismos que comem os produtores; são heterótrofos e
Consumidores geralmente herbívoros. Também são consumidores primários os
primários ou de parasitas de vegetais.
primeira ordem No meio terrestre, os herbívoros são principalmente os insetos, os
roedores e os ungulados.
Consumidores
secundários ou Vivem a expensas dos herbívoros, sendo representados por
de segunda carnívoros. Acham-se nos mais variados grupos.
ordem
São os carnívoros maiores que se alimentam de carnívoros menores,
como é o caso de um gavião que come uma cobra.
Consumidores
De maneira idêntica poderíamos definir consumidores de quarta
terciários ou de
ordem, quinta ordem etc.
terceira ordem
Normalmente, devido ao desperdício de energia, como veremos
adiante, as cadeias alimentares não ultrapassam 5 ou 6 níveis.
Na cadeia trófica, aparecem os decompositores, biorredutores,
microorganismos representados por bactérias e fungos. Tais
Decompositores organismos atacam os cadáveres e os excrementos, decompondo-
os. São muito importantes, visto que realizam a reciclagem da
matéria, devolvendo os elementos químicos ao meio ambiente.

REPRESENTAÇÃO DE UMA CADEIA ALIMENTAR P – Produtor


C1 – Consumidor primário
C2 – Consumidor secundário
C3 – Consumidor terciário
D - Decompositor
EXEMPLO DE CADEIA ALIMENTAR

Planta Coelho Raposa

c) Teias alimentares:
Em um ecossistema, as cadeias alimentares interagem formando redes alimentares. Na teia,
representamos o máximo de relações tróficas existentes entre os diversos seres vivos do
ecossistema e observamos que um animal, por exemplo, pode pertencer a níveis trófícos
diferentes. É o caso dos onívoros, que consomem simultaneamente animais e vegetais, e dos
carnívoros, que atacam variadas presas.
Como observamos a seguir, a rede ou teia alimentar resulta do entrelaçamento das cadeias
alimentares.

I – produtor.
II e III - consumidor primário.
IV - consumidor primário e secundário
V e VI - consumidor secundário e
terciário.
VII - consumidor secundário, terciário e
quaternário.
O FLUXO DE ENERGIA NOS SERES VIVOS

a) Necessidades energéticas dos seres vivos:

Todo ser vivo necessita de energia, que é utilizada para:


1. construção do organismo;
2. realização de suas atividades (movimentos, manutenção de temperatura, reações químicas
etc.).
Os seres vivos são constituídos por moléculas orgânicas, ou seja, macromoléculas formadas por
extensas cadeias de carbono. Quanto maior for a molécula, maior será a quantidade de energia
necessária para sintetizá-la e maior será a quantidade de energia nela armazenada e disponível
para as necessidades metabólicas do ser vivo.
Como sabemos, toda a energia utilizada pêlos seres vivos vem da luz solar. Através da
fotossíntese, as plantas verdes captam a energia luminosa do sol, transformando-a em energia
química contida em alimentos.

O esquema abaixo mostra que o fluxo energético é unidirecional e a matéria é cíclica.

O fluxo de energia através dos níveis tróficos de um ecosistema.

b) Produtividade Primária Bruta (PPB)

Produtividade primária bruta é a quantidade de compostos orgânicos produzidos pêlos vegetais


fotossintéticos, por unidade de área e tempo.

c) Produtividade Primária Líquida (PPL)

É a produtividade primária bruta menos a quantidade de energia consumida pelo vegetal


através da respiração (R).
PPL = PPB -
R

O gráfico abaixo representa as produtividades primárias.


Representação das produtividades primarias.

I. Quantidade de alimentos produzidos pelo vegetal na fotossíntese (PPB).


II. Quantidade de alimento gasto pelo vegetal na sua respiração (R).
III. Quantidade de alimento armazenado (PPL).É a energia obtida pelo consumidor secundário
(carnívoro) ao ingerir os herbívoros.
DIAGRAMA DO FLUXO DE ENERGIA

d) Características do fluxo energético:


1. O sol é a fonte de energia para os seres vivos.
2. A maior quantidade de energia está nos produtores.
3. À medida que nos afastamos do produtor, o nível energético vai diminuindo.
4. A energia que sai dos seres vivos não é reaproveitada.
5. O fluxo energético é unidirecional.

