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O Grão Mestre das Armas

Raramente um campeão é definido por suas ações após entrar em League of Legends
ao invés de antes disto. Este é o caso de Jax, e tal argumento é devido a atualmente ele ser o
mais produtivo lutador do torneio no Instituto da Guerra. Antes de entrar para a Liga, Jax era
um mercenário comum. Por razões conhecidas apenas pelo antigo líder da Liga, o Alto
Conselheiro Reginald Ashram, Jax estava no topo da lista de candidatos para receber o
Julgamento da Liga - o processo de seleção que aceitará ou rejeitará o campeão em análise.
Seu julgamento foi o mais rápido da história da Liga, onde as Portas da Aceitação brilharam e
vagarosamente abriram assim que começou. Jax não teve que enfrentar nenhuma Observação
ou Reflexão durante seu julgamento.

Jax provou ser um terror imediato nos Campos de Justiça. O autoproclamado Mestre
das Armas da Liga bateu o recorde de diversas vitórias consecutivas de League of Legends que
até hoje não foi quebrado por ninguém. Alguns invocadores da Liga ficaram preocupados que
o objetivo de League of Legends poderia ser questionado pela presença de um lutador
desconhecido e que também era invencível. Por este motivo, seu novo líder (após o
desaparecimento de Reginald Ashram), o Alto Conselheiro Heyward Relivash, criou restrições
especiais para as lutas de Jax. Isto nunca havia acontecido na Liga, e também nunca voltou a
acontecer desde então. O robusto lutador respondeu impondo suas próprias condições: como
uma forma de protesto, iria lutar apenas usando um poste de latão. Tanto as imposições da
Liga quanto a sua própria, não afetaram suas vitórias. Desde então ela retirou suas proibições,
mas não Jax; ele continuou lutando com seu fiel poste de latão.

Ninguém vai Passar

Jax sentou-se de pernas cruzadas no centro da ponte com o arpão descansando sobre
os joelhos. Demacia não havia mudado muito desde a última vez que visitou estes cantos, algo
que não o surpreendeu. Seu povo protegia as fronteiras com cuidado, o que os transformou
em lutadores bem razoáveis. Bem, ao menos alguns deles, ele pensou, limpando um pontinho
de sangue em seu poste. Ele lançou a gota sobre o parapeito em direção ao rio abaixo e
buscou em suas vestes o terceiro ovo cozido do dia. Batendo de leve nele, descascou-o
lentamente enquanto ouvia os guerreiros do outro lado da ponte tentando decidir quem seria
o próximo a lhe enfrentar.

Jax levantou sua máscara e mordeu o ovo. Respirou fundo, sentiu o aroma das colheitas
fermentando ao sol e terra recém-revirada da lavoura em expansão ao horizonte. E suspirou;
ver de perto um reino em paz fez com que sentisse saudades de uma casa que nunca existiu.
Ele se desprendeu desta memória, sabendo que pensar em Icathia somente o distrairia. Seus
robes pesavam, mas impediam que o calor do sol chegassem à pele manchada e de cor
estranha que cobriam. Não havia parte de sua carne à mostra, o que parecia ser um bom sinal.
Ele nem mesmo sabia mais como era a própria pele.
Um vento frio soprou sobre as montanhas nevadas ao norte; uma tempestade derramava
chuva sobre um campo e vilarejo distante. Havia poucas nuvens e sequer se pensava em chuva
de onde Jax vinha. Talvez a tempestade fosse trazida ao sul e deixasse o cascalho da ponte
escorregadio, o que aumentaria o desafio para ele.

Em compensação também deixaria o campo mais difícil para seus oponentes — o que não era
lá uma má ideia. Afinal das contas, um guerreiro digno de lutar ao seu lado nas batalhas contra
os monstros do além precisaria ser adaptável. Ele ouviu um ruído de armadura o sussurro de
uma espada cortando o ar.

— Levante-se e me encare — ordenou uma voz imponente.

Jax levantou um dedo enquanto terminava seu ovo. Ele lambeu os lábios e colocou de volta a
máscara sobre o rosto antes de virar-se para o guerreiro ao seu lado. O homem parecia forte,
com ombros largos e braços grossos. Protegido da cabeça aos pés com aço lustrado, ele
portava uma espada de dois gumes com ambas as mãos e parecia saber usá-la.

Jax aprovou.

— Você parece ser um homem que consegue derrubar árvores de ferribétula um dia inteiro e
ainda ter energia para uma briga de taverna — disse Jax.

