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LEI COMPLEMENTAR Nº 62/04 – DE 16 DE MARÇO DE 2004


AUTÓGRAFO Nº 10/04 – DE 19/02/2004
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 01/04, DE 03/02/2004.
Autoria dos Vereadores: Heitor Aparecido Bertocco (Heitor Bertocco), Osmar dos Santos
(Grilo) e Luiz Antônio Fernandes (Luizinho Engenheiro)

“DISPÕE SOBRE A FIXAÇÃO DE CRITÉRIOS PARA A CRIAÇÃO (OU FORMAÇÃO) DE


NÚCLEOS URBANOS NA ÁREA RURAL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.”

LUÍS FERNANDO GASPERINI, Prefeito Municipal de Santa Rosa de Viterbo, no


uso das atribuições que lhe são conferidas por Lei, faz saber que a Câmara Municipal
aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei:
Complementar:

Capítulo I – Das Disposições Preliminares

Artigo 1º - A construção de todas as edificações e ou empreendimentos para


fins urbano na área rural do Município de Santa Rosa de Viterbo/SP, é regulada pela
presente lei, observada, no entanto, no que couber, as disposições pertinentes da
Legislação Federal, Estadual e Municipal referente a Lei de Zoneamento.
Artigo 2º - Esta Lei tem por objetivo fixar critérios e requisitos urbanísticos para
edificações e ou empreendimentos na área rural, quando de interesse do Município, que
levará em consideração interesse público, plenamente justificado, com a criação de
núcleos urbanos, disciplinando a ocupação humana sem prejuízo da atividade rural.

Capítulo II – Dos Critérios

Artigo 3º - Ficará permitida a criação de núcleos urbanos na área rural, uma


vez obedecidos os seguintes critérios:
I – quando não houver prejuízo ao meio ambiente natural ou conflito com o entorno, em
especial quanto ao uso da atividade rural;
II – quando obedecidos critérios de preservação de todos os remanescentes de
vegetação nativa, conforme Código Florestal e demais legislações ambientais;
III – mantendo a área de preservação permanente previstas junto a cursos d’água,
nascentes, várzeas, áreas de inundação, lagos e represas naturais e artificiais, previstas
na legislação ambiental, objetivando a proteção da vegetação ciliar, onde não deverá
ocorrer nenhum tipo de impermeabilização do solo ou atividade que possa violar os
preceitos legais;
IV – os movimentos de terraplanagem poderão ocorrer somente nas áreas com
declividade média de 15% (quinze por cento) e restritos à operação de aberturas de ruas
e implantação das edificações, devendo ocorrer na época da seca e proceder imediata
renovação da vegetação do solo desnudo para evitar processos erosivos;
V – as áreas desmembradas deverão ter ligação com a via pública;
VI – as áreas desmembradas deverão ser aprovadas de acordo com diretrizes
urbanísticas, na forma de loteamento destinado à habitação familiar horizontais, ou
conjunto de edificações habitacionais horizontais em condomínio, em loteamento de
interesse social, ou implantação de empreendimentos para atividades turísticas,
recreativas ou de lazer, com as seguintes características:
a) Área 1 – Chácaras de recreio ao longo de rios ou cursos d’água, represas artificiais
ou naturais, lagos e lagoas; tamanho mínimo 15m (quinze metros) de frente, com o
mínimo total de 300m2 (trezentos metros quadrados).
b) Área 2 – Chácaras de lazer ou recreio fora da Área 1: Tamanho mínimo – 15m
(quinze metros) de frente, com o mínimo total de 600m2 (seiscentos metros
quadrados).
c) Área 3 – Loteamento residencial: Tamanho mínimo – 15m (quinze metros) de
frente e com o mínimo total de área de 300m2 (trezentos metros quadrados).
d) Área 4 – Empreendimentos de interesse social ou público. Tamanho mínimo –
conforme regulamento do Executivo Municipal;
e) Área 5 – Instalação de empreendimentos comerciais ou industriais: Tamanho
mínimo – Conforme regulamento do Executivo Municipal;
f) Área 6 – Empreendimentos de interesse turístico: Tamanho mínimo – Conforme
regulamento do Executivo Municipal;

