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CONCEITOS BÁSICOS
Quando definimos ecossistema como sendo a interação de fatores abióticos com fatores bióticos
de uma comunidade temos que ter a clareza que isto significa que este conceito compreende a
complicada rede de relações que existe entre todas as partes do ambiente, tanto vivo quanto não
vivo. Assim, no ecossistema ocorrem duas coisas fundamentais: uma é o fluxo de energia cuja
fonte primária é o sol, cabe ressaltar que este fluxo de energia é unidirecional, e a outra é o ciclo
de matéria que passa pelos diversos componentes da comunidade.
Matéria e energia
Tudo que se refere ao meio ambiente envolve os conceitos de matéria e energia, matéria é tudo
que ocupa lugar no espaço e possui massa já energia é compreendida como sendo a capacidade
de realizar trabalho.
Em qualquer sistema natural, matéria e energia se conservam não se criam não se destroem.
Isto ficou evidenciado através de duas leis da física: Lei da conservação da massa e a Lei da
conservação da energia ou primeira lei da termodinâmica .
Outra lei importante que devemos levar em consideração nos estudos ambientais é a segunda lei
da termodinâmica que explicita que a energia sempre se degrada das formas mais nobres para
as menos nobres. (maior qualidade para as de menor qualidade).
A termodinâmica na ecologia
A primeira lei da termodinâmica diz que “matéria e energia não podem ser criadas ou destruídas,
somente transformadas”. Significa que uma substância se transforma em outra, através de
processos físicos, químicos ou biológicos, assumindo inclusive diferentes funções, mas não pode
simplesmente desaparecer. O mesmo é dito para a energia, que se transforma de uma forma em
outra, mas não desaparece, pelo menos no universo. Esta é também chamada “lei da
conservação de massa e energia”.
Já a segunda lei da termodinâmica assegura que “a entropia do universo cresce na direção de um
máximo”. Entende-se aqui como entropia a quantidade de energia que não é mais capaz de
realizar trabalho em um sistema, sendo um indicativo de desordem da natureza. Também é
chamada “lei da entropia”.
Agora analisemos a primeira lei da termodinâmica em termos práticos. Na natureza, existem as
substâncias simples como água, gás carbônico e sais minerais, que, se absorvidas pela planta,
transformam-se em matéria orgânica vegetal, sob a forma de moléculas complexas como
açúcares, proteínas e gorduras.
O herbívoro, ao comer folhas e frutos, ingere e digere esse material, absorvendo-o e
metabolizando-o em outras substâncias, como as proteínas animais. Se um carnívoro come o
herbívoro, ingere seus músculos e demais tecidos, incorporando a proteína e utilizando-a em seu
metabolismo. Até que um dia o carnívoro morre e as bactérias se encarregarão de transformar
matéria em substâncias simples outra vez, como em água, gás carbônico e sais minerais.
Observe que, no processo, se fechou o ciclo da matéria, garantindo continuamente a retro-
alimentação, desde que o ecossistema permaneça equilibrado. Se fizermos um balanço de
massa, controlando todas as entradas e saídas, ele será zero.
Em relação à energia, há uma diferença. Em cada etapa desse processo, existem saídas do
ecossistema quando, por exemplo, pela respiração a energia química das ligações de moléculas
orgânicas é transformada em energia calorífica, dissipando-se o calor na atmosfera. Assim, em
termos energéticos, embora não ocorra desaparecimento de energia, existe dispersão de parte
dela, que se dissipa e não volta para o ciclo da vida.
É aí que entra a segunda lei da termodinâmica. De acordo com ela, as transformações de energia
se dão em direção às formas menos concentradas. É o que vemos na cadeia alimentar, em que os
fenômenos da respiração bioquímica nas células e da decomposição microbiana levam a reações
exoenergéticas, para disponibilizar a energia de movimento, seja para transporte da seiva nas
plantas, seja para o andar dos animais. Depois de realizar trabalho, esta energia liberada
desorganiza-se ainda mais, sob a forma de calor. Esta é a forma usual em que é dispersa na
atmosfera.