Considere a seguinte cadeia alimentar:

planta  inseto  aranha  ave  cobra  gavião

A maior quantidade de energia encontra-se na planta. A energia diminui progressivamente de


um nível trófico para o seguinte, e a menor quantidade de energia encontra-se no gavião.

AS PIRÂMIDES ECOLÓGICAS
Pirâmides ecológicas são representações gráficas das cadeias alimentares. A pirâmide é
construída por uma série de degraus ou retângulos superpostos, representando os diversos níveis
tróficos da cadeia. Existem três tipos de pirâmides: pirâmide de números, pirâmide de biomassa e
pirâmide de energia.
A pirâmide de números é edificada com a superposição de retângulos
horizontais de mesma altura, sendo o
comprimento proporcional ao número de indivíduos existentes em cada
nível trófico.
Na pirâmide de números típica, o número de indivíduos diminui a cada nível
trófico. São necessários vários produtores para alimentar um pequeno
Pirâmide número de herbívoros, que, por sua vez, servirão de alimento a um número
de menor de carnívoros.
Números A forma de uma pirâmide de números pode ser muito variada. Assim, uma
árvore pode ser o produtor que nutre numerosos insetos, que servem de
alimento a algumas aves. Nesse caso, tem-se a pirâmide esquematizada:
Uma pirâmide invertida pode ocorrer quando uma planta é parasitada por
pulgões, que, por sua vez, são parasitados por protozoários.
A pirâmide de números não tem muito valor descritivo porque dá igual
importância aos diversos indivíduos, sem considerar o tamanho e o peso.
Na pirâmide de biomassas é indicada, em cada nível trófico, a biomassa dos
organismos correspondentes. Por biomassa entendemos a massa orgânica
do ecossistema. Geralmente, a pirâmide de biomassas apresenta o vértice
voltado para cima.
Mas há exceções encontradas em ecossistemas marinhos, onde o
Pirâmide fitoplâncton (algas microscópicas) tem uma biomassa inferior à do
zooplâncton (animais microscópicos - protozoários, crustáceos etc.), mas
de
uma velocidade de renovação (reprodução) muito mais rápida.
Biomassas A pirâmide de biomassas é melhor do que a de números por indicar, para
cada nível trófico, a quantidade de matéria viva presente. Contudo, tal
pirâmide atribui a mesma importância aos diversos tecidos, embora tenham
valores energéticos diferentes; não leva em conta o fator tempo, uma vez
que as biomassas podem ter sido acumuladas em alguns dias, como é caso
do fitoplâncton, ou em centenas de anos, como é o caso de uma floresta.
A melhor representação da cadeia alimentar é a pirâmide de energia, na
Pirâmide qual cada nível trófico é representado por um retângulo, cujo comprimento é
de Energia proporcional à quantidade de energia acumulada por unidade de tempo
e de espaço nesse nível. Tal pirâmide apresenta sempre o vértice para cima.

SUCESSÃO ECOLÓGICA

Quando estudamos um ecossistema percebemos que eles não se comportam como um sistema
estático, na realidade eles estão constantemente em transformação este processo de
transformação de um ecossistema recebe o nome de SUCESSÃO ECOLÓGICA. Podemos dizer
que sucessão ecológica é um processo de mudanças gradativas na constituição das comunidades
que se sucedem no ecossistema.
Quando um processo de sucessão inicia-se a partir de um ambiente estéril, sem vida, onde as
condições não eram favoráveis para a manutenção da vida, neste caso temos uma SUCESSÃO
PRIMÁRIA. Quando a sucessão ocorre numa área onde já havia vida anteriormente, temos uma
SUCESSÃO SECUNDÁRIA.
A fase inicial de uma sucessão recebe o nome de ECESE e esta é formada de ESPÉCIES
PIONEIRAS. As comunidades que se sucedem recebem o nome de SERES E SERIES, o
equilíbrio de um dinâmico (homeostase) não havendo mais substituição de espécies e a biomassa
atinge o valor máximo possível para a quantidade de energia recebida pelo ecossistema.