Artigo 4º - As áreas 1, 2 e 3 para sua aprovação pela Prefeitura Municipal e


seu posterior funcionamento, deverão ser dotadas das seguintes infra-estruturas:
I – Escoamento das águas pluviais;
II – Abastecimento de água potável;
III – Solução para o esgotamento sanitário, sendo proibido o seu lançamento “in-natura”
em rios, cursos d’água, lagos ou represas naturais ou artificiais;
IV – Rede de distribuição de energia elétrica;
V- Vias públicas de terra batida ou pavimentação impermeabilizadas ou semi
impermeabilizada, com guias e sarjetas;
VI – Recolhimento dos resíduos sólidos urbanos – LIXO – em recipiente especial
destinado para este fim, em local pré-determinado, com a coleta a ser realizada pela
Prefeitura Municipal;
§ 1º - A manutenção e conservação das vias públicas e a coleta de lixo do recipiente
especial, deverão ser realizadas pela Prefeitura Municipal, sendo os encargos repassados
aos proprietários do núcleo urbano;
§ 2º - As áreas 1, 2 e 3 descritas no artigo 3º poderão ser criadas em condomínio
fechado, sendo porém, de responsabilidade dos condôminos as obrigações previstas no
parágrafo anterior, bem como, as manutenções dos serviços, itens I ao VI do artigo 4º.

Artigo 5º - Para expedição do licenciamento do projeto urbano, com base na


legislação específica, o interessado deverá apresentar o descadastramento da área junto
ao Incra.

Capítulo III – Dos Procedimentos para Aprovação.

Artigo 6º - Para a transformação de área rural em núcleo urbano, os


interessados deverão solicitar consulta da viabilidade técnica à Prefeitura Municipal e a
manifestação favorável do Conselho Municipal de Meio Ambiente, ou outro órgão
Municipal afim, mediante apresentação de proposta do empreendimento e das
intervenções necessárias à sua implantação, sendo que a análise observará os seguintes
aspectos:
I – natureza e locação do empreendimento e densidade habitacional;
II – observância das diretrizes urbanísticas e ambientais estabelecidas em legislações
federal, estadual e municipal;
III – sistema viário e a possibilidade de transporte urbano da área e do entorno onde se
situa o empreendimento, com condições de suportar o incremento do tráfego decorrente
das novas edificações;
IV – equipamentos públicos e outros existentes na região, de forma a avaliar a
capacidade de atendimento da futura demanda;
V – análise e avaliação do impacto ambiental do empreendimento, de forma a não
comprometer a região, preservando o patrimônio ambiental e suas características de uso
e ocupação predominantes;
Artigo 7º - A análise prévia da viabilidade técnica se dará mediante a
consulta do interessado que deverá apresentar:
I – requerimento especificando o uso pretendido;
II – planta da situação da gleba contendo:
a) referência para perfeita localização da gleba a ser urbanizada e edificada, tais
como estradas de acesso e demais acidentes geográficos, bem como referências
de nível;
b) divisas da área a ser urbanizada e edificada;
c) curvas de nível bem como a respectiva referência de nível;
d) localização dos cursos d’água ou lagos, bosques, construções existentes;
e) indicação e denominação de vias dos arruamentos contíguos a todo perímetro;
f) dados gerais do empreendimento, especificando as áreas e tamanhos dos lotes;
g) todas as plantas deverão estar cotadas e confeccionadas em escalas convenientes
para compreensão do projeto, inclusive curva de nível;
h) cópia do título de propriedade e ou opção de compra, esta última com prazo
mínimo de 90 dias.

Artigo 8º - Atendendo consulta do interessado, se comprovada a viabilidade


técnica, a Prefeitura Municipal expedirá as seguintes diretrizes:
I – a relação das obras, quando necessárias, que permitirão a execução de vias de
circulação.
II – o traçado aproximado e as secções/tipo das vias que deverão dar continuidade a
logradouros públicos já existentes;
III – a localização de faixas de terrenos necessárias ao escoamento de águas pluviais, de
áreas edificáveis e as áreas de preservação permanentes;
IV – as restrições legais do uso e ocupação do solo em torno da área em que se situa a
gleba a ser urbanizada e edificada;
V – as orientações técnicas para manejo ambientalmente adequado da área, podendo
incluir, dentre outras exigências: terraplanagem, plantio de espécies nativas e
recomposição da vegetação na área de preservação permanente;