Assim, pode-se dizer que a morte resulta da vitória da entropia. E a vida? Essa busca
permanentemente reusar e reciclar a matéria e valorizar a energia que ainda é capaz de realizar
trabalho, buscando o que chamamos de equilíbrio homeostático, ou seja, fazer com que a
variação da energia interna no ecossistema seja a menor possível. Portanto, a vida é um eterno
desafio à entropia, porque busca a complexidade e a estabilidade, no seu processo de evolução.
AS CADEIAS ALIMENTARES
a) Cadeia alimentar:
Cadeia alimentar, ou cadeia trófica, é uma sequência de seres vivos na qual uns comem aqueles
que os antecedem na cadeia, antes de serem comidos por aqueles que os seguem. A cadeia
mostra a transferência de matéria e energia através de uma série de organismos.
b) Níveis tróficos:
Na cadeia alimentar, distinguem-se os seguintes níveis tróficos ou alimentares:
São os vegetais autótrofos, clorofilados que, através da fotossíntese,
fixam a energia luminosa, utilizam substâncias inorgânicas simples
(água e gás carbónico) e edificam substâncias orgânicas complexas
(glicose, amido).
Produtores
No meio terrestre, os principais produtores são os fanerógamos
(vegetais com flores); no meio aquático marinho, são principalmente
as algas microscópicas; na água doce, são as algas e os
fanerógamos.
São os organismos que comem os produtores; são heterótrofos e
Consumidores geralmente herbívoros. Também são consumidores primários os
primários ou de parasitas de vegetais.
primeira ordem No meio terrestre, os herbívoros são principalmente os insetos, os
roedores e os ungulados.
Consumidores
secundários ou Vivem a expensas dos herbívoros, sendo representados por
de segunda carnívoros. Acham-se nos mais variados grupos.
ordem
São os carnívoros maiores que se alimentam de carnívoros menores,
como é o caso de um gavião que come uma cobra.
Consumidores
De maneira idêntica poderíamos definir consumidores de quarta
terciários ou de
ordem, quinta ordem etc.
terceira ordem
Normalmente, devido ao desperdício de energia, como veremos
adiante, as cadeias alimentares não ultrapassam 5 ou 6 níveis.
Na cadeia trófica, aparecem os decompositores, biorredutores,
microorganismos representados por bactérias e fungos. Tais
Decompositores organismos atacam os cadáveres e os excrementos, decompondo-
os. São muito importantes, visto que realizam a reciclagem da
matéria, devolvendo os elementos químicos ao meio ambiente.
c) Teias alimentares:
Em um ecossistema, as cadeias alimentares interagem formando redes alimentares. Na teia,
representamos o máximo de relações tróficas existentes entre os diversos seres vivos do
ecossistema e observamos que um animal, por exemplo, pode pertencer a níveis trófícos
diferentes. É o caso dos onívoros, que consomem simultaneamente animais e vegetais, e dos
carnívoros, que atacam variadas presas.
Como observamos a seguir, a rede ou teia alimentar resulta do entrelaçamento das cadeias
alimentares.
I – produtor.
II e III - consumidor primário.
IV - consumidor primário e secundário
V e VI - consumidor secundário e
terciário.
VII - consumidor secundário, terciário e
quaternário.
O FLUXO DE ENERGIA NOS SERES VIVOS
AS PIRÂMIDES ECOLÓGICAS
Pirâmides ecológicas são representações gráficas das cadeias alimentares. A pirâmide é
construída por uma série de degraus ou retângulos superpostos, representando os diversos níveis
tróficos da cadeia. Existem três tipos de pirâmides: pirâmide de números, pirâmide de biomassa e
pirâmide de energia.
A pirâmide de números é edificada com a superposição de retângulos
horizontais de mesma altura, sendo o
comprimento proporcional ao número de indivíduos existentes em cada
nível trófico.
Na pirâmide de números típica, o número de indivíduos diminui a cada nível
trófico. São necessários vários produtores para alimentar um pequeno
Pirâmide número de herbívoros, que, por sua vez, servirão de alimento a um número
de menor de carnívoros.
Números A forma de uma pirâmide de números pode ser muito variada. Assim, uma
árvore pode ser o produtor que nutre numerosos insetos, que servem de
alimento a algumas aves. Nesse caso, tem-se a pirâmide esquematizada:
Uma pirâmide invertida pode ocorrer quando uma planta é parasitada por
pulgões, que, por sua vez, são parasitados por protozoários.