DINÂMICA DAS POPULAÇÕES


O primeiro passo para que possamos compreender um ecossistema é estudar as populações que
compõem uma comunidade. As populações devem permanecer mais ou menos constantes para
que a comunidade se mantenha em equilíbrio.
Dois conceitos são fundamentais para que possamos compreender a dinâmica de uma população:
POTENCIAL BIÓTICO é a capacidade potencial de uma população aumentar numericamente em
condições ambientais favoráveis. RESISTÊNCIA AMBIENTAL é o conjunto de fatores que limitam
o potencial biótico de uma população. (Alimento, predação, espaço, etc.)
Fatores que caracterizam uma população:
É o quociente entre o número de indivíduos que constituem a população
Densidade
pelo espaço ocupado.
Taxa de Número de nascimento de indivíduos de uma determinada espécie,
natalidade durante um certo tempo (dia, semana, etc.) num determinado lugar.
Taxa de Número de mortes de indivíduos de uma determinada espécie, durante
mortalidade um certo tempo (dia, semana, etc.) num determinado lugar.
Corrente de indivíduos que deixa de participar de uma população e
Migração passa a participar de outra população. A migração é um processo
voluntário e ativo.

RELAÇÕES ECOLÓGICAS

Podemos classificar as relações entre seres vivos inicialmente em dois grupos:

Intraespecíficas que ocorrem entre seres da mesma espécie,

Interespecíficas entre seres de espécies distintas.

É comum diferenciar-se as relações em harmônicas ou positivas e desarmônicas ou


negativas. Nas harmônicas não há prejuízo para nenhuma das partes associadas, e nas
desarmônicas há.

1. RELAÇÕES INTRA-ESPECÍFICAS HARMÔNICAS

Relações que ocorrem em indivíduos da mesma espécie, não existindo desvantagem nem
benefício para nenhuma das espécies consideradas. Compreendem as colônias e
as sociedades.

a)Colônias

Agrupamento de indivíduos da mesma espécie que revelam profundo grau de interdependência e


se mostram ligados uns aos outros, sendo-lhes impossível a vida quando isolados do conjunto,
podendo ou não ocorrer divisão do trabalho.

Os corais e as esponjas vivem sempre em colônias. Há colônias com divisão de trabalho. É o que
podemos observar com colônias de medusas de cnidários (caravelas) e com colônias de Volvox
globator (protoctista): há alguns indivíduos especializados na reprodução e outros no
deslocamento da colônia (que é esférica) na água.

b)Sociedades

As sociedades são agrupamentos de indivíduos da mesma espécie que têm plena capacidade de
vida isolada mas preferem viver na coletividade. Os indivíduos de uma sociedade têm
independência física uns dos outros. Pode ocorre, entretanto, um certo grau de diferenciação de
formas entre eles e de divisão de trabalho, como sucede com as formigas, as abelhas e
os térmitas ou cupins.

Nos diversos insetos sociais a comunicação entre os diferentes indivíduos é feita através
dos ferormônios - substâncias químicas que servem para a comunicação. Os ferormônios são
usados na demarcação de territórios, atração sexual, transmissão de alarme, localização de
alimento e organização social.

2. CONPETIÇÃO INTRA-ESPECÍFICAS

É a relação intra-específica desarmônica, entre os indivíduos da mesma espécie, quando


concorrem pelos mesmos fatores ambientais, principalmente espaço e alimento. Essa relação
determina a densidade das populações envolvidas.

a)Canibalismo

Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie. Ocorre com escorpiões,
aranhas, peixes, planárias, roedores, etc. Na espécie humana, quando existe, recebe o nome de
antropofagia (do grego anthropos, homem; phagein, comer).

3. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS HARMÔNICAS

Ocorrem entre organismos de espécies diferentes. Compreendem a protocooperação, o


mutualismo, o comensalismo e inquilinismo.

a) Comensalismo
É uma associação em que uma das espécies — a comensal — é beneficiada, sem causar
benefício ou prejuízo ao outro. O termo comensal tem interpretação mais literal: "comensal é
aquele que come à mesa de outro".

A rêmora é um peixe dotado de ventosa com a qual se prende ao ventre dos tubarões.
Juntamente com o peixe-piloto, que nada em cardumes ao redor do tubarão, ela aproveita os
restos alimentares que caem na boca do seu grande "anfitrião".

A Entamoeba coli é um protozoário comensal que vive no intestino humano, onde se nutre dos
restos da digestão.

b) Inquilinismo

É a associação em que apenas uma espécie (inquilino) se beneficia, procurando abrigo ou


suporte no corpo de outra espécie, sem prejudicá-lo.

