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Segundo Schmall, em um reator contínuo tubular a concentração varia ao longo

do reator e assim os fluxos molares e a taxa de reação. Fazendo-se o balanço no


elemento dV, considerando-se a seção transversal do tubo constante, obtém-se:

F - (F+dF) + rdV = 0
Rearranjando, temos:

dF = r dV

Analogamente, para uma reação do tipo: aA + bB –> rR


O balanço molar em relação ao reagente A (ou B), considerando que:

Fa = Fao ( 1 – Xa )
É:

dFa= –Fao dXa


Logo:

Fao dXa = (–ra) dV

ou em relação ao produto R:

Fao dXa = rR dV
Nota-se, novamente, que na transformação do reagente aparece o sinal negativo na taxa
e na formação do produto o sinal positivo, de acordo com a definição adotada
inicialmente.
Em qualquer caso, podemos integrar em relação ao volume total do reator V e a
conversão final atingida Xa. Se usarmos a definição de tempo espacial, que relaciona o
volume do reator com o fluxo volumétrico, temos:

τ = V/Vo (h),
obtém-se:

τ = V/Vo (h) = Cao ∫ dXa/r


Onde:

Fao = CaoVo
Para um reator PFR, em função do Volume, temos:

V = Fao ∫ dXa/-ra
Analogamente, para um reator PBR temos um modelo generalizado do balanço molar
aplicado a espécie A que reage catalisada pela massa do catalisador W, resulta na
equação:
W = Fao ∫ dXa/-ra
Neste caso, é importante notar que a conversão é definida em relação ao
reagente limitante A. Para fins cinéticos, quando o objetivo é determinar a taxa de
reação em função da concentração, pressão ou conversão, usam-se estes sistemas nas
condições ideais e à temperatura constante. Efeitos difusivos ou de transferência de
massa devem ser minimizados ou eliminados.
Os parâmetros cinéticos da taxa de reação são as velocidades específicas k e as
ordens de reação em relação a cada componente. O efeito da temperatura está na
velocidade específica e para determiná-las precisam ser determinadas a energia de
ativação e o fator de frequência.
Há dois métodos: integral e diferencial. No método integral tem-se a vantagem
de ter uma solução analítica. No método diferencial a solução é aproximada ou
numérica. Em todos os casos, são necessários dados experimentais de laboratório, tanto
em sistemas bateladas como contínuos.
Para o método integral, têm-se 4 etapas sucessivas:
1. Escolhe-se o modelo cinético: admite-se uma reação com ordem definida, inteira ou
fracionária, e escreve-se a taxa de reação apropriada.
2. Escolhe-se o sistema: batelada ou contínuo (tubular).
3. Solução matemática: em geral resolve-se a integral analiticamente quando a ordem é
inteira. Quando é fracionária ou é um modelo mais complexo, a solução da integral é
feita numericamente.
4. Verificação experimental: os experimentos em laboratório nos dão as medidas de
concentração em função do tempo ou tempo espacial, para urna temperatura constante.
Calculam-se as conversões, a função f (XÁ) e finalmente a velocidade específica k. Se os
valores experimentais de F (XÁ) vs t estiverem sobre a reta, pode-se concluir que o
modelo proposto foi correto. Caso contrário deve ser feita a escolha de outro modelo.
Os reatores de leito particulado podem ser de leito fixo, fluidizado, lama e
trifásico, onde a reação é heterogênea na presença de catalisador ou material sólido fixo
ou em movimento. A maioria dos processos em petroquímica e gás natural é
heterogênea, como por exemplo, reforma do metano e metanação a partir dos gases de
síntese; síntese da amônia a partir de nitrogênio e hidrogênio; síntese de metanol a partir
de gás de síntese; craqueamento catalítico para produzir gasolina, entre outros (Schmall,
2010).
Nas reações sólido-gás a taxa de reação varia com as propriedades da superfície
do sólido e a constante cinética é o parâmetro mais importante para decidir qual o tipo
de sistema a ser adotado. Sendo o sólido um catalisador ou não, ele é poroso e os poros
podem ser grandes ou pequenos. Por isso, a difusão das moléculas é importante,
podendo ser de difusão intrapartícula, difusão Knudsen ou difusão superficial,
dependendo das características da superfície se tem alta ou baixa área superficial.
Normalmente, determina-se a difusão efetiva englobando ambas (Schmall, 2010).
A constante cinética aparente depende também das propriedades do sólido, da
difusão ou da transferência de massa. A taxa é definida por unidade de volume, ou por
unidade de superfície ou por unidade de massa (Schmall, 2010).
O processo envolve a reação química na interface gás-líquido-sólido. Tem-se
como exemplo o hidrotratamento de óleos pesados, cisando à eliminação de compostos
nitrogenados, sulfurados e oxigenados provenientes das cargas de petróleo.
Nessas reações ocorrem as seguintes etapas:
• Absorção de gás no líquido sob a forma de bolhas.
• Difusão do gás no líquido.
• Difusão do líquido até a superfície do sólido.
• Difusão nos poros.
• Reação na interface líquido/sólido ou gás/sólido.

Nas partículas sólidas (reações catalíticas ou não catalíticas) os principais fatores que
afetam a taxa de reação são:
• Reação química superficial.
• Resistência a difusão nos poros.
• Resistência a transferência de massa no filme envolvendo a partícula.
• Gradiente de temperatura na partícula.
• Gradiente de temperatura no filme.

No projeto de reator de leito fixo é necessário conhecer a taxa de reação,


englobando os efeitos difusivos e de massa. Os efeitos difusivos e de massa sobre a taxa
de reação podem ser representados pelo fator de efetividade com difusão nos poros e
com efeitos de massa externo (Schmall, 2010).

REFERÊNCIAS

Cinética e reatores : aplicação na engenharia química : teoria e exercícios / Martin


Schmal. — Rio de Janeiro : Synergia : COPPE/UFRJ : FAPERJ, 2010.

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