Artigo 9º - Será de responsabilidade exclusiva do empreendedor toda e


qualquer obra e instalação decorrente diretamente do empreendimento que compreenda:
I abertura das vias públicas e respectiva terraplanagem, na largura mínima de 8m(oito
metros);
II – drenagem superficial (caneletas, guias e sarjetas ou similares);
III – tratamento e distribuição da água, coleta e tratamento de esgoto, sistema de
recolhimento de resíduos sólidos e transporte até o destino final ou a um local pré-
determinado pela administração pública municipal, para a coleta final.
IV – drenagem profunda, quando necessária (bocas de lobo, bueiros, sangrias, galerias e
similares);
V – distribuição de rede elétrica pública, domiciliar, internamente do empreendimento;
VI – tratamento das calçadas, com pavimentação de apenas um terço (1/3) de sua largura
total, sendo o recobrimento restante com espécies gramíneas ou material que garanta a
permeabilidade do solo;
VII – pavimentação, caso de interesse do núcleo, de acordo com projeto aprovado pelos
órgãos técnicos da administração pública municipal;
VIII – recuperação e manutenção das áreas de preservação permanente a remanescente
de vegetação nativa do entorno;
IX – destinação de área para preservação ambiental e reserva legal ou mesmo local e
bacia hidrográfica, no tamanho mínimo de 1/10 da área do empreendimento, local onde
deverá ser formado bosque, com plantio de espécies nativas, incluindo aquelas
consideradas nobres e em extinção, salvo já existentes e similares, podendo ser
utilizadas como tal, uma vez aprovada por órgão técnico-ambiental;
X – plantio de árvores nativas e que ofereçam sombreamento, nas calçadas, em
quantidade e espécie indicada pelo órgão de apoio ambiental;

Artigo 10º - Todas as edificações deverão obedecer parâmetros de


construção urbana previstas na legislação municipal, independentemente da sua
destinação.
Artigo 11º - Fica proibida a implantação de empreendimentos na zona rural
que não esteja em conformidade com as exigências desta lei e a legislação pertinente;

Capítulo IV – Das infrações e Penalidades

Artigo 12º - Constitui infração a instalação e ou construção de obra sem a


devida aprovação da Prefeitura Municipal, referente aos empreendimentos previstos no
artigo 3º.
§ 1º - Quando houver início de qualquer obra relativa aos empreendimentos previstos
nesta lei, será providenciado o seu embargo e aplicação de multa de 2 UFM (Unidade
Fiscal do Município), por metro quadrado de terreno loteado.
§ 2º - Caso haja desrespeito ao embargo será aplicada multa diária de 2 UFM por cada
metro quadrado de terreno loteado;
§ 3º - Será aplicada a pena de demolição, se houver edificação e em seguida deverá ser
providenciada a reconstituição ambiental, se a obra tiver a autorização negada;
§ 4º - As multas referidas nos §§ 1º e 2º, serão aplicadas, respectivamente, ao
proprietário da área, ao empreendedor, ao responsável técnico do projeto e ou obra e
companhia imobiliária que o comercializa.

Artigo 13º - Os empreendimentos, loteamentos, construções e ou


condomínios de edificações ora existentes em situação irregular ou clandestina, poderão
ser regularizados desde que preenchidas exigências dos órgãos técnicos da Prefeitura
Municipal.
§ 1º - A Prefeitura Municipal poderá determinar, para cada loteamento em específico, as
condições, critérios e parâmetros de regularização.
§ 2º - As condições previstas neste artigo somente se aplicam aos empreendimentos,
loteamentos e ou condomínios existentes antes da data da publicação desta lei.
§ 3º - Os empreendimentos em situação irregular ou clandestina terão l(um) ano de prazo
para sua regularização, sob pena de aplicação de multa mensal de 10(dez) UFM
(Unidade Fiscal do Município) pela área empreendida.

Artigo 14º - A Prefeitura Municipal fixará os valores de Impostos Predial e


Territorial Urbano (IPTU) e outros tributos de sua competência sobre as áreas urbanas,
objetos desta Lei.
Artigo 15º - Através da edição de Decreto, o Executivo Municipal deverá
regulamentar a forma e o prazo de divulgação da referida matéria.

Artigo 16º - A execução desta Lei será suportada pelas dotações


orçamentárias vigentes, suplementadas se necessário.

Artigo 17º - Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de sua


publicação, revogadas as disposições em contrário.

Santa Rosa de Viterbo, 16 de março de 2004.

LUÍS FERNANDO GASPERINI


PREFEITO MUNICIPAL

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