Trata-se de uma associação semelhante ao comensalismo, não envolvendo alimento. Exemplos:

 Peixe-agulha e holotúria

O peixe-agulha apresenta um corpo fino e alongado e se protege contra a ação de predadores


abrigando-se no interior das holotúrias (pepinos-do-mar), sem prejudicá-los.

 Epifitismo

Epífias (epi, em cima) são plantas que crescem sobre os troncos maiores sem parasitá-las. São
epífitas as orquídeas e as bromélias que, vivendo sobre árvores, obtêm maior suprimento de luz
solar.

c) Mutualismo

Associação na qual duas espécies envolvidas são beneficiadas, porém, cada espécie só
consegue viver na presença da outra. Entre exemplos destacaremos.

 Liquens

Os liquens constituem associações entre algas unicelulares e certos fungos. As algas sintetizam
matéria orgânica e fornecem aos fungos parte do alimento produzido. Esses, por sua vez, retiram
água e sais minerais do substrato, fornecendo-os às algas. Além disso, os fungos envolvem com
suas hifas o grupo de algas, protegendo-as contra desidratação.

 Cupins e protozoários

Ao comerem madeira, os cupins obtêm grandes quantidades de celulose, mas não conseguem
produzir a celulase, enzima capaz de digerir a celulose. Em seu intestino existem protozoários
flagelados capazes de realizar essa digestão. Assim, os protozoários se valem em parte do
alimento do inseto e este, por sua vez, se beneficia da ação dos protozoários. Nenhum deles,
todavia, poderia viver isoladamente.

 Ruminates e microorganismos

Na pança ou rúmen dos ruminantes também se encontram bactérias que promovem a digestão da
celulose ingerida com a folhagem. É um caso idêntico ao anterior.

 Bactérias e raízes de leguminosas

No ciclo do nitrogênio, bactérias do gênero Rhizobium produzem compostos nitrogenados que são
assimilados pelas leguminosas, por sua vez, fornecem a essas bactérias a matéria orgânica
necessária ao desempenho de suas funções vitais.

 Micorrizas

São associações entre fungos e raízes de certas plantas, como orquídeas, morangueiros,
tomateiros, pinheiros, etc. O fungo, que é um decompositor, fornece ao vegetal nitrogênio e outros
nutrientes minerais; em troca, recebe matéria orgânica fotossintetizada.

d) Protocooperação

Trata-se de uma associação bilateral, entre espécies diferentes, na qual ambas se beneficiam;
contudo, tal associação não é obrigatória, podendo cada espécie viver isoladamente.

A atuação dos pássaros que promovem a dispersão das plantas comendo-lhes os frutos e
evacuando as suas sementes em local distante, bem como a ação de insetos que procuram o
néctar das flores e contribuem involuntariamente para a polinização das plantas são consideradas
exemplos de protocooperação. Como exemplos citaremos:
 Caramujo paguro e actínias

També conhecido como bernardo-eremita, trata-se de


um crustáceo marinho que apresenta o abdomên longo
e mole, desprotegido de concha. A fim de proteger o
abdomên, o bernardo vive no interior de conchas vazias
de caramujos. Sobre a concha
aparecem actínias ou anêmonas-do-
mar (celenterados), animais portadores de tentáculos urticantes. Ao paguro, a actínia não causa
qualquer dano, pois se beneficia, sendo levada por ele aos locais onde há alimento. Ele, por sua
vez, também se beneficia com a eficiente "proteção" que ela lhe dá.

 Pássaro-palito e crocodilo

O pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos, nas margens do Nilo, alimentando-se de restos
alimentares e de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é mútua, porque, em troca do
alimento, o pássaro livra os crocodilos dos parasitas mais principalmente serve de alrme quando o
crocodilo fica vulnerável na beira do rio.

 Anu e gado

O anu é uma ave que se alimenta de carrapatos existentes na pele do gado, capturando-os
diretamente. Em troca, o gado livra-se dos indesejáveis parasitas.

4. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS DESARMONICAS

- COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICAS

Relações interespecíficas desarmônicas entre espécies diferentes, em uma mesma comunidade,


apresentam nichos ecológicos iguais ou muito semelhantes, desencadeando um mecanismo de
disputa pelo mesmo recurso do meio, quando este não é suficiente para as duas populações.