A pirâmide de números não tem muito valor descritivo porque dá igual
importância aos diversos indivíduos, sem considerar o tamanho e o peso.
Na pirâmide de biomassas é indicada, em cada nível trófico, a biomassa dos
organismos correspondentes. Por biomassa entendemos a massa orgânica
do ecossistema. Geralmente, a pirâmide de biomassas apresenta o vértice
voltado para cima.
Mas há exceções encontradas em ecossistemas marinhos, onde o
Pirâmide fitoplâncton (algas microscópicas) tem uma biomassa inferior à do
zooplâncton (animais microscópicos - protozoários, crustáceos etc.), mas
de
uma velocidade de renovação (reprodução) muito mais rápida.
Biomassas A pirâmide de biomassas é melhor do que a de números por indicar, para
cada nível trófico, a quantidade de matéria viva presente. Contudo, tal
pirâmide atribui a mesma importância aos diversos tecidos, embora tenham
valores energéticos diferentes; não leva em conta o fator tempo, uma vez
que as biomassas podem ter sido acumuladas em alguns dias, como é caso
do fitoplâncton, ou em centenas de anos, como é o caso de uma floresta.
A melhor representação da cadeia alimentar é a pirâmide de energia, na
Pirâmide qual cada nível trófico é representado por um retângulo, cujo comprimento é
de Energia proporcional à quantidade de energia acumulada por unidade de tempo
e de espaço nesse nível. Tal pirâmide apresenta sempre o vértice para cima.
SUCESSÃO ECOLÓGICA
Quando estudamos um ecossistema percebemos que eles não se comportam como um sistema
estático, na realidade eles estão constantemente em transformação este processo de
transformação de um ecossistema recebe o nome de SUCESSÃO ECOLÓGICA. Podemos dizer
que sucessão ecológica é um processo de mudanças gradativas na constituição das comunidades
que se sucedem no ecossistema.
Quando um processo de sucessão inicia-se a partir de um ambiente estéril, sem vida, onde as
condições não eram favoráveis para a manutenção da vida, neste caso temos uma SUCESSÃO
PRIMÁRIA. Quando a sucessão ocorre numa área onde já havia vida anteriormente, temos uma
SUCESSÃO SECUNDÁRIA.
A fase inicial de uma sucessão recebe o nome de ECESE e esta é formada de ESPÉCIES
PIONEIRAS. As comunidades que se sucedem recebem o nome de SERES E SERIES, o
equilíbrio de um dinâmico (homeostase) não havendo mais substituição de espécies e a biomassa
atinge o valor máximo possível para a quantidade de energia recebida pelo ecossistema.
RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Relações que ocorrem em indivíduos da mesma espécie, não existindo desvantagem nem
benefício para nenhuma das espécies consideradas. Compreendem as colônias e
as sociedades.
a)Colônias
Os corais e as esponjas vivem sempre em colônias. Há colônias com divisão de trabalho. É o que
podemos observar com colônias de medusas de cnidários (caravelas) e com colônias de Volvox
globator (protoctista): há alguns indivíduos especializados na reprodução e outros no
deslocamento da colônia (que é esférica) na água.
b)Sociedades
As sociedades são agrupamentos de indivíduos da mesma espécie que têm plena capacidade de
vida isolada mas preferem viver na coletividade. Os indivíduos de uma sociedade têm
independência física uns dos outros. Pode ocorre, entretanto, um certo grau de diferenciação de
formas entre eles e de divisão de trabalho, como sucede com as formigas, as abelhas e
os térmitas ou cupins.
Nos diversos insetos sociais a comunicação entre os diferentes indivíduos é feita através
dos ferormônios - substâncias químicas que servem para a comunicação. Os ferormônios são
usados na demarcação de territórios, atração sexual, transmissão de alarme, localização de
alimento e organização social.
2. CONPETIÇÃO INTRA-ESPECÍFICAS
a)Canibalismo
Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie. Ocorre com escorpiões,
aranhas, peixes, planárias, roedores, etc. Na espécie humana, quando existe, recebe o nome de
antropofagia (do grego anthropos, homem; phagein, comer).
a) Comensalismo
É uma associação em que uma das espécies — a comensal — é beneficiada, sem causar
benefício ou prejuízo ao outro. O termo comensal tem interpretação mais literal: "comensal é
aquele que come à mesa de outro".