— Não vou gastar palavras com você, monstro — disse o guerreiro, assumindo a mesma
postura de luta que os outros fizeram. Jax suspirou, decepcionado com o fato de que a derrota
dos quinze homens antes deste não o havia ensinado nada.

— Monstro? — perguntou ele, ficando de pé com um movimento rápido. — Eu posso lhe


mostrar monstros, mas temo que você não viveria tempo o suficiente para contar a ninguém
como um monstro de verdade se parece.

Ele agitou o poste ao seu redor para alongar os músculos dos ombros. Não que precisasse, mas
já estava lutando pelas últimas quatro horas; além de talvez fazer com que o homem
encarando-o sentisse que ao menos tinha uma chance de vencer este duelo.

— Por Demacia! — berrou o espadachim, golpeando-o com os mesmos golpes cansados e


previsíveis que os outros fizeram. O homem era rápido e forte o suficiente para segurar a
espada com apenas uma das mãos. Jax evitou o primeiro golpe com um desvio para o lado,
agachou no segundo e aparou o terceiro. Ele girou dentro da guarda do espadachim e bateu
com força o próprio ombro contra a lateral do capacete. O metal dobrou; o homenzarrão caiu
sobre um dos joelhos com um urro de dor. Jax deu-lhe um momento para aquietar o zunido
em sua cabeça. O homem arrancou o elmo, jogando-o na ponte.

Sangue escorria pelo lado de sua cabeça, mas o que impressionou Jax foi como seu adversário
controlou a própria raiva. Demacianos sempre levaram disciplina muito a sério e ele ficou
aliviado em saber que isto não havia mudado. O homem respirou fundo para recompor-se e
atacou novamente, uma série de cortes ágeis em muitas direções, uma mistura de estocadas,
floreios e cortes. Jax evadiu todos eles, seu poste em movimento constante enquanto repelia a
espada do demaciano e lhe devolvia ripostes dilacerantes aos seus membros. Ele fintou para a
esquerda e enganchou o poste nas pernas do oponente, estatelando-o de costas para o chão.
Cutucou-o com força na barriga com uma das extremidades do objeto, fazendo com que
ficasse sentado e com falta de ar.

— Já chega? — perguntou Jax. — Posso trocar de mão se for para facilitar.


— Um demaciano preferiria morrer do que aceitar a piedade de um inimigo — disse o
guerreiro, equilibrando-se sobre as pernas. O semblante estóico do homem despedaçava-se
em face à zombaria de Jax e, quando voltou a atacar, foi com ferocidade ainda não controlada
pela disciplina e habilidade. Jax agachou-se, desviando de um golpe decapitante e mudou a
empunhadura de seu poste para apenas uma mão. Ele girou a arma sob a espada do oponente
com um rolar de punho. A espada do guerreiro demaciano escapou de seu aperto e girou pelo
ar, caindo graciosamente na mão livre de Jax.

— Bela arma a sua — disse ele, girando a lâmina em diversos movimentos dignos de um
mestre esgrimista. — É mais leve do que parece.

O demaciano puxou uma adaga e avançou rapidamente. Jax balançou a cabeça perante tal
tolice. Ele arremessou a espada ponte abaixo e desferiu uma sequência de golpes rápidos,
desviando para os lados. Agachou para escapar de um golpe rasante e aparou um soco de mão
direita com sua palma aberta. Acenou com a cabeça em direção ao rio.

— Espero que saiba nadar — disse ele torcendo o pulso, levantando o guerreiro encouraçado,
pés no ar, e arremessou-o sobre o parapeito da ponte. O homem caiu na água com um barulho
úmido pouco antes de Jax apoiar o fundo de seu poste sobre o cascalho.

— Quem é o próximo? — ele perguntou.

— Sou eu — disse uma mulher desmontando de seu cavalo cinza na extremidade da ponte. Os
flancos de sua montaria respingavam de suor; sua capa estava empoeirada graças ao trajeto.
Ela vestia uma couraça de aço muito brilhante e portava uma espada longa na bainha em sua
cintura.

Passou pelos homens em sua marcha ao fim da ponte, andando determinada em sua direção,
movendo-se de maneira econômica e perfeitamente equilibrada, com ares de confiança
suprema em suas habilidades. Mostrava feições angulares e patricianas, perfiladas por um
cabelo escuro e carmesim. Seus olhos frios e impiedosos prometiam apenas a morte.

— Quem é você? — perguntou Jax, intrigado.

— Meu nome é Fiora da casa Laurent — ela respondeu, sacando a sua arma; um sabre de
duelo que fulgurava com fio perfeito. — e esta ponte é minha.

Por baixo de sua máscara, Jax sorriu.

Finalmente, um oponente digno!

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