Esse mecanismo pode determinar controle da densidade das duas populações que estão
interagindo, extinção de uma delas ou, ainda, especialização do nicho ecológico.

a) Amensalismo ou Antibiose
Relação no qual uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução de outra espécie,
denominada amensal, através da liberação de substâncias tóxicas. Exemplos:

 Os fungos Penicillium notatum eliminam a penicilina, antibiótico que impede que as


bactérias se reproduzam.
 A secreção e eliminação de substâncias tóxicas pelas raízes de certas plantas impede o
crescimento de outras espécies no local.

b) Parasitismo

O parasitismo é uma forma de relação desarmônica mais comum do que a antibiose. Ele
caracteriza a espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição
e causando-lhe, em consequência, danos cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos
distúrbios até a própria morte do indivíduo parasitado. Dá-se o nome de hospedeiro ao organismo
que abriga o parasita. De um modo geral, a morte do hospedeiro não é conveniente ao parasita.
Mas, a despeito disso, muitas vezes ela ocorre.

c) Predatismo

Predador é o indivíduo que ataca e devora outro, chamado presa, pertencente a espécie
diferente. Os predadores são geralmente maiores e menos numerosos que suas presas, sendo
exemplificadas pelos animais carnívoros.

As duas populações - de predadores e presas - geralmente não se extinguem e nem entram em


superpopulação, permanecendo em equilíbrio no ecossistema. Para a espécie humana, o
predatismo, como fator limiante do crescimento populacional, tem efeito praticamente nulo.

Formas especiais de adaptações ao Predatismo

 Mimetismo

Mimetismo é uma forma de adaptação revelada por muitas espécies que se assemelham bastante
a outras, disso obtendo algumas vantagens.

A cobra falsa-coral é confundida com a coral-verdadeira, muito temida, e, graças a isso, não é
importunada pela maioria das outras espécies. Há mariposas que se assemelham a vespas, e
mariposas cujo colorido lembra a feição de uma coruja com olhos grandes e brilhantes.
 Camuflagem

Camuflagem é uma forma de adaptação morfológica pela qual uma espécie procura confundir
suas vítimas ou seus agressores revelando cor(es) e/ou forma(s) semelhante(s) a coisas do
ambiente. O padrão de cor dos gatos silvestres, como o gato maracajá e a onça, é harmônico com
seu ambiente, com manchas camufIando o sombreado do fundo da floresta. O mesmo se passa
com lagartos (por exemplo, camaleão), que varia da cor verde das folhas à cor marrom do
substrato onde ficam. Os animais polares costumam ser brancos, confundindo-se com o gelo. O
louva-a-deus, que é um poderoso predador, se assemelha a folhas ou galhos.

 Aposematismo

Aposematismo é o mesmo que coloração de advertência. Trata-se de uma forma de adaptação


pela qual uma espécie revela cores vivas e marcantes para advertir seus possíveis predadores,
que já a reconhecem pelo gosto desagradável ou pelos venenos que possui.

Muitas borboletas exibem os chamados anéis miméticos, com cores de alerta, que desestimulam
o ataque dos predadores.

Uma espécie de coloração de advertência bem conspícua é Dendrobates Ieucomelas, da


Amazônia, um pequeno sapo colorido com listras pretas e amarelas e venenoso.

TABELA DE REPRESENTAÇÃO DAS RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS

Espécies reunidas Espécies separadas


TIPOS DE RELAÇÕES
A B A B
Inquilinismo + 0 0 0
Comensalismo + 0 0 0
Mutualismo + + – –
Protocooperação + + 0 0
Amensalismo 0 – 0 0
Predatismo + – – 0
Competição – – 0 0
Parasitismo + – – 0
0: espécies cujo desenvolvimento não é afetado

+: espécie beneficiada cujo desenvolvimento torna-se possível ou é melhorado

–: espécie prejudicada que tem seu desenvolvimento reduzido.

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

Ciclo biogeoquímico é a permuta cíclica de elementos químicos que ocorre entre os seres vivos e
o ambiente. Tais ciclos envolvem etapas biológicas, físicas e químicas, alternadamente; daí a
denominação usada.
Os principais ciclos biogeoquímicos são:

1. ciclo da água;
2. ciclo do carbono;
3. ciclo do oxigénio;
4. ciclo do nitrogénio.