A rêmora é um peixe dotado de ventosa com a qual se prende ao ventre dos tubarões.
Juntamente com o peixe-piloto, que nada em cardumes ao redor do tubarão, ela aproveita os
restos alimentares que caem na boca do seu grande "anfitrião".
A Entamoeba coli é um protozoário comensal que vive no intestino humano, onde se nutre dos
restos da digestão.
b) Inquilinismo
Peixe-agulha e holotúria
Epifitismo
Epífias (epi, em cima) são plantas que crescem sobre os troncos maiores sem parasitá-las. São
epífitas as orquídeas e as bromélias que, vivendo sobre árvores, obtêm maior suprimento de luz
solar.
c) Mutualismo
Associação na qual duas espécies envolvidas são beneficiadas, porém, cada espécie só
consegue viver na presença da outra. Entre exemplos destacaremos.
Liquens
Os liquens constituem associações entre algas unicelulares e certos fungos. As algas sintetizam
matéria orgânica e fornecem aos fungos parte do alimento produzido. Esses, por sua vez, retiram
água e sais minerais do substrato, fornecendo-os às algas. Além disso, os fungos envolvem com
suas hifas o grupo de algas, protegendo-as contra desidratação.
Cupins e protozoários
Ao comerem madeira, os cupins obtêm grandes quantidades de celulose, mas não conseguem
produzir a celulase, enzima capaz de digerir a celulose. Em seu intestino existem protozoários
flagelados capazes de realizar essa digestão. Assim, os protozoários se valem em parte do
alimento do inseto e este, por sua vez, se beneficia da ação dos protozoários. Nenhum deles,
todavia, poderia viver isoladamente.
Ruminates e microorganismos
Na pança ou rúmen dos ruminantes também se encontram bactérias que promovem a digestão da
celulose ingerida com a folhagem. É um caso idêntico ao anterior.
No ciclo do nitrogênio, bactérias do gênero Rhizobium produzem compostos nitrogenados que são
assimilados pelas leguminosas, por sua vez, fornecem a essas bactérias a matéria orgânica
necessária ao desempenho de suas funções vitais.
Micorrizas
São associações entre fungos e raízes de certas plantas, como orquídeas, morangueiros,
tomateiros, pinheiros, etc. O fungo, que é um decompositor, fornece ao vegetal nitrogênio e outros
nutrientes minerais; em troca, recebe matéria orgânica fotossintetizada.
d) Protocooperação
Trata-se de uma associação bilateral, entre espécies diferentes, na qual ambas se beneficiam;
contudo, tal associação não é obrigatória, podendo cada espécie viver isoladamente.
A atuação dos pássaros que promovem a dispersão das plantas comendo-lhes os frutos e
evacuando as suas sementes em local distante, bem como a ação de insetos que procuram o
néctar das flores e contribuem involuntariamente para a polinização das plantas são consideradas
exemplos de protocooperação. Como exemplos citaremos:
Caramujo paguro e actínias
Pássaro-palito e crocodilo
O pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos, nas margens do Nilo, alimentando-se de restos
alimentares e de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é mútua, porque, em troca do
alimento, o pássaro livra os crocodilos dos parasitas mais principalmente serve de alrme quando o
crocodilo fica vulnerável na beira do rio.
Anu e gado
O anu é uma ave que se alimenta de carrapatos existentes na pele do gado, capturando-os
diretamente. Em troca, o gado livra-se dos indesejáveis parasitas.
- COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICAS
Esse mecanismo pode determinar controle da densidade das duas populações que estão
interagindo, extinção de uma delas ou, ainda, especialização do nicho ecológico.
a) Amensalismo ou Antibiose
Relação no qual uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução de outra espécie,
denominada amensal, através da liberação de substâncias tóxicas. Exemplos:
b) Parasitismo
O parasitismo é uma forma de relação desarmônica mais comum do que a antibiose. Ele
caracteriza a espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição
e causando-lhe, em consequência, danos cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos
distúrbios até a própria morte do indivíduo parasitado. Dá-se o nome de hospedeiro ao organismo
que abriga o parasita. De um modo geral, a morte do hospedeiro não é conveniente ao parasita.
