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Resumo 03 de HMPB II – Nicole Alexandre do Nascimento.

Texto: “OS CINCO MIL ALTO-FALANTES”: A AMPLIAÇÃO DA AUDIÊNCIA E A


GÊNESE DA MODERNA MPB”

O autor começa falando sobre a influencia da ditadura militar de 1964 no meio


cultural que não se preocupou de imediato com os artistas e intelectuais de esquerda.
Entre 1964 e 1968 houve relativa liberdade de criação e expressão, mesmo sob a
vigilância do regime autoritário. Segundo Napolitano, a cultura passou a ser
supervalorizada. A ideia sugerida pelo texto é a de que o artista de esquerda foi tragado
pela indústria cultural, neutralizado e consumido como pura mercadoria, em função do
novo contexto político que lhe fechava as portas da efetiva militância. Ainda assim o
autor afirma que não podemos generalizar todos os artistas nessa condição.
A sequência de espetáculos que ocupou o calendário de 1964 e 1965, pode ser
considerada o “elo perdido” entre o círculo restrito da primeira Bossa Nova e a explosão
da MPB nas televisões. Este circuito aprofundou a busca da síntese entre a Bossa Nova
“nacionalista” e a tradição do Samba, paradigma de criação desenvolvido antes do
golpe. O profissionalismo dos espetáculos e a crescente profissionalização
dos músicos, assim como a presença de uma massa estudantil considerável nos
espetáculos, demonstravam as grandes possibilidades da música brasileira renovada
junto ao grande público e ao mercado fonográfico. A tendência de fusão entre as artes
performáticas de espetáculo (cinema, teatro, música) esboçava aquilo que a televisão
pouco mais tarde, iria levar às últimas consequências,
O entusiasmo da plateia diante das apresentações demonstrou o enorme potencial de
público para a música brasileira, logo percebido pelos produtores e empresários
ligados à TV. Os violonistas tiveram grande destaque: Paulinho Nogueira, Rosinha
de Valença e Toquinho são exemplos da febre de violão que tomou conta de setores
da juventude após o advento da Bossa Nova.
A estreia do espetáculo “Opinião” é o grande marco dos espetáculos musicais de
protesto e tinha o objetivo de criar uma consciência nacionalista e revolucionária para
derrubar a ditadura militar, mas que não deu muito certo, mas contribuiu para massificar
uma cultura musical nacional-popular. O segundo espetáculo musical de maior sucesso
naqueles anos foi “Arena conta Zumbi” o espetáculo tornou conhecido o jovem
compositor Edu Lobo, figura importante no meio musical dos anos 60.
Um dos primeiros programas com a nova MPB que a Record levou ao ar, em
outubro de 1964, foi o Primeira Audição, no qual se apresentou uma cantora ainda
desconhecida do grande público, Elis Regina. A relação música e TV nos anos 60
pode ser vista como uma ampliação da faixa etária consumidora de MPB renovada e na
ampliação da audiência de MPB nas faixas sociais como um todo.
A consagração dos festivais musicais é, em parte, consequência dessa ampliação de
público. Em maio de 1965, o Fino da Bossa, marcou o público estudantil preocupado
com a recuperação do “Samba autêntico” e a adequação da tradição da BN às novas
demandas políticas. Concentrou também um público mais difuso, ligado às antigas
audiências de rádio, marcado por uma faixa etária mais velha, de estratos sociais mais
amplos, embora a maior parte pudesse estar situada na “classe média.

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