I- CICLO DA ÁGUA

A água passa do meio físico para os organismos vivos e destes, novamente, para o meio físico,
constituindo um ciclo.
A água existe no meio ambiente em três estados: sólido (gelo), líquido e gasoso (vapor d'água).
Esses três estados físicos são reversíveis,assim, a água no estado líquido passa para o de vapor
com o aquecimento (100°C) e o fenómeno é chamado ebulição, ou pode passar lentamente para
o estado de vapor, constituindo a evaporação. O vapor d'água passa para o estado líquido
(liquefação) e desse para o sólido (solidificação ou congelamento) a 0°C. O gelo derrete
(fusão) a 0°C, passando novamente para o estado líquido.
A água apresenta densidade máxima ao redor de 4°C (d=1 g/cm 3). É por esse motivo que o gelo
se forma na superfície, e não no fundo, e acaba constituindo um anteparo protetor. Também
apresenta alto calor específico e por esse motivo funciona como um verdadeiro regulador térmico
na natureza.
A ÁGUA NA NATUREZA

O nosso planeta é constituído de 3/4 de água, o que equivaleria a mais de 1 bilhão de km 3.


Desses, 98% correspondem à água salgada, formando os mares e oceanos. Os restantes 2%
formam os rios, lagos, lagoas, lençóis freáticos, vapor d'água da atmosfera e o gelo das geleiras e
calotas polares.
A maior parte dessa água está retida nas calotas polares ou lençóis subterrâneos. Sabe-se hoje
que apenas 0,014% da água doce do planeta está disponível em rios, riachos, lagos, lagoas.
Antes de chegar à torneira de nossas casas, sofre a intervenção do homem, especialmente sob a
forma de poluição. O investimento público para captação, tratamento e transporte da água até as
casas é muito grande, mas geralmente os indivíduos só percebem o seu valor quando falta na
torneira, provocando uma série de transtornos.
A preservação desse recurso natural é imprescindível para todos os indivíduos de nossa
sociedade.

Ciclo da agua.

Na natureza, observa-se, diariamente, uma grande evaporação da água dos oceanos, lagos, rios,
seres vivo etc. O vapor d'água eleva-se na atmosfera e, em contato com os ventos frios das
grandes alturas, condensa-se em gotinhas, formando as nuvens e neblina.
Quando a temperatura baixa, ou quando as nuvens se tomam muito espessas, ocorre a chuva.
Se o frio for intenso, as nuvens caem em forma de flocos de minúscula gotas geladas, constituindo
a neve. Por ocasião de tempestades, as gotas podem transformar-se em blocos arredondados de
gelo, formando o granizo ou chuva de pedra.
A água que cai sobre a crosta terrestre escorre sobre o solo impermeável ou, se este for
permeável, infiltra-se no solo, fenómeno denominado percolação. Essa água pode,
eventualmente, formar o lençol freático (lençol subterrâneo).
O desmatamento e a retirada da cobertura vegetal deixam o solo nu, facilitando a erosão e o
assoreamento
dos rios, lagos e lagoas. A erosão do solo deixa-o impróprio para a agricultura e atividades
pastoris e o assoreamento dos rios pode provocar enchentes catastróficas.
Finalmente, vamos considerar a formação do orvalho. Ele é derivado principalmente da água
evaporada do solo durante o início do período noturno e posteriormente condensada sobre
superfícies frias que perderam calor por radiação.

A ÁGUA NOS SERES VIVOS

A água está intimamente ligada à vida na Terra e é o mais importante componente do corpo dos
seres vivos. O corpo humano, por exemplo, apresenta 65% de água; uma salada de alface e
tomate, 95%; a cenoura, 85%; a água-viva (medusa), 95%.
Ela serve como elemento de sustentação para as plantas. Esse fato evidencia-se quando a perda
de água é excessiva, pois os vegetais murcham rapidamente.No interior das células, a água
provoca a trugidez celular, dando estabilidade aos organóides, às membranas. Além disso, a água
participa diretamente da maioria das reações metabolicas. Também já vimos que a água é
indispensável para a fotossíntese.