Mas, a despeito disso, muitas vezes ela ocorre.
c) Predatismo
Predador é o indivíduo que ataca e devora outro, chamado presa, pertencente a espécie
diferente. Os predadores são geralmente maiores e menos numerosos que suas presas, sendo
exemplificadas pelos animais carnívoros.
Mimetismo
Mimetismo é uma forma de adaptação revelada por muitas espécies que se assemelham bastante
a outras, disso obtendo algumas vantagens.
A cobra falsa-coral é confundida com a coral-verdadeira, muito temida, e, graças a isso, não é
importunada pela maioria das outras espécies. Há mariposas que se assemelham a vespas, e
mariposas cujo colorido lembra a feição de uma coruja com olhos grandes e brilhantes.
Camuflagem
Camuflagem é uma forma de adaptação morfológica pela qual uma espécie procura confundir
suas vítimas ou seus agressores revelando cor(es) e/ou forma(s) semelhante(s) a coisas do
ambiente. O padrão de cor dos gatos silvestres, como o gato maracajá e a onça, é harmônico com
seu ambiente, com manchas camufIando o sombreado do fundo da floresta. O mesmo se passa
com lagartos (por exemplo, camaleão), que varia da cor verde das folhas à cor marrom do
substrato onde ficam. Os animais polares costumam ser brancos, confundindo-se com o gelo. O
louva-a-deus, que é um poderoso predador, se assemelha a folhas ou galhos.
Aposematismo
Muitas borboletas exibem os chamados anéis miméticos, com cores de alerta, que desestimulam
o ataque dos predadores.
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Ciclo biogeoquímico é a permuta cíclica de elementos químicos que ocorre entre os seres vivos e
o ambiente. Tais ciclos envolvem etapas biológicas, físicas e químicas, alternadamente; daí a
denominação usada.
Os principais ciclos biogeoquímicos são:
1. ciclo da água;
2. ciclo do carbono;
3. ciclo do oxigénio;
4. ciclo do nitrogénio.
I- CICLO DA ÁGUA
A água passa do meio físico para os organismos vivos e destes, novamente, para o meio físico,
constituindo um ciclo.
A água existe no meio ambiente em três estados: sólido (gelo), líquido e gasoso (vapor d'água).
Esses três estados físicos são reversíveis,assim, a água no estado líquido passa para o de vapor
com o aquecimento (100°C) e o fenómeno é chamado ebulição, ou pode passar lentamente para
o estado de vapor, constituindo a evaporação. O vapor d'água passa para o estado líquido
(liquefação) e desse para o sólido (solidificação ou congelamento) a 0°C. O gelo derrete
(fusão) a 0°C, passando novamente para o estado líquido.
A água apresenta densidade máxima ao redor de 4°C (d=1 g/cm 3). É por esse motivo que o gelo
se forma na superfície, e não no fundo, e acaba constituindo um anteparo protetor. Também
apresenta alto calor específico e por esse motivo funciona como um verdadeiro regulador térmico
na natureza.
A ÁGUA NA NATUREZA
Ciclo da agua.
Na natureza, observa-se, diariamente, uma grande evaporação da água dos oceanos, lagos, rios,
seres vivo etc. O vapor d'água eleva-se na atmosfera e, em contato com os ventos frios das
grandes alturas, condensa-se em gotinhas, formando as nuvens e neblina.
Quando a temperatura baixa, ou quando as nuvens se tomam muito espessas, ocorre a chuva.
Se o frio for intenso, as nuvens caem em forma de flocos de minúscula gotas geladas, constituindo
a neve. Por ocasião de tempestades, as gotas podem transformar-se em blocos arredondados de
gelo, formando o granizo ou chuva de pedra.
A água que cai sobre a crosta terrestre escorre sobre o solo impermeável ou, se este for
permeável, infiltra-se no solo, fenómeno denominado percolação. Essa água pode,
eventualmente, formar o lençol freático (lençol subterrâneo).
O desmatamento e a retirada da cobertura vegetal deixam o solo nu, facilitando a erosão e o
assoreamento
dos rios, lagos e lagoas. A erosão do solo deixa-o impróprio para a agricultura e atividades
pastoris e o assoreamento dos rios pode provocar enchentes catastróficas.
Finalmente, vamos considerar a formação do orvalho. Ele é derivado principalmente da água
evaporada do solo durante o início do período noturno e posteriormente condensada sobre
superfícies frias que perderam calor por radiação.
A água está intimamente ligada à vida na Terra e é o mais importante componente do corpo dos
seres vivos. O corpo humano, por exemplo, apresenta 65% de água; uma salada de alface e
tomate, 95%; a cenoura, 85%; a água-viva (medusa), 95%.
Ela serve como elemento de sustentação para as plantas. Esse fato evidencia-se quando a perda
de água é excessiva, pois os vegetais murcham rapidamente.No interior das células, a água
provoca a trugidez celular, dando estabilidade aos organóides, às membranas. Além disso, a água
participa diretamente da maioria das reações metabolicas. Também já vimos que a água é
indispensável para a fotossíntese.
Nos animais, é adquirido direta ou indiretamente do Reino Vegetal durante a sua nutrição. Assim,
os animais herbívoros recebem dos vegetais os compostos orgânicos e, através do seu
metabolismo, são capazes de transformá-los e sintetizar novos tipos de substâncias orgânicas. O
mesmo ocorre com os carnívoros, que se alimentam dos herbívoros, e assim sucessivamente.
O carbono nos animais, como nos vegetais, pode seguir três caminhos:
a) pela respiração é devolvido à natureza sob a forma de CO 2;
b) passa para outros animais através da nutrição;
c) pela morte e decomposição volta ao estado de CO 2.
É importante lembrar que a queima (combustão), geralmente provocada pelo homem, de materiais
orgânicos (petróleo, carvão, lenha etc.) é um mecanismo de retomo do carbono ao meio ambiente,
na forma de CO2, CO e outros gases.
A IMPORTÂNCIA DO NITROGÉNIO
O nitrogénio é indispensável à vida, uma vez que entra na constituição das proteínas e ácidos
nucléicos. Admite-se que, no corpo humano, 16% está constituído por proteínas.
A mais importante fonte de nitrogénio é a atmosfera. Cerca de 78% do ar é formado por nitrogénio
livre (N2), mas a maioria dos seres vivos é incapaz de aproveitá-lo no seu metabolismo.
Para melhor elucidação do ciclo do nitrogénio, vamos dividi-lo em partes.
FORMAÇÃO DE HÚMUS
O nitrogênio das plantas passa para o reino animal através da cadeia alimentar. Quando os
vegetais e animais morrem, a decomposição da matéria proteica, que constitui os corpos, dá
origem ao húmus. Essa decomposição ocorre por ação de fungos e bactérias, levando à formação
de compostos orgânicos nitrogenados malcheirosos, como é o caso da cadaverina, escatol, indol,
etc.
O nitrogénio do húmus será transformado em nitrogênio mineral por ação das bactérias
nitrificantes.
O fenómeno ocorre em três fases:
A) AMONIZAÇÃO
Os compostos orgânicos nitrogenados são transformados em amónia (NH 3), por ação dos
decompositores.
decompositores
Nitrogênio orgânico NH3
B) NITROZAÇÃO
C) NITRATAÇÃO
As bactérias do género Nitrobacter oxidam o ácido nitroso a ácido nítrico. Este se dissocia,
formando nitratos (NO3-).
2HNO2 + O2 2HNO3
DESNITRIFICAÇÃO
É o processo em que bactérias existentes no solo, nos oceanos são capazes de produzir, a partir
de nitratos, o nitrogênio livre que volta para a atmosfera. Essas bactérias são chamadas
desnitrificantes.
bactérias desnitrificantes
NO3- N2
OXIDAÇÃO DO N2 DA ATMOSFERA
O nitrogênio entra no reino animal quando esses seres comem direta ou indiretamente um vegetal.
Portanto, o nitrogênio penetra na forma orgânica.
O nitrogênio sai do reino animal quando esses seres morrem e são decompostos ou através da
excreção. Dependendo do animal, a matéria orgânica nitrogenada eliminada varia. Assim, os
peixes ósseos eliminam amónia, os peixes cartilaginosos e mamíferos excretam ureia, enquanto
aves e répteis eliminam ácido úrico.