a) A água nos vegetais


A água penetra no corpo do vegetal principalmente através dos pêlos absorventes da raiz, que são
projeções das células epidérmicas da raiz e produzidos com a finalidade de aumentar a superfície
de absorção. Com isso, a raiz retira a água do solo, mas também absorve dele os sais minerais
indispensáveis para a nutrição da planta.
A água que chega às folhas, em parte, é utilizada para a fotossíntese e, dessa maneira, é
integrada nos alimentos orgânicos produzidos. Esses alimentos podem passar para os animais
(consumidores) e voltar a formar água novamente, quando são decompostos na respiração para a
liberação de energia.
É em grande parte perdida para a atmosfera por transpiração (estado de vapor) e mais
raramente por gutação ou sudação (estado líquido).

b) A água nos animais


A água entra no corpo dos animais quando estes a bebem ou ingerem os alimentos e é eliminada
através da transpiração (evaporação).
A evaporação da água dos pulmões é muito importante; assim, o ar que sai dos pulmões (ar
respirado) está saturado com vapor d'água. A água também é eliminada através dos rins durante a
excreção e durante a egestão (fezes).

II- CICLO DO CARBONO

O carbono é um elemento químico importante porque participa da composição química de todos


os compostos orgânicos. Os seres vivos só conseguem aproveitar o carbono da natureza sob a
forma de dióxido de carbono (CO2), encontrado na atmosfera, ou sob a forma de bicarbonato
(HCO3-) e carbonato (CO3-- ), dissolvidos na água.
O carbono entra nos seres vivos quando os vegetais, utilizando o CO 2 do ar ou os carbonatos e
bicarbonatos dissolvidos na água, realizam fotossíntese. Dessa maneira, o carbono é utilizado na
síntese dos compostos orgânicos. Da mesma maneira, as bactérias que realizam a quimiossíntese
fabricam as suas substâncias orgânicas a partir do carbono do CO 2.
Como já foi visto, os compostos orgânicos formados são os açúcares (carboidratos). Mas as
plantas são capazes de produzir, além dos carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, ceras etc.

O carbono das plantas pode seguir três caminhos:


a) pela respiração é devolvido sob a forma de CO2;
b) passa para os animais quando estes se alimentam de plantas;
c) pela morte e decomposição volta a ser CO2.

Nos animais, é adquirido direta ou indiretamente do Reino Vegetal durante a sua nutrição. Assim,
os animais herbívoros recebem dos vegetais os compostos orgânicos e, através do seu
metabolismo, são capazes de transformá-los e sintetizar novos tipos de substâncias orgânicas. O
mesmo ocorre com os carnívoros, que se alimentam dos herbívoros, e assim sucessivamente.
O carbono nos animais, como nos vegetais, pode seguir três caminhos:
a) pela respiração é devolvido à natureza sob a forma de CO 2;
b) passa para outros animais através da nutrição;
c) pela morte e decomposição volta ao estado de CO 2.

É importante lembrar que a queima (combustão), geralmente provocada pelo homem, de materiais
orgânicos (petróleo, carvão, lenha etc.) é um mecanismo de retomo do carbono ao meio ambiente,
na forma de CO2, CO e outros gases.

III- CICLO DO OXIGÉNIO


O oxigénio ocupa cerca de 1/5 da atmosfera terrestre (20%) e aparece dissolvido na água dos
rios, oceanos, lagos etc., em proporções variadas, dependendo de fatores como pressão e
temperatura.
Esse gás é extremamente importante por ser comburente, isto é, por permitir combustão das
substâncias.
Ele é produzido pelas plantas durante o fenómeno da fotossíntese, é incorporado nos seres vivos
e passa a ser encontrado em inúmeros compostos.
O oxigénio é devolvido ao meio sob a forma de CO 2 e H2O, durante a respiração de plantas e
animais, e sob a forma de CO2 e outros compostos, nos processos fermentativos.
Os ciclos do oxigénio e do carbono estão associados a dois fenómenos biológicos importantes, a
fotossíntese e a respiração, que podem ser assim esquematizados:

IV- CICLO DO NITROGÊNIO

A IMPORTÂNCIA DO NITROGÉNIO
O nitrogénio é indispensável à vida, uma vez que entra na constituição das proteínas e ácidos
nucléicos. Admite-se que, no corpo humano, 16% está constituído por proteínas.
A mais importante fonte de nitrogénio é a atmosfera. Cerca de 78% do ar é formado por nitrogénio
livre (N2), mas a maioria dos seres vivos é incapaz de aproveitá-lo no seu metabolismo.
Para melhor elucidação do ciclo do nitrogénio, vamos dividi-lo em partes.

FIXAÇÃO BIOLÓGICA DO NITROGÊNIO


A fixação do nitrogénio gasoso da atmosfera é um fenómeno complexo e ocorre quando certos
organismos reduzem o N2 em amónia (NH3). A energia para esta fixação vem direta ou
indiretamente da fotossíntese. A maioria, posteriormente, será convertida em nitratos (NO 3-).
Estes, por sua vez, serão transformados em matéria orgânica nitrogenada.
O fenômeno foi constatado em certas bactérias e nas algas azuis (cianofícias). Também foi
observado nas simbioses de bactérias com plantas superiores e de algas azuis com fungos,
briófitas, pteridófítas, gimnospermas e angiospermas.
Uma das simbioses mais importantes é a associação entre as bactérias do gênero Rhizobium
(bacilo radicícola) e as raízes de plantas leguminosas (feijão, soja, ervilha, amendoim etc.).
Esta simbiose provoca o aparecimento, nas raízes das leguminosas, de regiões mais espessas,
ricas em matéria nitrogenada, chamadas nódulos ou nodosidades. Quando essas nodosidades
envelhecem, morrem e desagregam, enriquecem o solo com material nitrogenado. No processo
chamado adubação verde, a leguminosa é plantada e, quando estiver na fase de florescimento,
faz-se a gradeação e incorpora-se o vegetal ao solo. A decomposição desta provoca um aumento
considerável de nitrogénio no solo.

FORMAÇÃO DE HÚMUS

O nitrogênio das plantas passa para o reino animal através da cadeia alimentar. Quando os
vegetais e animais morrem, a decomposição da matéria proteica, que constitui os corpos, dá
origem ao húmus. Essa decomposição ocorre por ação de fungos e bactérias, levando à formação
de compostos orgânicos nitrogenados malcheirosos, como é o caso da cadaverina, escatol, indol,
etc.
O nitrogénio do húmus será transformado em nitrogênio mineral por ação das bactérias
nitrificantes.
O fenómeno ocorre em três fases:

A) AMONIZAÇÃO

Os compostos orgânicos nitrogenados são transformados em amónia (NH 3), por ação dos
decompositores.

decompositores
Nitrogênio orgânico NH3

B) NITROZAÇÃO

As bactérias do género Nitrosomonas e Nitrosococcus oxidam a amónia (NH3) até a formação do


ácido nitroso (HNO2). Este se dissocia, formando nitritos (NO2-).
2HNO2 + 3O2  2HNO2 +2H20

C) NITRATAÇÃO

As bactérias do género Nitrobacter oxidam o ácido nitroso a ácido nítrico. Este se dissocia,
formando nitratos (NO3-).

2HNO2 + O2  2HNO3

É interessante lembrar que, em todas as reações esquematizadas, há liberação de energia. Essa


energia será utilizada pelas bactérias para a síntese de substâncias orgânicas (quimiossíntese).
Os nitratos formados serão agora absorvidos pelas raízes dos vegetais e transformados em
matéria orgânica nitrogenada.

DESNITRIFICAÇÃO

É o processo em que bactérias existentes no solo, nos oceanos são capazes de produzir, a partir
de nitratos, o nitrogênio livre que volta para a atmosfera. Essas bactérias são chamadas
desnitrificantes.

bactérias desnitrificantes
NO3- N2

OXIDAÇÃO DO N2 DA ATMOSFERA

Por ocasião de tempestades, as descargas elétricas podem provocar a oxidação do nitrogénio


livre da atmosfera (N3) em nitritos e nitratos. Esses íons, solúveis em água, podem ser utilizados
pêlos vegetais na síntese de substâncias orgânicas.
APROVEITAMENTO DO NITROGÊNIO PELOS ANIMAIS

O nitrogênio entra no reino animal quando esses seres comem direta ou indiretamente um vegetal.
Portanto, o nitrogênio penetra na forma orgânica.

ELIMINAÇÃO DO NITROGÊNIO PÊLOS ANIMAIS

O nitrogênio sai do reino animal quando esses seres morrem e são decompostos ou através da
excreção. Dependendo do animal, a matéria orgânica nitrogenada eliminada varia. Assim, os
peixes ósseos eliminam amónia, os peixes cartilaginosos e mamíferos excretam ureia, enquanto
aves e répteis eliminam ácido úrico.

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